CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

10ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

DAI A CESAR O QUE É DE CESAR

A passagem que estamos analisando refere-se a uma ocasião em que os sacerdotes da época de Jesus pretenderam colocá-lo em dificuldades, tentando comprometê-lo com o Estado ou com a crença popular. Dizem os apóstolo: “Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. - Mandaram então seus discípulos, em Companhia dos herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo? Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dá em pagamento do tributo. E, tendo-lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? - De César; responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram.” (S. MATEUS, cap. 22:15 a 22. - S. MARCOS, cap. 12:13 a 17).

Alguns povos da época de Jesus precisam ser definidos para entendermos o contexto em que se passou esta passagem: Publicanos: cavaleiros arrematantes das taxas públicas. Gente mal vista. Atualmente esta palavra é usada em sentido pejorativo, designando os financista e agentes de negócios pouco escrupulosos, os agiotas. Os publicanos eram os responsáveis pela arrecadação dos tributos. Por esse motivo eram muito malvistos pela sociedade do império romano. Até os nossos dias, quando se pretende usar uma expressão pejorativa a alguém que explore aos outros, financeiramente falando, usa-se a expressão publicano.

Os sacerdotes pretendiam colocar Jesus em má situação, pois, se ele dissesse que o povo não deveria pagar os impostos, estaria colocando-se contra as leis vigentes. Se ele dissesse que deveriam pagar, simplesmente, estaria se indispondo com os judeus. Mas, colocando sua sabedoria impar, responde que deveriam dar a César o que lhe era devido, mas a Deus o que lhe pertencia. Ou seja, dessa forma, deixou a critério da consciência de cada um dar o que é devido.

Os ensinamentos do Mestre Nazareno são muito próprios para os nossos dias também. É comum vermos as pessoas revoltando-se com os impostos a que são submetidas, optando, não menos frequentemente, pela sonegação, pela desonestidade, até mesmo gabando-se pela esperteza ou pelo “jeitinho” com que resolvem tudo.

Se os impostos pelos quais somos taxados não são cem por cento reais, necessários, ou bem aplicados, o fato de se lesar o poder publico acarretará mais e mais impostos, maiores taxas para cobrir os custos do Estado. A participação na sociedade é dever de todos, atuando, se expressando, reclamando seus direitos. Mas os tributos, enquanto existirem, devem ser devidamente pagos.

Fora do campo público, entrando mais especificamente no campo familiar, temos os relacionamentos do recinto doméstico, onde somos devedores e credores constantes, numa empreita de colaboração e prestação de contas mútua. Esse ensinamento de Jesus nos lembra das dividas contraídas, mesmo em existências anteriores, para com nossos familiares, amigos e colegas. No relacionamento doméstico ou profissional devemos sempre lembrar das lições de Jesus, dando a empresa o melhor de nós, proporcionando a família tudo o que ela merece, jamais se esquecendo de que se estivéssemos em situação contrária, ou seja, recebedor, certamente adoraríamos ser bem servidos, não sermos enganados, tão pouco menosprezados.

Não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam. Frase que regula nossa conduta social. Palavras sábias que servem para optarmos por esta ou aquela decisão, pois serve de teste áureo, evitando, assim, magoar, ferir, injustiçar. Nossas atitudes do dia-a-dia devem ser avaliadas e colocadas a prova pelas palavras do Messias, pois, dessa forma estaremos sendo honestos e caridosos. Respeitar as leis econômicas, sociais, morais, é nossa obrigação.

Nunca devemos nos esquecer que, invariavelmente, quando alguém é privilegiado é porque outro foi prejudicado. Não podemos nos esquecer do egoísmo, essa grande chaga da humanidade. Se aplicarmos esse teste ensinado por Jesus estaremos evitando ser egoístas, evitando dívidas e muitos outros problemas.

Portanto, é através dos ensinamentos de Jesus e das constatações do Espiritismo que temos ferramentas suficientes para eliminarmos, pouco a pouco, as injustiças sociais, as misérias, sejam econômicas ou sociais, dando-se de si aquilo que certamente gostaríamos de receber quando precisássemos.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XI, itens 5 a 7


Fonte da imagem: Internet Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário