OS FALSOS PROFETAS
João, o
evangelista, nos ensina em sua Primeira Epístola, no capítulo 4, versículo 1:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os Espíritos se
procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora”.
Também temos
em Jeremias (Cap.23, versículo 16): “isso diz o Senhor dos Exércitos: não deis
ouvidos as palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs
esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor”.
Explica-nos
Kardec, em “Obras Póstumas” que os chamados médiuns proféticos, em tão grande
número na Antiguidade, constituem uma variedade da mediunidade de inspiração.
Porém, “o dom da profecia (...) é excepcional e implica uma missão na Terra” e
que “se há verdadeiros profetas, maior é o número dos falsos, que tomam os
devaneios da sua imaginação como revelações, quando não são velhacos que por
ambição se fazem passar como profetas”.
E se há tão grande
número de encarnados dispostos a enganar os mais crédulos, o de desencarnados é
ainda mais extenso.
“Os
Espíritos são as almas dos homens, e como os homens não são perfeitos, há
também Espíritos imperfeitos(...) É incontestável que há Espíritos maus,
astuciosos, profundamente hipócritas, contra os quais devemos nos prevenir”,
diz Kardec em “O Livro dos Médiuns” (questão 46).
Uma
característica comum a Espíritos dessa ordem é o desejo de cativar discípulos
incautos entre os desencarnados, para levar suas teorias absurdas e espalhar a
desunião entre os grupos, pregando o isolamento.
Frequentemente
apresentam-se espontaneamente, tomando, muitas vezes, nomes respeitáveis e
conhecidos, impondo regras e ideias errôneas. Devemos desconfiar de tudo que
nos inflame o orgulho e de comunicações que tendam ao misticismo,
extravagantes, que ditem cerimônias e práticas estranhas ao caráter antidogmático
espírita.
Então, o que
devemos fazer para ficar imunes ao seu assédio? A recomendação áurea de Kardec:
passar toda e qualquer comunicação sob o crivo da razão e do bom senso.
Antes de
aceitarmos uma informação nova como autêntica, devemos proceder como Kardec o
fez ao codificar a doutrina: o do controle universal do ensino dos Espíritos.
Todas as vezes que uma revelação deve chegar aos homens, ela vem para um grande
número de pessoas, com prudência, no tempo correto. Nunca é resultado de uma
teoria pessoal, pois um só individuo não pode ter a presunção de se auto
intitular como dono da verdade.
“Não será
pela opinião de um homem que se produzirá a união, mas pela unanimidade da voz
dos Espíritos (...) A opinião universal, eis, portanto, o juiz supremo, aquele
que pronuncia em última instância. Ela se forma de todas as opiniões
individuais”.
Os Espíritos
sábios sempre preferem se comunicar por médiuns sérios, estudiosos, empenhados
em se melhorar a cada dia. Os mistificadores, ao contrário, preferem médiuns
levianos, que se deixam fascinar por elogios ou que buscam tirar proveito de
sua faculdade. Além disso, buscam meios onde se encontram pessoas frívolas,
movidas mais pela curiosidade que pelo desejo de instrução e melhoria.
Devemos
lembrar, ainda, que os Espíritos inferiores apenas exploram o que há de
imperfeito em nós.
Diz
Emmanuel: “Todos somos induzidos ao erro, na pauta de nossa própria estultícia.
Dominados de orgulho, cremos naqueles que nos incitam à vaidade e, sedentos de
posse, assimilamos as sugestões infelizes de quantos se proponham explorar-nos
a insensatez e a cobiça”.
Separar o
joio do trigo, o certo do errado, o absurdo da razão, a fé humana, movida pelas
paixões e pelo material da divina, eterna e perfeita, eis aquilo que se espera
do homem precavido, que tem Jesus por modelo. Só assim saberemos distinguir o
verdadeiro profeta e “podemos reconhecê-lo por suas palavras e por suas ações.
Deus não se serve da boca do mentiroso para ensinar a verdade” (“O Livro dos
Espíritos” - questão 624).
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. XXI - Itens 10 e 11 - Introdução
- item II
KARDEC,
Allan. Obras Póstumas: Manifestações dos Espíritos – questão 6 - item 49
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Religião dos Espíritos: Ante os falsos
profetas
Questões
para reflexão:
1) Explique
por que não se devem repelir as comunicações de além túmulo.
2) Comente a
importância de interrogar os Espíritos.
3) Comente
sobre os falsos profetas.
4) Analise a
afirmação de Emmanuel: “Todos somos induzidos ao erro, na pauta de nossa
própria estultícia”.
Fonte da imagem: Internet Google.
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