CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

3ª Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 1º ANO FEESP


EVANGELIZAÇÃO DO MÉDIUM

A Moral é o conjunto de regras que constituem os bons costumes e consubstancia os princípios salutares de comportamento de que resultam o respeito ao próximo e a si mesmo. Decorrência natural da evolução estabelece as diretrizes seguras em que se fundam os alicerces da civilização, produzindo matrizes de caráter que vitalizam as relações humanas, sem as quais o homem, por mais avançado nos esquemas técnicos, poucos passos teria conseguido desde os estados primários do sentimento.

Em Jesus a Moral assume relevante proposição, que modifica a estrutura do pensamento humano e social, abrindo o campo a experiências vigorosas, em que medram as legitimas aspirações humanas, que transitam do poder da forca para a forca do amor. Jesus se preocupa com a perfeição intima, ética, intransferível, dos homens, conclamando-os a realizarem, interiormente, o “Reino de Deus”.

Certamente a moral cristã ainda não alcançou os seus objetivos elevados. A vigência do postulado Máximo do Cristo, sempre sábio e atual: “Fazer ao próximo o que desejar que este lhe faca” leva o médium ao encontro da felicidade espiritual.

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.

Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as atenuam. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia; e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho.

O benfeitor espiritual é o mensageiro da perfeição e beleza. O homem é o veiculo de sua presença e intervenção. Todavia, se o homem esta mergulhado no desespero ou no desalento, na indisciplina ou no abuso, como desempenhar a função de refletor dos emissários Divinos?

Como ensina-nos Emmanuel no item 18 do livro Caminho Verdade e Vida, pelo médium F. C. Xavier, cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada pelos que o rodeiam, e a vida intima da qual somente ele próprio poderá fornecer o testemunho. O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as expressões exteriores guardam ai os seus fundamentos. Em regra geral, todos somos portadores de graves deficiências intimas, necessitado de retificação. Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas, operar adesão verbal a ideologias edificantes. Porém, outra coisa é realizar a obra da elevação de si mesmo, valendo-se da autodisciplina, da compreensão fraternal e do Espírito de sacrifício, efetuando-se assim a purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos. Isso requer trabalho de duplo ânimo, porque semelhante renovação jamais se fará tão somente a custa de palavras brilhantes.

Percebemos desse modo, que a evangelização do médium é o primeiro passo para o desenvolvimento de suas sagradas tarefas.

Como cumpri-las, santamente e religiosamente sem render culto ao dever, trabalhar espontaneamente, não esperar recompensas no mundo? Como exercer a mediunidade sem irritação, desculpando incessantemente e sem medo dos perseguidores?

Todos são chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam a posição de escolhidos para tarefas mais altas.

O Evangelho é clima de paz em permanente efusão de esperança. O mundo é só oportunidade. O que não conseguimos hoje, conseguiremos depois. A caminhada na Terra tem como objetivo a aprendizagem e a renovação. Voltaremos à vida verdadeira concluindo o nosso curso. Não podemos gastar energias desnecessariamente diante dos problemas naturais, o que importa é a nossa filiação ao Evangelho lembrando-nos sempre das palavras de Jesus que se encontram em Mateus, 4-19: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens.” Sábio é o homem que tem discernimento, fazendo opções elevadas; trocando o transitório de agora pelo permanente de sempre.

Nos tempos atuais de renovação social, cabe aos médiuns uma missão especialíssima: são arvores destinadas a fornecer alimento espiritual aos seus semelhantes. Não podem representar à figueira que secou e que é o símbolo daqueles que apenas aparentam propensão ao bem, mas que na realidade nada de bom produzem.

Médiuns existem em todos os pontos do globo terrestre. Seja na administração ou na colaboração, na beneficência ou no estudo, na tribuna ou na imprensa, no consolo ou na cura, no trabalho informativo ou na operação de fenômenos, todos são convocados a servir com sinceridade e desinteresse, na construção do bem, com base no burilamento de si próprios. No campo da vida, cada inteligência se caracteriza pelas atribuições que lhe são próprias. Seja nos recintos da lei, nos laboratórios da ciência, no tanque de limpeza ou a cabeceira de um doente, toda pessoa tem o lugar de revelar-se. Com o evangelho como sustentação não podemos dizer que somos inúteis ou desprezíveis.

Se nos movimentarmos ao Sol do Evangelho, saberemos identificar o infortúnio, onde cremos encontrar simplesmente rebeldia e desespero, a ferida da ignorância, onde supomos existir apenas maldade e crime.

Perceberemos que o erro de muitos se deve a circunstancia de não haverem colhido as oportunidades que nos felicitam a existência.

A verdade é que todos estão interligados, em ministério mediúnico ativo, incessante, graças aos múltiplos dons de que nos achamos investidos. Assim sendo, meditemos nas possibilidades mediúnicas de que já estamos exercendo e procuremos elevar-nos pelo exercício das ações nobilitantes que o roteiro do Evangelho nos indica.

Certamente que uns estão mais aquinhoados pelas faculdades mediúnicas que lhe São concedidas para a própria edificação. Se, todavia, não temos ainda os sintomas mais evidentes da mediunidade, na psicografia, na psicofonia ou na vidência, com certeza todos nós podemos ser os médiuns do amor e acender a lâmpada do auxilio fraterno, a fim de que a caridade nos transforme em médiuns da esperança entre os que aspiram a mundo melhor.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo: Caps. XVII, item 8 cap. XXVI, item 10
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Livro da Esperança: Itens 56 e 64
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Palavras de Vida Eterna: Item 41
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Caminho Verdade e Vida: Itens 20 e 30
XAVIER, Francisco Cândido (Emmanuel). Emmanuel: item 15
XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo (Autores Espirituais Diversos). O Espírito da Verdade: item 5
FRANCO, Divaldo P. (Joanna de Angelis). Estudos Espíritas: Item 22

Questões para reflexão:

1) Descreva os cuidados que o médium dever ter para melhor exercitar a sua mediunidade.

2) Descreva as sensações mais comuns ao médium.

3) Comente a importância da evangelização do médium.

4) Analise o pensamento de Emmanuel “O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as expressões exteriores guardam em si os seus fundamentos”.

Fonte da imagem: Internet Google.

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