A Ressurreição no Evangelho e os Milagres
de Jesus Relacionados aos fenômenos da natureza
A
Ressurreição no Evangelho
Em “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, capitulo IX, item 8, é nos mostrada à
importância da obediência e resignação, duas virtudes essenciais que nos levam,
respectivamente, ao consentimento da razão e do coração.
O Mestre é o
exemplo vivo dessas duas virtudes, e em conhecendo as necessidades do Homem,
tanto do ponto de vista intelectual quanto moral, agia com naturalidade e
humildade nas mais diversas circunstancias como veremos a seguir.
Com sua
autoridade moral plena, não derrogou Leis Divinas, ao contrário, buscou
utilizá-las para despertar no homem o desejo do conhecimento das Leis e a
necessidade da sua aplicação em nossa vida diária. Algumas das passagens que
suscitam maior discussão dos feitos de Jesus referem-se à questão das
“ressurreições” por ele praticadas.
Vejamos o
que nos diz a Doutrina Espírita sobre a ressurreição no Evangelho:
- A filha de
Jairo
- O filho da
viúva de Naim
- A Volta de
Lázaro (letargia e catalepsia)
“Em verdade,
em verdade, te digo: quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo
3:3). O termo ressurreição significa a Volta a Vida no mesmo corpo físico.
A
ressurreição, diz Kardec no cap. IV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”,
fazia parte dos dogmas dos judeus. Mas, essa crença, como muitas outras, não
estava totalmente clara. Eles simplesmente acreditavam na possibilidade de
alguém Voltar a Viver após sua morte, mas não sabiam como isso se dava.
A Ciência,
no entanto, comprova a impossibilidade de tal processo, pois após a morte do
corpo, esses elementos se decompõem, dispersam-se, e servem para a formação de
novos corpos.
Em “A
Gênese”, cap. XV item 39, Kardec afirma: “O fato do retorno à vida corporal de
um individuo, realmente morto, seria contrário das Leis da Natureza, e, por
conseguinte, miraculoso...”
A Doutrina
Espírita esclarece-nos que a reencarnação é a volta do Espírito a vida
corpórea, mas em um novo corpo, diferente do antigo.
Aqui podemos
recordar o caso de João Batista que, pelas palavras de Jesus, era a
reencarnação do profeta Elias, como consta do Evangelho de Mateus, no cap.
11:14-15: “Porque todos os profetas bem como a Lei profetizaram, até João. E,
se quiseres dar crédito ele é o Elias que deve vir. Quem tem ouvidos, ouça.”
A
Filha de Jairo
"Jesus,
ao entrar na casa de Jairo, um dos dirigentes de uma sinagoga, vendo os flautistas
e a multidão em alvoroço, disse: Retirai-vos todos daqui, porque a menina não
morreu: dorme. E caçoavam dele. Mas, assim que a multidão foi removida para
fora, ele entrou, tornou-a pela mão e ela se levantou”. A notícia do que
aconteceu espalhou-se por toda aquela região.” (Mt 9:23-26).
O
Filho da Viúva de Naim
“Ao se
aproximar da porta da cidade, coincidiu que levavam a enterrar um morto, filho
único de mãe viúva; e grande multidão da cidade estava com ela. O Senhor; ao vê-la,
ficou comovido, e disse-lhe: ‘Não Chores!”
“Depois,
aproximando-se, tocou o esquife, e os que o carregavam pararam. Disse ele,
então: jovem, eu te ordeno, levanta-te! E o morto sentou-se e começou a falar.
E Jesus o entregou-a sua mãe.” (Lc 7:12-15).
A
Ressurreição de Lázaro
“Ao chegar;
Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias (...) Então, disse Marta
a Jesus: ‘Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas, ainda
agora sei que tudo o que pedires a Deus, ele te concedera.’ Disse-lhe Jesus:
‘Teu irmão ressuscitará’ (...) Disse Jesus: ‘Retirai a pedra!’ Marta, a irmã do
morto, disse-lhe: ‘Senhor; já cheira mal: é o quarto dia!’ Disse-lhes Jesus:
‘Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?’. Tendo dito isto, gritou
em alta voz: ‘Lazaro, vem para fora!’ O morto saiu, com os pés e mãos
enfaixados e com o rosto recoberto com um sudário. Jesus lhes disse: Desatai-o
e deixai-o ir embora.” (Jo 11:17-44)
Quando nos
deparamos com esses fatos, a ideia de algo sobrenatural e milagroso
assalta-nos, pois a primeira vista, poderíamos pensar em situações onde aquele
que já estivesse morto pudesse retomar a vida física no mesmo corpo.
Entretanto, a Doutrina Espírita vem auxiliar a nossa compreensão daquilo que
parece maravilhoso, mas, ao contrario do que se pensa, está plenamente de
acordo com Leis Naturais, que, por vezes, ainda não conhecemos. É o caso dos
estados de letargia e catalepsia que justificam as passagens bíblicas acima citadas.
A letargia e
a catalepsia, consoante explicação de Kardec no cap. VIII de “O Livro dos
Espíritos” derivam do mesmo principio. A letargia e a catalepsia tem o mesmo
fundamento: a perda temporária da sensibilidade e do movimento decorrente de
uma causa fisiológica ainda não completamente estabelecida.
A diferença
entre as duas reside no fato de que na letargia a paralisação do corpo é geral
e dá ao corpo a aparência de morte, enquanto que na catalepsia, a paralisação é
localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo.
Não podemos
afirmar com absoluta certeza se nos casos do filho da viúva de Naim e da filha
de Jairo teria ocorrido um estado de catalepsia ou de letargia, pois não ha
dados suficientes nos relatos bíblicos para que possamos distinguir um fenômeno
do outro. De qualquer maneira, podemos afiançar que nos dois casos temos uma
morte aparente, condição revertida pela pronta atuação magnética de Jesus. Caso
isso não tivesse ocorrido, provavelmente os dois teriam sido sepultados sem
estarem ainda mortos, fato que acontecia com frequência em épocas onde a
Medicina não se encontrava devidamente desenvolvida para diagnosticar e registrar
as funções vitais, como o batimento cardíaco e a atividade cerebral, de maneira
eficaz como acontece na atualidade.
No entanto,
no relato de Lázaro, acreditamos tratar-se de um estado de letargia, já que se
encontrava “sepultado há quatro dias e cheirava mal”. Não é incomum a
decomposição de um membro nesses casos.
Lázaro,
portanto, em estado letárgico, apresentava-se com perda total dos movimentos,
mas suas funções vitais pertinentes ao corpo físico continuavam a ser
executadas, embora a sua aparência fosse de morte.
Sabedor
deste fato, o Mestre utilizou seu fluido magnético, e mesmo decorridos vários
dias em que Lázaro encontrava-se nesse estado, vitalizou-o sobremaneira,
permitindo que imediatamente a movimentação retomasse. Todos se maravilharam,
pois nada se conhecia a respeito deste assunto.
“O Livro dos
Espíritos” explica-nos, em sua questão 422 que os letárgicos e os catalépticos
podem ver e ouvir, muitas vezes, o que se passa ao seu redor, mas não podem
comunicar-se, embora mantenham consciência de si mesmos.
A percepção
de tudo o que ocorre ao seu redor é do Espírito imortal, isso porque não houve
ruptura completa dos laços fluídicos que ligam o Espírito ao seu corpo físico,
o que, caso acontecesse, ocasionaria a morte do corpo. Em verdade, ocorre
nesses casos uma frouxidão maior entre os laços do Espírito e do corpo, a qual permite
ao Espírito um estado maior de desprendimento da alma.
Nas citações
bíblicas acima, o amoroso influxo magnético do Mestre, decorrente de sua pureza
fluídica e de sua vontade em auxiliar ao semelhante, foi suficiente para que a
ligação entre o Espírito e corpo fosse fortalecida e se renovasse de forma
intensa.
Mais uma vez
o Mestre vem a nos para nos auxiliar a tirar as pedras de nosso caminho
evolutivo, trazendo-nos para um novo dia...
Figuradamente,
poderíamos dizer que o Mestre veio nos tirar do torpor, da letargia em que nos encontrávamos,
renovando-nos através de seu Amor incondicional por toda a Humanidade,
despertando-nos para a verdadeira vida, para a felicidade para a qual fomos
criados, para a perfectibilidade que nos aguarda ao fim da grande jornada do
autoconhecimento e da renovação interior.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Comente
sobre as lições que podemos colher do episódio de Lázaro.
Fonte da imagem: Internet Google.
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