CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

13ª AULA PARTE B CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

A Fé que Transporta Montanhas

“Quando voltou para onde estava o povo, chegou-se a ele um homem que, ajoelhando-se a seus pés, lhe disse: Senhor; tem piedade de meu filho que é lunático e sofre cruelmente; muitas vezes cai, ora no fogo, ora na água. Já o apresentei aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar.” Jesus respondeu: Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei entre vós? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino.

E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino que ficou no mesmo instante curado.

Então os discípulos vieram ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio?

Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; pois, em verdade vos digo que, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis àquela montanha: Passa daqui para ali, e ela passaria; nada seria impossível. Não se expulsam os demônios desta espécie senão por meio da prece e do jejum. (Mateus, XVII, 14 a 20).

Com pequenas variantes, esta passagem também é narrada por outros dois evangelistas, Marcos, no capítulo IX, versículos 14 a 28, e Lucas no capítulo IX, versículos 37 a 43. Da narrativa de Marcos consta o diálogo entre Jesus e o pai do menino que achamos interessante reproduzir: Há quanto tempo isto lhe sucede? O pai respondeu: Desde a infância; e o Espírito o tem muitas vezes lançado ora à água, ora ao fogo, para fazê-lo perecer. Se puderes alguma coisa, tem piedade de nós e socorre-nos. Jesus lhe disse: Se puderes crer, tudo é possível àquele que crê. Logo o pai do menino exclamou banhado em lágrimas, Senhor, eu creio, ajuda a minha pouca fé.

Muitas vezes, podemos encontrar nos Evangelhos referências claras e precisas de Jesus ao poder da fé, sendo comum depararmos com expressões semelhantes a esta: “A tua fé te curou”. Parece-nos que o Mestre dava, por essa forma, ensino e lições que deveriam ficar gravados na memória de todos os que presenciavam os fatos, além de séria advertência aos seus futuros seguidores.

Recordemos ainda que Jesus afirmou aos Apóstolos: “Quem crer em mim, fará o que eu faço e ainda fará mais”. (João, XIV,12). Da mesma forma, guardemos a observação feita por Jesus aos 12 discípulos, que, ao regressarem pela primeira vez da missão que lhes fora atribuída, cheios de alegria, diziam: Senhor, até os demônios se nos submetiam em teu nome; recomendou-lhes então o Senhor que não se regozijassem por lhes estarem os espíritos submetidos, mas antes por estarem os seus nomes escritos nos céus. (Lucas X, 20).

De tudo se depreende os amorosos cuidados do Mestre para com os seus seguidores, alertando-os sempre contra as tentações do orgulho, para que não se envaidecessem diante dos resultados que fossem obtendo no desempenho de suas missões, na cura e alívio dos sofrimentos.

Invariavelmente, todas as vezes que realizava as curas, Jesus salientava a fé e a confiança daquele que recebia o benefício e, a respeito das poucas curas levadas a efeito, em sua Terra, onde “apenas curou alguns poucos doentes”, Jesus “admirou-se da incredulidade deles”. (Marcos, VI, 5 e 6).

Assim, para ser obtida a cura, torna-se evidente a necessidade da colaboração do doente, isto é, o desejo sincero de ser curado, conjugado com a fé, confiança e vontade potente de quem vai operar em nome do Senhor, tudo isso aliado ainda à possibilidade cármica, em face da lei.

Todas as doenças podem ser aliviadas, mas nem todas podem ser curadas.

A confiança nas próprias forças nos torna capazes de executar grandes coisas, mesmo materiais, que não obteríamos, se não confiássemos em nós mesmos.

As montanhas a serem removidas pela fé, referidas no Evangelho, devem ser, antes de mais nada, as montanhas de nossas imperfeições e inferioridades constituídas de má vontade, resistência, preconceitos, interesses materiais, egoísmo, fanatismo, paixões orgulhosas, etc...

A fé sincera e verdadeira é sempre calma, paciente e humilde. Deve ser cultivada pela moralização de nossos costumes; pela pureza de pensamentos, palavras e atos; pela crescente confiança na ilimitada bondade divina, para desenvolver dentro de nós a força magnética que nos possibilitará agir sobre o fluído universal e que, usada convenientemente, pela nossa vontade, é capaz de operar prodígios, sempre que é utilizada em benefício do nosso próximo.

Jesus disse aos discípulos que aquela espécie de espírito obsessor só sairia pela oração e pelo jejum. Devemos entender, então, que, através de uma fé fervorosa, vertida em sentida prece, que é pensamento puro, surto do amor, poderemos expeli-los, desde que estejamos em jejum, isto é, em condições morais satisfatórias de abstinência de pensamentos culposos, de sobriedade na satisfação de nossas necessidades e austeridade de proceder.

Nas palavras repassadas de sentimento daquele pai, que, banhado em lágrimas, diz: “Eu creio, Senhor, ajuda a minha pouca fé”, podemos sentir uma expansão de simplicidade e de humildade, pois certo do poder de Jesus para lhe atender à súplica, não se sentia ele próprio bastante forte na sua fé para merecer tal graça.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

QUESTIONÁRIO:

1 - Qual o poder da fé?

2 - Qual outro sentido tem a palavra "montanha"?

3 - Na sua opinião, o que "Fé"?

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