CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 9 de abril de 2019

3a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


NATUREZA DAS COMUNICAÇÕES

Sabemos que os Espíritos são seres inteligentes atuam sobre a matéria com efeitos inteligentes comprovando sua causa. Assim um movimento de mesa, um ruído, um deslocamento de objeto que decorram da ação mental do homem ou apresentam um caráter intencional, podem ser considerados como ação inteligente.

Só isso, entretanto, limitaria o interesse por tais estudos, apesar de provar a existência das manifestações espirituais. Mas é bem diferente quando essa inteligência permite uma troca regular e continua de ideias, não mais como simples manifestações inteligentes, mas como verdadeiras comunicações.

“O livro dos Espíritos” na questão n° 100, traz na Escala Espirita, a classificação dos Espíritos, que se fundamenta, no seu grau de desenvolvimento, elevação moral e graus de inteligência. Se atentar para essas condições, as comunicações podem ser analisadas por diferentes ângulos, porquanto elas devem refletir a elevação ou a inferioridade dos Espíritos, suas ideias, seu saber ou sua ignorância, seus vícios e suas virtudes.

Os meios de comunicações são variadíssimos, diz Kardec – LM item 138: “Atuando sobre os nossos órgãos e sobre todos os nossos sentidos, podem os Espíritos manifestar-se à nossa visão, por meio das aparições, ao nosso tato, por impressões tangíveis, visíveis ou ocultas; a audição, pelos ruídos; ao olfato, por meio de odores sem causa conhecida”.

Para facilitar esse estudo, Kardec agrupou as comunicações em quatro categorias: grosseiras, frívolas, sérias e instrutivas.

Comunicações grosseiras são as manifestadas em termos que chocam o decoro. Só podem provir de Espíritos de baixo nível, ainda trazendo muitas impurezas da matéria, e em nada diferem das que provenham de homens viciosos e grosseiros. Não aceitam a delicadeza de sentimentos. Em trabalhos mediúnicos são Espíritos que transmitem comunicações triviais, sem nobreza, obscenas, insolentes, arrogantes e malévolas, e mesmo ímpias.

As comunicações frívolas emanam de Espíritos levianos, zombeteiros, ou maliciosos, antes astuciosos do que maus, que nenhuma importância ligam ao que falam. Como estas manifestações nada têm de malsãs, certas pessoas gostam desse tipo de comunicação e dão acesso a Espíritos que se prestam a revelar o futuro, fazer predições, dando palpites sobre o destino etc. Eles pululam entre os encarnados e aproveitam todas as ocasiões que lhes forem propicias, para se intrometerem em comunicações, conforme a curiosidade existente.

As comunicações sérias são ponderadas quanto ao assunto e elevadas quanto a forma. Têm finalidade útil, mesmo que de interesse particular. Como os Espíritos sérios não são todos igualmente esclarecidos, essas comunicações podem estar sujeitas ao erro de boa-fé, sendo, portanto falsas. Por isso, recomenda-se que todas as comunicações sejam submetidas ao controle da razão e da lógica. Aqui convém lembrar o conselho de Joao Evangelista (I Epistola, cap. 4:1), quando disse: “Amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas que levantaram no mundo”.

As comunicações instrutivas possuem um caráter sério e verdadeiro. Induzem aos ensinamentos nos Campos da Ciência, Filosofia e da Moral. São mais profundas, quanto mais elevado e desmaterializado for o Espírito comunicante. “Somente pela regularidade e frequência dessas comunicações é que se pode avaliar o valor moral e intelectual desses Espíritos, bem como o grau de confiança que mereçam” (LM, 2ª. parte, cap. X, itens 134 a 137).

Com a crescente divulgação dos ensinamentos dos Espíritos, tem surgido cada vez mais nas Casas Espíritas, muitos trabalhadores, médiuns. Muitos ainda, não evangelizados e ignorantes dos princípios filosóficos e morais que norteiam a Doutrina, se tomam instrumentos imaturos de comunicações e, frequentemente são envolvidos por Espíritos pseudo-sábios ou mistificadores, dando origem a comunicações grosseiras, desprovidas de valor moral, contendo erros doutrinários e de linguagem.

Esses médiuns querendo ajudar o Centro em que trabalham, julgam estar fazendo o melhor e promovendo a divulgação das comunicações recebidas, sem uma análise criteriosa sobre cada uma, trazendo para o meio espirita, mais confusão que esclarecimento.

Cabe ao dirigente espirita observar as recomendações de Kardec sobre o assunto consoante, mencionado em seu livro “Viagem Espirita em 1862”, cap.VI. - evitar publicações de mensagens que são simplesmente lamentáveis, uma vez que oferecem da doutrina espírita uma ideia falsa e a expõem ao ridículo. Não se deixar levar, nas psicografias, por nomes respeitáveis, muitas vezes apócrifos. Os médiuns devem ser cuidadosos, para não se lisonjearem com o nome do comunicante ou se melindrarem com observações do dirigente ou de companheiros; - recolher e passar a limpo as comunicações recebidas, recorrendo-se a elas em caso de necessidade. Os Espíritos que veem seus ensinos relegados ao abandono, bem cedo deixam o grupo, fatigados.

- fazer uma seleção e coleção das que tiverem melhor conteúdo doutrinário. Analisar, reler e tirar proveito das comunicações que poderão constituir-se num “guia moral da sociedade”.

“Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a Doutrina Espirita aceita, daquilo que ela repudia”. (Allan Kardec)

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª Parte - Cap. X, no 133 a 138

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Pergs. 100 a 113

KARDEC, Allan. A Viagem Espirita em 1862

Fonte da imagem: Internet Google.

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