CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

19ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Magnetismo e Fluidos

FRANZ ANTON MESMER

Nasceu em 23 de maio de 1734, e pertencia a uma família numerosa, na região de Iznang, território atual da Alemanha, fronteira com a Áustria e a Suíça.

Aos nove anos de idade, foi encaminhado pelos pais ao monastério Reichenau, em Constança, onde receberia uma formação refinada, despertando a sua paixão para as ciências e a música.

Aos quinze anos recebeu uma bolsa de estudos para uma Universidade em Dillingen, onde permaneceu por quatro anos, estudando filosofia, e complementou seus estudos em Teologia na Universidade de Ingolstadt, por mais cinco anos.

Em 1759, aos vinte e cinco anos, estabeleceu-se em Viena, Áustria, onde cursou Direito durante um ano para, posteriormente, ingressar na Universidade de Viena, onde, finalmente, dedicar-se-ia a Medicina.

Tomou-se doutor em Medicina em 1765, através de uma dissertação sobre a influência dos planetas sobre o corpo humano.

Nesta tese, Mesmer nomeou de magnetismo animal a propriedade do corpo animal que o toma sensível a ação dos corpos celestes e da terra. Ele utilizou a expressão fluido universal para designar a origem de todas as forças do universo tais como a gravidade, o magnetismo, a luz, a eletricidade, e tudo o mais que nele existe.

Este mesmo conceito foi resgatado por Allan Kardec em 1857, na obra “O Livro dos Espíritos”.

Cada força encontrar-se-ia em um estado diferente de vibração, mas com a origem comum no fluido universal.

Suas ideias foram desenvolvidas a partir da observação dos fatos, ou seja, dentro do método científico. Por exemplo, em uma determinada ocasião, Mesmer observou, ao aproximar-se de um ferido de guerra, que o sangramento do ferimento do soldado cessava quando ele, Mesmer, dirigia a sua atenção para a lesão.

Quando ele se afastava, o sangramento reiniciava. Repetiu os movimentos várias vezes e estabeleceu uma relação de causa e efeito entre a sua vontade e o fenômeno observado.

Inicia-se o desenvolvimento de toda uma ciência do magnetismo animal.

Embora a constatação do fluido proposto por Mesmer não fosse possível cientificamente, a aplicação de sua terapêutica em inúmeros pacientes, com resultados positivos, era uma prova indireta de sua teoria.

Inúmeros casos corroboram essa afirmativa, como o caso da Senhora de Berny que o procurou, com um quadro de cegueira parcial, insônia, dores nos braços, na cabeça, no abdômen, além de melancolia. Ela já havia sido avaliada por quatro médicos tradicionais, submetida a diversos tratamentos da medicina oficial daquela época, sem melhora da sintomatologia apresentada. Após dois anos de tentativas, procurou Mesmer e através de sua terapêutica apresentou regressão completa de todos os sintomas, inclusive da cegueira.

Nos primeiros tempos, muitos magnetizadores como Mesmer utilizavam alguns instrumentos como a tina (“baquet”), a varinha de metal, a magnetização das águas, de garrafas e de árvores para que o magnetismo animal fosse aplicado. Estes objetos serviriam como facilitadores da ação do magnetizador.

Entretanto, pouco tempo depois, Mesmer passa a praticar a imposição de mãos, a utilização de sopros, já que ele acreditava que a vontade do magnetizador tinha grande importância no alivio e nas curas dos enfermos que o procuravam. Além disso, o recurso do sonambulismo passa a ser aproveitado como uma importante medida terapêutica.

Mesmer transfere-se para Paris em 1778, na esperança de demonstrar seus postulados, baseados na ciência do magnetismo animal, e esclarecer seus métodos terapêuticos para uma infinidade de doenças. Não foi bem aceito nem pela sociedade médica, nem pela cientifica.

Logo as opiniões científicas foram sendo divididas, e foi se formando uma oposição sistemática as suas ideias.

Em 1781, publicou em Paris a obra: “Resumo Histórico dos Fatos Relativos ao Magnetismo Animal”.

Através de suas técnicas auxiliou inúmeros pacientes, principalmente os que não encontravam alivio na Medicina oficial da época.

Sua contribuição não se restringiu apenas a Medicina.

As obras de Mesmer apresentam assuntos variados quanto a Filosofia, a Física, a Fisiologia e a Sociologia. A ciência do magnetismo animal abriu caminho para outras ciências como a Psicologia e a própria Ciência Espírita.

Mesmer pode ser considerado um grande humanitário; defendeu suas teorias até o final de sua vida, com persistência e vigor invejáveis, apesar de todas as perseguições sofridas.

Sua trajetória demonstra uma luta imensa, não por prestigio ou renome, que ele poderia ter adquirido como médico dedicado que era, mas por querer ir além do óbvio e confortar os que não encontravam alivio na ciência oficial.

Em 1815, desencarnou na região de Suábia, atual Alemanha, deixando ao mundo sua exemplificação e um passo adiante no conhecimento da alma humana.

ALLAN KARDEC E O MAGNETISMO

Hippolyte Léon Denizard Rivail iniciou o estudo sobre magnetismo animal por Volta de 1823.

Buscou estudar o magnetismo animal e o sonambulismo durante trinta e cinco anos, mesmo antes de tomar-se o codificador da Doutrina Espírita. Dedicou-se, principalmente, ao estudo do sonambulismo, em todas as suas fases.

Allan Kardec tornou-se um estudioso do magnetismo.

Chegou a participar da Sociedade de Magnetismo de Paris, dirigida à época pelo barão de Potet, considerado um magnetizador da segunda geração, o qual utilizava técnicas para provocar o sonambulismo.

Fez bons amigos entre os magnetizadores, pois não podemos esquecer que foi o Sr. Fortier experiente magnetizador, que chamou a atenção do futuro codificador espírita para o fenômeno das mesas girantes, como relatado em “Obras Póstumas”:

(Fortier) – Sabeis que se acaba de descobrir no magnetismo uma singular propriedade? Parece que não são somente as pessoas que se magnetizam, mas também as mesas que giram e andam a nossa vontade.

(Kardec) - E com efeito singular; respondi-lhe; mas isso não me parece rigorosamente impossível. O fluido magnético, espécie de eletricidade, pode muito atuar sobre os corpos inertes e fazê-los mover Tempo depois, tornei a encontrar Fortier que me disse:

(Fortier) - Mais extraordinário do que fazer uma mesa girar e andar é fazê-la falar: perguntam e ela responde.

(Kardec) - Isso é outra questão, respondi-lhe. Só acreditarei se ver ou se me provarem que a mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tomar-se sonâmbula. Até então, permita-me que considere isso uma história fabulosa.

Este fato impulsionou a curiosidade e a sede de saber de Kardec para que buscasse respostas ao fenômeno das mesas girantes, e em pouco tempo, todo um mundo novo se descortinou aos olhos do grande pesquisador e pedagogo, culminando com a codificação de “O Livro dos Espíritos” em 1857.

Já nesta obra, ao comentar a questão 555, Kardec refere-se à importância do magnetismo: “O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma infinidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu muitas fábulas, em que os fatos são exagerados pela imaginação...”

Complementando essa assertiva, o codificador assinala na “Revista Espírita” de 1858: “O magnetismo preparou o caminho do espiritismo, e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos as vulgarização das ideias sobre a primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase das manifestações espíritas há apenas um passo; sua conexão é tal que, por assim dizer é impossível falar de um sem falar de outro”.

Com o desenrolar das pesquisas e dos estudos, Kardec expandiu a Ciência Espírita a partir do conhecimento do magnetismo, ampliando- a sobejamente com as informações obtidas através do mundo espiritual. Em “O Livro dos Médiuns”, em 1861, buscou deixar bem claro a diferença entre a terapêutica magnética propriamente dita e a mediunidade de cura. A magnetização comum seria uma forma de tratamento, com sua própria técnica sequencial, enquanto nos médiuns curadores, a faculdade é natural, afiançada pela intervenção espiritual, sem a qual não seria possível a cura.

A pesquisa de Kardec continuou e vemos na obra “A Gênese”, de 1868, todo um desenvolvimento sobre os fluidos, inclusive o magnético, sem os quais não seria possível a explicação sobre muitos dos fenômenos tidos como “sobrenaturais” ou “milagres”, dando uma nova dimensão da atuação de Jesus entre nós e da nossa capacidade de, em o seguindo, fazer, como ele mesmo disse, o que ele fazia e muito mais.

Diante dessa cumplicidade de ideias entre os dois pensadores, não nos surpreende a existência de comunicações de Mesmer, já no mundo espiritual, na “Revista Espírita”, como a de 1864:

“A vontade tanto desenvolve o fluido animal quanto o espiritual, porque, todos sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo numero estão o magnetismo animal, e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus”.

QUESTÃO REFLEXIVA:

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Fonte da imagem: Internet Google.

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