CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

13ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Os Apóstolos em Jerusalém e o Dia de Pentecostes

INTRODUÇÃO AO “ATOS DOS APÓSTOLOS”

“Atos dos Apóstolos” é o livro do Novo Testamento que foi escrito por Lucas, o mesmo autor do 3° Evangelho.

Diferentemente dos demais discípulos, que eram, em sua maioria, homens simples, muitos deles pescadores, Lucas era médico, havia nascido em Antioquia, era fluente na língua grega - a língua culta da época.

Lucas não foi um discípulo direto de Jesus. Sua conversão aconteceu ouvindo as exposições de Paulo. Aqui, devemos lembrar que o apostolo Paulo também não foi discípulo direto de Jesus, seu chamado foi posterior à partida de Jesus.

“Ato dos Apóstolos” é uma obra em que Lucas narra como foi o início da missão dos apóstolos de Jesus; descreve a formação das primeiras comunidades cristãs; conta como se deu o ministério dos apóstolos, especialmente de Pedro e de Paulo; mostra, enfim, como foi à expansão do Cristianismo.

Provavelmente, como cita a maioria dos estudiosos, esse livro foi redigido entre os anos de 61 a 63 D.C.

De valor inestimável, temos nesse livro um canto de louvor ao Cristianismo nascente, dos homens que o consolidaram, com manifestações de fé inigualável, e da Espiritualidade Superior que os sustentou sob a amorosa liderança de Jesus.

OS APÓSTOLOS EM JERUSALÉM

“Então, do monte chamado das Oliveiras, voltaram a Jerusalém. A distância é pequena: a de uma caminhada de sábado. Tendo entrado na cidade, subiu a sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho de Tiago. Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com seus irmãos.” (At 1:12-14).

Em Jerusalém, após a partida do Mestre, ainda ressoava a sua mensagem de Amor. Essa grande cidade era o palco das principais atividades da sociedade judaica. Além das práticas religiosas que eram direcionadas para o grande Templo, aquele centro urbano era o núcleo da atividade social e política da época. Para lá, por exemplo, acorriam às multidões para as celebrações das festas religiosas, como a comemoração da Páscoa.

Diante da importância daquela grande cidade, pouco antes de sua partida, Jesus orientou aos seus apóstolos que, inicialmente, permanecessem em Jerusalém, como podemos verificar em Lucas, cap. 24, versículo 47.

Os discípulos, após o choque da despedida do Mestre, tiveram a esperança restabelecida com o reaparecimento de Jesus. Na obra “Dias Venturosos”, psicografado por Divaldo Franco, Amélia Rodrigues, na mensagem n° 22, descreve: “Reconfortados pela sua ressurreição, cantavam-lhes nas almas as festivas reminiscências dos reencontros com o amigo redivivo, em exuberante vitalidade, que nunca mais desapareceria das suas existências.

(...) As notícias do retorno do Mestre produziram diferentes reações, como seria de esperar-se: alegria e curiosidade nas massas, medo e perversidade nos culpados.

“Desejando silenciar a Voz da Verdade, tornaram-na mais potente; pretendendo matar o Cantor fizeram-no mais vivo, e objetivando anular-lhe a mensagem, abriram mais amplo espaço para fazê-la ouvida.”

A missão deveria continuar. Era imperioso que a tarefa continuasse e o Evangelho fosse propagado por todos os cantos. Eles estavam dispostos. Jesus os acompanharia!

A ESCOLHA DE MATIAS

“Naqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos - o número das pessoas reunidas era de mais ou menos cento e vinte - e disse: ‘Irmãos, era preciso que se cumprisse a Escritura em que, por boca de Davi, o Espírito Santo havia de antemão falado a respeito de Judas, que se tornou guia daqueles que prenderam a Jesus. Ele era contado entre os nossos e recebera sua parte neste ministério. Ora, este homem adquiriu um terreno com o salário da iniquidade...”

(...) É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que dentre nós foi arrebatado, um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição’.

Apresentaram então dois: José, chamado Barsabás e cognominado Justo, e Matias. E fizeram essa oração: ‘Tu, Senhor: que conheces o coração de todos, mostra-nos qual desses dois escolhestes, a fim de ocupar; no ministério do apostolado, lugar que Judas abandonou, para dirigir-se ao lugar que era seu’.

“Lançaram sortes sobre eles, e a sorte veio a cair em Matias, que foi então associado aos onze apóstolos.” (At 1:15-26).

Jesus havia escolhido doze apóstolos, mas, após o trágico fim de Judas, apenas onze apóstolos haviam restado.

O número doze, precisamos recordar, era muito significativo para os hebreus, pois simbolizava as “Doze Tribos” de Israel, que haviam se formado da descendência do patriarca Jacó.

Os hebreus há que se acrescentar, formavam um povo arraigado nas tradições antigas, nos seus antigos profetas. Os grandes eventos encenados por seus ancestrais tinham um enorme valor emblemático, simbólico que lhes conferia satisfação e orgulho.

Quando Jesus, então, escolheu os “doze”, foi exatamente pelo reconhecido significado que esse número tinha. O Mestre jamais violou consciências, jamais impôs uma revolução forçada aos costumes e tradições dos antigos. Jesus não tinha vindo para destruir a “Lei e os Profetas”. Tudo tem seu tempo.

O número “doze” deveria ser mantido. Pedro, que começava a emergir como o líder dos discípulos, reúne-os, em assembleia, para eleição de um novo integrante.

Quais deveriam ser os requisitos para alguém receber tão importante incumbência de ser um apóstolo de Jesus?

Vejamos as exigências contidas na afirmação de Pedro:

“homens que nos acompanharam todo tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio”.

Não poderia, obviamente, ser alguém que não tivesse convivido com Jesus, presenciado seus sublimes exemplos, sido testemunha das incontáveis curas, acompanhado o Mestre incomparável em cada um de seus feitos que transbordavam sabedoria, compreensão e humildade.

Tinha que ser alguém que tivesse firme convicção e fé, alguém que fosse capaz de propagar o Evangelho da forma pura que foi apresentado por Jesus. E havia, como vemos no Evangelho de Lucas, no cap. 1, Versículo 1, mais setenta e dois discípulos a quem Jesus contou, pessoalmente, a tarefa de anunciar o “Reino de Deus”.

Matias, provavelmente, deveria ser um desses setenta e dois discípulos que já seguiam o Cristo “a começar do batismo de João”.

João, o Batista, foi, sem duvida, um dos maiores profetas que antecederam Jesus; ele foi o seu precursor.

Ele era respeitado pelo povo, que o reconhecia como profeta. Muitos dos discípulos de Jesus tinham sido discípulos de João Batista. Não havia - afirmou o Mestre - dentre os nascidos de mulher, ninguém maior que João Batista.

Foi a partir do batismo realizado por João que Jesus iniciou sua vida pública, eis o motivo da importância que Pedro lhe atribuiu.

“Um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição”.

O reaparecimento de Jesus após a crucificação é um dos momentos mais marcantes de sua missão. Esse é um ponto capital do Cristianismo, pois demonstra que a vida continua após a morte do corpo físico, demonstra a imortalidade da alma.

Aquele que seria designado como o 12° apóstolo deveria, pois, sem vacilações, ser testemunha plena de todos os atos de Jesus e de seu reaparecimento. Deveria estar convicto para dizer bem alto: Jesus está vivo!

É interessante notar em relação a Matias, como também em relação a muitos outros discípulos que compuseram o Colegiado Apostólico, que não há muitos dados sobre o desempenho de sua missão e o caminho que seguiu.

No entanto, não podemos esquecer que aqueles que buscam o “Reino de Deus” e perseveram em sua divulgação, não buscam méritos para si mesmos, mas têm por objetivo a implantação do Evangelho na Terra. Como disse o Mestre: “Maior será aquele que se fizer menor.”

Matias, por certo, confiante no Mestre Maior, deve ter executado com pleno êxito sua missão.

O DIA DE PENTECOSTES

“Tendo-se completado dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-Lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimirem”.

Achavam-se então em Jerusalém judeus piedosos, vindos de todas as nações que há debaixo do céu. Com o ruído que se produziu, a multidão acorreu e ficou perplexa, pois cada qual os ouvia falar em seu próprio idioma. Estupefatos e surpresos, diziam: ‘Não são, acaso, galileus todos esses que falam? Como é, pois, que os ouvimos falar a cada um de nós, no próprio idioma em que nascemos? Habitantes da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfilia, do Egito e das regiões da Líbia próximas de Cirene; romanos que aqui residem; tanto judeus quanto prosélitos, cretenses e árabes; nós os ouvimos anunciar em nossas próprias Ínguas as maravilhas de Deus!’ Estavam todos estupefatos. E, atônitos, perguntavam uns aos outros: ‘Que vem a ser isto? ’Outros, porém, zombavam: ‘Estão cheios de vinho doce!’.” (At 2:1-13).

O dia de Pentecostes é uma das datas mais significativas para o Cristianismo. É considerado, por muitas correntes da teologia Cristã, como sendo o dia da vinda do Paráclito, ou seja, o Consolador Prometido.

No entanto, como os Espíritos Superiores, de forma categórica, elucidaram a Kardec, o Consolador não poderia ter vindo naquela época, pois o próprio Cristo havia advertido que as pessoas ainda não estavam preparadas para sua vinda.

O dia de Pentecostes cabe-nos inicialmente observar, foi instituído por Moisés, conforme podemos encontrar no livro do Êxodo, cap. 23, versículos 14 a 17, e cap. 34, versículos 18 a 23. Tratava-se de uma festa em comemoração as colheitas. Ela ocorria, exatamente, cinco dias após a Páscoa judaica.

Esse grande evento acontecia em Jerusalém. Nesse dia, afluíam para as comemorações, além dos hebreus, vários outros povos estrangeiros. Muitos vinham para comerciar, muitos outros vinham para participar das festividades. Por suas origens diversas, havia pessoas que falavam os mais variados idiomas e dialetos.

Os discípulos estavam presentes nesse dia de Pentecostes, que estava acontecendo cinco dias após a Páscoa judaica em que ocorreu a crucificação do Cristo.

No final do dia, encerradas as comemorações, conforme transcrito na passagem acima houve uma eclosão de manifestações mediúnicas.

Os apóstolos, então, plenamente envolvidos pelo Plano Espiritual Superior, manifestaram a xenoglossia, ou seja, a faculdade mediúnica de falar em línguas estrangeiras que sejam estranhas ao médium.

Temos que lembrar que os discípulos de Jesus, quando o Mestre ainda os preparava para suas missões, foram, em certa ocasião, convocados ao trabalho, conforme encontramos em Mateus, cap. 1, versículo 1:

“Chamou os doze discípulos e deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos impuros e de curar toda sorte de males e enfermidades.”

As faculdades mediúnicas, como ensina Kardec, depende de uma disposição orgânica. Os discípulos, assim, possuíam-nas, mas Jesus convoca-os a exercitá-las, incutindo-lhes fé. E eles, de fato, exercitaram-na como podemos ver nos Evangelhos.

No Pentecostes, entretanto, houve uma manifestação rara pela proporção que tomou. Todos os discípulos manifestaram a mediunidade ao mesmo tempo.

O evento foi tão impressionante que eles próprios ficaram surpresos. A multidão, então, acorreu até eles, e as pessoas ficaram perplexas, com que ouviam: o Evangelho era pregado em seus próprios idiomas!

Os céticos - eis que os incrédulos existem em todos os tempos - zombavam e diziam: “Estão cheios de vinho doce”.

Nesse dia, que, repetimos, é um marco na historia da mediunidade, ocorreu à consolidação da missão dos apóstolos. A partir daquele dia, eles seguiriam confiantes e compromissados com suas tarefas.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Quais condutas devem ser observadas, hoje em dia, por àqueles que desejam tornar discípulos de Jesus?


Fonte da imagem: Internet Google.

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