CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 2 de junho de 2015

11ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE IGUALDADE

IGUALDADE NATURAL – DESIGUALDADE DAS APTIDÕES - DESIGUALDADES SOCIAIS - DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS - PROVAS DA RIQUEZA E DA MISÉRIA - IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER - IGUALDADE PERANTE O TÚMULO

IGUALDADE NATURAL

Todos os homens são iguais perante Deus. Todos tendem para o mesmo fim e Deus fez as suas leis para todos (LE, 8o3).

“Todos tendem para o mesmo fim” entendemos com a resposta dos espíritos a Kardec, que a igualdade natural é a essência que caracteriza toda a humanidade sendo, pois que todos temos um mesmo principio e uma mesma destinação.

Essa igualdade natural toma-se difícil de entender se não tivermos uma “inteligência espiritual” que nos remeta ao sentido da existência de Deus como criador de tudo e de todos, tendo em vista que convivemos em uma sociedade marcada pela desigualdade nos mais diversos setores de nossa vivência social e individual.

Se incorporássemos realmente o significado da igualdade natural em nossa vivência, ficaria mais consciente o entendimento das palavras de Jesus “Vos julgais Segundo a carne, e eu a ninguém julgo”, pois conseguiríamos usufruir da paz sem julgar, perseguir ou condenar a ninguém. (Leis Morais da Vida – Cap. IX)

DESIGUALDADE DE APTIDÕES

Deus criou todos os espíritos iguais, mas cada um deles viveu mais ou menos tempo e, por conseguinte realizou mais ou menos aquisições. A diferença esta no grau de experiência e na vontade que e o livre arbítrio, dai decorre que uns se aperfeiçoam mais rapidamente o que lhes dá aptidões diversas (LE 8o4). Portanto as diferenças que os homens apresentam entre si quer em inteligência quer em desenvolvimento moral não derivam da sua natureza íntima, resultam antes de dois fatores:

a) No maior ou menor desempenho de suas potencialidades no desenvolvimento ou não das aptidões e virtudes enfim no bom ou mau uso do livre arbítrio por parte de cada um. Disto decorre que uns se aperfeiçoam mais rapidamente o que lhes confere aptidões mais diversificadas;

b) Sendo os mundos solidários entre si, os habitantes dos mundos superiores reencarnam em mundos mais atrasados como espíritos missionários para aprimorar o progresso intelectual e moral através de seus exemplos.

Partindo da premissa de que os espíritos não regridem no seu progresso tem-se que ao passar de um mundo superior para um inferior conservarão integralmente as faculdades e aptidões adquiridas, consequentemente tal fato acentua ainda mais as desigualdades de aptidões que existem entre os homens.

Deus não criou, portanto, espíritos com faculdades desiguais, mas permitiu que espíritos com os mais diversos graus de desenvolvimento estivessem em contato entre si para auxiliar a evolução dos mais atrasados e, necessitando uns dos outros, cumprissem a lei do amor. Tal fato explica porque o misto de aptidões é necessário para que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da providência, respeitando-se, evidentemente, os limites físicos e intelectuais. Deste contexto, percebemos que cada um desempenhará um papel útil dentro da criação, pois o que um não tem condições de fazer, o outro certamente terá.

DESIGUALDADES SOCIAIS

As desigualdades sociais não se enquadram nas leis naturais porque não são obras de Deus, e sim, consequência do orgulho e do egoísmo do próprio homem. Contudo, à medida que a humanidade avançar ética e moralmente, essas desigualdades tenderão a desaparecer, restando somente a desigualdade fruto do mérito e das virtudes adquiridas pelo homem.

As desigualdades de riquezas nem sempre se originam das diferentes faculdades, ou dos mais variados recursos que alguns dispõem para adquirir mais bens do que outros, muitas vezes são também fruto de meios ilícitos.

Observamos que as desigualdades sociais levam as desigualdades financeiras, e vice-versa. E preciso considerar que não é incomum uma fortuna chegar providencialmente às mãos de alguém, por meios lícitos, para reparar uma injustiça cometida.

A igualdade social ou financeira jamais existiu, pois entre os homens a diversidade das faculdades e aptidões impedirá que assim seja.

O ser humano se encontra na Terra envolto em batalhas iluminativas cada vez mais severas. À medida que se robustece emocionalmente, mais desafiador se tornam os combates, porque se transferem para o campo intimo onde permanecem as heranças do processo de evolução já conquistada. “Combate o egoísmo, pois esta e a vossa chaga social, e não corrais atrás de quimeras” (LE 811 a)

DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS

O homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para realizar esses trabalhos, precisa de recursos e a necessidade fez que Deus criasse a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. Sem a riqueza, não haveria maiores trabalhos, nem atividade, nem estimulante para a ação, nem pesquisas.

A atividade que esses mesmos trabalhos impõem ao homem lhe amplia e desenvolve a inteligência. A inteligência que ele concentra primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais.

A riqueza, pois, não é um mal em si mesma; bem utilizada, ela leva a Humanidade não só ao progresso material e intelectual, mas, também, ao progresso moral.

Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele toma pernicioso o que mais útil lhe poderia ser; é a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre.

Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra, portanto, compete ao homem fazê-la produzir bem.

Que aconteceria se, acaso, se pudesse repartir toda a riqueza da Terra com igualdade entre todos os seus habitantes? A cada um caberia apenas uma parcela mínima e insuficiente. Não haveria recursos para nenhum dos grandes trabalhos que concorrem para progresso e o bem- estar da Humanidade. Tendo o necessário para sobreviver, o homem não sentiria o aguilhão da necessidade para o impelir as descobertas e aos empreendimentos uteis. Ainda que fosse possível efetuar essa repartição entre todos os homens, em pouco tempo o equilíbrio estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões.

Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar.

A desigualdade das riquezas, como vemos, é um dos problemas que inutilmente se procura resolver, desde que se considere apenas a vida atual.

A luz do Espiritismo, porém, entendemos que: nós seres humanos, somos espíritos imortais reencarnados; para progredir, precisamos das experiências que a vida corpórea enseja; uma dessas experiências é aprender a produzir a riqueza e com ela trabalhar, acertadamente; através das reencarnações, vamos tendo oportunidade para isso.

Entendemos, também, que: Deus concentra a riqueza em certos pontos, para que dai se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades; e a desloca constantemente, para que não fique longo tempo improdutiva nas mãos dos que não a estão sabendo utilizar; e para que cada um, por sua vez, tenha a oportunidade de lidar com ela. Alguns estão dispondo da riqueza no momento, outros já a tiveram, outros ainda virão a usufruí-la e mesmo quem já a teve poderá, se necessário, voltar a possuí-la.

Por enquanto, na Terra a riqueza é para poucos, a maioria luta por sobreviver, dispondo apenas de posses medianas ou mesmo enfrentando a miséria. Isto se da não apenas pela má distribuição da riqueza, feita pelo materialismo e o egoísmo, dominantes no planeta.

E, também, porque não sabemos todos produzir riquezas ou não queremos nos esforçar para isso. Se a riqueza na Terra fosse fácil para todos, em nosso grau de evolução, a maioria não trabalharia, não estudaria, quereria somente gozar, e isto não traz progresso para o Espírito.

Se há os que abusam da riqueza, não será com decretos ou leis dispendiosas que se remediara o mal. As leis podem de momento, mudar o exterior, mas não conseguem mudar o coração; dai vêm serem elas de duração efêmera e quase sempre seguida de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.

Com a evolução intelecto-moral da Terra, os extremos da miséria ou da riqueza excessiva serão corrigidos, pela melhor produção e distribuição dos recursos. Entretanto, “os pobres sempre os tereis convosco”. 12:8) Sempre haverá na Terra pessoas com menos aptidões e recursos do que outras, por estarem em diferentes graus de evolução.

PROVAS DA RIQUEZA E DA MISÉRIA

A diversidade de riquezas e de misérias tem uma finalidade útil: a de provar as almas no excesso e na submissão.

Assim, os que sofrem com resignação, sem murmurações e com trabalho constante, conseguem superar suas provas. Pelo arrastamento ao mal a que se dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova arriscada, mais perigosa que a pobreza; é o supremo excitante do orgulho do egoísmo e da vida sensual. É o mais estreito laço que prende o homem a Terra.

Ambas as provas apresentam facetas diferentes, mas tanto o rico quanto o pobre podem fracassar. O primeiro por não fazer o bem, e o segundo pelas queixas contra a Providência. O rico esta mais sujeito as tentações, mas dispõem de meios de praticar o bem; mas isso é justamente o que nem sempre faz, pois se torna egoísta, orgulhoso e insaciável.

A riqueza também pode ser um fator para a redenção do Espírito, quando dela sabe servir-se, empregando-a com critério e discernimento. Enquanto para uns a pobreza é a prova da paciência e da resignação, a riqueza é para outros o exercício da caridade e da abnegação.

Êxitos e desditas à luz do evangelho se apresentam comumente em sentido oposto a interpretação imediatista dos conceitos humanos.

Na manjedoura, entre pecadores, no trabalho humilde, convivendo com os deserdados, raptado e largado numa cruz. Jesus é o símbolo do triunfo real sobre tudo e todos, em imperecível lição, que ninguém pode deslustrar ou desconhecer. “Toma-o por modelo e não te perturbes nunca nas glórias ou nos insucessos; guarda-te na paz interior e persevera no amor, seguindo a rota do bem inalterável.”

Cada espírito é um ser com programação própria fruto das realizações passadas e presentes.

Conquistas materiais e espirituais marcam as etapas evolutivas da humanidade, independentemente da encarnação, ora como homem, ora como mulher, rico ou pobre...

A lei de igualdade faz-nos sentir que as sábias palavras do Mestre, Sede perfeitos, só se concretizarão quando entendermos que todos somos iguais perante o Pai da vida.

IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER

Deus não concedeu superioridade natural a nenhum homem ou mulher, nem pelo nascimento e nem pela morte, pois todos estão submetidos às mesmas leis naturais (divinas).

Deus (pai), como ser antropomórfico foi nos colocado por meios político-religiosos para temermos, sabemos que na antiguidade cultuavam a Deusa (mãe). Hoje entendemos muito pouco sobre o que é Deus, 1ª pergunta do LE, mas compreendemos que ele nos criou como espíritos iguais com compromissos assumidos conforme o uso do nosso livre arbítrio das várias encarnações, ora como homem ora como mulher.

Desde o ano 313 D.C., no Concilio de Nicéia, onde sob as ordens do imperador Constantino, através de debates, os bispos chegam à conclusão que Jesus trazendo a substância de Deus, era portanto, também um ser trino: pai, filho e espírito santo.

Vários relatos do Mestre provam o contrário como, por exemplo, “A doutrina que vos ensino não é minha, mas sim daquele que me enviou” (João 7: 16).

Sabemos, isto sim, que Jesus encarnou como homem, pois como mulher ele mal seria ouvido, mas suas energias eram totalmente equilibradas, viril como um homem e doce como uma mulher (ex. vendilhões do templo/ mulher adúltera).

Esse equilíbrio que devemos conquistar como espíritos, que por isso mesmo, ora reencarnamos como homens, ora como mulheres. Pessoa alguma se encontra em clima de privilégio enquanto na vilegiatura material.

Todas as lágrimas procedem de razoes justas, embora não alcances prontamente as suas nascentes.

Reconforta-te na decisão das atitudes sãs, faze tua parte.

Cada ser responde pelos próprios atos, ontem, hoje e sempre.

IGUALDADE PERANTE O TÚMULO

Segundo os Espíritos Superiores, o desejo de perpetuar a própria memória nos monumentos fúnebres, ou honrar o falecido é originado pelo orgulho. Os familiares também fazem por ostentação e exibição de riqueza perante aqueles menos afortunados.

“TODO AQUELE, POIS QUE SE HUMILHAR E SE FIZER PEQUENO COMO ESSE MENINO SERÁ O MAIOR NO REINO DOS CÉUS” (Mateus cap. XVIII; 1-5)

Se o Cristo prometeu aos pobres o Reino dos Céus, foi porque os grandes da Terra imaginavam que os títulos e as riquezas terrenas eram a recompensa de seus méritos, e sua essência era mais pura que a do pobre.

Deus estabeleceu alguma distinção entre o invólucro do pobre e do rico?

- O Criador não criou duas espécies de homens. Tudo o que Deus faz é grande e sábio. (ESE cap. VII item II)

“PORQUE QUEM SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO E QUEM SE HUMILHAR SERÁ EXALTADO” (Lucas cap. XIV; 1, 7 - 11)

“A tumba é o lugar de encontro de todos os homens, nela se findam impiedosamente todas as distinções humanas...” (LE, 824).

A evidenciar que as lembranças das boas ações farão parte da nossa bagagem espiritual não tendo relevância as pompas do funeral, pois não nos acrescenta nenhum mérito na escala evolutiva.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3º, cap. IX, questões 8o3 a 824;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XVI, itens 7 e 8;
Bibliografia Complementar:
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e Viva – nº 10;
FEESP – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – 2º ANO
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais, “Lei de Igualdade”;
PIRES, José Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires;
PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel - n° 30;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier- O Livro da Esperança - item 43;


Fonte da imagem: Internet Google.

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