MEDIUNIDADE GRATUITA
A
mediunidade não é uma profissão, mas um dom a ser exercido desinteressadamente,
gratuitamente, servindo como meio de divulgação, a toda a Humanidade, das
verdades espirituais, da fé raciocinada, do destino do homem, do seu objetivo
na Terra, da importância da prática da caridade e da humildade constantemente.
Por isso, o médium não tem direito de comercializa-la, porque seu trabalho é em
conjunto com os Espíritos.
“Restitui a
saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os
demônios; dai de graça o que de graça recebestes” (Mt, 10:8).
Quando Jesus
fez esta recomendação aos seus discípulos, estabelece que não se deve cobrar
por aquilo que nada se pagou. Intentava transmitir ao povo que se deve
preservar toda ação mental, dirigida a Deus, do comércio, das especulações, das
ligações menos dignas, a que os encarnados pudessem sintonizar através da mediunidade.
O povo que
vivia na Terra, quando Jesus aqui encarnou, era ainda muito ignorante quanto as
verdades espirituais, com exceção dos discípulos, que tinham evoluído
espiritualmente de forma mais acentuada.
Deste modo,
Jesus sempre tentou atingir-lhes o pensamento, transmitindo-lhes suas lições
por meio de historietas ou Parábolas, a fim de que lhes impressionassem aos
sentidos, e os discípulos pudessem perceber, ao menos, uma parte da nova moral
que Ele vinha trazer à Humanidade. Cita-se, como exemplo, a Parábola do Joio e
do Trigo (Mt, 13:24-30)
O excessivo
apego as coisas suscitava muitas preces pagas, além do comércio nos próprios
templos de oração.
Disse ainda
Jesus: não façais que as vossas preces sejam pagas; não façais como os
escribas, que “a pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas”. Ao
condenar estas práticas, Jesus transmite aos homens a ideia de que não devem
comercializar as “Coisas de Deus”.
Desta forma,
é totalmente incoerente pagar a alguém para orar por outrem. O amor e o
desinteresse estão muito longe daqueles que comercializam as coisas divinas, e
o bom senso mostra que tal prática não é agradável a Deus, que considera, numa
prece, a sinceridade e o desinteresse de quem profere.
Não é a
quantidade ou a beleza das palavras que selecionam as preces verdadeiras, mas o
sentimento de amor e fé daquele que esta orando, muitas vezes através de um
simples pensamento ou gesto, em qualquer lugar onde se encontre.
A
mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o Plano Físico e o
Plano Espiritual, através do médium, e é uma oportunidade de trabalho a favor
do próximo, e uma condição para a própria evolução espiritual.
Assim, o bom
médium é aquele que usa suas faculdades para o bem do próximo.
É sua
ferramenta de trabalho e como tal precisa ser bem conservada, a fim de ser
realmente util.
O homem deve
buscar na matéria e não nas atividades espirituais, o que venha trazer-lhe os
elementos necessários para seu sustento material.
Diz Kardec a
mediunidade “só existe graças ao concurso dos Espíritos, se estes faltarem não
há mediunidade, pois embora a aptidão possa subsistir, o exercício se torna
impossível. Não há, portanto, um único médium no mundo que possa garantir a
obtenção de um fenômeno espírita em determinado momento”.
O simples
bom senso conduz ao raciocínio de que se os Espíritos não estão disponíveis a
toda hora, e o médium, mesmo assim, da comunicação, ou está ocorrendo um
fenômeno anímico (emanado da própria alma do médium), ou uma mistificação (o
médium age com intenção de enganar).
Importante considerarmos
ainda a Lei de Sintonia Vibratória. Um Espírito com maior evolução não irá
perder seu tempo em fornecer mensagens aos encarnados, a fim de atender a
interesses materiais, quais sejam, conhecimento dos acontecimentos futuros,
palpites em situações cotidianas, leitura da “sorte”, promessas fúteis etc., de
maneira que, afastando-se, permite que os Espíritos de menor grau evolutivo,
ainda muito ligados as coisas materiais, sintonizem-se, mentalmente, com o
médium, e cedem com prazer aos seus interesses materiais, incentivando-o mais e
mais para praticas censuráveis. Estes comportamentos geram uma “cadeia
vibratória”, em que Espírito, médium e encarnado (que esteja “consultando”)
acabam ligando-se uns aos outros. Nenhum poderá escapar da Lei de Causa e
Efeito. Todos terão que responder pelo desrespeito às Leis Divinas, de acordo
com o conhecimento que possuam das “coisas espirituais” e de sua intenção, pois
“a quem muito foi dado, muito lhe será pedido” (Lc, 12:48).
Para que
ocorram a “Mediunidade com Jesus” e o intercâmbio com os Espíritos mais
elevados, é necessário que o médium os leve a sério e os coloque acima dos seus
interesses materiais. Todo bom médium deve desenvolver suas qualidades morais
com humildade, amor, devotamento, bondade, fraternidade, com muita fé.
“Quanto mais
espiritualizado o médium e mais cônscio de sua responsabilidade ante a tarefa
sagrada que o Pai Celestial lhe concede, mais rico em possibilidades de
engrandecimento da própria alma e de benefício aos desalentados do caminho
evolutivo” (Martins Peralva, Estudando a Mediunidade, cap. XXIX).
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo Espiritismo: Cap. XXVI, itens 7 a 10
PERALVA,
Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. XXIX
Questões
para Reflexão:
1. Descreva
o que você entendeu por fluido vital e como ele pode ser renovado.
2. Faça a
diferença entre o magnetizador e o médium curador.
3. Explique
o processo de cura da mulher hemorrágica.
4.
Interprete a frase de Jesus: “Dar de graça o que de graça recebestes”.
Fonte da imagem: Internet Google.
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