CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

21a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


MEDIUNIDADE CURADORA - AÇÃO MAGNÉTICA

Imposição das mãos - Passes - Operações Espirituais (com ou sem instrumentos)

A mediunidade curadora é exercida pela ação direta do médium sobre o doente, com o auxílio de uma espécie de magnetização de fato, ou pelo pensamento. (R.E. 1865 - setembro -Allan Kardec)

Afirmam os Espíritos que “a vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria não pode ser vida sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o absorvem e assimilam” (LE, questão 63). Esse agente é o fluido vital, também chamado de princípio vital, que é uma forma modificada do fluido cósmico universal, matéria elementar primitiva de todas as coisas.

Bem por isso, o ser, ao nascer, traz em seu corpo físico, o fluido vital, que precisa ser continuamente suprido, em razão de sua constante utilização. A quantidade de fluido vital, entretanto, não é a mesma para todos os seres orgânicos, nem é constante nos vários indivíduos da mesma espécie.

Diz Kardec que “a quantidade de fluido vital se esgota; pode vir a ser insuficiente para manter a vida, se não se renova pela absorção e assimilação das substancias que o contém. O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que tem em maior quantidade, pode dá-lo ao que tem menos, e, em certos casos, fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se” (LE, nota a questão 70).

O Magnetismo é, nesses casos, “um poderoso meio, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe faltava e que era insuficiente para manter o funcionamento dos órgãos” (LE, questão 424). Com esta transfusão de energias fluídicas, através do magnetismo, pode-se obter o restabelecimento da saúde, isto é, “A cura que se opera pela substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã” (GE, cap. XIV item 31).

Esta ação magnética pode produzir-se de diferentes maneiras (GE, cap. XIV item 33):

a) “Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, isto é, decorre da ação humana.

Na magnetização pela simples ação humana, o paciente deixa-se conduzir pelo agente; o magnetizador leva o assistido até certo grau de apassivação e, ao fazer-lhe sugestões benéficas, transmite-lhe o fluxo energético próprio e revitalizador das suas energias.

b) “Pelo fluido dos Espíritos que atua diretamente, sem intermediário sobre um encarnado. É o magnetismo espiritual cuja qualidade está na razão das qualidades morais do Espírito”.

c) “Pelo fluido que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, e para o qual este serve de condutor; decorre da ação conjugada entre o Espírito e o homem, ou magnetismo misto.

Se se considerar que somente neste último caso, existe uma ação conjugada em que o homem, magnetizador, atua como intermediário da ação espiritual, tem-se então um fenômeno mediúnico, posto que “a intervenção de uma potência oculta é que constitui a mediunidade” (LM, 2ª Parte, cap. XIV item 175).

Kardec afirma também que são extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes porque estão subordinados a qualidades e a circunstancias especiais; a cura depende, portanto, de algumas condições fundamentais:

Primeira: Do Poder curativo do fluido magnético animalizado do próprio médium. O Codificador diz que “há pessoas dotadas de tal poder que operam sobre certos doentes curas instantâneas, por uma só imposição das mãos, ou mesmo por um só ato da vontade” (GE, cap. XIV item 32). A mesma informação está em “O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XIV, item 175.

Segunda: Da vontade do médium na doação de sua força. Em “O Livro dos Médiuns”, 2ª Parte, cap. VIII, item 131, lê-se que “a vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Tanto quanto do Espírito errante, a vontade é igualmente atributo do Espírito encarnado; daí, o poder do magnetizador, poder que se sabe estar na razão direta da força de vontade”.

André Luiz, em “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 17, diz que “o pensamento influi de maneira decisiva, na doação de princípios curadores. Sem a ideia iluminada pela fé e pela boa vontade, o médium não conseguiria ligação com os Espíritos que atuam sobre essas bases”.

Terceira: Da influenciação dos Espíritos, dirigindo e aumentando a força do homem. Fala Kardec (GE, cap. XIV tem 33) que “o fluido espiritual combinado com o fluido humano, dá a este último as qualidades que lhe faltam. O auxílio dos Espíritos, em tais circunstancias, é por vezes, espontâneo, porém, com mais frequência, é provocado devido ao apelo do magnetizador”. Em “O Livro dos Médiuns”, 2ª Parte, cap. XIV item 176, dizem os Amigos Espirituais: “A força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio”.

Quarta: Das intenções daquele que se quer curar. Depende de sua fé e de seus méritos.

Kardec (GE, cap. XV, itens 10 e 11), citando o caso da mulher que havia doze anos sofria de uma hemorragia, e tendo tocado em Jesus, Sentiu-se curada (Mt, IX:20 a 22 e Mc, V:25 a 34) analisa o fato “como uma irradiação fluídica normal, em que não houve magnetização, nem imposição de mãos”. Explica que o fluido, considerado como matéria terapêutica, “tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la; pode, então ser dirigido sobre o mal, pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente”. Foi por isso que Jesus, conhecendo em si mesmo a virtude (força) que dele saíra, disse: “A tua fé te salvou”. Kardec concluiu, em sua análise, que “a fé a que ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe a corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação”. Termina Kardec que isto explica por que “apresentando-se ao curador dois doentes da mesma enfermidade, possa um ser curado e o outro não” (GE, cap. XV, item 11). Adiciona-se que, além da fé, deve-se contar com os méritos de cada um, e com as condições da Lei de Causa e efeito a serem cumpridas.

Diz o abnegado instrutor Áulus, que “o passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular. (...) Na assistência magnética, os recursos espirituais se entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada para que ela ajude a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a servem, no templo do corpo, edificando valiosas reconstruções. O passe, como reconhecemos, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com o respeito e a confiança que o valorizam” (Em Domínios da Mediunidade, cap. 17).

Diz Martins Peralva que “a prece (...) representa elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça comunhão direta com as forças do Bem, favorecendo, assim, a canalização, através da mente, dos recursos magnéticos das esferas elevadas” (Estudando a Mediunidade, cap. 26).

O passe pode ser dispensado a distância, através de irradiações magnéticas, “desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que o recebe. Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio, favorecendo a realização”, esclarece Áulus. Diz-se que o serviço de passe é conduzido pelos Espíritos com o apoio dos homens, porque são eles que:

a) Preparam o ambiente, a higienização e a ionização da atmosfera, bem antes de os médiuns chegarem a seus postos de trabalho;

b) Protegem o ambiente, isolando o recinto, para impedir a entrada de sofredores e obsessores;

c) Possuem os instrumentos, fluidos adequados e radiações necessárias para os processos de cura, para os quais os médiuns colaboram;

d) Preparam os médiuns para o trabalho, isolando, inclusive, aqueles inabilitados para o serviço;

e) Isolam assistentes ou colaboradores alcoolizados, para que as toxinas não prejudiquem os demais e o ambiente.

Enfim, nessa comunhão entre homens e Espíritos, para o socorro através de passes, se não houver amor, pouco se fará.

Operações espirituais com ou sem instrumentos

Nas operações espirituais os Espíritos desencarnados operam através das mãos do médium ou de instrumentos cirúrgicos. Os Espíritos mobilizam recursos fluídicos diretamente junto ao corpo físico e espiritual do doente.

Nas operações espirituais, há necessidade do diagnóstico preciso por parte dos médiuns. E, posteriormente, o acompanhamento do doente.

Quanto ao uso de instrumental, vários médiuns os utilizaram, exemplos tivemos com os médiuns Arigó, Edson Queiroz e muitos outros.

Nas curas espirituais não há preocupação em se fazer um diagnóstico prévio, com exames complementares.

O socorro da Providência Divina é recurso que não nos falta, contudo, o restabelecimento da saúde está relacionada ao merecimento ou não do assistido, da sua fé e da sua necessidade.

A descrença, a desarmonia do ambiente, a falta de equilíbrio, de disciplina e de moral do doente também comprometem o bom resultado do socorro espiritual.

O trabalho de cura depende também do preparo físico e moral do médium. Afirma Martins Peralva, que: “além da humildade, deve o passista cultivar boa vontade e fé; prece e mente pura; e elevação de sentimentos e amor” (Estudando a Mediunidade, cap. XXVI).

As curas espirituais também poderão estar ligadas por parte dos encarnados às fraudes, chantagens, ciladas e aos interesses monetários.

A cobrança em dinheiro ou outros valores materiais compromete o médium que não segue os ensinamentos de Jesus, que recomendou aos seus discípulos: “Dai de graça o que de graça recebestes” (S. Mateus, cap. X, V. 8).

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: Cap. XIV itens 175 e 176

KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XIV itens 31 a 34 e XV item 11

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. XVII

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XXII

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. XXVI e XXVII

MICHAELUS. Magnetismo Espiritual

Fonte da imagem: Internet Google.

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