A Religião Na Atualidade
Após termos
visto, em rápida análise a evolução da espiritualidade através dos tempos,
podemos perguntar:
E hoje? Por
todo o mundo, como são as manifestações religiosas que podemos encontrar?
Alcançaram elas um patamar de transcendência, de abolição de exterioridades
excessivas, e se voltaram à verdadeira espiritualização? Bem sabemos que não.
Há que se
ressaltar aqui, a propósito, que a classificação por fases (os horizontes)
inicialmente apresentada, não obedece a uma uniformidade se analisarmos a
humanidade como um todo. Ou seja, são fases, estados de consciência de um dado
grupo social que não tem, necessariamente, relação com o período histórico.
Com efeito,
vemos que em nosso mundo atual, em pleno século XXI, ainda existem grupamentos
humanos em “estados tribais“, cultuando deuses antropomórficos, adorando
animais, fazendo votos a seres mitológicos, etc.
Então, não
existe uniformidade, e esses grupos diversos em nosso planeta convivem mais ou
menos pacificamente.
É da Lei
Divina, devemos lembrar que haja essa diversidade, pois é justamente quando
ocorre o encontro entre os diferentes que acontece a transferência de
conhecimento daquele que sabe mais para aquele que sabe menos. Ou seja, se não
houvesse elementos diversos em sabedoria e moralidade, o avanço seria, de certa
forma, impossível, eis que não haveria os precursores, os renovadores, os
missionários.
Este é, em
essência, o papel dos missionários: inserir-se num meio que lhe é inferior em
cultura, e injetar, espalhar, difundir o conhecimento.
Nossa história
é rica em missionários. Uns; verdadeiros gênios que dominavam as ciências;
legaram-nos os mais variados conhecimentos da matemática, da engenharia, da
química, da medicina, da física, mais recentemente da física quântica, etc.;
outros, verdadeiros “gigantes“ espirituais, conduziram multidões a um novo
caminho de espiritualidade.
Em Jesus, o
Cristo, o Mestre inesquecível, visualizamos o ápice, o cume, a excelsa Verdade,
a Moral perfeita, irretorquível, insofismável.
Jesus,
segundo palavras que encontramos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo“, “é o
justo por excelência“.
Inconfundivelmente,
sim, a Doutrina do Cristo, segundo ensinamento dos Espíritos Superiores, contém
o mais perfeito ensinamento moral que já houve na Terra.
Mas, ainda
assim, o que muitos não fizeram com os ensinamentos de Jesus? Quantos não
corromperam suas lições para satisfazer interesses próprios? Quantos não
rejeitaram suas sublimes palavras e, ainda hoje, parecem querer cultuar “o
Bezerro de Ouro”? Quantos não se dizem cristãos, mas quase não dão um passo
para exemplificar o Bem?
A lição de
Jesus que ficou bem clara é que para a verdadeira adoração a Deus não ha a real
necessidade de um templo para se fazerem rituais, sacrifícios e oferendas.
O verdadeiro
culto a Deus não depende de rituais externos, mas de renovação intima, de
seguir uma vida com retidão e observância as Suas Leis.
Assim, Jesus
sempre ia às sinagogas para ensinar, não porque elas fossem sagradas, mas
porque eram o local em que as pessoas, pela tradição e costumes, iam para falar
ou ouvir sobre a lei de Deus.
Mas Jesus
não se limitava as sinagogas; muito pelo contrário, Jesus ensinava o tempo
todo, em todos os lugares, nas montanhas, nos campos, nas margens dos rios, nas
casas em que visitava... Em todos os lugares.
Esse é o
grande exemplo para aqueles que transmitem o Evangelho: que não se limitem a
local algum, mas ensinem em todos os lugares em que se encontrem, não só pela
palavra, mas principalmente pela conduta correta, irrepreensível.
Vemos,
assim, que Jesus transcendeu a todo o conceito pequeno, limitado, de templo e
de local sagrado.
Transcendeu
a todo conceito de dias especiais, e se empenhou em ensinar e demonstrar que
para fazer o bem não há dia certo: todos os dias são dias para fazer o bem! E,
exatamente por isso, encontramos muitos relatos bíblicos das curas que Jesus
realizava aos sábados.
Mas, podemos
perguntar uma vez mais, o que então impede o Ser de caminhar diretamente para
alcançar sua plenitude?
São os
apegos a costumes e tradições antigas; às vezes, é o medo de dar “voos” mais
altos, “voos de consciência” e abandonar a suposta “segurança” da antiga
crença. Em uma palavra: por atavismos.
Atavismo,
figuradamente falando, são manifestações baseadas em convicções que pertenciam
aos homens primitivos; já superadas há muito tempo; são “retornos” a crenças,
que não sobreviveriam a luz da razão, não sobreviveriam, especialmente, a luz
do Cristo.
Mas, por
esses atavismos, continuamos presos aos arcabouços religiosos de outros tempos.
Quanto tempo precisa o Ser na evolução, para chegar a esta constatação,
compreendendo e aceitando estes enunciados?
Quanto tempo
ainda será necessário para se romper com o culto exterior de adoração a Deus?
Apesar da
evolução no campo do conhecimento, ainda muitos são vitimas de atavismo
milenar. Uma força irresistível ainda mantém muitos cativos ao passado, as
lendas, as crendices, as superstições e aos mitos.
Inteligência x Moralidade
Em “O Livro
dos Espíritos“, no capítulo que trata da Lei do Progresso, encontramos
ensinamentos preciosos sobre o progresso intelectual e moral do Espírito.
Vemos, ali,
que é necessário haver progresso intelectual do Ser para ele se aperfeiçoar.
Esse progresso de inteligência é que lhe vai permitir a compreensão do Bem e do
Mal, e, então, poder fazer escolhas, usar seu livre-arbítrio.
Não vemos as
crianças, por exemplo, apresentarem as mais ingênuas dificuldades em distinguir
o certo do errado? Isso demonstra claramente que temos que aprender; ganhar
experiência, para podermos fazer boas escolhas. Eis por que o Espiritismo
convida-nos, constantemente, ao estudo.
E para que
tenhamos novas percepções da realidade, para que possamos ver além do
horizonte, possamos compreender nossa realidade, a realidade do Espírito e de
sua imortalidade. Precisamos então sempre continuar estudando. Sempre! Quando,
por exemplo, nosso estudo dirige-se as lições de Jesus, para bem compreender
suas mensagens precisamos fazer uma imersão nos fatos históricos em que está
inserido o advento do Messias.
Nos
ensinamentos de Jesus encontramos uma riqueza impar, única, de sabedoria e
moralidade. Muitas vezes, no entanto, deparamo-nos com algumas passagens do
Evangelho em que o sentido nem sempre está muito claro.
Então,
precisamos ler novamente, refletir, para chegar a uma conclusão.
Para isso,
muitas vezes, é necessário um conhecimento dos costumes da época, das
tradições, da organização social daquele período, etc. Essa “jornada no
conhecimento humano” é muita rica, é muito bela, é fascinante, e pode nos levar
a outros níveis de entendimento, nunca antes concebidos.
Conhecimento
é felicidade! Aos espíritas, o convite de Kardec: “Amai-vos e instruí-vos“.
Teremos, então, no decorrer deste curso, a oportunidade única de adentrar a
esse universo, ter a felicidade de poder estudar a história do povo hebreu,
estudar o cenário por qual percorreu Jesus, o Rabi da Galiléia, estudar o “palco”
onde suas palavras foram sublimemente pronunciadas para se imortalizarem no
tempo.
Essa trilha
despertara em nós o prazer pelo estudo e a verdadeira compreensão das lições
inesquecíveis de nosso Mestre, e nos impulsionará em direção ao Bem. Somos
viajantes da eternidade, e dentro de nós reside a consciência de que somos
Seres Espirituais em ascensão, no roteiro da paz, da harmonia e da perfeição.
Sabemos que
o progresso não vem pelo simples crer, mas acima de tudo pelo viver a nossa
essência espiritual.
Romper com
os atavismos milenares é a meta! Um futuro glorioso nos espera!...
QUESTÃO
REFLEXIVA:
De que
maneira a busca de um caminho de religiosidade, de espiritualização, pode conduzir-nos
à felicidade verdadeira?
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec, Allan - A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Livro dos Espíritos Ed. FEESP.
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Pires,
José Herculano - O Espírito e o Tempo.
- Pires,
José Herculano - Agonia das Religiões.
Fonte da imagem: Internet Google.
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