CARIDADE SEGUNDO O APÓSTOLO PAULO
Paulo de
Tarso escreveu aos Coríntios “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que
tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e
toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os
montes, e não tivesse caridade, nada seria. E ainda que distribuísse toda a
minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para
ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria”.
Dar esmolas,
doar um agasalho, distribuir comida aos necessitados, colaborar com uma quantia
na comunidade, são características de caridade.
Estaria
nossa consciência tranquila diante de nossos deveres cristãos, segundo a
caridade do Apostolo Paulo?
Paulo mostra
nesta passagem de sua Carta que a caridade é algo muito mais profundo e mais
importante do que ajudar com um agasalho, com o pão que nos sobra, aos
necessitados. Embora isso seja um ato de caridade, não resume a grandiosidade
desta virtude.
Ações
caridosas devem fazer parte da vida daqueles que dedicam a divulgar a mensagem
cristã. Caso contrário a palavra sem ação será como o sino que tine e como o
metal que soa, como disse Paulo, ou seja, fará barulho chamando a atenção, mas
não modificará os corações e inteligências a que é direcionada, e não auxiliara
ninguém. “... cada arvore é conhecida pelo seu fruto” Jesus (Lc, VI:43-45).
A fé e o
conhecimento espiritual também não são sinônimos de caridade, não fazem do indivíduo
um ser caridoso. Mas sim, a prática desse conhecimento aliado a fé, “Assim
também a fé, sem obras é morta” ,Tiago (2:17).
E Emmanuel
disserta ainda para melhor esclarecimento que, “Reverenciamos a Providência
Divina, depositamos em Cristo a nossa esperança, admiramos a virtude e
acreditamos na força do bem; contudo, se nada realizamos, na esfera das boas
obras, a nossa fé pode ser vigorosa e resplandecente, mas não adianta” (P.V.E.
Lição 106). Qual seria então a vantagem da fé e do conhecimento, se o homem não
ajudar a ele mesmo, com a prática e o bom exemplo daquilo que acredita?
Toda obra de
caridade deve ser realizada de acordo com os princípios das Leis Divinas. Uma
doação material, por exemplo, que é a mais fácil de fazer, deve ser desinteressada,
para que o doador sinta-se irmão daquele que está sendo ajudado. Tendo como
único objetivo, o amparo e alívio do necessitado.
Paulo nos
ensina que, por mais fé que tenhamos em Deus e em nossas próprias forças nada
seremos se não tivermos a caridade.
“A caridade
é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade;
não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses,
não se irrita, não suspeita mal.
Não folga
com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a
maior destas é a caridade.” (Paulo, I Coríntios 1- 13).
O Apóstolo
Paulo mostra que a verdadeira caridade desenvolve a resignação.
O homem
resignado encontra forças para enxergar as dificuldades e os obstáculos da
vida, como meios de progresso espiritual e não como uma punição, fazendo o possível
para supera-los.
Ele amplia
sua visão além da vida material, vê um novo horizonte. Encontra nos
ensinamentos de Jesus a sabedoria que esclarece e a fé que garante a esperança
no porvir. Surge então a mudança interior; desenvolvendo a humildade, a
beneficência, a paciência e o amor ao próximo. Não espera mais por recursos que
ainda não lhes pertencem, para fazer a caridade, doa de si mesmo.
Paulo coloca
a caridade acima da própria fé, porque a caridade está ao alcance de todos, do
ignorante e do sábio, do rico e do pobre e independe de qualquer crença.
Define-a como um conjunto de todas as qualidades do coração tanto na bondade
como na benevolência para com o próximo.
E o
Espiritismo tem por máxima “Fora da caridade não há salvação”, que resume todos
os deveres do homem para com as criaturas. Com essa regra o homem jamais se
transviará, pois nela está inserido o princípio de igualdade perante Deus, cujo
ensinamento nos foi dado por Jesus como maior mandamento “Amarás a Deus de toda
tua alma, e ao teu próximo como a ti mesmo”.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XI, item 13; XV itens 6, 7 e 10.
BÍBLIA DE
JERUSALÉM. Novo Testamento: (Mt, XXII: 37-39); Paulo, I Coríntios (XIII: 1-7 e
13)
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Palavras de Vida Eterna: Lições 85/93/94
e 106
Questões
para Reflexão:
1) Escreva
com suas palavras o que ocorre num trabalho de doutrinação.
2) Explique
como deve ser a conduta do doutrinador espírita perante o Espírito comunicante.
3) Faça uma
pequena dissertação sobre o tema “Fora da caridade não há salvação”.
4) Explique
o que Paulo queria dizer com a expressão: “seja como um metal que soa”.
Fonte da imagem: Internet Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário