CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

20ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Milagres e Curas na Visão Espírita

O Sobrenatural e as Religiões

O Homem, desde seus primórdios, sempre se impressionou com os fenômenos da natureza. Então, não podendo compreender o que se passava, atribuía tais efeitos a divindades ou seres míticos.

A falta de entendimento do que acontecia ao seu redor gerou a crença no sobrenatural.

À medida que ele foi desenvolvendo seu raciocínio, lentamente, foi tomando-se capaz de compreender algumas leis que regiam os fenômenos naturais.

Mas o que é o sobrenatural? Em linhas gerais, o termo designa aquilo que é superior a natureza ou que é muito extraordinário ou maravilhoso.

Segundo definição contida na Revista Espírita de 1860, o sobrenatural é “o que contraria as leis da natureza ou que se lhes desconhecem as causas”.

O Homem em sua evolução, como dissemos, vai desenvolvendo sua capacidade intelectual, amadurecendo seu raciocínio e, a partir dai, cria diversos campos de estudo. Esses setores de conhecimento vão se expandindo, especializando-se, diversificando-se, e, como vemos hoje, temos essa infinidade de áreas como: a Teologia, a Antropologia, a Psicologia, a Medicina, a Química, etc.

Dentro das áreas científicas, muitas se ocupam das leis que regem nosso mundo material. Há, no entanto, para essas ciências, puramente materiais, certa limitação.

Um dos fatores determinantes dessa dificuldade da ciência material é que sua construção é feita passo a passo, pela experimentação, o que, a propósito, confere-lhe credibilidade em seu campo.

Por outro lado, em relação aos fenômenos que envolvem o mundo espiritual, nem todos eles podem ser provados pela experimentação. Neste ponto reside a amplitude da Doutrina Espírita, que não se limita as leis que regem o mundo material, mas Vai além e desvela as leis do mundo espiritual, e demonstra a relação, a interdependência, o intercâmbio, entre esses dois mundos.

O Sobrenatural nas religiões

As religiões, em principio, não têm como meta o estudo cientifico do mundo e de suas manifestações. Por isso, seus fundamentos buscam direcionar a relação do Homem com a Divindade.

Em sua grande pluralidade, as diversas religiões possuem uma infinitude de crenças que transitam entre o politeísmo (a crença em diversos deuses) e o monoteísmo (a crença no Deus único). Dentro de suas concepções, a maioria delas aceita o sobrenatural e o maravilhoso.

Como o Cristianismo; que é um facho de luz a clarear toda obscuridade que reinava em seu advento, um farol a luzir e conduzir a Humanidade ao abandono de toda prática religiosa puramente externa, impregnada de falsos valores, ou reduzida a ritualismos sacerdotais; a Doutrina Espírita, que abrange três aspectos: religioso, filosófico e científico, por sua vez, é também um farol a nos revelar os mecanismos presentes nas relações entre os dois mundos: o material e o espiritual. Vai além, e explica uma série de incontáveis fenômenos antes tidos como maravilhosos.

“Pretender que o sobrenatural seja o fundamento necessário de toda religião e a pedra angular do edifício cristão é sustentar uma tese perigosa; se se fizerem repousar as verdades do Cristianismo sobre a base única do maravilhoso, isso é lhe dar um apoio frágil cujas pedras se soltam a cada dia...” (GE, Cap. XIII, item 18).

As religiões mostram-nos o estudo da história da Humanidade, têm um caráter de transitoriedade em seus fundamentos. À medida que o Ser vai agregando novos valores e a sociedade vai se transformando, a religião tem que se adaptar aos novos valores, e assim toda prática bárbara ou primitiva vai sendo abolida.

Nesse processo, naturalmente, toda convicção que não se baseie em princípios aceitáveis, que não se baseie em fatos positivos, e que, ao contrário, queira perpetuar a crença no maravilhoso e no sobrenatural cairá por terra. Por decorrência, as religiões que insistirem em manter a crença nos fatos sobrenaturais, quando eles já foram explicados dentro das leis naturais, tende essas religiões a perder sua força.

Da obra “Estudos Espíritas” de Joanna de Angelis, psicografado do Divaldo Pereira, na lição n° 9 – ‘Progresso’, podemos extrair o seguinte trecho: “À hora própria, conforme anunciado, fulguram as lições espiritistas, exatamente quando há recursos capazes de avaliarem a extensão filosófica e moral da Doutrina do Cristo na face em que Ele a ensinou e a viveu”.

“Reservando aos laboratórios próprios o estudo da transcendência do espírito e da vida, na atual conjuntura do progresso entre os homens, a religião espiritista penetra os espíritos, auxilia-nos no progresso necessário e impele-os a gloria do amor com que passam a sentir todos e tudo, rumando jubilosamente para Deus.”

EXISTEM MILAGRES?

Antes, ainda outra pergunta: O que significa a palavra milagre?

Conforme definição trazida no capitulo XIII de “A Gênese”, milagre significa: admirável, coisa extraordinária, surpreendente.

O termo, no entanto, através do tempo, perdeu seu significado original e vem sendo utilizado para explicar determinados fenômenos que - acreditam alguns - revogariam as Leis de Deus.

No sentido teológico o milagre é tido como uma derrogação das Leis Naturais, ou seja, da manifestação do poder de Deus, modificando suas próprias leis.

Essa crença em coisas extraordinárias sempre esteve presente no seio de todos os povos. Restringindo-nos ao povo hebreu, por exemplo, veremos que o Velho Testamento está repleto de histórias impressionantes e surpreendentes de fatos considerados “milagrosos”.

Segundo essas narrações, Deus agiria pessoalmente para, por exemplo, defender o povo hebraico dos inimigos; para abrir o Mar Vermelho após Moisés lançar seu cajado; para fazer “cair do céu” o maná para alimentá-los, etc.

Nessas descrições podemos ressaltar dois pontos relevantes. O primeiro é que, como já vimos em aulas anteriores, à descrição de Deus é sempre de um ser parcial, que defende um povo em prejuízo de outro, e possui muitas das emoções humanas como a ira, o arrependimento, etc. Outro ponto, e o que mais nos interessa por ora, é que essas narrativas contém fatos que se fossem verdadeiros seriam verdadeiramente prodigiosos e maravilhosos.

A Ciência, porém, hoje demonstra-nos que existem leis que regem o peso e a massa dos corpos. Ou seja, demonstra a impossibilidade, perante as leis que regem a matéria, de um mar ser aberto e suas águas ficarem suspensas, violando a lei da gravidade.

Se, em hipótese, admitíssemos esses fatos como verdadeiros, poderíamos afirmar, então, que a Lei de Deus seria instável, inconstante, modificando-se conforme a circunstância e os povos.

O Espiritismo, porém, esclarece-nos que as Leis Divinas são eternas e imutáveis. Com efeito, isso é algo que, a propósito, podemos constatar, senão vejamos: O mundo, o universo é regido por leis que denotam harmonia e unidade. Em tudo que podemos observar: os planetas, girando em suas órbitas, as estrelas, refulgindo luz e aquecendo seus sistemas planetários... Tudo reflete integridade e ordem. Caso não existisse essa uniformidade, então, veríamos o caos.

Há entre a Lei Divina e a Lei dos Homens esta diferença capital. A lei humana, por diversos fatores, é transitória e mutável, e caminha de um inicio primitivo e grosseiro e vai sofisticando-se, acompanhando a evolução do Espírito. Já a Lei Divina é perfeita. Exatamente neste ponto reside o fundamento de sua imutabilidade, ou seja, não precisa de alteração, pois, sendo Criação Divina, é perfeita desde sua concepção.

Como nos diz Kardec, em “A Gênese”, cap. XIII, item 18: “Deus não é menos digno de nossa admiração, de nosso reconhecimento, de nosso respeito, por não ter infringido suas leis, grandes, sobretudo pela sua imutabilidade. Não há necessidade do sobrenatural para prestar a Deus o culto que Lhe é devido; não é a Natureza bastante imponente por si mesma, que seja necessária ainda exagerá-la para provar a Potência Suprema?“.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente: Deus faz milagres?


Fonte da imagem: Internet Google.

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