CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

22ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

A Ressurreição no Evangelho e os Milagres de Jesus Relacionados aos fenômenos da natureza

A Ressurreição no Evangelho

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capitulo IX, item 8, é nos mostrada à importância da obediência e resignação, duas virtudes essenciais que nos levam, respectivamente, ao consentimento da razão e do coração.

O Mestre é o exemplo vivo dessas duas virtudes, e em conhecendo as necessidades do Homem, tanto do ponto de vista intelectual quanto moral, agia com naturalidade e humildade nas mais diversas circunstancias como veremos a seguir.

Com sua autoridade moral plena, não derrogou Leis Divinas, ao contrário, buscou utilizá-las para despertar no homem o desejo do conhecimento das Leis e a necessidade da sua aplicação em nossa vida diária. Algumas das passagens que suscitam maior discussão dos feitos de Jesus referem-se à questão das “ressurreições” por ele praticadas.

Vejamos o que nos diz a Doutrina Espírita sobre a ressurreição no Evangelho:

- A filha de Jairo

- O filho da viúva de Naim

- A Volta de Lázaro (letargia e catalepsia)

“Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3:3). O termo ressurreição significa a Volta a Vida no mesmo corpo físico.

A ressurreição, diz Kardec no cap. IV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, fazia parte dos dogmas dos judeus. Mas, essa crença, como muitas outras, não estava totalmente clara. Eles simplesmente acreditavam na possibilidade de alguém Voltar a Viver após sua morte, mas não sabiam como isso se dava.

A Ciência, no entanto, comprova a impossibilidade de tal processo, pois após a morte do corpo, esses elementos se decompõem, dispersam-se, e servem para a formação de novos corpos.

Em “A Gênese”, cap. XV item 39, Kardec afirma: “O fato do retorno à vida corporal de um individuo, realmente morto, seria contrário das Leis da Natureza, e, por conseguinte, miraculoso...”

A Doutrina Espírita esclarece-nos que a reencarnação é a volta do Espírito a vida corpórea, mas em um novo corpo, diferente do antigo.

Aqui podemos recordar o caso de João Batista que, pelas palavras de Jesus, era a reencarnação do profeta Elias, como consta do Evangelho de Mateus, no cap. 11:14-15: “Porque todos os profetas bem como a Lei profetizaram, até João. E, se quiseres dar crédito ele é o Elias que deve vir. Quem tem ouvidos, ouça.”

A Filha de Jairo

"Jesus, ao entrar na casa de Jairo, um dos dirigentes de uma sinagoga, vendo os flautistas e a multidão em alvoroço, disse: Retirai-vos todos daqui, porque a menina não morreu: dorme. E caçoavam dele. Mas, assim que a multidão foi removida para fora, ele entrou, tornou-a pela mão e ela se levantou”. A notícia do que aconteceu espalhou-se por toda aquela região.” (Mt 9:23-26).

O Filho da Viúva de Naim

“Ao se aproximar da porta da cidade, coincidiu que levavam a enterrar um morto, filho único de mãe viúva; e grande multidão da cidade estava com ela. O Senhor; ao vê-la, ficou comovido, e disse-lhe: ‘Não Chores!”

“Depois, aproximando-se, tocou o esquife, e os que o carregavam pararam. Disse ele, então: jovem, eu te ordeno, levanta-te! E o morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou-a sua mãe.” (Lc 7:12-15).

A Ressurreição de Lázaro

“Ao chegar; Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias (...) Então, disse Marta a Jesus: ‘Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas, ainda agora sei que tudo o que pedires a Deus, ele te concedera.’ Disse-lhe Jesus: ‘Teu irmão ressuscitará’ (...) Disse Jesus: ‘Retirai a pedra!’ Marta, a irmã do morto, disse-lhe: ‘Senhor; já cheira mal: é o quarto dia!’ Disse-lhes Jesus: ‘Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?’. Tendo dito isto, gritou em alta voz: ‘Lazaro, vem para fora!’ O morto saiu, com os pés e mãos enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário. Jesus lhes disse: Desatai-o e deixai-o ir embora.” (Jo 11:17-44)

Quando nos deparamos com esses fatos, a ideia de algo sobrenatural e milagroso assalta-nos, pois a primeira vista, poderíamos pensar em situações onde aquele que já estivesse morto pudesse retomar a vida física no mesmo corpo. Entretanto, a Doutrina Espírita vem auxiliar a nossa compreensão daquilo que parece maravilhoso, mas, ao contrario do que se pensa, está plenamente de acordo com Leis Naturais, que, por vezes, ainda não conhecemos. É o caso dos estados de letargia e catalepsia que justificam as passagens bíblicas acima citadas.

A letargia e a catalepsia, consoante explicação de Kardec no cap. VIII de “O Livro dos Espíritos” derivam do mesmo principio. A letargia e a catalepsia tem o mesmo fundamento: a perda temporária da sensibilidade e do movimento decorrente de uma causa fisiológica ainda não completamente estabelecida.

A diferença entre as duas reside no fato de que na letargia a paralisação do corpo é geral e dá ao corpo a aparência de morte, enquanto que na catalepsia, a paralisação é localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo.

Não podemos afirmar com absoluta certeza se nos casos do filho da viúva de Naim e da filha de Jairo teria ocorrido um estado de catalepsia ou de letargia, pois não ha dados suficientes nos relatos bíblicos para que possamos distinguir um fenômeno do outro. De qualquer maneira, podemos afiançar que nos dois casos temos uma morte aparente, condição revertida pela pronta atuação magnética de Jesus. Caso isso não tivesse ocorrido, provavelmente os dois teriam sido sepultados sem estarem ainda mortos, fato que acontecia com frequência em épocas onde a Medicina não se encontrava devidamente desenvolvida para diagnosticar e registrar as funções vitais, como o batimento cardíaco e a atividade cerebral, de maneira eficaz como acontece na atualidade.

No entanto, no relato de Lázaro, acreditamos tratar-se de um estado de letargia, já que se encontrava “sepultado há quatro dias e cheirava mal”. Não é incomum a decomposição de um membro nesses casos.

Lázaro, portanto, em estado letárgico, apresentava-se com perda total dos movimentos, mas suas funções vitais pertinentes ao corpo físico continuavam a ser executadas, embora a sua aparência fosse de morte.

Sabedor deste fato, o Mestre utilizou seu fluido magnético, e mesmo decorridos vários dias em que Lázaro encontrava-se nesse estado, vitalizou-o sobremaneira, permitindo que imediatamente a movimentação retomasse. Todos se maravilharam, pois nada se conhecia a respeito deste assunto.

“O Livro dos Espíritos” explica-nos, em sua questão 422 que os letárgicos e os catalépticos podem ver e ouvir, muitas vezes, o que se passa ao seu redor, mas não podem comunicar-se, embora mantenham consciência de si mesmos.

A percepção de tudo o que ocorre ao seu redor é do Espírito imortal, isso porque não houve ruptura completa dos laços fluídicos que ligam o Espírito ao seu corpo físico, o que, caso acontecesse, ocasionaria a morte do corpo. Em verdade, ocorre nesses casos uma frouxidão maior entre os laços do Espírito e do corpo, a qual permite ao Espírito um estado maior de desprendimento da alma.

Nas citações bíblicas acima, o amoroso influxo magnético do Mestre, decorrente de sua pureza fluídica e de sua vontade em auxiliar ao semelhante, foi suficiente para que a ligação entre o Espírito e corpo fosse fortalecida e se renovasse de forma intensa.

Mais uma vez o Mestre vem a nos para nos auxiliar a tirar as pedras de nosso caminho evolutivo, trazendo-nos para um novo dia...

Figuradamente, poderíamos dizer que o Mestre veio nos tirar do torpor, da letargia em que nos encontrávamos, renovando-nos através de seu Amor incondicional por toda a Humanidade, despertando-nos para a verdadeira vida, para a felicidade para a qual fomos criados, para a perfectibilidade que nos aguarda ao fim da grande jornada do autoconhecimento e da renovação interior.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente sobre as lições que podemos colher do episódio de Lázaro.


Fonte da imagem: Internet Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário