CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 28 de junho de 2016

12ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Quando Vos Insultarem

“Bem aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós”. (Mt 5:11-12)

Há a Lei dos homens que julga, condena ou absolve, dentro dos padrões de moralidade e intelectualidade de cada época do desenvolvimento humano. Essa Lei é ainda imperfeita e por vezes, ao nos sentirmos injustiçados ou insultados, desanimamos e sofremos nos tornamos descrentes e frios perante a vida. Porém, essas situações têm sempre alguma coisa a nos ensinar, buscando nos tomar mais justos, a não humilhar ou injuriar alguém e a não julgar ninguém pelo comportamento inadequado ou constrangedor, pois não conhecemos as circunstancias; as motivações e as dores que movem as pessoas.

Em “O Livro dos Espíritos”, Q. 937, encontramos: “As decepções provocadas pela ingratidão e pela fragilidade dos laços da amizade não são, também, para o homem de coração, uma fonte de amarguras?”

R. “Sim; mas, já vos ensinamos a lastimar os ingratos e os amigos infiéis, que serão mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta encontrara mais tarde corações insensíveis como ele próprio o foi. Pensai em todos os que fizeram maior bem do que vós, que valiam mais do que vós e no entanto foram pagos com a ingratidão. Pensai que o próprio Jesus, quando na Terra foi injuriado e desprezado, tratado de patife e impostor e não vos admireis de que o mesmo vos aconteça. Que o bem que fizestes seja a vossa recompensa neste mundo e não vos importeis com o que dizem os beneficiados”

E na Q. 938: ”As decepções causadas pela ingratidão não podem endurecer o coração e torná-lo insensível?”

R. “Seria um erro pensar assim, porque o homem de coração, como dizes, será sempre feliz pelo bem que praticar. Ele sabe que, se não o reconhecerem nesta vida, na outra o farão, e o ingrato sentirá então remorso e vergonha”.

Mesmo quando compreendemos que as decepções, insultos, injúrias, violências verbais, psicológicas e físicas fazem ainda parte da realidade do nosso planeta, é difícil não sofrer nessas situações, pois é inerente ao ser humano o desejo de amar e ser amado, acolhido e valorizado.

Não há pior escolha do que nos isolarmos em nosso sofrimento, nos tomarmos insensíveis, distantes ou amargos, pois a vida perde o sentido se não convivemos uns com os outros, trocando experiências, amor e dores também.

E nessa convivência por vezes tão dolorida que aprendemos a nos relacionar uns com os outros e a transformar sentimentos mesquinhos em amor, mas durante esse processo, muitas vezes esquecemos da brandura e da fraternidade, deixamos de nos respeitar mutuamente e criamos situações dentro e fora do nosso lar, que farão nos sentir injustiçados, insultados e perseguidos.

Jesus chamou a nossa atenção para isso, quando disse que percebemos com mais facilidade um pequeno cisco no olho do nosso irmão do que uma trave no nosso próprio olho, ou seja, que os nossos enganos são quase sempre maiores e mais graves do que os daqueles que condenamos.

Nossa memória é curta e esquecemos facilmente as ocasiões em que não controlamos nossos pensamentos e palavras e agimos do mesmo modo com os outros. Quantas vezes fomos tolerados, compreendidos e perdoados? Experimentemos analisar uma situação na qual estejamos nos sentindo injuriados e recordemos em quantas situações semelhantes já pensamos, nos expressamos e agimos da mesma forma...

Jesus também nos disse que é fácil amar aqueles que nos amam, ser amoroso com quem nos agrada, mas aceitar e amar aqueles que nos afrontam e ofendem, exige de nos um equilíbrio interior apoiado na compreensão e tolerância, uma atitude de humildade e o exercício real do desapego.

Como agir perante ingratidões, insultos e injúrias?

Quando conseguimos analisar as situações com serenidade, somos capazes de enxergar que aquele que nos insultou ou injuriou, o fez por ignorância ou em relação a um determinado comportamento nosso. Por vezes, trata-se de um companheiro enfermo do corpo ou da alma ou que esteja atravessando um momento infeliz - portanto, temos condições de compreender seu desequilíbrio e não podemos permitir que a mágoa e o ressentimento se instalem em nos, nos acorrentando a aquela pessoa ou situação, nos envenenando e nos causando mais sofrimento.

Lembremos que emoções como a cólera, o ódio, o desejo de vingança são forças negativas que prejudicam o nosso equilíbrio físico e mental, interferindo em nossas atividades diárias e que podem até nos levar a sérios desajustes orgânicos e espirituais.

A verdadeira caridade consiste em não nos fixarmos nas imperfeições alheias, mas em procurar nas pessoas o que há de bom e positivo. Todos, sem exceção, temos no nosso intimo, as sementes de bons sentimentos e muitas qualidades positivas.

É preciso aprender a aproveitar sempre aquilo que nos seja útil e construtivo numa situação dolorosa e jamais perder as oportunidades de desfazer incompreensões, criando entendimento por onde passarmos, tornando menos difícil a nossa vida e a dos que caminham conosco.

O mundo ensina-nos a revidar sempre, mas Jesus nos mostra com o exemplo de sua vida, o perdão a todos, infinitamente.

Deus aceita-nos como somos, é infinitamente paciente para com as nossas imperfeições, jamais nos cobra por aquilo que ainda não temos condições de entender e ainda assim nos oferece sempre a oportunidade de corrigir nossos enganos, de nos aprimorarmos espiritualmente e de servir segundo a nossa capacidade.

É, portanto, dever do nosso coração, cultivarmos o amor espelhando-nos em Jesus, buscando compreender as situações que nos ferem e a nossa participação nelas, aceitando os companheiros difíceis como eles são e perdoando sempre, para que nossa vida se transforme em luz ainda no plano terreno, antecipando as alegrias futuras que teremos no Plano Maior.

Emmanuel, no livro “Refúgio”, na bela mensagem “Humildade do Coração”, nos deixa palavras de estímulo e reflexão: [...] “O Mestre recordava-nos, no capítulo das bem-aventuranças, que é preciso trazer a mente descerrada à luz da vida para que a sabedoria e o amor encontrem seguro aconchego em nossa alma. [...]

Cada companheiro da estrada é campo a que podemos arrojar as sementes abençoadas da renovação. Cada dar é uma bênção para os que prosseguem acordados no conhecimento edificante. “Cada hora na marcha pode converter-se em plantação de beleza e alegria, se caminhamos obedecendo aos imperativos do trabalho constante no infinito Bem.”

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como lidamos com ato de ingratidão, insulto ou injúria, a que todos estamos sujeitos em nosso mundo?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel – Religião dos Espíritos.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel – Refúgio.


Fonte da imagem: Internet Google.

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