FASCINAÇÃO, SUBJUGAÇÃO E POSSESSÃO
Fascinação: é uma ilusão produzida pela
ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium, que paralisa, de algum
modo sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não acredita
ser enganado: o Espírito tem a arte de lhe inspirar uma confiança cega que o
impede de ver a fraude e de compreender o absurdo do que escreve.
A fascinação
tem consequências muito mais sérias, o Espirito expõe o médium em situações
ridículas, comprometedoras e mesmo perigosas.
A diferença
entre a obsessão simples e a fascinação está em que, na primeira, o Espírito
que atormenta a pessoa é apenas um inoportuno por sua insistência o qual, o
atormentado deseja sinceramente se livrar. Na segunda, para chegar a tais fins
é preciso um Espírito hábil, astuto e profundamente hipócrita, pois não pode enganar
e se fazer aceitar senão com a ajuda da máscara, com que se cobre e da falsa
aparência da virtude, palavras de caridade são para ele credenciais.
Subjugação: é uma atormentação que
paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir fora da sua normalidade. Está
sob um verdadeiro jugo.
A subjugação
pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a
tomar decisões muitas vezes absurdas e comprometedoras e por uma ilusão
acredita serem sensatas. No segundo caso, o Espírito age sobre os órgãos
materiais e provoca movimentos involuntários, levando-os por vezes, a praticar atos
ridículos.
Como acontece:
O Espírito
que subjuga penetra o perispírito da pessoa sobre a qual quer agir. O
perispírito do obsedado recebe como que um envoltório, o corpo fluídico do
Espírito estranho e, por esse meio, é atingido em todo seu ser; o corpo
material experimenta a pressão sobre ele exercida de maneira indireta.
Possessão: Na Gênese - cap. XIV itens
45 à 49 - Kardec admite o termo possessão e o utiliza como forma de ação de um
Espírito sobre o encarnado, distinguindo-a da subjugação. Fala que na obsessão,
o Espírito atua exteriormente por meio de seu perispírito, que ele identifica
com o do encarnado, este último se encontra então enlaçado como numa teia e
constrangido a agir contra sua vontade. Já na possessão, em lugar de agir exteriormente,
o Espírito livre se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado, faz
domicilio em seu corpo, sem que todavia este o deixe definitivamente, o que só
ocorre com a morte.
A possessão
é sempre temporária e intermitente, pois um Espirito desencarnado, não pode
tomar definitivamente o lugar de um encarnado, dado que a união molecular do
perispírito e do corpo não pode operar-se senão no momento da concepção.
(Gênese cap. XIV item 47).
Kardec
mostra a diferença entre obsessão e possessão: “O Espirito em possessão
momentânea do corpo, dele se serve como o faria com o seu próprio, fala por sua
boca, enxerga pelos seus olhos, age com seus braços, como o teria feito se
fosse vivo. É o Espírito que fala, que se agita e se o conhecemos quando vivo, reconheceríamos
sua linguagem, sua voz, seus gestos e até a expressão de sua fisionomia”
(Gênese - Cap. XIV item 47).
Em síntese,
pode-se dizer que: na obsessão o Espírito atua exteriormente por meio de seu
perispírito, e na possessão faz domicilio no corpo do encarnado, que cede seu
corpo voluntariamente, ou involuntariamente, quando o possessor é um Espírito
mau, ao qual o possesso não tem força moral para resistir. Tanto na obsessão
como na possessão, dizem os Espíritos, essa dominação não se efetua jamais, sem
a participação daquele que sofre, seja por fraqueza, seja pelo seu desejo.
Tem-se
tomado frequentemente por possessos os epilépticos ou os loucos, que tem mais
necessidade de médico do que de exorcismo. Segundo Kardec a palavra possesso,
deve ser entendida como sendo a dependência absoluta, em que a alma pode se
encontrar em relação a Espíritos imperfeitos, exercendo sobre ela o seu
domínio.
André Luiz
em “Missionários da Luz” ~ Cap. XVII, relata um caso de possessão, dizendo que
a obsediada estava “cercada de entidades agressivas, seu corpo tomara-se como
que a habitação do perseguidor mais cruel. Ele ocupava lhe o organismo, desde o
crânio até os pés, impondo-lhe tremendas reações em todos os centros de energia
celular. Fios tenuíssimos, mas vigorosos, uniam ambos, e ao passo que o
obsessor nos apresentava um quadro psicológico de satânica lucidez, a
desventurada mulher mostrava aos colaboradores encarnados a imagem oposta,
revelando angustia e inconsciência”. Deixa registrado que o tratamento deve ser
sempre na base do amor e do esclarecimento.
No capítulo
IX de “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz, nos mostra um outro caso de
possessão num doente de epilepsia, decorrente de dividas do passado, em que
mais uma vez esclarece a importância do amor no tratamento, informando que a
cura depende do entendimento de cada um.
André Luiz
em “Libertação” - Cap. I - afirma “Estejamos convencidos de que se o diamante é
lapidado pelo diamante, o mau só pode ser corrigido pelo mau. Funciona a
Justiça, através da injustiça aparente, até que o amor nasça e redima os que se
condenaram a longas e dolorosas sentenças diante da Boa Lei.
André Luiz
no “Libertação” - Cap. II diz “Qualidades morais e virtudes excelsas não são
meras fórmulas verbalistas. São forças vivas. Sem a posse delas, é impraticável
a ascensão espiritual.”
Continua “A
nossa mente, em qualquer parte, na Crosta ou aqui onde nos achamos, é um centro
psíquico de atração e repulsão. Sem nosso esforço pessoal no bem, a obra
regenerativa será adiada indefinidamente, compreendendo-se por precioso e
indispensável nosso concurso fraterno para que nossos irmãos se convertam aos
Desígnios Divinos. O mal é o desperdício do tempo ou o emprego da energia em
sentido contrário aos propósitos do Senhor”.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª Parte - Cap. XXIII
KARDEC,
Allan. A Gênese: Cap. XIV
KARDEC,
Allan. O Livro dos Espíritos: Cap. IX, Perg. 473 a 480
KARDEC,
Allan. Obras Póstumas: Cap. Manifestações dos Espíritos
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap.
XXIII
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz: Cap. XVIII
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Libertação: Cap. I e II
PERALVA,
Martins. Estudando a Mediunidade: - Cap. XI, XIII, XIX e XXXV
Fonte da imagem: Internet Google.
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