CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 4 de junho de 2019

11a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


MATERIALIZAÇÃO E DESMATERIALIZAÇÃO, BICORPOREIDADE, BILOCAÇÃO E TRANSFIGURAÇÃO

Materialização, ou ectoplasmia, é o fenômeno mediúnico de efeitos físicos pelo qual os Espíritos, utilizando a substancia ectoplásmica fornecida pelo médium, eventualmente complementada pela dos assistentes, e adicionando os fluidos espirituais e os fluídos da Natureza, se corporificam, total ou parcialmente, no plano físico.

A palavra ectoplasma - formada dos vocábulos gregos: ektós = fora, exterior, e plasma de passein = dar forma - designa em Biologia, a parte periférica do citoplasma (protoplasma da célula, excluído o núcleo). Mas, no âmbito das ciências metapsíquicas, tem significado específico diferente: designa a substância fluídica que, em determinadas circunstâncias, emana do corpo de certos médiuns, pelos orifícios naturais, como as narinas e a boca, e serve para a produção de fenômenos de efeitos físicos, principalmente os conhecidos por materialização.

André Luiz descreve o ectoplasma, “qual pasta flexível, a maneira de uma geleia viscosa e semilíquida”, emanada pelo médium através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais, particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos, do tórax e das extremidades dos dedos. Apresenta o aspecto de grande massa protoplásmica, viva e tremulante. O ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, não tem a fluidez do perispírito nem a densidade da matéria. É o que se poderia chamar de “semi-matéria”.

De forma que, materialização é o fenômeno pelo qual os Espíritos se corporificam, total ou parcialmente, tomando-se visíveis a quantos estiverem presentes no local das sessões. Não é preciso ser médium para ver o Espírito materializado. Materializando-se, corporificando-se, pode o Espírito ser visto, sentido e tocado. Os Espíritos com o fenômeno de materialização, também, podem fazer perceber sensorialmente imagens, sons, coisas ou objetos trazidos de planos vibratórios diferentes, dando-lhes forma e substância materiais.

Note-se ainda, que a materialização é um fenômeno que não ocorre de um modo uniforme podendo assumir várias gradações. Além disso, não pode ser confundida com a aparição, fenômeno pelo qual o Espírito é visto apenas por um médium vidente. A materialização é um fenômeno objetivo e a aparição é um fenômeno subjetivo.

Como a intensidade da ectoplasmia é variável, pode gerar formas extremamente vaporosas, quase imperceptíveis aos não videntes, outras vaporosas, mas plenamente visíveis e outras tangíveis. A rigor, somente estas duas últimas pode-se aplicar, com propriedade, o termo materialização. Os aspectos do ectoplasma são tão variáveis que vão desde uma forma rarefeita que o mantém invisível - porém registrável por outros métodos - até o estado sólido e organizado em estruturas complexas, tais como os “Espíritos materializados” agêneres ectoplásmicos. Entre estes dois extremos ele pode passar por estados diversos: gasoso, plasmático, floculoso, amorfo, leitoso, filamentoso, líquido, etc.

Nos fenômenos de materialização, os Espíritos tem que contar com três elementos essenciais, a fim de que o trabalho alcance êxito:

 Fluidos Espirituais - forças superiores retiradas do fluido Cósmico.

 Fluidos ou energias do médium (ectoplasma) e dos assistentes.

 Fluidos da natureza - terrestre, nas aguas, nas plantas, etc.

Podem materializar-se tanto os Espíritos desencarnados como também os espíritos encarnados. Temos assim, dois tipos de materialização:

 1- Ordem Superior, ou sublimada - quando o Espírito organiza a expressão corpórea material, que a torna visível e tangível.

 2- Comum - o Espírito desencarnado une-se ao perispírito do médium, em desdobramento, e ambos são envolvidos em ectoplasma, sob o comando dos operadores espirituais.

A materialização total ou parcial de Espíritos, corresponde a uma desmaterialização parcial do médium, conforme demonstrou a experiências de Aksakof. Essa desmaterialização pode ser maior ou menor, podendo chegar até parecer total, o que não ocorre na realidade. A perda de matéria por parte do médium pode decorrer tão somente da emissão de ectoplasma. Os estudos realizados a esse respeito levaram a conclusão de que o ectoplasma provem do citoplasma das células, explicando-se assim, a perda de peso do aparelho mediúnico. A desmaterialização do médium é sempre parcial, nunca podendo ser total. Após esgotar-se o fenômeno da materialização, os tarefeiros espirituais submetem o instrumento medianímico a complicadas operações magnéticas, através das quais a substância materializante e restituída ao corpo físico, inteiramente purificada. O médium recupera o peso normal quando reabsorve a substância ectoplásmica.

Allan Kardec abordou no Livro dos Espíritos o tema “Emancipação da Alma”, de onde podemos tirar as explicações para entender o fenômeno do desdobramento, que é o processo de exteriorização do perispírito.

O Espírito utilizando-se do perispírito deixa o corpo físico e dirige-se a outros locais sempre ligados ao corpo material pelo cordão fluídico. O desdobramento é um estado de relativa liberdade para os Espíritos encarnados. No desdobramento considerado mediúnico existe a interferência e ajuda do Plano Espiritual Superior, quando o trabalho é feito com responsabilidade. Assim é que Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz e F.C. Xavier, temos o relato sobre o médium Castro que recebe um capacete de antolhos para proteção e é conduzido ao encontro com o Oliveira.

Bilocação é o fenômeno anímico que consiste na manifestação de um Espírito encarnado, em estado de emancipação (desdobramento, projeção astral ou viagem astral), em lugar diferente daquele em que se encontra seu corpo físico. A presença da alma em local diferente daquele em que se encontra seu invólucro material só é possível mediante prévio desdobramento. A presença da alma desdobrada em lugares diferentes daquele em que se encontra o seu corpo físico só pode ser percebida pelos desencarnados ou por almas igualmente emancipadas do corpo, ou ainda por clarividentes ou médiuns videntes. Neste caso temos dois lugares de manifestações, porém, o corpo fluídico, ou perispírito não adquire tangibilidade. Não houve materialização, mas só a manifestação do perispírito em outro lugar. Apolônio de Tiana em Éfeso, falando em uma reunião, calou-se repentinamente e logo em seguida passou a anunciar o assassinato do Imperador, que nesse momento estava presenciando em Roma e no qual intervinha gritando: morte ao Imperador!

Bicorporeidade é quando a alma em desdobramento adquire visibilidade para as pessoas comuns, em alguns casos tangibilidade. Se durante sua aparição em outros lugares que não aquele em que se encontra o corpo físico, o corpo fluídico, ou perispírito, da pessoa desdobrada adquire tangibilidade e a aparência do corpo material, o fenômeno passa a denominar-se bicorporeidade. Não se trata mais de uma simples aparição, mas do Espírito de uma pessoa viva materializado. Neste caso temos dois lugares de manifestação, um com o corpo físico e o outro com o perispírito materializado. Oportuna a observação de Kardec de que dos dois corpos com que o indivíduo se mostra simultaneamente em dois lugares diferentes, um somente é real, o outro é simples aparência. Pode-se dizer que o primeiro tem a vida orgânica e o segundo a vida da alma. Ao despertar o indivíduo, os dois corpos se reúnem e a vida da alma volta ao corpo material.

Santo Antônio de Pádua foi visto e ouvido em dois lugares diferentes, com o mesmo corpo (um somático, onde ele estava pregando, o outro perispiritual materializado, defendendo o pai que iria ao suplício, acusado de uma morte, cujo autor foi preso).

Não se deve confundir bicorporeidade com fenômenos que ocorrem com os desencarnados, como as projeções mentais ou de imagens, pelas quais os Espíritos se comunicam ou são vistos em muitos lugares ao mesmo tempo, que é o Dom da Ubiquidade; ou com os fenômenos dos agêneres que é uma modalidade de aparição tangível, um estado de certos Espíritos, quando temporariamente, revestem as formas de uma pessoa viva, ao ponto de produzirem ilusão completa. LM, 2ª Parte, cap. VIII n° 125. Neste caso é um desencarnado materializando-se na forma do corpo de um vivo.

Transfiguração consiste num ato de efeitos Físicos. É um fenômeno resultante de uma transformação perispiritual, que se produz sobre o próprio corpo vivente, isto é, materialização do próprio corpo espiritual, dando origem a formas belas, radiosas, luminosas, se forem de Espíritos elevados, ou feias, horríveis, se forem de Espíritos inferiores. Nesse fenômeno ocorre a mudança do aspecto de um corpo vivo, tanto na aparência dos traços fisionômicos, como no olhar, na voz, no peso do corpo, etc.

No Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. VII, item 122 é mencionado o exemplo de uma moça de 15 anos aproximadamente, transfigurava-se num jovem de 25, corpulento, seu irmão falecido alguns anos antes, assimilando-lhe além dos traços fisionômicos, o modo de falar, de olhar, a compleição física. A transfiguração de Jesus, no Monte Tabor, é relatada no Evangelho e comentada por Kardec, em A Gênese, Cap. XV, item 43 onde cita Marcos, IX:2-4. “Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e os levou, sozinhos, para um lugar retirado sobre uma alta montanha. Ali foi transfigurado diante deles. Suas Vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de uma alvura tal como nenhum lavadeiro na terra as poderia alvejar. E lhes apareceram Elias com Moisés, conversando com Jesus”.

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). No Domínios da Mediunidade: Lição 28

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Caps. XLII, XLIII, e XLIV

PIRES, José Herculano. Mediunidade: Cap. IV

BOZZANO, Ernesto. Metapsíquica Humana: Conclusão - Cap. XI

RANIERI , R. A.. Materializações Luminosas

AKASAKOF, Alexandre. Animismo e Espiritismo

KARDEC, Allan. A Gênese: Cap. XV item 43

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª parte - Cap. VIII no 125

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Novo Testamento: Marcos: Cap. IX: 1-9

PUGLIA, Silvia C.S.C.. CDM: aula 12 - Desdobramento

KARDEC, Allan. Revista Espírita: Dezembro de 1858 (Fenômeno de bicorporeidade)

Fonte da imagem: Internet Google.

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