CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

16a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Visão Científica

O conceito de dependência química ainda é muito discutido no meio científico. Várias teorias estão sendo estudadas e testadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) acrescentou grande colaboração ao assunto, ao catalogar a síndrome da dependência de substâncias psicoativas (as drogas atuando no cérebro afetando a atividade mental) como uma doença. Neurologicamente, está ligado a alterações na estrutura e funções cerebrais, o que caracteriza uma doença cerebral, com implicações psicológicas, sociais e espirituais. Esta colocação elimina os conceitos leigos que catalogavam o dependente químico como um viciado, fraco, sem caráter, etc.

Hoje, para a Medicina, o dependente químico deve ser tratado como um doente como qualquer Outro. O dependente químico vivera bem se não ingerir drogas. Estas atuam sobre o sistema nervoso central, estimulando o consumo repetitivo da substância, o que gera a dependência, que poderá ser física e/ou psicológica.

A OMS considera ainda, que o abuso de drogas não pode ser definido apenas em função da quantidade e frequência de uso. Uma pessoa somente será considerada dependente se o seu padrão de uso resultar em pelo menos três dos seguintes sintomas ou sinais, ao longo dos últimos doze meses: forte desejo ou compulsão de consumir drogas; dificuldades em controlar o uso, seja em termos de inicio, término ou nível de consumo; uso de substancias psicoativas para atenuar sintomas de abstinência, com plena consciência dessa prática; estado fisiológico de abstinência; evidência de tolerância, quando individuo necessita de doses maiores de substancia para alcançar os efeitos obtidos anteriormente com doses menores; estreitamento do repertório pessoal de consumo, passa a consumir drogas em ambientes inadequados, a qualquer hora ,sem nenhum motivo especial.

As drogas também são catalogadas como lícitas ou legalizadas, os medicamentos alopatas e homeopáticos, o álcool, o tabaco e a cafeína, que são as drogas mais consumidas e de uso praticamente universal e as ilícitas ou ilegais, cuja produção e comércio são proibidos como a maconha, cocaína, crack, LSD, heroína, êxtase, etc.

Elas formam basicamente três grupos:

Depressoras            Estimulantes            Perturbadoras

Álcool                     Anfetaminas             LSD
Calmantes              Extasy                     Maconha / Haxixe
Barbitúricos            Cocaína                   Ayahuasca
Inalantes               Crack/ Merla            Cogumelo
Solventes              Cafeína                    Lírio
Ópio - Morfina        Tabaco
Ópio – Codeína

Depressoras da Atividade Cerebral: diminuem a atividade mental, a atenção, a concentração e a capacidade intelectual. O usuário fica “desligado”, “devagar”, desinteressado, podendo entrar em depressão.

Estimulantes da Atividade Cerebral: aceleram a atividade mental, afetando o cérebro. O usuário fica “ligado”, “elétrico”, sem sono.

Perturbadoras da Atividade Cerebral: provocam distúrbios no funcionamento do cérebro, este trabalha de forma desordenada. O usuário fica com a mente perturbada.

Muitas pesquisas tem demonstrado que algumas pessoas nascem com o organismo predisposto (predisposição mórbida) a criar dependência quando ingerem determinadas substâncias psicoativas.

Aproximadamente 10 em cada 100 pessoas nascem com essa predisposição, mas só desenvolverão a doença ao entrarem em contato com a substância, ou seja, ao ingerirem álcool, cocaína, anfetaminas, etc.

Dependência Química é, portanto, a predisposição mórbida a desenvolver dependência a substâncias químicas alteradoras do estado de humor.

A Sociedade Americana da Medicina de Adição (ASAM) define dependência química à:

- Doença Crônica: exige tratamento pelo resto da vida (como a Diabetes), ao contrário da doença aguda, que surge e desaparece após tratamento adequado, por exemplo, a gripe. Por isso, é também considerada, até o momento, como doença incurável, porém tratável.

- Doença Primária: é a “doença base“, que aparece em primeiro lugar, desencadeando doenças secundárias (hepatite, cirrose, problemas circulatórios, etc.).

- Doença Progressiva: quando não tratada, evolui em fases pré-estabelecidas com piora de todos os aspectos da vida. O dependente inicia o uso do químico de maneira moderada e vai aumentando o consumo gradativamente.

- Doença Fatal: leva a morte ou loucura se não tratada. O dependente deve ser incluído em programas de tratamentos que abordemos aspectos biopsicossociais e espirituais.

A Dependência Química é uma doença grave, com consequências alarmantes. Caracteriza-se por uma continua ou periódica perda do controle, pela obsessão ou uso de substâncias psicoativas e distorções na maneira de pensar e de agir.

Estatísticas da OMS e da Abead (Associação Brasileira de Estudo sobre Álcool e Drogas) apontam cerca de 64%, em media, dos homicídios, 35% a 64% de acidentes de transito com vitimas e 80% da pessoas que praticam tentativa de suicídio. Compromete a saúde física (síndrome da abstinência, doenças hepáticas, gastrite, anemia, distúrbios neurológicos); psicológica (danos na percepção, mudança de humor e de comportamento); relacionamento interpessoal (problemas conjugais e violência, enfraquecimento das relações sociais); desempenho ocupacional (problemas escolares ou profissionais) e problemas legais, financeiros e/ou espirituais (deturpação de Valores éticos e morais).

Os recursos para detê-la são as ações chamadas de prevenção primaria, para evitar o surgimento de novos casos, através das intervenções educativas (psicopedagógicos) precoces, massificadas e incessantes, na família, na escola, na comunidade, etc. As ações de prevenção secundária (tratamento dos casos já existentes) e de prevenção terciária (reintegração social).

A família e muitas outras pessoas que convivem com o dependente químico (amigos, vizinhos, colegas de trabalho) na tentativa de o ajudarem, se envolvem emocionalmente na situação, em função da ligação afetiva e desenvolvem os mesmos comportamentos irracionais dos dependentes químicos. Desenvolvem uma doença emocional chamada co-dependência: dependência emocional ao comportamento do dependente químico, vivendo em função do mesmo. Perdem o controle de sua própria vida, apresentam grandes dificuldades em lidar com as próprias emoções, desenvolvendo atitudes impensadas. Sentimentos como raiva, perda, culpa e medo e atitudes como fuga, controle, ameaças, criticas, agressões e negação, refletem a desestruturação emocional do co-dependente.

Tratamento:

O 1° passo para a recuperação é o afastamento total do uso da droga. O importante não é a diminuição da quantidade ou frequência, mas a abstinência total.

O dependente não pode jamais voltar a fazer uso da droga, pois logo à dependência se reinstala, por tratar-se de uma doença crônica, incurável até o momento.

Não há caso de dependentes que, tendo parado de usar a droga possa fazê-lo de novo - ainda que por simples e ocasional recreação sem voltar à dependência. Parar temporariamente e voltar ao uso significa recaída, isto é, retomar ao ponto de partida.

Há várias opções de tratamento, tanto para o dependente como para o familiar, a nível ambulatorial ou hospitalar: médico, psicológico, grupos de autoajuda (como “Alcoólicos Anônimos” e “Narcóticos Anônimos” e para a família “Al-Anon” e “Nar-Anon”), Comunidades Terapêuticas, etc. Não existe uma forma de tratamento que seja universalmente a melhor. Um mesmo individuo pode tentar diferentes caminhos até encontrar o mais eficaz para si. A Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP) oferece assistência espiritual especializada para a dependência química, com assistência distinta para usuários de drogas ilícitas (P3AT) e drogas licitas: álcool (P3A) e tabagismo (P3T).

Visão Espírita

A Doutrina Espírita pode colaborar muito para a recuperação do dependente químico, mostrando-lhe novas perspectivas de vida.

A causa da pré-disposição física, detectada pela Ciência, é de origem espiritual, pois através do uso abusivo de drogas em vidas passadas, plasma-se no corpo físico, através do perispírito, a predisposição orgânica como forma de resgate e auto superação.

O Espiritismo representa poderoso estimulo na luta para vencer a dependência química, pois ensina de onde viemos, porque nos encontramos na Terra, porque só iremos e para onde vamos após a morte do corpo, gerando reflexões sobre as causas e consequências do uso de drogas na vida presente, na vida espiritual e nas futuras reencarnações.

As consequências espirituais da dependência química são diversas:

Deturpação dos valores ético morais: com a progressividade da doença, o dependente químico utilizará de qualquer estratégia para conseguir mais droga, deixando de lado seus Valores, os padrões éticos e tudo mais que tenha aprendido de bom na vida: pode enganar, manipular, roubar, se prostituir e até matar. A obsessão pela droga é tão intensa que no momento da compulsão, o dependente não consegue respeitar sequer os laços familiares, podendo apresentar as atitudes descritas acima inclusive com seus familiares. Obviamente, estas atitudes vão sintonizar o dependente com Espíritos também desequilibrados e infelizes.

A ação das drogas no perispírito: Segundo a Ciência, a droga, ao penetrar no organismo físico do usuário, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuronais.

No livro “Missionários da Luz”, o Espírito André Luiz relata que: “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, esta fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual”. Em “Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual relata que os neurônios guardam relação intima com o perispírito.

Desta forma, a ação das drogas no sangue e nos neurônios, também vai comprometer as regiões correspondentes no perispírito, gerando lesões e deformações no corpo espiritual, podendo até bloquear as energias emanadas do perispírito ao corpo Físico via centros de força, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual.

O corpo material é um bem facultado para a evolução do homem na Terra. O uso de drogas pode danificá-lo de maneira irreversível, comprometendo também o perispírito. Em uma próxima encarnação, essa desarmonia condicionará o normal desenvolvimento do novo corpo material. Exemplo: tabagistas que reencarnam com problemas pulmonares.

O fumo não só introduz impurezas no perispírito, que são visíveis aos médiuns videntes, à semelhança de manchas, formadas de pigmentos escuros, envolvendo os órgãos mais atingidos, como os pulmões, mas também amortece as vibrações mais delicadas, bloqueando-as, tornando o homem até certo ponto insensível aos envolvimentos espirituais de entidades amigas e protetoras. As substâncias tóxicas do cigarro ficam impregnadas ao organismo espiritual causando de pequenas a grandes lesões. As drogas em geral, causam nos seres encarnados, um entorpecimento dos sentidos, deslocando o perispírito, para um ponto de desequilíbrio com o corpo material.

Vampirismo:

Esclarece André Luiz em “Missionários da Luz”: “Paralelamente aos micróbios alojados no corpo físico há bacilos de natureza psíquica, quais larvas, portadoras de vigoroso magnetismo animal. Essas larvas constituem alimento habitual dos espíritos desencarnados e fixados nas sensações animalizadas.” O Espírito de um usuário de drogas que desencarne sem ter se libertado da dependência, na espiritualidade continuará sentindo o desejo e a necessidade de consumir a droga. Desta forma, vai se aproximar de dependentes químicos encarnados e vampirizar ou sugar os vapores sutis das drogas. Estes vapores, ao se volatilizarem são facilmente detectados e sugados pelos Espíritos ainda presos as sensações dos químicos.

Obsessão:

Os Espíritos dependentes químicos que desencarnam sem tratamento, mantém no perispírito integralmente as mesmas sensações experimentadas na jornada terrena. Para garantir que possam continuar sorvendo os vapores que as drogas exalam, influenciam os encarnados a manterem a ingestão dos químicos, por intermédio dos processos de obsessão. Como Espírito precisara vincular-se à mente de um dependente para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga e incentivar o encarnado a consumir mais e mais, o que demonstra que o dependente encarnado sustenta a sua compulsão e a de muitos desencarnados! André Luiz, em “Sexo e Destino”, capítulo 6°, ilustra muito bem como os Espíritos conseguem levar um individuo a ingerir químico e, ao mesmo tempo, usufruir de suas emanações. Estabelecem uma sintonia que gera uma sobrecarga mental no encarnado que afeta as funções cerebrais, gerando queda no rendimento físico, intelectual e emocional do usuário. Este absorve as impregnações fluídicas maléficas daqueles, deixando o usuário, enfermiço, triste, irritadiço, infeliz, submetido à vontade dos obsessores.

O Médium e a Dependência Química:

“A primeira condição para ser passista é trabalhar em sua própria depuração moral, a fim de não comprometer os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e morais do encarnado. Os fluidos dos bons Espíritos é necessariamente mais puros e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam uma cura mais pronta, mas, passando através do encarnado pode alterar-se. Todo passista, tem a necessidade de trabalhar para seu melhoramento moral” (Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865).

O médium deve estar gozando de boa saúde física e mental para doar suas energias ao assistido. O passe magnético, por exemplo, é uma transfusão de energia magnética, algo semelhante à transfusão de sangue.

Não é preciso uma condição especial para doar sangue, apenas que o doador seja saudável, da mesma forma que o médium.

Como o passista doa de si uma Parte dos fluidos que vão fortalecer o lado material e espiritual do necessitado, esses fluidos precisam estar limpos de vibrações deletérias. O uso de produtos químicos, como por exemplo, o fumo ou do álcool gastam muita energia vital, deixando o médium deficiente de energia, além de contaminar a pureza dos Fluidos que é portador, dificultando o trabalho dos Espíritos, que acabam por não obter a devida qualidade nos trabalhos. Como a intenção é ajudar, ele deve oferecer o melhor de si ao assistido.

Se o médium é dependente de qualquer químico, deve buscar tratamento material e espiritual para recuperar-se antes de iniciar suas tarefas mediúnicas.

Caso o médium seja usuário ocasional destas substancias, sem dependência, também deve conscientizar-se de que são produtos alteradores de seu humor e que podem vir a prejudicá-lo muito mais do que imagina.

Gradativamente, deve eliminar o consumo destas substancias desde que é ciente de que causam dependência física e psíquica e que também as suas emanações sustentam a dependência de Espíritos menos esclarecidos.

Todo aquele que vai adentrar no trabalho mediúnico na Seara de Jesus deve realizar a renovação interior da maneira mais ampla possível. Caso ainda seja portador de alguma dependência química, precisa buscar ajuda para recuperar-se, a fim de doar ao assistido fluidos de melhor qualidade. À medida que o médium avança na compreensão da importância do trabalho mediúnico, percebe que o seu bem-estar físico e espiritual não mais representa beneficio apenas para si próprio, mas também para todos que vai assistir em sua tarefa.

Relembrando o Apostolo Paulo de Tarso: “Tudo me é licito, mas nem tudo me convém!”

Bibliografia:

Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas - Universidade Federal de São Paulo - Depto. de Psicobiologia
BURNS, John E. O Caminho dos Doze Passos.
MILAN, James R.; KETMAN, Katerine. Alcoolismo Mitos e Realidade
KRUPNICK, L.. Do Desespero à Decisão
MURAD, José Elias. Maconha A Toxidade Silenciosa
MURAD, José Elias. Reflexões Sobre Tabaco e Tabagismo
LEITE, Marcos da Costa; ANDRADE, Arthur Guerra de. Cocaína e Crack
MIRANDA, Clara F.; MIRANDA, Marcio L.. Construindo a Relação de Ajuda
BEATTIE, Melody. Co-Dependência Nunca Mais
MINIRTH, Robert Hemfelt, F.; MEIER, Paul. O Amor é Uma Escolha
TIBA, Içami. Anjos Caídos: como prevenir e eliminar as drogas na vida do adolescente
DRUMMOND, Marina C. Caetano; DRUMMOND FILHO, Helio Caetano. Drogas, a busca de respostas
GIKOVATE, de Flavio. Drogas Opção de Perdedor
Revista Reformador - Março – 1998
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Sexo e Destino
XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Missionários da Luz
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. (Espírito André Luiz). Evolução em dois Mundos
PIRES, José Herculano. Diálogo dos Vivos
TEIXEIRA, J. Raul. Desafios da Educação
MIRANDA, Manoel P. Nas Fronteiras da Loucura
FERREIRA, Dr. Inácio. Psiquiatria em Face da Reencarnação

Fonte da imagem: Internet Google.

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