As Curas na Visão Espírita – A Assistência
Espiritual
“Curai os
doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De
graça recebestes, de graça dai”. (Mt 10:8).
Essas
recomendações de Jesus, dirigidas a seus discípulos, ainda soam aos nossos
ouvidos. A busca do alivio das dores humanas é uma busca de todos nos, e Jesus,
de forma única, compreendia nossa necessidade.
Procurou, em
todos os momentos, de todas as formas, esclarecer, consolar, aliviar.
Kardec, em
“A Gênese”, cap. XV item 27, diz: “De todos os fatos que testemunham o poder de
Jesus, os mais numerosos são, sem dúvida, as curas. Ele queria provar por esse
meio que o verdadeiro poder é o que faz o bem, e que seu objetivo era ser útil,
e não satisfazer a curiosidade dos indiferentes por meio de coisas
extraordinárias”.
Como citamos
anteriormente, as curas de Jesus não podem ser creditadas como milagres, mas
como fenômenos decorrentes de sua natureza superior, do pleno conhecimento que
ele possuía das leis naturais e de seu grande amor pela Humanidade.
E por esse
grande amor é que Jesus disse aos seus apóstolos, ao término de sua missão
terrena, que ele rogaria ao Pai para que enviasse um Consolador para que
restabelecesse os seus ensinamentos e para que esclarecesse aquilo que não pode
ser dito.
A Doutrina
Espírita, como Consolador Prometido por Jesus, além de restabelecer a Moral do
Cristo, em sua essência, vem desvendar as leis que regem os fenômenos tidos
como milagrosos.
Dentre os
seus fundamentos que explicam as diversas curas operadas por Jesus, e por seus
discípulos, está o conceito de fluidos, entre os quais o fluido magnético ou
principio vital, tratado no capitulo IV de “O Livro dos Espíritos”.
O principio
vital é o agente especial ou substancia ativa, derivada do fluido cósmico
universal, que da vida aos seres orgânicos que então o absorvem e assimilam, e
que após a morte do ser orgânico retorna a massa primordial.
Quanto à
qualidade, o fluido vital é modificado segundo cada espécie.
Quanto à
quantidade, ele não é constante no mesmo individuo, pois depende de diversas
circunstancias, podendo a mesma pessoa ter maior ou menor vitalidade, e,
também, não é constante nos vários indivíduos de uma mesma espécie, uma vez que
alguns estão saturados do fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em
quantidade suficiente.
Disso
resulta que vemos pessoas que são mais ativas, mais vivazes, enquanto outras
são debilitadas e sem animo. A quantidade de fluido vital pode se esgotar e se
tomar incapaz de manter a vida orgânica, se não for constantemente renovado,
absorvido e assimilado.
Vemos,
assim, que o ser orgânico não possui uma quantidade de vitalidade estanque,
fixa, que recebe no ato de sua concepção, mas, ele deve buscar nutrir-se do
principio vital por toda a vida.
Essa
absorção ocorre:
- através da
assimilação de substâncias que contém o fluido vital,
- por meio
dos processos de alimentação e respiração;
- através da
absorção da energia da natureza;
- através de
um indivíduo para outro, pois aquele que tem em maior quantidade pode doar ao
que tem menos, e, em certos casos, fazer voltar uma vida prestes a
extinguir-se;
- através
dos fluidos recebidos dos Benfeitores Espirituais.
Conforme nos
orienta Kardec em “A Gênese”, a ação magnética é produzida de diversas formas:
1º “Pelo
próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo
humano, cuja ação está subordinada a potência e, sobretudo à qualidade do
fluido;”
2º “Pelo
fluido dos Espíritos agindo diretamente e sem intermediário sabre um encarnado,
seja para o curar ou abrandar um sofrimento, seja para provocar o adormecimento
sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o individuo uma influência
física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade esta na razão
das qualidades do Espírito;”
3º “Pelo
fluido que os Espíritos derramam sobre o magnetizador e ao qual este serve de
condutor. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferir;
humano-espiritual. O fluido espiritual combinado com o fluido humano fornece a
este último as qualidades que lhe faltam. A participação dos Espíritos, em
semelhante circunstância, é às vezes espontânea, porém mais frequentemente é
provocada pela invocação do magnetizador.” (GE,XIV,33).
O processo
de cura, por todos os mecanismos acima expostos, pode ser sintetizado, nas
palavras de Kardec, em: “a troca de uma molécula malsã por uma molécula sã".
Outro fator
imprescindível para que ocorra a cura é a fé. A fé é uma convicção intima, é
uma crença em algo invisível, é a confiança plena num resultado futuro que será
gerado por determinada conduta.
Nas palavras
do grande escritor russo Tolstoi, a fé é a força da vida.
Especialmente
em relação ao processo de cura, a fé exerce uma forte atração dos fluidos
curadores, permitindo sua ação de uma forma mais plena.
A fé,
devemos ainda acrescentar, é uma conquista do Espírito, pois à medida que busca
o aprendizado da Lei Divina, e se submete a vontade do Pai, fortalece-se e é
fortalecido.
A
ASSISTENCIA ESPIRITUAL
Diz Kardec
em “A Gênese”, cap. XIV item 34: “A faculdade de curar pela influência fluídica
é muito comum, e pode-se desenvolver pelo exercício”.
Na Doutrina
Espírita, utiliza-se o passe como ferramenta de transmissão dos fluidos
curadores. Na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, no capitulo intitulado “O
Passe”, temos a seguinte definição: “O passe é uma transfusão de energias alterando
o campo celular”.
E ainda: “O
passe, como reconhecemos, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo
com o respeito e a confiança que o valorizam”.
Nesse mesmo
capitulo vemos a detalhada descrição de André Luiz, narrando uma sessão de
passes. Ali, podemos notar os extremos cuidados que são tomados pelos
componentes da equipe espiritual que conduz o trabalho, e a qual os médiuns dão
apoio.
Assim os
Benfeitores Espirituais preparam o ambiente, higienizando a atmosfera, protegem
o recinto da invasão de Espíritos inferiores e auxiliam os médiuns a se
preparar para a tarefa.
Na Federação
Espírita de São Paulo, temos a Assistência P3F (F de físico), ligada a Área de
Assistência Espiritual, especificamente destinada ao atendimento dos portadores
de doenças físicas crônicas ou de maior gravidade.
É importante
ressaltar que tal assistência não dispensa o tratamento médico adequado, até
mesmo porque o objetivo principal do Espiritismo é a transformação moral do
individuo e não simplesmente a cura do corpo físico. Esta, a propósito, é uma
das missões dos verdadeiros cristãos, como vimos na exortação, acima citada, de
Jesus aos seus discípulos.
E para
sermos ferramentas adequadas e dóceis ao Plano Superior, precisamos cuidar
antes de nossa própria saúde. Nossas escolhas influem decisivamente em nossa
vida e em nossa saúde corporal.
Assim,
precisamos:
- frequentar
ambientes salutares;
- praticar
exercícios regularmente;
- ter uma
alimentação adequada;
- manter o
pensamento elevado através da prece, da meditação e do estudo;
- cultivar
as virtudes e a prática da caridade;
O
Espiritismo mostra-nos o caminho adequado a nossa evolução. É um caminho que
busca a pureza, a purificação, o refinamento, a espiritualização e a
transcendência do ser.
O Evangelho
de Jesus é a grande terapia para nos mantermos saudáveis física e
espiritualmente.
Conforme
citação de Martins Peralva na obra “Estudando a Mediunidade”: “Quanto mais se
renova para o Bem, quanto mais se moraliza e se engrandece,
espiritualizando-se, maiores possibilidades de servir adquire o companheiro que
serve ao Espiritismo Cristão no setor de passes”.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Como
cultivar a saúde em nosso dia-a-dia?
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec, Allan – A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier,
Francisco C./André Luiz - Mecanismos da Mediunidade.
- Franco,
Divaldo/Joanna de Angelis – Estudos Espíritas
- Peralva,
Martins – Estudando a Mediunidade.
Fonte da imagem: Internet Google.
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