CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 16 de abril de 2019

4a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


INCONVENIENTES E PERIGOS DA MEDIUNIDADE

Perante as leis soberanas que nos regem, a possibilidade de entrar em contato conscientemente com os desencarnados deve servir ao nosso progresso, evidenciando a realidade do mundo espiritual que nos envolve, do qual todos retornaremos, com as consequências morais daí decorrentes. Tudo o que dispomos, desde que bem empregados, podem contribuir para a nossa saúde integral, assim também com a mediunidade, cuja utilização criteriosa é fator de equilíbrio, ou pode criar dificuldades quando utilizada sem critérios.

Encontramos no “O Livro dos Médiuns” (2ª Parte, cap. XVIII, itens 221 e 222), importantes esclarecimentos: “a faculdade mediúnica é por vezes um estado anômalo, mas não patológico. Ha médiuns de saúde vigorosa; os doentes o são por outros motivos”. O exercício da faculdade mediúnica, como outro qualquer, quando não disciplinado ou bem orientado pode ocasionar perigos e inconvenientes; sendo que em certos casos é prudente, e necessário mesmo, a abstenção, ou, pelo menos, o exercício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium”.

O desconhecimento da Doutrina Espirita leva algumas pessoas a julgar que a prática da mediunidade pode conduzir o médium a loucura. No entanto, isto não acontecerá se não houver uma predisposição para isso.

Quando este fato acontece o que facilmente se identifica pelas condições psíquicas e mentais da pessoa, deve-se procurar ter os cuidados necessários, para evitar qualquer abalo que seria prejudicial. Muitas vezes, essa predisposição existente tem como causa a fraqueza moral, que torna a criatura sem forças para suportar o desespero, a mágoa, o medo, etc.

Como toda criatura possui mediunidade, as crianças também estão nestas condições. Porém os Espíritos orientam (LM 2ª Parte cap. XVIII, perg. 221, §6o) “que é muito perigoso” o desenvolvimento da mediunidade na infância, porque esses organismos frágeis e delicados seriam muito abalados e sua imaginação infantil ficaria superexcitada”.

Existem casos em que a vidência, os fenômenos de efeitos físicos, e mesmo a escrita são espontâneos, são naturais nas crianças; isto não é inconveniente, é natural. Porém elas não devem ser estimuladas. A prudência dos pais deverá afastá-las dessas ideias; no entanto, os pais orientarão quanto à moral trazida pelos ensinamentos dos Espíritos preparando-as para a vida adulta, dentro do conhecimento doutrinário.

Não há idade precisa para a prática da mediunidade, que depende inteiramente do desenvolvimento físico, moral e, particularmente o psíquico. O exercício da mediunidade na criança requer cuidados e conhecimentos, para que não haja influenciação por parte de Espíritos mistificadores. Se os adultos são muitas vezes enganados por esses espíritos, a infância e a juventude, pelas suas inexperiências, estarão mais sujeitas a eles.

O recolhimento e a seriedade são condições essenciais para se tratar com Espíritos. Como uma criança ainda não possuiu esses discernimentos é imperioso que a vigilância seja exercida sobre ela, para que não tome o fenômeno por um brinquedo.

Importante ressaltar que a mediunidade deve ser evitada, por todos os meios possíveis, em criaturas que tiverem dado as menores demonstrações de excentricidade nas ideias ou o enfraquecimento das faculdades mentais, preservando-se, assim, o Espiritismo dessa responsabilidade, como também a saúde mental da criatura.

Em importante obra de Leon Denis, o livro No Invisível, Cap. XXII, encontramos que: “é necessário adotar precauções na prática da mediunidade. As vias de comunicação que o Espiritismo facilita entre o nosso mundo e o mundo oculto, podem servir de veículos de invasão das almas perversas que flutuam em nossa atmosfera, se lhes não soubermos opor resistência vigilante e firme. Muitas almas sensíveis e delicadas, encarnadas na Terra, tem sofrido em consequência de seu comércio com esses Espíritos maléficos, cujos desejos, apetites e remorsos os atraem constantemente para perto de nós”.

Ainda nesse mesmo capítulo vamos encontrar: “as almas elevadas sabem mediante seus conselhos, preservar-nos dos abusos, dos perigos, e nos guiar pelo caminho da sabedoria, mas sua proteção será ineficaz, se por nossa parte não fizermos esforços para nos melhorarmos. É destino do homem, desenvolver suas forças, edificar ele próprio, sua inteligência e sua consciência. É preciso que saibamos atingir um estado moral que nos ponha ao abrigo de toda agressão das individualidades inferiores. Sem isso, a presença de nossos guias será impotente para nos salvaguardar”.

Para que possamos ficar bastante alertas buscamos no livro “Mediunidade”, de Edgard Armond cap. 20, importantes considerações: “Moléstias de toda ordem, que resistem aos mais acurados tratamentos; alterações físicas incompreensíveis de causas impalpáveis que desafiam a competência e a argúcia da Medicina; complicações as mais variadas, com reflexos na vida subjetiva”... E, ainda “angústias, depressões, ou alterações, já do mundo mental, como temores, misantropia, alheamento a vida, manias, amnésias etc.”

Enfim, todas estas perturbações, numa ampla proporção, existe sempre esse fator mediunidade, como causa determinante e, portanto, passível de regularização”. “Muita gente toma, assim, o efeito pela causa”. Não é o exercício da mediunidade que traz inconvenientes ou perigos a saúde das pessoas, mas a sua abstenção é que gera os desequilíbrios. Cabe a cada um descobrir as causas de suas aflições, tornando-se médico de si mesmo, para tornar-se o arquiteto de seu próprio destino, porquanto o estudo constante, o trabalho, o devotamento ao bem e a vigilância auxiliam o homem e o previnem contra os desequilíbrios no exercício da mediunidade.

Diz Emmanuel (no livro “Roteiro”, cap. 36) que “não há bom médium, sem homem bom. Não há manifestação de grandeza do Céu no mundo, sem grandes almas encarnadas na Terra. Em razão disso, acreditamos que só existe verdadeiro e proveitoso desenvolvimento psíquico, se estamos aprendendo a estudar e servir”.

A gestante poderá participar das Reuniões apenas para receber energias positivas. Todos os fluídos magnéticos serão direcionados ao feto que irá renascer. Os analfabetos: poderão trabalhar na mediunidade normalmente. Não sabem ler, mas o importante é a pureza de coração e sentimentos de amor e fraternidade; e a boa vontade e alegria de servirem aos Mentores espirituais.

No caso de não mais funcionar a faculdade mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o médium ter encerrado sua tarefa, como se costuma dizer, porque toda a tarefa encerrada com sucesso é prenúncio de nova tarefa que logo se lhe segue, e assim sucessivamente. O que ocorre nestes casos é a perda por abuso da mediunidade ou por doença grave.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns: 2ª Parte - Cap. XVIII

ARMOND, Edgard. Mediunidade: Cap. 20

XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Roteiro: Cap. 36

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: Introdução: XV A Loucura e suas Causas

XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 15

DENIS, Leon. No invisível: Cap. XXII

Fonte da imagem: Internet Google.

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