CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 16 de junho de 2015

12ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE LIBERDADE

LIBERDADE NATURAL – ESCRAVIDÃO - A LIBERDADE DE PENSAMENTO E DECONSCIÊNCIA - LIVRE ARBÍTRIO E FATALIDADE CONHECIMENTO DO FUTURO

LIBERDADE NATURAL

Ao pensar em liberdade, diversos aspectos afloram: de ser, agir, crer, fazer, e assim por diante.

O filhote da águia possui em si todo o potencial para voar bem alto, mas somente o fará quando o seu corpo estiver apto.

O ser humano possui em si toda a potencialidade que somente exercera com plenitude e sabedoria na relação direta do seu aprimoramento moral e espiritual.

A convivência em sociedade obriga o homem a respeitar os limites dos direitos do seu semelhante e desde que haja dois seres juntos há direitos a respeitar e não terão eles, portanto, liberdade absoluta.

Se tomarmos como base o ensinamento de Jesus no qual nos orienta a “Não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam”, o limite estará delineado. E, por essa delimitação, nossos limites de liberdade estarão definidos.

ESCRAVIDÃO

A questão 829 de O Livro dos Espíritos esclarece que toda sujeição absoluta de um homem a outro é contrária à lei de Deus.

Muito embora a escravidão física tenha sido abolida legalmente no mundo, a escravidão moral ainda faz um numero incalculável de vítimas.

Assim como a escravidão física desapareceu, a sujeição moral terá igual destino quando o homem compreender a sua condição de filho de Deus e reger a sua vida pelas leis de amor trazidas por Jesus.

Aquele que escraviza se opõe a lei da fraternidade e solidariedade.

Quando determinada sociedade possuiu em suas leis o direito de subjugar o semelhante pela forca bruta, ao trabalho; punindo-o severamente pela transgressão de leis que a regiam a época, aquele homem se submeterá as consequências de seus atos perante a justiça divina.

O fato de vivermos em sociedade nos coloca, a todos, na dependência de nossos semelhantes em virtude das diferenças de aptidões. Depender não é ser escravo de uma relação social (LE 831).

LIBERDADE DE PENSAMENTO E DE CONSCIÊNCIA

O Pensamento continuo é atributo do Espírito e, enquanto encarnados não temos acesso ao pensamento do outro.

O homem possui plena liberdade de pensar e por meio do seu pensamento se desloca para o futuro, para o passado, para enlevar-se recordando momentos felizes ou deprimir-se em sentimentos menos felizes.

O que quer que se lhe aflore a mente forjando pensamento, portanto, criando imagens fluídicas, será, sob esse aspecto, responsável perante as leis de Deus.

A qualidade da atmosfera psíquica do planeta é de responsabilidade de cada um de seus moradores.

Diante disso não se atreverá o homem a impor a outro, ou a violar a sua consciência - que é o foro íntimo de cada um na sua capacidade de discernir entre o certo e o errado; a sua voz interior que o aprova ou reprova (LE 835).

A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso (LE 837).

Ainda que a crença do outro seja reprovável, o respeito à consciência e a liberdade de crer é fundamental. O contrário é faltar com a caridade. A Doutrina Espírita é doutrina de aperfeiçoamento moral.

O Mestre ensinou pelo exemplo de doçura e mansidão, devemos seguir-lhe o exemplo.

LIVRE-ARBÍTRIO E FATALIDADE

O livre-arbítrio é a faculdade que tem o individuo de determinar a sua própria conduta - autodeterminação; e crer na existência da fatalidade é negar a existência do livre-arbítrio.

O Espírito gozara sempre do direito de exercer o seu livre-arbítrio e, quanto mais esclarecido, mais ampla a sua capacidade. Enquanto no mundo espiritual escolhera livremente ou, se for o caso, orientado por Espíritos Superiores, as provas e as experiências as quais se vê necessitado para o seu aprimoramento; e encarnado, optando por tal ou qual caminho. E sempre será o responsável por suas escolhas, não podendo atribuir a sua boa ou má estrela o resultado das suas escolhas.

O discípulo de Jesus, Paulo de Tarso, já alertava aos companheiros, através das epistolas, que estávamos todos cercados por uma “nuvem de testemunhas”. Esta observação vai ao encontro de Kardec quando esclarece sobre a interferência dos Espíritos no Mundo Corpóreo.

Ainda que exista a nuvem de testemunhas e a interferência dos Espíritos no mundo corpóreo, o livre-arbítrio é pleno e a criatura pode acolher ou não as sugestões desses Espíritos, assim como aceita ou rejeita as sugestões de seus pares.

A fatalidade não existe sendo para a escolha feita pelo Espírita, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova: ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra (L;E. 851).

Assim, considerar a fatalidade como uma realidade é crer que o Homem possa ser uma maquina programada para cumprir determinada trajetória. Isso seria negar a misericórdia divina, e a reencarnação perderia o sentido e o objetivo como meta de evolução, pois que o Homem não teria mérito ou demérito como resultado se suas ações.

A fatalidade existe considerando-se tão somente no que respeita ao resultado de suas escolhas enquanto no mundo espiritual.

CONHECIMENTO DO FUTURO

Desde os primórdios das civilizações que o Homem recorre aos mais variados meios na tentativa de descobrir o que lhe reserva o futuro.

Os oráculos, as pitonisas, sonhos de faraó e, porque não incluir Moisés com a advertência para não consultar os mortos.

Dessa maneira, alguns fatos marcantes da História da humanidade foram preditos. E é somente visando o bem e o cumprimento das coisas é que Deus permite a sua revelação (LE 870).

Ao homem comum não é dado saber o seu futuro, pois este o negligenciaria, não iria cumprir o que deve ser feito para o seu adiantamento moral.

Tanto o passado como o futuro é da Lei de Deus que permaneça oculto. De outra forma o homem veria tolhida a liberdade de ser ele mesmo.

Se o homem conhecesse seu passado ver-se-ia tentado a ir procurar por aqueles que, de uma forma ou outra, a ele se vincularam, seja por afeto ou desafeto. No caso das provas ou expiações temeria a chegada do momento que pode ser crucial. Deste modo, Deus que é pleno de sabedoria e amor, deseja que lhe fique oculto para não haver embaraços no desenrolar das vidas por Ele criadas com capacidade de livre-arbítrio.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3°, cap. X, questões 825 a 871; item 8 - Resumo Teórico do Móvel das Ações Humanas;
KARDEC, Allan - Livro dos Médiuns - cap. XXVI, questão 289;
KARDEC, Allan - A Gênese, cap. XVI, nº 3;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. VIII, item 18; cap. XXVIII, item 51;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - cap. I, pag. 123 questões 123, 124, 126 e 141; cap. V item 21; cap. 27, item 6;
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno – 2ª Parte, cap. 5;
Revista Espírita, de janeiro;
Revista Espírita, de marco de 1858;
Revista Espírita, de fevereiro de 1862;
Revista Espírita, de maio de 1866;
Revista Espírita, de fevereiro de 1867;
Revista Espírita, de julho de 1868;
Bibliografia Complementar:
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e Viva - nº 9 e 14;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais;
PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- n° 31 e 32;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Emmanuel - item 33;
EMMANUEL, André Luiz - Opinião Espírita - nº7 e 27;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - O Consolador- itens 132 a 139;
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. XVI;
DENIS, Léon - O Problema do Ser do Destino e da Dor – 3ª Parte - item 22;


Fonte da imagem: Internet Google.

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