CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 19 de março de 2020

3ª Aula Parte B - CURSO O QUE É O ESPIRITISMO FEESP


O VALOR DA PRECE

Relata-nos o Espírito Humberto de Campos, no livro “Boa Nova” (psicografia de Francisco Candido Xavier) que, certa feita, Pedro perguntou a Jesus como deveríamos interpretar a oração, ao que o Mestre respondeu: “Em tudo deve a oração constituir o nosso recurso permanente de comunhão ininterrupta com Deus."

Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, esclarece que as condições da prece foram definidas por Jesus nas seguintes passagens:

“E quando orais, não haveis de ser como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas, e nos cantos das ruas, para serem vistos dos homens; em verdade vos digo, que eles já receberam a sua recompensa. Mas vós, quando orardes, entrai em vosso aposento, e, fechada a porta, orai a Vosso Pai em secreto; e Vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a paga. E quando orais não faleis muito, como os gentios; pois cuidam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não queirais, portanto, parecer-vos com eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, primeiro que vos lho peçais.” (Mateus, VI:5-8).

“E propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, como se fossem justos, e desprezavam os outros: Subiram dois homens ao templo, para fazer oração: um fariseu e outro publicano. O fariseu, posto em pé, orava lá no seu interior desta forma: Graças te dou, meu Deus, porque não sou como os demais homens, que são uns ladrões, uns injustos, uns adúlteros, como é também este publicano; jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de tudo o que tenho. O publicano, pelo contrário, posto Lá longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, sê propício a mim, que sou pecador. Digo-vos que este voltou justificado para a sua casa, e não o outro; porque todo o que se exalta será humilhado, e todo o que se humilha será exaltado”. (Lucas, XVIII: 9-14)

O que podemos tirar de lição dessas duas passagens? Que a prece não deve ser motivo de exibição, mas sim que a façamos sem afetação e em segredo. Deve ser feita com simplicidade e sem muitas palavras, pois não será pelo palavreado que seremos ouvidos, mas sim pela sinceridade com que é realizada. Não devemos também orar com o coração cheio de ressentimento contra alguém; devemos perdoar todo o mal que por ventura alguém tenha nos feito, pois, como poderemos pedirmos perdão a Deus pelos nossos erros se ainda não perdoamos o nosso próximo? A prece agradável a Deus é aquela que é sincera, fervorosa, proferida com fé, humildade e sempre caridosa com o próximo.

Por que devemos orar, se Deus conhece todas as nossas necessidades? Será que podemos modificar o andamento dos fatos com a oração, já que Deus a tudo provê?

Kardec explica em O Evangelho Segundo o Espiritismo que, mesmo que o Universo seja regido por leis naturais e imutáveis e que Deus não as muda segundo os nossos desejos, “(...) daí a acreditar que todas as circunstâncias da vida estejam submetidas à fatalidade, a distância é grande”. Somos senhores de um livre-arbítrio relativo para dele fazermos uso e tomarmos iniciativa; se Deus dotou-nos de raciocínio e inteligência foi para que deles nos servíssemos, assim como da vontade para querermos e da atividade para a ação. De nossa iniciativa originam-se acontecimentos que escapam forçosamente a fatalidade e que nem por isso destroem a harmonia das leis universais. Deus pode conceder certos pedidos sem violar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, isso sempre dependendo do Seu consentimento.

Mas basta pedirmos para que nosso desejo seja realizado? Certamente que não. Invariavelmente, obteremos respostas para as nossas suplicas, porém, a concessão nem sempre vem de acordo com o que almejamos – ou melhor, é a imperfeita compreensão que temos de nossas verdadeiras necessidades que nos leva a concluir, erradamente, sobre a não satisfação dos nossos pedidos.

“A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar Nele, aproximar-se Dele, pôr-se em comunicação com Ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer.” (LE, questão 659).

Devemos orar no começo e no fim de cada trabalho; no começo para elevarmos nossas almas e atrairmos os Espíritos esclarecidos e bons, e no fim, para agradecermos os benefícios e ensinamentos que houvermos recebido.

Seja a nossa prece singela, curta e realizada em silêncio, muito mais um transporte do nosso coração do que uma formula decorada. O que importa é o nosso pensamento firme e, para ser eficaz, não deve ser uma recitação, proferida de maneira mecânica, mas sim um ato de vontade capaz de atrair as boas vibrações do Plano Espiritual e as irradiações do Divino Foco.

A prece deve ser improvisada de preferência, porque assim a preocupação com o que estamos dizendo, prende a nossa atenção e favorece nossa ligação com o Alto.

A prece não nos livrará das provas que devem ser o meio da cura de nossos males morais, mas nos fortalecerá o ânimo, como uma preparação para enfrentarmos as dificuldades.

Jesus deixou-nos o modelo de prece concisa, que resume todos os nossos deveres para com Deus: a Oração Dominical, ou o Pai Nosso. Como nos diz Kardec: “Encerra ainda uma profissão de fé, um ato de adoração e submissão, o pedido de coisas necessárias a vida terrena e ao princípio de caridade”.

Meditemos em torno dessas palavras: “Pai Nosso que estais no Céu, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso Reino, seja feita a sua vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Perdoais as nossas dividas, assim como nós perdoamos os nossos devedores. Não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Assim seja.” (Mateus, VI:9-13).

Em Lucas, acrescenta-se: “Pais vossos são o reino, o poder e a glória para sempre”.

FIXAÇÃO DO APRENDIZADO:

1) O que é a prece?

2) Qual a prece mais agradável a Deus?

3) Na sua opinião, qual é o valor da prece?

BIBLIOGRAFIA

- Compri, Maria T. - Experiências a Luz do Evangelho no Lar - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.

Fonte da imagem: Internet Google.

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