CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 30 de abril de 2019

6a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


COMUNICAÇÃO ANÍMICA – XENOGLOSSIA

O termo animismo tem como raiz etimológica a palavra anima, do latim, que significa alma. Conforme o conceito adotado na Codificação, alma é um Espírito encarnado. Este termo animismo foi proposto por Aksakof; que diz: “Para maior brevidade, proponho designar pela palavra animismo todos os fenômenos intelectuais e físicos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou a distância do organismo humano e mais especialmente todos os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados pela ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo”.

Os fenômenos espíritas podem ser classificados em 3 categorias:

1° - Anímicos > as manifestações que decorrem da alma do médium.

2° - Mediúnicos > as manifestações que decorrem da ação de um Espírito desencarnado através de um médium.

3°- Mistos > Anímicos e Mediúnicos > derivados dos dois primeiros.

No livro “Nos Domínios da Mediunidade” de Francisco Candido Xavier, pelo Espírito de André Luiz, no Cap. 22, Emersão do Passado, afirma que muitos espíritas vêm convertendo a teoria animista num travão injustificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do bem, não cabendo adotar a palavra “mistificação” inconsciente ou subconsciente no lugar da palavra animismo. Muitos companheiros se mostram incapazes de remover os obstáculos criados pelo animismo, destruindo, assim, magnifica oportunidade de ajudarem elementos que, buscando as casas espíritas nessas condições, poderiam, posteriormente, contribuir em favor dos necessitados.

De fato que, os fenômenos anímicos são aqueles em que o médium, sem nenhuma ideia preconcebida de mistificação, recolhe impressões do pretérito e as transmite, como se por ele mesmo um Espírito estivesse comunicando. Os fatos mediúnicos, propriamente ditos, são aqueles em que o médium é, apenas, um veículo a receber e transmitir as ideias dos Espíritos desencarnados ou encarnados (Manifestação Mediúnica entre encarnados). Uma pessoa encarnada também pode determinar uma comunicação mediúnica, isto é, fazer com que o sensitivo lhe assimile as ondas mentais e as reproduza pela escrita ou pela palavra. Pela lei de sintonia, pessoas adormecidas igualmente podem provocar comunicações mediúnicas, uma vez que, enquanto dormimos, nosso Espírito se afasta do corpo e age sobre terceiros, segundo os nossos sentimentos, desejos e preferências.

Na Codificação, não encontramos o termo animismo. Nem os Espíritos nem Allan Kardec dele se serviram, porquanto ele só surgiu mais tarde, proposto por Alexandre Aksakof como vimos acima. Mas, nem por isso, os fenômenos anímicos deixaram de ser ali mencionados e estudados, tendo sido objeto de todo o capítulo VIII, da 2ª parte, do Livro dos Espíritos, onde podemos citar o sumário das seguintes matérias:

1- O sono e os sonhos.

2- Visitas espíritas entre pessoas vivas.

3- Transmissão oculta do pensamento.

4- Letargia, catalepsia. Mortes Aparentes.

5- Sonambulismo.

6- êxtase.

7- Dupla vista.

8- Resumo teórico do sonambulismo.

No Livro dos Médiuns, também são estudados fenômenos anímicos, a saber:

A- No capítulo VI – 2ª parte, Kardec trata da bicorporeidade, da transfiguração e invisibilidade, das aparições entre pessoas vivas, dos homens duplos (citando e analisando fatos da vida de Santo Afonso de Liguori, Santo Antônio de Pádua e Vespasiano).

B- Nos capítulos XIX e XX, ainda na 2ª parte, ele estuda o papel dos médiuns nas Comunicações Espíritas, perquirindo sobre a influência do Espírito do médium nessas comunicações e ainda cogita das evocações de pessoas vivas e da telegrafia humana, que como sabemos, são fatos anímicos.

O Espírito é uma individualidade imortal, o seu psiquismo global é uno, porém a sua memória inconsciente armazena os registros de cada encarnação, em faixas próprias e distintas, embora formando um todo no seu conjunto. Esses registros constituem a bagagem psíquica do indivíduo. Em cada encarnação, o Espírito vive determinada personalidade com seus caracteres próprios, quer os antropológicos, quer os psicológicos e morais. Na reencarnação do Espírito, a personalidade da encarnação anterior fica registrada na memória do pretérito do inconsciente, não mais aflorando ao plano da consciência, a não ser acidentalmente, sob um influxo detonador psíquico, cuja natureza é variável. Quando isso acontece e a personalidade anterior se manifesta, ocorre um fato anímico, como o relatado por André Luiz no livro citado.

Nos casos de reuniões mediúnicas, onde apresentem médiuns com manifestações anímicas, com a emersão no passado, os dirigentes e colaboradores, devem tratar o caso com a mesma atenção e carinho que se ministra aos Espíritos sofredores que se comunicam. Em tais casos a manifestação anímica constitui uma verdadeira catarse (em psicologia é a liberação de um trauma, de uma lembrança desagradável), e o esclarecimento munido de recursos evangélicos com um sentido edificante e construtivo é primordial, pois, o médium também é um Espírito imortal, solicitando-nos concurso e entendimento para que se lhe restabeleça a harmonia. Um doutrinador sem tato fraterno apenas lhe agravaria o problema, diante do seu padecimento moral, porque a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo inoportuno ao invés de socorro providencial. Primeiro, é preciso remover o mal, para depois fortificar a vítima na sua própria defesa. Um vaso defeituoso pode ser consertado e restituído ao serviço.

Ademais, quantos mendigos arrastam na terra o esburacado manto da fidalguia efêmera que envergaram outrora! ... Quantos escravos da necessidade e da dor trazem consigo a vaidade e o orgulho dos poderosos senhores que já foram em outras épocas. Quantas almas conduzidas à ligação consanguínea caminham do berço ao túmulo, transportando quistos invisíveis de aversão e ódio aos próprios parentes, que lhes foram duros adversários em existências pregressas! ... Todos podemos cair em semelhantes estados se não aprendemos a cultivar o esquecimento do mal, em marcha incessante do bem! ... Sendo assim, o dirigente ou o colaborador usarão sempre do carinho fraterno, fazendo que as suas palavras, dirigidas ao Espírito do próprio médium, porque a consolação e a prece, seguidas do esclarecimento edificante, são os recursos aplicáveis ao caso.

XENOGLOSSIA (ou Glossolalia) > O termo “Xenoglossia” foi o professor Richet quem o propôs, com o intuito de distinguir, de modo preciso, a mediunidade poliglota propriamente dita, pela qual os médiuns falam ou escrevem em línguas em que eles ignoram totalmente na presente encarnação e, as vezes, ignoradas de todos os presentes.

Ernesto Bozzano, em sua monografia sobre o assunto esclarece que a mediunidade poliglota pode ser classificada da seguinte maneira:

A- Falante (Psicofonia)

B- Audiente

C- Escrevente (Psicografia ou tipitologia)

D- Voz direta

E- Escrita direta

O médium fala em qualquer idioma, seja em inglês ou francês, latim ou hebraico, sem conhecer essas línguas na atual encarnação. Porém não são apenas os tratados e monografia que registram tais fenômenos. O Antigo e o Novo Testamento são ricos em comunicações xenoglóssicas. Como por exemplo, a explosão de Pentecostes.

A mediunidade poliglota tem a sua causa no recolhimento de valores intelectuais do passado, os quais repousam na subconsciência do sensitivo, ou médium. Ela decorre, primordialmente, de um simples fenômeno de sintonia no tempo que é o processo pelo qual a mente humana, ligando-se ao pretérito distante, provoca a emersão, das profundezas subconsciente, de expressões variadas e formas diversas que ali estão adormecidas.

A subconsciência é o “porão da individualidade”. Lá se encontram arquivados todos os valores intelectuais e conquistas morais acumulados em várias encarnações, como fruto natural de sucessivas experiências evolutivas. Só pode ser médium poliglota aquele que já conheceu, noutros tempos, o idioma pelo qual se expresse durante o transe.

Bibliografia:

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Seara dos Médiuns; Lição 44

BOZZANO, Ernesto. Xenoglossia

XAVIER, Francisco Candido (Espírito André Luiz). Mecanismos da Mediunidade: Cap. XXIII

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª parte – Caps. VI, XIX e XX

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Caps. XXXVI e XXXVIII

Fonte da imagem: Internet Google.

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