CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

18ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Os Falsos Profetas e os Verdadeiros Discípulos

Conhece-se a Árvore Pelos Frutos

“Não há árvore boa que dê fruto mau, e nem árvore má que dê fruto bom; com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto, não se colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças. O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom, mas o mal tira o que é mau; porque a boca fala daquilo que está cheio o coração.” (Lc 6:43-45).

Nesta passagem ensina Jesus que não é boa a árvore que dá maus frutos; nem má a arvore que dá bons frutos.

Portanto, cada arvore é conhecida pelos seus frutos.

Nesta figura temos, principalmente, a imagem do que muitos fazem com suas faculdades humanas.

O ser humano, sabemos, tem um potencial imensurável para desenvolver seus dons, sua inteligência, suas habilidades; para fazer um número incontável de coisas.

E todo este potencial pode ser dirigido tanto para o bem como para o mal. É como, por exemplo, uma descoberta científica, que pode ser utilizada para benefício de uma coletividade ou da Humanidade, ou ser desvirtuada, visando interesses de alguns, com prejuízo para a maioria. Vemos que muitas pessoas usam toda sua inteligência e capacidade para fins egoístas, não compartilhando seus recursos, e, muitas vezes, prejudicando seu próximo.

Vemos, por exemplo, o que muitos fizeram com o Cristianismo, desvirtuando a mensagem de Jesus, adequando-a a seus interesses, monopolizando o conhecimento, distorcendo a Verdade e corrompendo muitas mentes.

À época de Jesus, vemos que muitos religiosos de então, apegados as suas práticas ritualísticas, consideravam o Cristo como um falso profeta, ou seja, eles não se preocupavam com o conteúdo, mas só com a forma.

Ora, como alguém em sã consciência poderia considerar Jesus como um falso profeta? Jesus, figuradamente falando, era a árvore boa em pessoa, e todos os seus frutos representam o mais puro bem, a mais pura caridade, a mais excelsa bondade e compaixão.

A propósito, pensando literalmente em frutos, poderemos ver que na natureza há árvores frutíferas que não são externamente belas, mas dão frutos doces e saborosos, e há, também, árvores que são muito belas externamente, com folhas bonitas e frondosas, mas que dão frutos amargos e rançosos.

O que importa, afinal, repitamos, não é a forma, mas o resultado. Ou seja, o que importa não é nosso procedimento mecânico, formalmente religioso, mas, realmente importa nossas boas intenções e nossas ações concretas fazendo o bem, sempre auxiliando, sempre construindo.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XVIII, item 16, diz: “Quais os frutos que a árvore do Cristianismo deve dar; árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com a sua sombra uma parte do mundo, mas ainda não abrigaram a todos os que devem reunir-se em seu redor? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, como o vem fazendo desde muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes, procurando distribuir os seus frutos. Mas quão poucos os colhem”.

A mensagem, então, convida-nos a cultivar a arvore da vida da forma que o Cristo a nos deixou, não a mutilando, mas cuidando com amor, pois então a veremos oferecer, com abundancia, os seus frutos divinos; veremos seus ramos crescerem e formarem uma sombra frondosa onde os viajantes encontrarão descanso; veremos como é bela e estará cheia de flores, apaziguando os corações, oferecendo alento àqueles que a procuram.

Nós podemos de certa forma, dizer que não caminhar nessa direção representa uma inatividade espiritual.

Podemos dizer que essa inatividade é o não emprego de uma possibilidade do Espírito, ou melhor, é a não concretização das faculdades plenas inerentes ao Espírito.

Resultados: entorpecimento da faculdade de pensar, obscurecimento da capacidade de compreender e endurecimento da capacidade de amar. Um pleno desperdício de faculdades tão preciosas. Mas, para algumas pessoas neste planeta todos esses dons estão, de certa forma, inativos, ou seja, estão próximos da natureza primitiva e longe da natureza espiritual. Nessa trilha não pode haver bons frutos.

O bom fruto é a propagação das palavras do Evangelho redivivo, esclarecedor, consolador. O bom fruto é ação caridosa de auxilio em quaisquer circunstâncias. O bom fruto é a postura e a conduta irrepreensível que devemos buscar para trilhar o caminho de Jesus.

Essa é uma Verdade que nunca podemos esquecer, para que sempre façamos o nosso melhor, façamos tudo aquilo que tiver de ser feito para alcançar o bem.

Na obra “Caminho, Verdade e Vida”, lição 122, Emmanuel, esclarece:
“O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência reclama fruto para examinar as sementes dos princípios. O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas...”.

Assim como a árvore boa gera bons frutos, o Homem que cultiva em si as boas virtudes e os bons sentimentos gera boas ações, pois utiliza do seu “bom tesouro”.

OS FALSOS PROFETAS

"Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os conhecereis...” (Mt 7-15-16).

Nessa passagem, somos convidados a ficarmos alertas, e desconfiarmos dos falsos profetas, especialmente neste momento de transição que vivemos, onde a Humanidade passa por grandes transformações.

E essas transformações podem ser percebidas na mudança de valores que ocorrem em todos os segmentos da sociedade.

Por exemplo, em relação ao acesso à informação, vemos uma verdadeira revolução do conhecimento; nunca se teve tanto acesso a informação como hoje; nunca ela esteve tão disponível como na atualidade.

Em relação a busca da Humanidade por um caminho religioso, um caminho de espiritualização, vemos que nunca houve tantas religiões, tantas seitas, tantas pessoas que se autodenominam como os “mensageiros da Verdade”, os “mensageiros de Deus” ou profetas.

Em quem acreditar?

Em sentido geral, chamam-se profetas aqueles que têm o dom de revelar o futuro, de fazer profecias. Nesse sentido profetizar e predizer o futuro tem o mesmo significado, ensina Kardec.

Mas - continua o codificador - ha um sentido evangélico para essa palavra. Profeta, assim, seriam todos aqueles enviados de Deus com a “missão de instruir os homens, de revelar as coisas ocultas, os mistérios da vida espiritual.” (ESE, cap. XXI, item 4)

Jesus advertiu-nos claramente que os falsos profetas viriam com o intuito de nos enganar. No Evangelho de Mateus, cap. 24:4-5 e 11-13, quando perguntaram ao Mestre sobre o “fim dos tempos”, Jesus responde: “Atenção para que ninguém vos engane. Pois muitas virão em meu nome, dizendo: ‘O Cristo sou eu’, e enganarão a muitos...”

“E surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos. E pelo crescimento da iniquidade, o amor de muitos esfriará. Aquele, porém, que perseverar ate o fim, este será salvo.”

Como então distinguir os falsos profetas?

Os falsos profetas são aqueles que prometem maravilhas, aqueles que prometem, muitas vezes, conduzir-nos a um caminho só de facilidades, de conquistas, sem trabalho, sem esforço.

Os falsos profetas são impostores que se apresentam como enviados de Deus, mas, na verdade, buscam uma vaidosa satisfação sobre a Terra; a eles falta a humildade e a caridade; e sobra a cobiça e o orgulho.

Os falsos profetas são exploradores da credulidade das pessoas e querem viver a custa daqueles que lhes dão ouvidos.

E por que esses enganadores conseguem tanta atenção das pessoas?

- porque encobrem a ignorância, a fragilidade ou a limitação dos homens, e assim agindo não ferem o orgulho das pessoas, mas, ao contrário, ressaltam qualidades que não existem;

- porque, como vemos, muitas pessoas querem conseguir, sem esforço, riqueza, poder, fama, e, exatamente por isso, são facilmente iludidas.

E há mesmo muitos falsos mensageiros que, em vez de despertar o verdadeiro sentimento religioso nas pessoas, ao contrário, incentivam a cobiça de seus seguidores e prometem grande riqueza, para que fiquem muito ricos materialmente, aqui mesmo na Terra, nesta vida.

Mas a grande verdade é uma só. É aquela trazida por todos os verdadeiros profetas, por todos os enviados de Deus, por todos os grandes Espíritos que vieram a Terra para esclarecer a Humanidade. A história bíblica cita vários deles.

Além de Israel, a história mostra que por todo o mundo sempre houve enviados de Deus que vinham anunciar as grandes verdades. Todos eles, a seu modo, disseram a mesma coisa: o caminho da realização exige esforço, empenho, dedicação, estudo, trabalho, caridade.

Sim, eis a primeira forma de se reconhecer o verdadeiro profeta. Ele não prometerá vitória fácil, não prometera sucesso imediato, não prometerá recompensa sem mérito, não prometerá felicidade sem buscarmos também levar felicidade ao nosso próximo.

E há uma segunda e principal forma de se reconhecer o verdadeiro profeta: mais do que falar, mais do que simplesmente anunciar as verdades sobre a vida espiritual, sobre o caminho para buscar a realização e a felicidade, mais do que palavras, o verdadeiro profeta é a pura exemplificação de todos os princípios que ele anuncia.

O verdadeiro profeta é a plena exemplificação das virtudes, a exemplificação da paciência, da devoção, da renúncia às coisas materiais, a exemplificação do sacrifício pessoal em beneficio do próximo, a exemplificação da caridade e do amor incondicional.

Ele traz a verdadeira orientação à Humanidade.

Dessa forma, aqueles que anunciam as grandes verdades, anunciam as mensagens do Evangelho, devem ser os primeiros a praticarem cada um dos preceitos que pronunciam. Afinal, qual é a credibilidade de alguém que fala uma coisa e faz outra?

Jesus, o justo por excelência, é especialmente lembrado por ter demonstrado na prática todos os seus ensinamentos.

E era por isso que Jesus atraia verdadeiras multidões, sedentas de conhecimento, ansiosas para ouvir as grandes verdades: as únicas que trazem a verdadeira paz interior, por que demonstram que existe a justiça Divina, mostram que nós somos os únicos responsáveis pela nossa situação feliz ou infeliz.

Precisamos, enfim, estar atentos, conforme exortação do apóstolo João, em sua primeira epistola cap. 4, vs. 1:

“Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois falsos profetas vieram ao mundo.”

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como devemos proceder para sermos “árvores que dão bons frutos”?


Fonte da imagem: Internet Google.

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