CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

15ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Amai os Vossos Inimigos

Olho por Olho, Dente por Dente – Se Alguém te Ferir na Face Direita

No Evangelho de Mateus, capitulo V, versículos de 38 a 42, Jesus apresenta-nos a verdadeira lei, a lei Divina, a lei do Amor: “Ouvistes que foi dito: olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao homem mau; antes, aquele que te fere na face direita oferece-lhe também a esquerda; e aquele que quer pleitear contigo, para tomar-te a túnica, deixa-lhe também o manto; e se alguém te obriga a andar uma milha, caminha com ele duas. Dá ao que te pede e não voltes as costas ao que te pede emprestado”.

Jesus, nesta passagem, refere-se à lei adotada por Moises: “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.” (EX 21:23-25).

Esta lei, proclamada há muitos séculos, era destinada a um povo ignorante e violento, e foi chamada de pena de talião. Consistia em impor ao delinquente castigo idêntico ao delito por ele praticado. Como sabemos, a palavra talião não vem de um personagem histórico, nem significa o “pai da lei”. A lei de talião lembra retaliar, que vem do latim “retaliare”, e significa revidar com dano igual ao dano recebido.

Naquela época foi necessário implantar-se esta lei, porque a vingança era um costume e na maior parte das vezes era exercida de forma brutal, atingindo em primeiro lugar o ofensor e em seguida a família, a mulher, os filhos e os parentes.

Quando um indivíduo ofendia outro, a ofensa era retribuída de forma punitiva sem nenhuma relação com o delito cometido, geralmente tomando proporções exageradas.

A sociedade hebraica daquela época aplicava punições severas como o apedrejamento para as faltas graves; e em outras comunidades, desde os açoites, a crucificação, o esquartejamento, o sepultamento em vida, o afogamento e até o enfrentamento de feras. Estes costumes bárbaros passaram a ser controlados pela lei de talião.

A intenção do grande legislador, Moisés, ao implantar a lei de talião foi reprimir abusos, combater a idolatria reinante, procurar evitar que a vingança se realizasse em proporções maiores que o delito. Desse modo, esta lei foi o meio encontrado para impedir que se praticassem excessos.

Com a chegada do Mestre, porém, a Humanidade já estava um pouco mais amadurecida para receber outros ensinamentos. Por isso, Jesus disse: “Eu, porém vos digo que não resistais ao mal; mas se alguém vos bater na face direita, oferecei-lhe também à esquerda”. (Mt 5:38-39). Recomendava, assim, que não devemos resistir ao mal e perdoar sempre a quem nos ofende.

Jesus vem nos trazer esclarecimentos sobre a lei de Amor, nos ensinando o perdão das ofensas, como o melhor remédio para os nossos males. Entretanto, teve que enfrentar o obscurantismo, as superstições, os costumes da época; esteve frente a frente com os seus detratores implacáveis, destacando entre eles os escribas e fariseus, que viam em Jesus um inovador, um perigo capaz de mudar as leis de Moisés, que eram reconhecidas como sagradas.

De que maneira Jesus combateu as leis antigas?

- Combateu o apedrejamento quando a mulher adúltera, perseguida por seus algozes, procura a sua proteção.

Nessa ocasião, o Mestre diz: - “Atire a primeira pedra quem estiver sem pecados”... E voltando-se para a mulher: - “Vai e não peques mais” (Jo, 8:4-11).

No que tange em guardar o sábado, Jesus curou a mulher curvada em num dia considerado santo e explica aos discípulos - “O sábado foi feito para o homem e não o homem para se tornar escravo do sábado”.

Portanto, Jesus veio confirmar o Decálogo e revogar certos costumes bárbaros daquela época.

O Mestre não recomendou o revide e se assim o fizesse, conforme gostariam os imediatistas, teria uma conduta reprovável frente aos seus ensinamentos, pois negaria a sua face amorosa.

Aqueles que revidam ao golpe infeliz recebido não oferecendo a outra face, deixando-se sucumbir pelos sentimentos do ódio e da vingança, transformam-se em criminosos iguais aos seus agressores. O perdão eleva a criatura, enquanto a vingança acarreta atraso moral ao Espírito. O primeiro liberta os laços do ódio e promove a alegria de viver. O segundo gera conflitos, acorrenta o agressor a sua vitima. Logo, os laços do amor harmonizam as criaturas, enquanto os sentimentos de ódio e vingança desequilibram os indivíduos.

A Doutrina do Amor recomenda-nos que devemos nos resguardar de qualquer animosidade, não nos envolver em contendas, não se vingar nunca, não revidar o mal com o mal, mesmo que surjam oportunidades propicias para a sua realização. Contudo, não podemos ser submissos, nem coniventes com os erros. Não admitir o conformismo, atitudes passivas, mas devemos adotar atitudes ativas, que nos impulsionem para o Bem, e nos auxiliem a ser mais compreensivos para com os nossos semelhantes.

Vitorioso é aquele que vence o mal no seu interior e põe em prática os ensinamentos do Cristo.

Ainda, esta passagem evangélica nos convida a mudanças de atitudes, quando diz: “Se alguém quiser tomar a nossa capa, devemos também dar-lhe o manto.” Atitudes difíceis de serem praticadas, que exigem desprendimento e caridade, o que o Mestre nos convida a vivenciar.

Dando continuidade aos seus ensinamentos, Ele nos esclarece: - “Se alguém te obriga a andar uma milha, caminha com ele duas”. (Mt 5:41).

Caminhar mais uma milha com os nossos desafetos significa que devemos permanecer juntos, porque no decorrer deste tempo podemos refletir sobre o que aconteceu, mudando a nossa maneira de pensar em relação ao outro; e durante o percurso podemos treinar a paciência, exercitar a tolerância e a fraternidade.

Se na primeira milha caminhamos como dois desconhecidos, quem sabe na segunda milha, passemos a dialogar com o nosso adversário, esclarecendo as dúvidas e juntos possamos trilhar o caminho da reconciliação.

A vida nos ensina que aqueles que hoje são inimigos, amanhã podem ser amigos inseparáveis. Tudo é questão de tempo e amadurecimento. A reconciliação deve acontecer enquanto estivermos encarnados na Terra, enquanto estamos caminhando mais uma milha. Os que assim não procederem, apos o desencane sentirão a lei de ação e reação, e arcarão com as consequências em existências futuras.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capitulo XII, item 10, temos: “Amai-vos uns aos outros e sereis felizes. Tratai sobretudo de amar os que vos provocam indiferença, ódio e desprezo. O Cristo, que deveis tomar o vosso modelo, deu-vos o exemplo dessa abnegação: missionário do amor; amou até dar o sangue e a própria vida. o sacrifício de amar os que vos ultrajam e perseguem é penoso, mas é isso, precisamente, o que vos torna superiores a eles.”

A Doutrina Espírita recomenda-nos que devemos amar os nossos semelhantes indistintamente, banir as mágoas e ressentimentos dos nossos corações e que a prática do AMOR aproxima-nos de DEUS.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Reflita e comente as palavras de Jesus: “Não resistais ao homem mau; antes, àquele que te fere na face direita, oferece-lhe também à esquerda”.


Fonte da imagem: Internet Google.

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