CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

21a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


PSICOGRAFIA – PNEUMATOGRAFIA - PNEUMATOFONIA

Psicografia

Psicografia, do grego psuikê, borboleta, alma, e graphó, eu escrevo (Revista Espírita, 1859 agosto).

O primeiro meio empregado para produzir o fenômeno da psicografia, foi o das pranchetas e das cestas munidas de lápis, chamada de psicografia indireta. As cestas eram movidas pela vontade dos Espíritos comunicantes, enquanto o médium mantinha a mão na cesta, esta atuava sobre o lápis.

A psicografia direta ou manual é realizada pelo próprio médium. Neste caso, o Espírito comunicante age sobre o médium e este, por sua vez, transmite a mensagem por meio da escrita, no papel.

São vários os meios de comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual, e de todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais completo.

É por intermédio dela que os Espíritos revelam melhor a sua natureza e o grau de sua evolução. Sendo um meio de comunicação permanente, pois demonstra uma potência oculta no fenômeno mediúnico.

É graças à psicografia, que possuímos todo um acervo literário a nosso dispor, de grande valor moral para os nossos estudos.

Além disso, para o médium, essa faculdade é a mais suscetível de se desenvolver pelo exercício.

Em “Missionários da Luz”, no capitulo I, podemos aprender com o Espírito André Luiz que, durante uma reunião mediúnica, o médium é preparado, pelos auxiliares espirituais, para a tarefa da psicografia, para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente ”tomar a Mão”. Há processos intrincados, complexos. Todo centro glandular é uma potência elétrica transformando-se em núcleos luminosos; os condutores medulares formam extenso pavio, sustentando a luz mental, como chama generosa de uma vela de enormes proporções. O cerebelo mostra fulgurações; as células corticais e as fibras nervosas constituem-se em elementos delicadíssimos de condução de energias imponderáveis; a epífise desempenha o papel mais importante, emitindo raios azulados e intensos e é nela, que reside o sentido novo dos homens.

Ainda neste capítulo, aprendemos que o médium não pode improvisar o estado receptivo, há que ter uma preparação espiritual incessante.

As variedades de médiuns escreventes seguem uma relação extensa, conforme mostra Kardec, no capitulo XVI, itens 191 a 197, de “O Livro aos Médiuns”.

No exercício do psicógrafo comum, pode ocorrer a mudança da caligrafia, segundo o Espírito que se comunica, podendo, inclusive, reproduzir a letra que o Espírito comunicante tinha durante sua existência. Este caso, o da identidade da letra, é mais raro. São os chamados médiuns polígrafos.

Os médiuns escreventes ou psicógrafos são os que têm a faculdade de escrever por si mesmos, sob influência dos Espíritos, e podem ser mecânicos, intuitivos, semi-mecânicos, inspirados, ou de pressentimentos.

Graças a um impulso involuntário, os médiuns escreventes mecânicos recebem a comunicação, caracterizando-se pela inconsciência absoluta do que escrevem. “O primeiro indicio da disposição para escrever é uma espécie de frêmito no braço e na mão. Pouco a pouco, a mão se arrastada por um impulso que não pode dominar. Quase sempre, de início, traça apenas sinais sem significação. Depois, os caracteres se tornam mais precisos, e, por fim, a escrita se processa com a rapidez da escrita normal. Mas é sempre necessário abandonar a mão ao seu movimento natural, não a embaraçando, nem a propelindo.” (L.M., Cap. XVII, item 210).

“Já os médiuns intuitivos têm consciência do que escrevem por impulso voluntário da própria mão, porém o pensamento escrito não é seu, mas do Espírito comunicante, que age sobre a alma do médium, com a qual se identifica. São os mais comuns. O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium intuitivo atua como o faria um interprete” (L.M., Cap. XV, item 180). “Diferem dos médiuns inspirados no particular de que estes últimos não tem necessidade de escrever, ao passo que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente sobre um assunto determinado e provocado” (L.M., Cap. XVI, item 191).

Os médiuns semi-mecânicos são aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas tem, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que escrevem.

Os médiuns inspirados são os que no estado normal, de pensamento, recebem ideias estranhas às suas ideias preconcebidas. Isto ocorre sem o saberem, no seu estado normal, seja para as atividades ordinárias da vida ou para os grandes trabalhos intelectuais. “Toda a pessoa que recebe, seja no estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados; como se vê, é uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potencia oculta é ainda bem menos sensível, porque, nos inspirados, é ainda mais difícil distinguir o pensamento próprio do que e sugerido. O que caracteriza este último, sobretudo, e a espontaneidade” (L.M., Cap. XVI, item 190). É a mediunidade dos cientistas, poetas, etc.

Os médiuns de pressentimentos têm uma intuição vaga das coisas futuras.

Pneumatografia

Pneumatografia: Do grego, pneuma: ar; sopro; fluido; grafia: escrita; modo de escrever.

Pneumatografia ou escrita direta é a escrita produzida pelo Espírito, sem o auxilio do médium nem do lápis.

Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, Cap. XII - item 146 a 149 nos explica que a escrita direta é obtida, como a maioria das manifestações espíritas não espontâneas, pelo recolhimento, a prece e a evocação. Podendo ser produzida nos lugares mais comuns, desde que se esteja nas condições morais exigidas e se disponha da necessária faculdade mediúnica.

A possibilidade de escrever sem intermediário é um dos atributos dos Espíritos e é produzida hoje, como o foi desde a Antiguidade. E é assim que se pode explicar a aparição das três palavras no festim de Baltazar, escrita na parede principal do palácio real: “Menê, Teqel, Parsin”. Estas palavras foram interpretadas por Daniel, a pedido do rei Baltazar.

Kardec, ainda, nos fala da importância do estudo, para não nos limitamos a ver os efeitos sem procurar as causas. E também estabelecer uma linha divisória entre a verdade e a superstição.

Para a produção desse fenômeno o Espírito não se serve de substâncias e instrumentos nossos. Ele mesmo os produz, tirando os seus materiais do elemento primitivo universal, que submetido a sua vontade, sofre as modificações necessárias para atingir o efeito desejado.

A pneumatografia foi utilizada na comprovação da existência do Espírito e na sua manifestação. Não tendo, nos dias de hoje maior extensão de sua utilidade. A manifestação através da psicografia encontra uma agilidade mais adequada à realidade atual.

Na Revista Espírita de agosto de 1859 encontramos a seguinte narração de Kardec: “Um dos nossos honoráveis colegas da Sociedade, o senhor Didier, obteve estes dias os resultados seguintes, que nós mesmos constatamos, e dos quais podemos garantir a perfeita autenticidade. Tendo ido, com a senhora Hüet, que há pouco teve êxito em ensaios desse gênero, na igreja de Notre-Dame dês Victoires, tomou uma folha de papel de carta trazendo o cabeçalho de sua casa de comercio, dobrou em quatro e a depositou sobre os degraus de um altar, pedindo em nome de Deus a um bom Espírito qualquer que quisesse escrever alguma coisa; ao cabo de dez minutos de recolhimento, encontrou, no interior e sobre uma das folhas a palavra fé, e sobre uma outra folha a palavra Deus. Tendo em seguida pedido ao Espírito consentir dizer por quem isso fora escrito, ele recolocou o papel, e depois de dez outros minutos, encontrou estas palavras: por Fénelon”.

Na Revista Espírita de maio de 1860, encontramos mais um caso interessante, narrado também por Kardec, de pneumatografia, onde a Sra. Hüet recebeu uma mensagem em Inglês, sem ter conhecimento dessa língua.

Pneumatofonia

Pneumatofonia: Do grego, pneuma: ar; sopro; fluido; fonia: som; voz.

A pneumatofonia ou voz direta é o fenômeno em que os Espíritos podem produzir gritos de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana, que podem, igualmente, parecer que estão ao nosso lado ou nos ares.

São devidos a uma causa inteligente e não acidental.

Kardec fala, em “O Livro dos Médiuns”, item 151, que “os sons espíritas ou pneumatofônicos manifestam-se por duas maneiras bem distintas: às vezes é uma voz interna que ressoa em nosso foro intimo e, embora as palavras sejam claras e distintas, nada têm de material; outras vezes, as palavras são exteriores e tão distintamente articuladas como se proviessem de uma pessoa ao nosso lado”.

De um modo, ou de outro, o fenômeno da pneumatofonia é quase sempre espontâneo e só muito raramente pode ser provocado. Diante da natureza dos Espíritos, podemos supor que, dentre eles, alguns, de ordem inferior, se iludem e julgam falar como quando vivos. Na Revista Espírita, fevereiro de 1858, podemos conhecer a história da aparição de Mlle. Clairon.

Não podemos esperar que todo ruído, pancada ou zumbido provenha da manifestação de um Espírito.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos: Introdução
KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns: Cap. XII, XIFI, XVI
XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Missionários da Luz: Cap. XVIII
XAVIER, Francisco Cândido (André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade.
KARDEC, Allan. Revista Espírita 1858 fevereiro; 1859 agosto; 1860 maio
Bíblia de Jerusalém: Daniel, 5

Fonte da imagem: Internet Google.

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