CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

14ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Atividade Missionária De Pedro - 2ª Parte

Os apóstolos, em suas atividades missionárias, prosseguiam anunciando a Boa Nova. Agiam não apenas na Casa do Caminho, mas suas ações estendiam-se por toda a Palestina.

Em certa feita, Filipe desceu a cidade de Samaria e começou a anunciar Jesus à população. Então, ocorreu que muitos possessos foram libertados de seu jugo obsessivo. Foram curados também inúmeros paralíticos, sendo grande a alegria na cidade.

SIMÃO, O MAGO (At 8:4-25)

“Ora, vivia há tempo, na cidade, um homem chamado Simão, qual, praticando a magia, excitava a admiração do povo de Samaria e pretendia ser alguém importante. Todos, do menor ao maior lhe davam atenção, dizendo: ‘Este homem é Poder de Deus, que se chama o Grande’”.

Davam-lhe atenção porque ele, por muito tempo os fascinara com suas artes mágicas. Quando, porém, acreditaram em Filipe, que lhes anunciara a Boa Nova do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, homens e mulheres faziam se batizar.” (At.8:9-12).

Simão, o mago, como foi descrito acima, possuía alguns pendores mediúnicos e muitos lhe davam ouvidos. Entretanto, após a pregação de Filipe, ele se tomou adepto da nova doutrina.

Os apóstolos que estavam em Jerusalém souberam que a Samaria acolhera a palavra de Deus e para lá enviaram Pedro e João que, lá chegando, impunham as mãos nos recém-convertidos, despertando-lhes a faculdade mediúnica.

Ora, Simão, que já havia observado os prodígios operados por Filipe, não conhecia esse novo dom, ficando, por isso, maravilhado e desejoso de possuí-lo. Como ele poderia fazer para alcançar seu intento?

Simão afagava a ideia de consultá-los a respeito de seus dons espirituais. Considerava ele que não poderia haver maior tesouro para triunfar na vida. .. Certamente, pensava em mercadejar nesse ministério.

Contudo, os missionários de Jesus ganhavam apenas a Misericórdia de Deus, uma vez que não seria lícito mercadejar com o que pertence ao Pai.

Provavelmente, Simão estava convicto de que traziam com eles certos talismãs e se dispunha a comprá-los por qualquer preço. Não seria crível que eles fizessem semelhantes obras sem a contribuição de sortilégios - pensava. Mas, o Apóstolo somente conhecia um “sortilégio” eficiente: o da fé em Deus com o sacrifício de si mesmo.

Para Simão, entretanto, a vida tinha suas necessidades urgentes. Era indispensável prever e amealhar recursos. Ele estava disposto a entregar aos Apóstolos o seu dinheiro em troca desse dom.

Pedro, conhecedor do coração humano, contemplou Simão cheio de comiseração por sua ignorância. Mas precisava adverti-lo com energia, para nos deixar o exemplo de que a Divindade não se subordina, e nem se deve pagar com o dinheiro da Terra, as coisas dos Céus.

“Pereça o teu dinheiro, e tu com ele, porque julgaste poder comprar com dinheiro dom de Deus! Não terás parte nem herança neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua maldade e ora ao Senhor; para que te possa ser perdoado este pensamento do teu coração; pois eu te vejo na amargura do fel e nos lagos da iniquidade.” (At 8:2-23).

Simão, inteligente, compreendeu logo o que Pedro dissera, e lhe rogou, como a João, para que nada lhe acontecesse por aquela sua ousadia, e pediu aos Apóstolos que intercedessem por ele junto ao Senhor.

PEDRO EM LIDA E JOPE (At 9:32-43)

“Aconteceu que Pedro, que se deslocava por toda parte, desceu também para junto dos santos que moravam em Lida. Encontrou ali um homem chamado Enéias, que há oito anos estava de cama: era paralitico. Pedro então lhe disse: ‘Enéias, Jesus Cristo te cura! Levanta-te e arruma teu leito’. Ele imediatamente levantou-se”. (At 9:32-34).

“Ora, em Jope havia uma discípula, chamada Tabita, em grego Dorcas, notável pelas boas obras e esmolas que fazia. Aconteceu que naqueles dias caiu doente e morreu. Como Lida está perto de Jope, os discípulos, sabendo que Pedro lá se encontrava, enviaram-lhe dois homens com esse pedido: ‘Não te demores em vir ter conosco.’

Pedro atendeu e veio com eles. Pedro, mandando que todos saíssem, pôs-se de joelhos e orou. Voltando-se então para o corpo, disse: ‘Tabita, Levanta-te!’ Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se. Este, dando-lhe a mão, fê-La erguer-se.” (At 9:36-41).

Verificamos em “Atos dos Apóstolos”, nos trechos transcritos, esses dois interessantes casos de cura pelas mãos de Pedro.

Cairbar Schutel, em sua obra “Vida e Atos dos Apóstolos”, destaca que uma das principais características dos Apóstolos era a cura dos enfermos. Pedro possuía esse dom e o exercia com muita frequência.

As curas espirituais produziam grande contribuição para a conversão dos incrédulos. Não era só o enfermo curado que se convertia, mas todos os que tinham conhecimento do caso.

Dotado de faculdades magnéticas e ainda auxiliado pelos Bons Espíritos, agindo em nome de Jesus, Pedro fez inúmeras conversões, mais por meio das curas do que pelo uso da palavra.

A cura é um fato que toca logo o coração, ou o sentimento dos envolvidos. Enéias e Tabita, tendo recebido os fluidos vitalizantes de que necessitavam, ergueram-se e ficaram sãos.

Especialmente em relação à Tabita, podemos observar que suas boas obras justificavam o merecimento de receber as benesses dos Espíritos do Senhor.

Esses casos de “ressurreição” não se deram, como se vê, só no tempo em que Jesus cumpria o seu messianato, mas também no tempo dos discípulos. Em Tabita, como em outros casos, não havia o desligamento completo do Espírito do corpo físico.

Pedro não se contenta em pronunciar lindas palavras aos seus ouvidos, renovando-lhe as forças gerais: dá-lhe as mãos para que se levante. O ensinamento é dos mais simbólicos.

Observamos muitos companheiros a se erguerem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, banhados pela divina claridade do Mestre e que podem levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior. Para isso, não bastara à predicação pura e simples. E imprescindível usar nossas próprias mãos na tarefa do Bem.

PEDRO E O CENTURIÃO ROMANO (At 10:1-43)

“Vivia em Cesaréia um homem chamado Cornélio, centurião da corte itálica. Era piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa; dava muitas esmolas ao povo judeu e orava a Deus constantemente. Ele viu claramente, em visão, cerca da hora nona do dia, o Anjo do Senhor entrando em sua casa e chamando-o: ‘Cornélio!’ Fixando os olhos nele e cheio de temor perguntou-Lhe: ‘Que há, Senhor? ’E o Anjo lhe disse: ‘Tuas orações e tuas esmolas subiram até a presença de Deus e Ele se lembrou de ti. Agora, pois, envia alguns homens a Jope e manda chamar Simão, cognominado Pedro’”. (At 1:1-5).

Por onde passava, o discípulo de Jesus ia deixando um rastro de luz e esperança. Mais do que pelas palavras, deixava que as ações falassem por si, assim como o Mestre havia feito.

O trabalho prosseguia árduo, mas gratificante. Lentamente, através de muito esforço e sacrifício, o Evangelho ia sendo levado e atraía cada vez mais adeptos. Pedro sentia-se feliz. Amava sobremaneira o Mestre e cada vez que pregava ou curava em nome de Jesus, era como se o visse ao seu lado, sorrindo ternamente, encorajando-o a prosseguir. Cada desvalido que o procurava era uma nova oportunidade de estar mais próximo do Mestre.

Eis que, certo dia, em êxtase, teve uma visão:

“Viu céu aberto e um objeto que descia semelhante a um grande lençol, baixado a terra pelas quatro pontas. Dentro havia todos os quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu. Uma voz lhe falou: ‘Levanta-te, Pedro, imola e come! ’ Pedro, porém, replicou: De modo nenhum, Senhor, pois jamais comi coisa alguma profana e impura!’ De novo pela Segunda vez, a voz Lhe falou: ‘Ao que Deus purificou, não chames tu de profano'. Sucedeu isto por três vezes, e logo o objeto foi recolhido ao céu.” (At 10:11-16).

Esta visão preparou-o para o encontro a seguir. Cornélio, homem temente a Deus, já havia sido inspirado a procurar Pedro. Era necessário que a divulgação do Evangelho chegasse a outros povos não judeus - “os gentios” - como eram denominados. Era necessário que as barreiras de etnia fossem suplantadas, ultrapassadas, para que a Mensagem Divina chegasse a todos os corações. O apóstolo abnegado, compreendendo a orientação espiritual, profere:

“Dou-me conta, em verdade, que Deus não faz acepção de pessoas, mas que, em qualquer nação, quem o teme e pratica a justiça, Lhe é agradável. Tal é a palavra que ele enviou aos israelitas, dando-lhes a boa nova da paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos.” (At 10:34-36).

As barreiras da intolerância começavam a ser rompidas. O missionário do Cristo prosseguiria exemplificando a Boa Nova a todos que encontrava.

LIBERTAÇÃO DE PEDRO (At 12:1-19)

“Nessa mesma ocasião o rei Herodes começou a tomar medidas visando a maltratar alguns membros da Igreja. Assim, mandou matar à espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agrada aos judeus, mandou também prender Pedro. Mas, enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja fazia ardentemente oração a Deus, em favor dele”. (At 12:1-5).

A vida dos apóstolos foi cheia de sofrimentos de um lado e de triunfos de outro. As perseguições, as calúnias, as injurias, as prisões cobriam sempre com desdouro os discípulos de Jesus; mas, por outro lado, os Espíritos operavam, por seu intermédio, maravilhas que lhes davam alegrias, felicidades íntimas e muita gratidão a Deus.

Pedro, acompanhado sempre pelo Plano Espiritual Superior, fazia prodígios, e maravilhas operavam-se aos olhos de todos. O famoso pescador de Cafarnaum foi, de fato, um dos grandes irmãos dos infelizes.

Como narrado acima, Herodes lançou-o na prisão, onde foi guardado por quatro turnos de quatro soldados, pois tinha a intenção de apresentá-lo ao povo depois da festa da Páscoa. Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja orava a Deus, continuamente, por ele.

Na noite anterior a que Herodes o faria comparecer ante o tribunal, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes, enquanto guardas vigiavam a porta da prisão. E eis que apareceu um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos. O anjo continuou: “Cinge-te e calça as sandálias!” Pedro obedeceu, e anjo lhe disse: “Envolve-te no manto e segue-me!” Pedro acompanhou-o, sem saber se a intervenção do anjo era realidade; pensava que era uma visão. Depois de passarem pela primeira e pela segundo guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua, e logo depois o anjo o deixou. Somente, então Pedro caiu em si e disse:

“Agora sei realmente que o Senhor enviou seu Anjo, livrando-me das mãos de Herodes e de toda expectativa do povo judeu.” (At 12:11).

Tendo-se orientado, foi à casa de Maria, a mãe de João Marcos. Lá estavam muitos reunidos para orar. Bateu no portão de entrada e uma criada chamada Rosa foi atender. Ela reconheceu a voz de Pedro, mas tamanha foi a sua alegria que, em vez de abrir a porta, entrou correndo para contar que Pedro estava ali diante da porta. “Estás louca!” disseram-lhe. Mas ela insistiu. Disseram então: “Então é seu anjo”. E Pedro continuava a bater. Finalmente abriram a porta, viram que era ele e ficaram atônitos. Com a mão, Pedro fez sinal para que ficassem calados. Contou-lhes como o Senhor o fizera sair da prisão e acrescentou: “Anunciai isto a Tiago e aos irmãos” e partiu dali para outro lugar.

Ao amanhecer, houve grande confusão entre os soldados: que fim levou Pedro? Herodes o mandou procurar, mas não conseguiu localizá-lo.

A contribuição recebida por Pedro, no cárcere, representa lição para todos nos. Sob cadeias pesadíssimas, o pescador de Cafarnaum vê se aproximar anjo do Senhor, que o liberta, atravessa em sua companhia os primeiros perigos da prisão, caminha ao lado do mensageiro, ao longo da rua; contudo, o emissário afasta-se, deixando-o, novamente, entregue a própria liberdade, de maneira a não lhe desvalorizar as iniciativas.

Os auxílios do invisível são incontestáveis e jamais falham em suas múltiplas expressões, no momento oportuno; mas é imprescindível não nos viciemos com essa espécie de cooperação, aprendendo a caminhar sozinhos, usando a independência e a vontade no que é justo e útil, convictos de que nos encontramos no mundo para aprender, não nos sendo permitido reclamar dos instrutores a solução de problemas necessários a nossa condição de alunos, dentro do livre arbítrio que nos é concedido.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente a importância de Pedro para o Cristianismo nascente.

Bibliografia:
- A Bíblia de Jerusalém
- Xavier, Francisco C. /Emmanuel - Pão Nosso.
- Xavier, Francisco C. /Emmanuel - Fonte Viva.
- Xavier, Francisco C. /Emmanuel - Caminho, Verdade e Vida.
- Xavier, Francisco C. /Emmanuel - Paulo e Estevão.
- Franco, Divaldo Pereira/Amélia Rodrigues - Pelos Caminhos de Jesus.
- Schutel, Cairbar -Vida e Atos dos Apóstolos


Fonte da imagem: Internet Google.

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