CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 20 de junho de 2017

11ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

O Consolador Prometido

O ANÚNCIO DA VINDA DO CONSOLADOR

“Se me amais, observareis meus mandamentos, e rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque permanece convosco. Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós.” (Jo 14:15-18).

“Mas o Paráclito, o Espirito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse.” (Jo 14:26).

No Sermão do Cenáculo, Jesus prometeu aos seus discípulos a vinda do Consolador.

Podemos observar, no entanto, que o Mestre exortou-os a observação de seus mandamentos para, então, rogar ao Pai que lhes enviasse o Paráclito.

Estando os discípulos temerosos com as palavras de Jesus, consola-os ainda o Mestre dizendo: “Não vos deixarei órfãos”.

Refletindo sobre a promessa de Jesus, podemos indagar: Por que o Mestre anunciou que o Consolador não poderia ser “acolhido” naquele momento?

Como bem sabemos, a Humanidade passa por diferentes fases. Assim, figuradamente falando, começou na sua infância e caminha até atingir a sua maturidade. Essa maturidade será alcançada quando os Homens aplicarem sua capacidade intelectual, observando todos os princípios da Moral ensinada pelo Cristo.

Quando, então, observamos essa evolução, veremos que no passado distante predominava a barbárie e a selvageria. Mesmo na época dos antigos profetas hebreus, os costumes eram rudes e vigorava a “Lei do Olho por Olho”. Por isso, Moisés, que trouxe a Primeira Revelação, agia, muitas vezes, com severidade.

Houve, pois, necessidade de um grande avanço até que chegasse o momento propício para o advento do Cristo, que trouxe a Segunda Revelação.

Deste processo evolutivo, emerge um princípio: todo novo conhecimento exige uma base anterior que o fundamente, e certa receptividade para que haja aceitação.

Jesus trouxe muitos ensinamentos, mas muitas explicações ficariam para um momento futuro. Como podemos ver no Evangelho de João cap. 16, versículo 12: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar”.

Não era próprio aquele momento. Apenas no futuro seriam ensinadas todas as coisas e recordado tudo o que já havia sido dito. Ensinar todas as coisas, pois, repetimos, todo novo ensinamento exige uma base anterior. Mas por que recordar tudo o que já havia sido dito?

É que Jesus sabia que seus ensinamentos seriam deturpados que as paixões humanas ainda predominariam; que a ânsia de poder sobrepor-se-ia, por vezes, ao seu Evangelho de Luz. Após 18 séculos da promessa do Mestre, veio o Consolador...

A VINDA DO PARÁCLITO

“No entanto, eu vos digo a verdade, é de vosso interesse que eu parta, pois, se não for o Paráclito não virá a vós. Mas se for; enviá-lo-ei a vos.” (Jo 16:7).

“Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos guiará na verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras.” (Jo 16: 13).

O advento da Doutrina Espírita veio dar cumprimento a promessa do Cristo, pois é o Consolador Prometido.

Conforme se encontra na obra “Espiritismo de A a Z”, o Espírito de Verdade é: “uma plêiade de Espíritos”, e não, como se poderia pensar, apenas um Espírito.

O Paráclito ou Espírito de Verdade, diz Kardec, no cap. VI, item 4, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, é quem preside o restabelecimento da Doutrina Espírita.

As impregnações dogmáticas que haviam sido incorporadas ao Cristianismo fizeram que, no século do positivismo, o materialismo se expandisse de tal maneira que afastaria o Homem racional da Igreja, pois o que ela pregava transbordava incoerência e contradizia a razão.

Então, exatamente nesse século de predominância do materialismo na Europa, é chegada à hora do advento do Espiritismo, pois ocorria uma verdadeira revolução no conhecimento cientifico.

Na antiguidade, claro, houve muitos iluminados, mas o conhecimento era, como sempre lembra Kardec, hermético, fechado, limitado a poucos que podiam compreender.

Mas, no século do positivismo, diz comumente Kardec, a Humanidade já estava pronta para receber em larga escala, com grande estrondo, a divulgação da Doutrina Espírita, pois o alicerce já estava preparado.

Então não era apenas a França que estava preparada, mas a manifestação dos Espíritos, no século dezenove, foi generalizada, em diversas partes do mundo, no México, nos Estados Unidos, na Argélia, na Rússia, etc..

E esse caráter de universalidade é justamente - como sempre ressalta Kardec - o que confere maior credibilidade, veracidade as revelações, pois da análise das inumeráveis comunicações obtidas, nas mais diversas partes do mundo, constata-se que as verdades reveladas são as mesmas, obtidas nos grandes ou pequenos centros, de médiuns altamente intelectualizados, ou mesmo de médiuns analfabetos. Uma grande unidade em todo o ensinamento espírita podia ser observada.

E, especialmente, há que se ressaltar, toda a revelação espírita era coerente com a mensagem do Cristo. Muitas das lições que foram apresentadas em palavras figuradas, agora eram trazidas com todas as letras. Vemos que nenhuma nova moral foi trazida, pois os princípios morais do Espiritismo são os mesmos princípios morais de Jesus.

No mesmo capítulo acima citado, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, item 4, o codificador, discorrendo sobre o advento da Doutrina Espírita, sintetiza: “Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas. O Cristo disse: ‘que ouçam os que têm ouvidos para ouvir’. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu propositadamente lançado sobre certos mistérios, e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores”.

Portanto, o Espiritismo veio explicar quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos; veio ensinar que somos Espíritos imortais, destinados a felicidade eterna; veio demonstrar que Deus é soberanamente Justo e Bom; e que todas as coisas que nos pareciam injustas têm uma razão de ser.

Eis o Consolador prometido!

A ORAÇÃO DE JESUS POR SEUS DISCÍPULOS

Assim falou Jesus, e, erguendo os olhos ao céu, disse: ‘Pai, chegou a hora'. Glorifica teu Filho, para que teu Filho te glorifique, e que, pelo poder que lhe deste sobre toda carne, ele dá a vida eterna a todos os que lhe deste!

Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste: Jesus Cristo.

Eu te glorifiquei na terra, concluí a obra que me encarregaste de realizar.

(...) Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e os deste a mim e eles guardaram tua palavra.

(...) Já não estou no mundo; mas eles permanecem no mundo e eu volto a ti.

(...) Eu lhes dei tua palavra, mas o mundo as odiou porque não são do mundo, como eu não sou do mundo.

(...) Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra crerão em mim: a fim de que todos sejam um.

Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tudo me enviaste.

(...) Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver; também eles estejam comigo, para que contemplem minha glória, que me deste, porque me amaste antes da fundação do mundo.

(...) Eu lhes dei a conhecer o teu nome e lhes darei a conhecê-lo a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles. (Jo 17:1-26).

Voltemos aos últimos instantes daquela noite inesquecível no Cenáculo. Jesus está com seus discípulos. Eles estão apreensivos; podem pressentir o desfecho culminante que se aproxima.

Os discípulos aguardavam. Embora ansiosos, ainda estavam enlevados, maravilhados com a sublime demonstração de humildade protagonizada pelo Mestre: o lava-pés. Jesus, que havia se feito o menor, era, por isso, em absoluto, o maior.

Nesse instante, o Mestre dirige-se ao Pai Criador e faz uma fervorosa prece. Suas palavras, proferidas naquele momento inolvidável, soariam, eternamente, como um canto de rara beleza.

O Cristo havia cumprido plenamente sua missão: “Eu te glorifiquei na terra, concluí a obra que me encarregaste de realizar.”

Todos os atos de Jesus representam a mais pura virtude. Não houve hesitações, não houve dúvidas, não houve palavras desperdiçadas, não houve ocasiões perdidas para exemplificar o Amor maior. Todos os seus passos refletem o compromisso absoluto com sua missão; todos os seus ensinamentos representam a perfeita Moral; todo o seu testemunho reflete a Lei Divina.

Mas no mundo havia, e ainda há, muita ignorância. Essa condição de ignorância faz com que as pessoas afastem-se do verdadeiro caminho, faz com que, temporariamente, reneguem as potencialidades da alma: potencialidade de “ver” mais, de “ouvir” mais, de buscar a ligação com Deus.

Enquanto se encontra nessas “trevas”, o Ser, ao ouvir falar sobre o caminho do Bem, ouvir falar sobre a verdadeira grandeza, sobre a Lei do Amor, ele renegará a Verdade, e, por vezes, odiará aqueles que a anunciam.

Por isso disse Jesus: “Eu lhes dei tua palavra, mas o mundo as odiou porque não são do mundo, como eu não sou do mundo.”

Jesus, entre os Homens frios, entre aqueles que tinham a aparência de “santo”, mas o coração petrificado pelo egoísmo, pelo orgulho e pela vaidade, entre aqueles que queriam manter seus privilégios através da ignorância do povo, entre esses, Jesus foi odiado. Foi odiado porque não pertencia a esse mundo: mundo de iniquidade, mundo de falsos valores, mundo de ignorância.

Assim como o Mestre, seus fiéis discípulos seriam odiados por aqueles que cultivavam os valores desse mundo das coisas materiais. Seriam também perseguidos, seriam, por muitos, objeto de desprezo, de ironia, de indiferença.

No entanto, ao mesmo tempo, seriam ouvidos por tantos outros; seriam acolhidos por todos aqueles que estivessem cansados de seus fardos, cansados da iniquidade, cansados da vida mundana; seriam ouvidos por todos aqueles que estavam desejosos de aprender e crescer, desejosos de se libertar pela verdade.

Jesus era, pois, do “mundo” dos valores espirituais, onde as Leis Divinas reinam de forma soberana, absoluta, onde apenas o Bem vence.

Mas Jesus era o Mestre maior, e, mesmo diante de toda a ignorância dos Homens, a todos perdoou. Seu Amor infinito é capaz de envolver a todos nós. Um dia, toda a Humanidade o ouvirá, e, então, todos seremos como “Um”. Por isso disse: “Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra crerão em mim: a fim de que todos sejam um”.

Quando todos forem capazes de encontrar a Luz, forem capazes de reconhecer no Evangelho de Jesus a mais sublime canção sobre a Verdade e a Eternidade, então todos nós seremos “Um”, eis que seremos movidos apenas pela Lei do Amor, e reinará a amizade, a fraternidade, a caridade universal. O Mal será erradicado, extinto, aqui da Terra, e não mais haverá a multidão de aflitos, de crianças abandonadas, de idosos desamparados, de famintos sem nem um pedaço de pão. Todos esses males, essas aflições, desaparecerão.

Todos nós seremos “Um” e poderemos, nesse grande dia, com a Humanidade renovada, ouvir juntos a Voz do sublime Pastor.

Que possamos, cada um de nós, tomar parte na expansão do Evangelho, através de nossa palavra, anunciando a Boa Nova, e principalmente, exemplificando como Jesus nos ensinou.

QUESTÃO REFLEXIVA:

O que podemos fazer para divulgar ainda mais o Evangelho de Jesus, para que, um dia, todos nós sejamos “Um”?

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP
- Xavier, Francisco C./Humberto de Campos - Boa Nova.
- Espiritismo de A a Z - Ed. FEB.
- Franco, Divaldo P./Amélia Rodrigues - Sou Eu.


Fonte da imagem: Internet Google.

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