CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 27 de junho de 2017

12ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Aparições de Jesus Após a Morte

AS APARIÇÕES A LUZ DO ESPIRITISMO

Na antiguidade, muitos fenômenos - que hoje são plenamente explicados pela Doutrina Espírita - eram considerados maravilhosos, sobrenaturais. Acreditava-se que Deus, por Sua Vontade, estaria revogando, alterando Suas Leis.

O Espiritismo vem, verdadeiramente, trazer luz a uma serie de fenômenos, arrancando-os do domínio do maravilhoso e do sobrenatural, demonstrando que eles são regidos por leis que podem ser constatadas pela observação metódica e científica.

As aparições, em especial, são não há duvida, uma das que mais causam impressão aos indivíduos. Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, 2ª parte, cap. VI, item 1, inicia afirmando: “De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes são sem duvida aquelas pelas quais os Espíritos podem se tornar visíveis.”

A chave para a compreensão desse fenômeno foi à constatação da existência do corpo semimaterial o perispírito. No item 15 do mesmo capitulo acima citado, expõe Kardec: “O perispírito, por sua própria natureza, é invisível no estado normal. Isso é comum a uma infinidade de fluidos que sabemos existirem e que jamais vimos. Mas ele pode também, à semelhança de certos fluidos, passar por modificações que tornem visível, seja por uma espécie de condensação ou por uma mudança em suas disposições moleculares, e é então que nos aparece de maneira vaporosa. A condensação pode chegar ao ponto de dar ao perispírito as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas que pode instantaneamente voltar ao seu estado etéreo e invisível. (É necessário não tomar ao pé da letra a palavra condensação, pois só a empregamos por falta de outra e como simples recurso de comparação)”.

Como podemos ver por essa clara elucidação, nada há de inverossímil em muitas das aparições que são narradas em todos os tempos, pois se tem aqui uma explicação absolutamente esclarecedora.

As aparições de Jesus, lembra o codificador em “A Gênese”, no cap. XV item 61, que: “são relatadas por todos os evangelistas com detalhes circunstanciados que não permitem duvidar da realidade do fato.”

Ainda poderíamos perguntar:

Se Jesus já havia deixado todo seu ensinamento moral aos Homens, por que, então, houve sua aparição?

Vejamos o item 1, subitem 5a, de “O Livro dos Médiuns”:

P. Qual o objetivo dos Espíritos que aparecem com boa intenção?

R. Consolar os que lamentam a sua partida; provar-lhes que continuam a existir e estão perto deles; dar conselhos e, algumas vezes, pedir assistência para si mesmos.

Nesta resposta dos Espíritos, encontramos uma perfeita síntese da finalidade maior das aparições.

Jesus, com exceção da ultima parte: “pedir assistência”, eis que era ele que sempre assistia, em relação aos demais pontos: “consolar”, “provar que continuava a existir” e “dar conselhos”, atuou plenamente nesse sentido, como veremos adiante.

APARIÇÃO A MARIA MADALENA

“Maria estava junto ao sepulcro, de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar onde corpo de Jesus fora colocado, um na cabeceira e Outro aos pés. Disseram-lhe então: ‘Mulher por que choras?’ Ela lhes diz: ‘Porque levaram meu Senhor e não sei onde puseram!’ Dizendo isso, voltou-se e viu Jesus de pé. Mas não sabia que era Jesus. Jesus lhe diz: ‘Mulher por que choras? A quem procuras?’ Pensando ser jardineiro, ela lhe diz: ‘Senhor se foste tu que levaste, dize-me onde puseste e eu irei buscar!’ Diz-lhe Jesus: ‘Maria!’ Voltando-se, ela diz em hebraico: ‘Rabbuni!’, que quer dizer ‘Mestre ’. Jesus Lhe diz: ‘Não me toques, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, aos meus irmãos, e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso Deus.’ Maria Madalena foi anunciar aos discípulos.' ‘Vi o Senhor’, e as coisas que ele lhe disse.” (Jo 2:11-18).

Jesus tinha que trilhar o caminho dos mártires, assim estava escrito nas antigas profecias; a Lei tinha que ser cumprida.

Aos seus discípulos, disse o Mestre, expressamente, que retomaria no terceiro dia, como previram os profetas.

Mas a natureza humana, muitas vezes, deixa-se abater com facilidade. Pelas narrativas evangélicas, vemos nos discípulos todo um pesar, uma tristeza sem fim, uma lamentação inconsolável.

Na obra “Há Flores no Caminho”, psicografado por Divaldo Franco, Amélia Rodrigues, na mensagem nº 24, “Amanhecer da Ressurreição”, descreve: “As sombras que mantinham os discípulos em amargura, defluíam do remorso, da mágoa, da dor ante espetáculo inesperado, que culminara na tragédia do Gólgota. Vencidos aqueles momentos rudes, atordoantes, insinuaram-se-lhes e neles se agasalharam as angustias e os arrependimentos... Subitamente perceberam imensa, a falta impreenchível que Mestre lhes deixara nos sentimentos.”

O Mestre havia partido. Parece que eles haviam esquecido suas palavras, quando afirmou que voltaria.

Maria Madalena, aquela que, dentre os discípulos de Jesus, é um dos maiores exemplos de renovação, de mudança de valores, havia acolhido integralmente a mensagem de Jesus.

Naquela manhã pesarosa, Maria Madalena estava como os demais, sentindo a dor inconsolável da partida do Mestre, seria a primeira a vê-lo ressurgir.

Há verdadeira beleza na narrativa de seu reencontro com o Mestre, quando ele lhe diz: “Mulher, por que choras?”, e ela, em seu lamento, responde: “Porque levaram meu Senhor...”; e na felicidade indizível ao reconhecê-lo e exclamar “Rabbuni!” (conforme nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém “Rabbuni” é um tratamento mais solene do que Rabi).

Na obra “Maria, Mãe de Jesus”, encontramos estas palavras: “... Maria julgou a princípio que via o jardineiro. Antes da certeza, a perquirição da mente precedendo a consolidação da fé. Embriagada de júbilo, a convertida de Magdala transmite a boa nova aos discípulos confundidos. Os olhos sombrios de quase todos se enchem de novo brilho”.

APARIÇÃO AOS DISCÍPULOS

“A tarde desse mesmo dia, primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: ‘A paz esteja convosco!’ Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e lado. Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem o Senhor: Ele lhes disse de novo: À paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos envio.’ (...)

Um dos Doze, Tomé, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. Os outros discípulos, então, lhe disseram: ‘Vimos o Senhor!’ Mas ele lhes disse: ‘Se eu não ver em suas mãos lugar dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não crerei’. Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando a portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco!’ Disse depois a Tomé: ‘Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!’ Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e meu Deus!’ Jesus lhe disse: ‘Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram’! ”(Jo 2: 19-29).

Confusos, atordoados, os discípulos encontravam-se refugiados. A multidão que pedira a morte de Jesus estava descontrolada, a cidade estava alvoroçada, tensa. Os discípulos temiam por sua vida.

Qual não foi a alegria que eles sentiram ao verem Jesus novamente entre eles, naquele momento tão difícil para todos?

Com certeza, ficaram exultantes, sentiram-se esperançosos, confortados na presença do Mestre. Ao vê-lo, reacende neles a crença na imortalidade da alma: A morte não existe. Jesus estava vivo!

Nesse dia glorioso, eles reencontraram o Mestre. Tomé, no entanto, que não estava presente, não acreditou quando lhe disseram. Somente quando Jesus apareceu novamente foi que ele acreditou. Por isso Mestre lhe disse: “Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!”

Uma das limitações humanas que mais dificulta progresso espiritual é a incredulidade, a falta de fé. Falta de fé em si mesmo, falta de fé em Jesus, falta de fé em Deus. Quando, ao contrário, o Homem tem fé, traz uma convicção íntima que lhe confere certeza na imortalidade do Espírito e na vida futura.

APARIÇÃO A MARGEM DO LAGO DE TIBERÍADES

“Depois disso, Jesus manifestou-se novamente aos discípulos, as margens do mar de Tiberíades. Manifestou-se assim: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e dois outros de seus discípulos. Simão Pedro lhes disse: ‘Vou pescar’. Eles lhe disseram: ‘Vamos nós também contigo’. Saíram e subiram ao barco e, naquela noite, nada apanharam. Já amanhecera. Jesus estava de pé, na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus lhes disse: ‘Jovens, acaso tendes algum peixe?’ Responderam-lhe. 'Não! ’Disse-lhes.‘ lançai a rede a direita do barco e achareis.’ Largaram, então, e já não tinham força para puxá-la, por causa da quantidade de peixes. Aquele discípulo que Jesus amava disse então a Pedro: ‘É o Senhor!’ Simão Pedro, ouvindo dizer ‘É o Senhor! ’, vestiu a roupa – porque estava nu - e atirou-se ao mar Os outros discípulos, que não estavam longe da terra, mas cerca de duzentos côvados, vieram com barco, arrastando a rede com os peixes.” (Jo 21:1-8).

Além da aparição descrita nesta outra passagem, Jesus apareceria outras vezes aos seus discípulos. O Mestre queria, definitivamente, confirmar suas palavras, confirmar que o Espírito sobrevive à matéria.

Especialmente aos seus discípulos mais próximos, Jesus precisava infundir-lhes convicção plena, para que se fortalecessem na fé, e desenvolvessem a coragem necessária para enfrentar a grande missão que os aguardava. Quando chegasse o momento, deveriam seguir e fazer a divulgação da Doutrina redentora do Cristo.

Em suas jornadas, a defesa da Doutrina Crista os conduziria a valorosos testemunhos de renuncia, abnegação e humildade.

De fato, os discípulos, cada um deles, trilhou o caminho dos mártires.

Hoje, contemplando sobre esses inesquecíveis exemplos, podemos deixar-nos levar pela inspiração de também seguir o exemplo dos abnegados discípulos do Mestre e nos tomarmos humildes servidores de sua seara.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente: “Felizes os que não viram e creram!”

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém;
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP;
- Kardec, Allan - Livro dos Médiuns - Ed. FEESP;
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP;
- Franco, Divaldo/Amélia Rodrigues - Dias Venturosos;
- Carneiro, Edison/ Francisco C. Xavier/Yvonne A. Pereira - Maria, Mãe de Jesus.


Fonte da imagem: Internet Google.

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