CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 18 de junho de 2019

13a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


INTERROGAR OS ESPÍRITOS

As ocorrências e fatos relacionados às revelações dos Espíritos ou fenômenos mediúnicos remontam a época denominada Antiguidade, sendo tão antigo quanto o nosso Planeta.

A História da humanidade está repleta desses fenômenos de intercomunicação espiritual, entre os Espíritos encarnados e os desencarnados. Os fenômenos mediúnicos não são recentes, pois fatos históricos mostram registros de manifestações entre os povos mais antigos. A relação entre os mundos, material e espiritual, está registrada em todas as épocas da humanidade.

As revelações dos Espíritos sempre existiram tanto no Ocidente quanto no Oriente, como se observa pelos relatos do Código dos Vedas, o mais antigo código religioso que se tem notícia.

Os Espíritos são atraídos pela simpatia, a semelhança dos gostos e de caracteres, a intenção que faz desejar a sua presença. Os Espíritos superiores não vão às reuniões fúteis, do mesmo modo que um sábio da Terra não iria numa assembleia de jovens estouvados. O simples bom senso diz que não pode ser de outra forma; ou, se ai vão algumas vezes, e para dar um conselho salutar, combater os vícios, procurar conduzir para o bom caminho; se não são escutados, retiram-se. Seria ter uma ideia completamente falsa, crer que os Espíritos sérios possam se comprazer em responder a futilidades, a perguntas ociosas que não provam nem afeição, nem respeito por eles, nem desejo real, nem instrução, e ainda menos que possam vir dar espetáculo para divertimento dos curiosos. O que não faziam quando vivos, não podem fazê-lo depois da sua morte.

Repelir as comunicações de além-túmulo é repudiar o meio mais poderoso de instruir-se, já pela iniciação nos conhecimentos da vida futura, já pelos exemplos que tais comunicações nos fornecem. A experiência nos ensina, além disso, o bem que podemos fazer, desviando do mal os Espíritos imperfeitos, ajudando os que sofrem a desprenderem-se da matéria e a se aperfeiçoarem. Interdizer as comunicações é, portanto, privar as almas sofredoras da assistência que lhes podemos e devemos dispensar.

Quando a interrogação é feita com recolhimento e religiosamente; quando os Espíritos são chamados, não por curiosidade, mas por um sentimento de afeição e simpatia, com desejo sincero de instrução e progresso, não vemos nada de irreverente em apelar-se para as pessoas mortas, como se fizera com os vivos. Há, contudo, outra resposta peremptória a essa objeção, é que os Espíritos se apresentam espontaneamente, sem constrangimento, muitas vezes mesmo sem que sejam chamados.

Nunca será excessiva a importância que se dê a maneira de formular as perguntas e, ainda mais, a natureza das perguntas. Duas coisas se devem considerar nas que se dirigem aos Espíritos: a forma e o fundo. Quanto à forma, devem ser redigidas com clareza e precisão, evitando as questões complexas. Mas, outro ponto há não menos importante: a ordem que deve presidir a disposição das perguntas. Quando um assunto reclama uma série delas, é essencial que se encadeiem com método, de modo a decorrerem naturalmente umas das outras.

Os Espíritos, nesse caso, respondem muito mais facilmente e mais claramente, do que quando elas se sucedem ao acaso, passando, sem transição, de um assunto para outro. Esta a razão por que é sempre muito conveniente prepará-las de antemão, salvo o direito de, durante a sessão, intercalar as que as circunstâncias tomem necessárias.

Além de que a redação será melhor, quando feita prévia e descansadamente, esse trabalho preparatório constitui, como já o dissemos, uma espécie de evocação antecipada, a que pode o Espírito ter assistido e que o dispõe a responder. É de notar-se que muito frequentemente o Espírito responde por antecipação a algumas perguntas, o que prova que já as conhecia. O fundo da questão exige atenção ainda mais séria, porquanto é, muitas vezes, a natureza da pergunta que provoca uma resposta exata ou falsa. Algumas há a que os Espíritos não podem ou não devem responder, por motivos que desconhecemos. Será, pois, inútil insistir. Porém, o que, sobretudo se deve evitar são as perguntas feitas com o fim de lhes provar a perspicácia. Imaginai um homem sério, ocupado em coisas úteis e importantes, incessantemente importunado pelas perguntas pueris de uma criança, e tereis a ideia do que devem pensar os Espíritos superiores, de todas as futilidades que se lhes perguntam.

Não se segue daí que dos Espíritos não se possam obter úteis esclarecimentos e, sobretudo, bons conselhos; eles, porém, respondem mais ou menos bem, conforme os conhecimentos que possuem e o interesse que nos têm a afeição que nos dedicam e, finalmente, o fim a que nos propomos e a utilidade que vejam no que lhes pedimos. Se, entretanto, os inquirimos unicamente porque os julgamos mais capazes do que outros de nos esclarecerem melhor sobre as coisas deste mundo, claro é, que não nos poderão dispensar grande simpatia.

Pensa algumas pessoas ser preferível que todos se abstenham de formular perguntas e que convém esperar o ensino dos Espíritos, sem o provocar. É um erro. Os Espíritos dão, não há dúvida, instruções espontâneas de alto alcance e que errôneo seria desprezar-se. Mas, explicações há que frequentemente se teriam de esperar longo tempo, se não fossem solicitadas. As questões, longe de terem qualquer inconveniente, são de grandíssima utilidade, do ponto de vista da instrução, quando quem as propõe sabe encerrá-las nos devidos limites.

Têm ainda outra vantagem: a de concorrerem para o desmascaramento dos Espíritos mistificadores que, mais pretensiosos do que sábios, raramente suportam a prova das perguntas feitas com cerrada lógica por meio das quais o interrogante os leva aos seus últimos redutos. Os Espíritos superiores, como nada tem que temer de semelhante questionário, são os primeiros a provocar explicações, sobre os pontos obscuros. Os outros, ao contrário, receando ter que se haver com antagonistas mais fortes, cuidadosamente as evitam.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: Cap. XXVI- no 286 a 291

KARDEC, Allan. Revista Espírita: Abril de 1864

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno: 1ª parte - Cap. XI - itens 10 e 15

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Religião dos Espíritos: Ante os falsos profetas

Fonte da imagem: Internet Google.

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