A Missão Cristã no Mundo e a Perfeição da
Lei
Vós
Sois o Sal da terra e a Luz do Mundo
E terminando
de enumerar as suas bem-aventuranças, Jesus dirige-se aos que as ouvem e lhes
diz com ênfase:
“Vós sois o
sal da terra. Ora, se o sal se torna insosso, com que o salgaremos? Para nada
mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.” (Mt 5: 13).
Jesus, em
sua arte de ensinar, sempre se utilizava de exemplos simples, mas que embasavam
seu ensinamento. Mas por que o sal? O sal é um mineral encontrado em toda parte
do globo, em todas suas regiões, tanto na terra quanto nos mares e oceanos.
É parte
fundamental da constituição de nosso corpo físico, sendo também responsável
pelo nosso equilibro orgânico. Mas, independentemente de onde o encontremos ele
será sempre o mesmo, ou seja, inalterável.
Ele se
mantém incorruptível, pois nada o altera, nem o deteriora, ou seja, ele não
assimila impurezas.
Como fala
Vinicius (Pedro de Camargo), na obra “Em Busca do Mestre”: “... o sal é o
condimento por excelência, usado na arte culinária para temperar alimentos.
Temperar é equilibrar é harmonizar os manjares com o paladar”.
Da mesma
forma, nossa vida pode ser analisada neste contexto, ou seja, de estar ou não
“temperada”, equilibrada.
Quando não
esta “temperada” ela se toma tediosa, as coisas ficam obscuras, sem sentido;
não encontramos felicidade nas coisas do cotidiano, como estar em família,
entre amigos. Não encontramos paz, nem conosco, nem com o mundo.
Temos,
portanto, dificuldades de alcançar nossos objetivos, principalmente os de
crescimento espiritual.
E o que dá o
“sal” a nossa vida?
Numa só
palavra, temos a resposta: o Evangelho.
A vivência
do Evangelho conduz-nos ao autoconhecimento e a percepção do mundo que nos
rodeia e das necessidades do outro. Esse processo permite que saiamos de nós
mesmos e percebamos que a nossa presença no mundo tem um significado maior.
Esse significado diz respeito também as nossas responsabilidades como
seguidores do Cristo.
Na mesma
obra acima citada, Vinicius acrescenta: “Esse é o papel que compete aos
discípulos do Mestre na sociedade: funcionar como elemento equilibrador
temperando todos os excessos. Equilíbrio é harmonia, e harmonia é felicidade.”
Aos seus
discípulos, Jesus sempre apresentou essa necessidade de ser como o sal, de ser
invulnerável a corrupção do mundo, de manter a essência do Evangelho, de ser o
diferencial, de ser aquele que traz algo mais.
Nós também
que queremos seguir o Mestre, precisamos ser esse algo mais, e buscar a
integridade e, por consequência, a honestidade em nossas ações. Assim como o
sal manifesta sempre as suas propriedades, o discípulo do Mestre age sempre na
causa do Bem.
Para sermos
elementos harmonizadores, onde estivermos, é fundamental que passemos a
vivenciar o Evangelho de Jesus. Esse deve ser o nosso roteiro para que possamos
fazer-nos úteis e assim cumprirmos a nossa missão na terra.
VÓS
SOIS A LUZ DO MUNDO
“Vós sois a
luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se
acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas do candelabro, e assim
ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz
diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem o
vosso Pai que esta nos céus.” (Mt 5: 14-16).
A “luz” é
uma palavra que tem forte simbolismo. Em seu significado literal ela significa
à fonte de energia que leva claridade a escuridão. Em nosso mundo, quando o
analisamos, podemos ver, em geral, todas as coisas sobre dois aspectos, ou
seja, os extremos opostos de uma dada circunstância. Assim, a luz, em seu
significado físico, tem como contraponto a obscuridade.
Por outro
lado, em seu simbolismo, ela tem uma riqueza de significados. Jesus, na
passagem acima, refere-se à luz para conceituar a potencialidade do Espírito,
que quando adquire o conhecimento e o coloca em prática, assemelha-se a uma
“lâmpada sobre o candelabro”, ou seja, ilumina, esclarece e revela as verdades
espirituais a aqueles que ainda se encontram nas sombras.
Esse, a
propósito, é um processo natural: o do aprendizado constante. À medida que o
ser avança em sua jornada evolutiva vai, naturalmente, buscando a luz do
esclarecimento e da razão. Como diz Kardec em “O Evangelho Segundo o
Espiritism0”, cap. XXIV item 4 “Acontece com os homens, em geral, o mesmo que
com os indivíduos. As gerações passam também pela infância, pela juventude e
pela madureza. Cada coisa deve vir a seu tempo, pois a sementeira lançada à
terra, fora de tempo, não produz.”
Não obstante
seja um processo natural, não podemos esquecer que o Espírito usa o seu livre
arbítrio para fazer suas escolhas, podendo elas serem sábias e, então,
conduzirem a bons resultados, ou, ao contrário, se for sem discernimento e sem
uso do bom senso, levar ao sofrimento. Desta forma, sempre depende de nós a busca
do conhecimento e a iniciativa de acelerar o nosso crescimento espiritual.
Nessa
preciosa passagem do Evangelho que ora analisamos, o Mestre ensina que não
devemos “colocar a lâmpada debaixo do alqueire”. É importante lembrar aqui que
em várias outras traduções da Bíblia, a palavra utilizada para lâmpada é
“candeia”. Qual o significado desse trecho?
Aqui a
palavra “alqueire” não é a nossa unidade de medida de superfície agrária, mas,
antiga vasilha de metal para medir produtos secos (trigo, arroz, etc.).
Assim temos,
em outras palavras, que a lâmpada não foi feita para ser colocada embaixo de
uma vasilha fechada, mas para ser colocada bem no alto, onde possa iluminar;
Clarear, revelar o ambiente, para que todos possam vê-la.
O Evangelho
é, pois, a Luz que ilumina o mundo!
Os
ensinamentos de Jesus trazem a revelação das verdades espirituais, extinguindo
as trevas decorrentes da ignorância e do egoísmo, e permite o avanço da
humanidade.
Essa luz
significa, ainda, a ação do ser que despertou para a verdade, e na sua vivência
passa a brilhar, beneficiando a si e a seus semelhantes. Esse brilhar implica
também em propagar a mensagem Cristã para toda a humanidade.
Jesus, com
esse fim, convidou todos os seus discípulos a divulgarem a mensagem evangélica
a todos os povos, para que levassem a luz, através do seu brilho próprio, de
forma incondicional, a quem os escutasse.
Meditando
sobre isso, notamos que em muitas épocas e ainda hoje, muitas vezes a luz foi
ocultada. Como isso ocorre? Analisando a questão, podemos identificar várias
situações que implicam em ocultar a luz; vejamos algumas:
- O egoísmo,
que é a principal chaga da humanidade e conduz o Ser a ignorar seu semelhante;
- A
dominação política, que leva um pequeno grupo a esconder conhecimento da
maioria para poder subjugá-la;
- A
imposição de crença religiosa que estabelece uma verdade como absoluta a todos
os fiéis, que os impede de exercer a fé raciocinada;
- A
ignorância, quando o Ser tem acesso a Verdade, mas por não ter maturidade, não
compreende o seu real significado e alcance.
Emmanuel, na
obra “Fonte Viva”, lição 81, ensina: “Atentemos para o símbolo da candeia. A
claridade na lâmpada consome força ou combustível. Sem o sacrifício da energia
ou do óleo não ha luz. Para nós, aqui, o material de manutenção é a
possibilidade, o recurso, a vida. Nossa existência é a candeia viva. É um erro lamentável,
despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso
egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal”.
Tem o mesmo
significado a imagem da cidade situada sobre o monte que não pode ser
escondida. Uma cidade, pela sua dimensão e pela movimentação, não pode,
obviamente, permanecer oculta, pois é totalmente visível, especialmente por
estar nas alturas de um monte.
Assim também
podemos representar o Evangelho de Jesus que, pelos seus valores morais
elevados, representa uma Luz grandiosa e resplandecente que dividiu a história
e transformou a humanidade.
A revelação
de Jesus, a sua mensagem de Amor, abriu caminhos para o advento da Doutrina
Espírita – A Terceira Revelação – que nos traz esclarecimentos e o
restabelecimento da Doutrina do Cristo.
Em síntese,
encontramos no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXIV, item 7: “O
Espiritismo vem atualmente lançar a sua luz sobre uma porção de pontos
obscuros, mas não o faz, inconsideradamente.
Os Espíritos
procedem, nas suas instruções, com admirável prudência. É sucessiva e
gradualmente que eles têm abordado as diversas partes já conhecidas da
Doutrina, e é assim que as demais partes serão reveladas no futuro, à medida
que chegue o momento de fazê-las sair da obscuridade.”
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Como, em
nosso dia-a-dia, podemos ser o “sal da terra” e a “luz do mundo”?
Fonte da imagem: Internet Google.
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