MEDIUNIDADE CURADORA - AÇÃO MAGNÉTICA
Imposição das mãos - Passes - Operações
Espirituais (com ou sem instrumentos)
A
mediunidade curadora é exercida pela ação direta do médium sobre o doente, com
o auxílio de uma espécie de magnetização de fato, ou pelo pensamento. (R.E.
1865 - setembro -Allan Kardec)
Afirmam os
Espíritos que “a vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a
matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria
não pode ser vida sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o absorvem e
assimilam” (LE, questão 63). Esse agente é o fluido vital, também chamado de princípio
vital, que é uma forma modificada do fluido cósmico universal, matéria
elementar primitiva de todas as coisas.
Bem por
isso, o ser, ao nascer, traz em seu corpo físico, o fluido vital, que precisa
ser continuamente suprido, em razão de sua constante utilização. A quantidade
de fluido vital, entretanto, não é a mesma para todos os seres orgânicos, nem é
constante nos vários indivíduos da mesma espécie.
Diz Kardec
que “a quantidade de fluido vital se esgota; pode vir a ser insuficiente para
manter a vida, se não se renova pela absorção e assimilação das substancias que
o contém. O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que tem
em maior quantidade, pode dá-lo ao que tem menos, e, em certos casos, fazer
voltar uma vida prestes a extinguir-se” (LE, nota a questão 70).
O Magnetismo
é, nesses casos, “um poderoso meio, porque restitui ao corpo o fluido vital que
lhe faltava e que era insuficiente para manter o funcionamento dos órgãos” (LE,
questão 424). Com esta transfusão de energias fluídicas, através do magnetismo,
pode-se obter o restabelecimento da saúde, isto é, “A cura que se opera pela
substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã” (GE, cap. XIV item 31).
Esta ação
magnética pode produzir-se de diferentes maneiras (GE, cap. XIV item 33):
a) “Pelo
próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo
humano, isto é, decorre da ação humana.
Na
magnetização pela simples ação humana, o paciente deixa-se conduzir pelo
agente; o magnetizador leva o assistido até certo grau de apassivação e, ao
fazer-lhe sugestões benéficas, transmite-lhe o fluxo energético próprio e
revitalizador das suas energias.
b) “Pelo
fluido dos Espíritos que atua diretamente, sem intermediário sobre um
encarnado. É o magnetismo espiritual cuja qualidade está na razão das
qualidades morais do Espírito”.
c) “Pelo
fluido que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, e para o qual este serve
de condutor; decorre da ação conjugada entre o Espírito e o homem, ou
magnetismo misto.
Se se
considerar que somente neste último caso, existe uma ação conjugada em que o
homem, magnetizador, atua como intermediário da ação espiritual, tem-se então
um fenômeno mediúnico, posto que “a intervenção de uma potência oculta é que
constitui a mediunidade” (LM, 2ª Parte, cap. XIV item 175).
Kardec
afirma também que são extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre
os doentes porque estão subordinados a qualidades e a circunstancias especiais;
a cura depende, portanto, de algumas condições fundamentais:
Primeira: Do Poder curativo do fluido
magnético animalizado do próprio médium. O Codificador diz que “há pessoas
dotadas de tal poder que operam sobre certos doentes curas instantâneas, por
uma só imposição das mãos, ou mesmo por um só ato da vontade” (GE, cap. XIV
item 32). A mesma informação está em “O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XIV,
item 175.
Segunda: Da vontade do médium na doação
de sua força. Em “O Livro dos Médiuns”, 2ª Parte, cap. VIII, item 131, lê-se
que “a vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Tanto
quanto do Espírito errante, a vontade é igualmente atributo do Espírito
encarnado; daí, o poder do magnetizador, poder que se sabe estar na razão
direta da força de vontade”.
André Luiz,
em “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 17, diz que “o pensamento influi de
maneira decisiva, na doação de princípios curadores. Sem a ideia iluminada pela
fé e pela boa vontade, o médium não conseguiria ligação com os Espíritos que
atuam sobre essas bases”.
Terceira: Da influenciação dos
Espíritos, dirigindo e aumentando a força do homem. Fala Kardec (GE, cap. XIV
tem 33) que “o fluido espiritual combinado com o fluido humano, dá a este
último as qualidades que lhe faltam. O auxílio dos Espíritos, em tais
circunstancias, é por vezes, espontâneo, porém, com mais frequência, é provocado
devido ao apelo do magnetizador”. Em “O Livro dos Médiuns”, 2ª Parte, cap. XIV
item 176, dizem os Amigos Espirituais: “A força magnética reside, sem dúvida,
no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu
auxílio”.
Quarta: Das intenções daquele que se
quer curar. Depende de sua fé e de seus méritos.
Kardec (GE,
cap. XV, itens 10 e 11), citando o caso da mulher que havia doze anos sofria de
uma hemorragia, e tendo tocado em Jesus, Sentiu-se curada (Mt, IX:20 a 22 e Mc,
V:25 a 34) analisa o fato “como uma irradiação fluídica normal, em que não
houve magnetização, nem imposição de mãos”. Explica que o fluido, considerado como
matéria terapêutica, “tem que atingir a matéria orgânica, a fim de repará-la;
pode, então ser dirigido sobre o mal, pela vontade do curador, ou atraído pelo
desejo ardente, pela confiança, numa palavra: pela fé do doente”. Foi por isso
que Jesus, conhecendo em si mesmo a virtude (força) que dele saíra, disse: “A
tua fé te salvou”. Kardec concluiu, em sua análise, que “a fé a que ele se
referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma
verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe a corrente
fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que
paralisa a ação”. Termina Kardec que isto explica por que “apresentando-se ao
curador dois doentes da mesma enfermidade, possa um ser curado e o outro não”
(GE, cap. XV, item 11). Adiciona-se que, além da fé, deve-se contar com os
méritos de cada um, e com as condições da Lei de Causa e efeito a serem
cumpridas.
Diz o
abnegado instrutor Áulus, que “o passe é uma transfusão de energias, alterando
o campo celular. (...) Na assistência magnética, os recursos espirituais se
entrosam entre a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada para que
ela ajude a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a
servem, no templo do corpo, edificando valiosas reconstruções. O passe, como
reconhecemos, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com o
respeito e a confiança que o valorizam” (Em Domínios da Mediunidade, cap. 17).
Diz Martins
Peralva que “a prece (...) representa elemento indispensável para que a alma do
passista estabeleça comunhão direta com as forças do Bem, favorecendo, assim, a
canalização, através da mente, dos recursos magnéticos das esferas elevadas”
(Estudando a Mediunidade, cap. 26).
O passe pode
ser dispensado a distância, através de irradiações magnéticas, “desde que haja
sintonia entre aquele que o administra e aquele que o recebe. Nesse caso,
diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio,
favorecendo a realização”, esclarece Áulus. Diz-se que o serviço de passe é
conduzido pelos Espíritos com o apoio dos homens, porque são eles que:
a) Preparam
o ambiente, a higienização e a ionização da atmosfera, bem antes de os médiuns
chegarem a seus postos de trabalho;
b) Protegem
o ambiente, isolando o recinto, para impedir a entrada de sofredores e
obsessores;
c) Possuem
os instrumentos, fluidos adequados e radiações necessárias para os processos de
cura, para os quais os médiuns colaboram;
d) Preparam
os médiuns para o trabalho, isolando, inclusive, aqueles inabilitados para o
serviço;
e) Isolam
assistentes ou colaboradores alcoolizados, para que as toxinas não prejudiquem
os demais e o ambiente.
Enfim, nessa
comunhão entre homens e Espíritos, para o socorro através de passes, se não
houver amor, pouco se fará.
Operações espirituais com ou sem
instrumentos
Nas
operações espirituais os Espíritos desencarnados operam através das mãos do
médium ou de instrumentos cirúrgicos. Os Espíritos mobilizam recursos fluídicos
diretamente junto ao corpo físico e espiritual do doente.
Nas
operações espirituais, há necessidade do diagnóstico preciso por parte dos médiuns.
E, posteriormente, o acompanhamento do doente.
Quanto ao
uso de instrumental, vários médiuns os utilizaram, exemplos tivemos com os
médiuns Arigó, Edson Queiroz e muitos outros.
Nas curas
espirituais não há preocupação em se fazer um diagnóstico prévio, com exames
complementares.
O socorro da
Providência Divina é recurso que não nos falta, contudo, o restabelecimento da
saúde está relacionada ao merecimento ou não do assistido, da sua fé e da sua
necessidade.
A descrença,
a desarmonia do ambiente, a falta de equilíbrio, de disciplina e de moral do
doente também comprometem o bom resultado do socorro espiritual.
O trabalho
de cura depende também do preparo físico e moral do médium. Afirma Martins
Peralva, que: “além da humildade, deve o passista cultivar boa vontade e fé;
prece e mente pura; e elevação de sentimentos e amor” (Estudando a Mediunidade,
cap. XXVI).
As curas
espirituais também poderão estar ligadas por parte dos encarnados às fraudes,
chantagens, ciladas e aos interesses monetários.
A cobrança
em dinheiro ou outros valores materiais compromete o médium que não segue os
ensinamentos de Jesus, que recomendou aos seus discípulos: “Dai de graça o que
de graça recebestes” (S. Mateus, cap. X, V. 8).
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns: Cap. XIV itens 175 e 176
KARDEC,
Allan. A Gênese: Cap. XIV itens 31 a 34 e XV item 11
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. XVII
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XXII
PERALVA,
Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. XXVI e XXVII
MICHAELUS.
Magnetismo Espiritual
Fonte da imagem: Internet Google.
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