CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

22ª Aula Parte ÚNICA – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

BREVES HISTÓRIAS DO LIVRO OBRAS PÓSTUMAS E REVISTA ESPÍRITA

Pelo ano de 1855, Allan Kardec inicia seus trabalhos a observações sobre fenômenos espíritas. Entreviu as relações do mundo visível com o mundo invisível e reconheceu suas forcas seu dilema e seu valor.

Assim começou o seu trabalho que resultou nas seguintes obras:

1. O Livro dos Espíritos (Abril/1857).

2. O livro dos Médiuns (Janeiro/1861).

3. O Evangelho Segundo o Espiritismo (Abri1/1864).

4. O Céu e o Inferno (Agosto/1865).

5. A Gênese (Janeiro/1868).

6. A Revista Espírita (Janeiro/1858 a Junho/1869).

Trabalhador infatigável, sempre o primeiro a tomar a obra e o último a deixá-la, Allan Kardec sucumbiu, a 31 de março de 1869, quando se preparava para uma mudança de local, imposta pela extensão considerável de suas múltiplas tarefas. Diversas obras que ele estava quase a terminar, ou que aguardavam oportunidade para vir a lume, demonstrarão um dia, ainda mais, a extensão e o poder das suas concepções.

Morreu trabalhando, sofria a longos anos de uma enfermidade no coração e desta maneira o mundo se viu órfão de um dos maiores pensadores que a Terra já presenciou.

O Livro Obras Póstumas apresenta uma biografia de Allan Kardec e uma sinopse do seu trabalho. Este livro inicia-se com um discurso de Camile Flammarion junto ao túmulo de Allan Kardec traçando num esboço rápido as linhas principais da sua carreira literária.

Logo em seguida o livro é dividido em duas partes, a primeira apresentando a tríade Deus, A Alma e a Criação, as manifestações dos Espíritos, caráter e consequências religiosas das manifestações dos Espíritos, controvérsias sobre a ideia da existência de seres interplanetários entre o homem e Deus, causa e natureza da clarividência sonambúlica, conhecimento do futuro, estudo sobre a natureza do Cristo.

As alternativas da humanidade, a morte espiritual, a vida futura e uma ligeira resposta aos detratores do Espiritismo. A segunda parte já apresenta um resumo do seu trabalho, desde a iniciação no Espiritismo, os livros da codificação a missão o futuro do Espiritismo e os princípios fundamentais da doutrina Espírita, reconhecidos como verdade inabalável.

Um exemplo do livro Obras Póstumas é a historia: a música celeste, segue texto abaixo: Um dia, numa das reuniões da família, o pai lera uma passagem de O Livro dos Espíritos, concernente a musica celeste. Uma de suas filhas, boa musicista, dizia a si mesma: Mas não ha música no mundo invisível; isso lhe parecia impossível, todavia, não deu a conhecer o seu pensamento. À noite, ela mesma escreveu, espontaneamente, a comunicação seguinte:

“Esta manhã, minha filha, teu pai te leu uma passagem de O Livro dos Espíritos; tratava-se de música; tu aprendeste que a do céu é muito mais bela do que a da Terra, os Espíritos a acham muito superior a vossa. Tudo isto é a verdade; entretanto, te dizias a parte e a ti mesma: Como Bellini poderia vir me dar conselhos e ouvir a minha música? Provavelmente, foi algum Espírito leviano e farsante. (Alusão aos conselhos que o Espírito de Bellini lhe dava, às vezes, sobre a música.) Tu te enganas, minha filha, quando os Espíritos tomam um encarnado sob a sua proteção, seu objetivo é fazê-lo avançar”.

“Assim, Bellini não acha mais a sua música bela, porque não pode compará-la a do espaço, mas ele vê a tua aplicação e o teu amor por essa arte, se te dá conselhos é por satisfação sincera; deseja que teu professor seja recompensado por todo o seu trabalho; mesmo achando teu divertimento muito infantil, diante das sublimes harmonias do mundo invisível, aprecia teu talento que se pode chamar grande sobre essa Terra. Crede-o, minha filha, o som de vossos instrumentos, vossa mais bela voz, não poderiam vos dar a mais fraca ideia da música celeste e de sua suave harmonia.”

Alguns instantes depois, a jovem disse: “Papai, papai, eu adormeço, eu caio...” Logo abateu-se sobre uma poltrona exclamando: “Ó! papai, papai, que música deliciosa!... Desperte-me, porque para lá me vou.”

Os assistentes, assustados, não sabendo como despertá-la, ela disse: “Água, água.” Com efeito, algumas gotas lançadas sobre o seu rosto produziram um pronto resultado; de início aturdida, retornou lentamente a si, sem ter a menor consciência do que se passara.

Na mesma noite, estando o pai só, obteve a explicação seguinte do Espírito de São Luis: “Quando lias, para a tua filha, a passagem de O Livro dos Espíritos tratando da musica celeste, ela estava na duvida; não compreendia que a música pudesse existir no mundo espiritual”. Eis porque, esta noite, eu lhe disse a verdade; isso não podendo persuadi-la, Deus permitiu, para convencê-la, que lhe fosse enviado um sono sonambúlico. Então, seu Espírito, se desligando de seu corpo adormecido, lançou-se no espaço e foi admitido nas regiões etéreas, seu êxtase era produzido pela impressão da harmonia celeste; também ela exclamou: “Que música”! “Que música”! Mas sentindo-se cada vez mais transportada nas regiões elevadas do mundo espiritual, pediu para ser despertada, tendo indicado o meio para isso, quer dizer, com água.

“Tudo se faz pela vontade de Deus”. O Espírito de tua filha não duvidara mais; embora não tenha, estando desperta, conservado a memória nítida do que se passou, seu Espírito sabe no que ater-se.

“Agradecei a Deus pelos favores com os quais cumula essa criança; agradecei-lhe por dignar-se, cada vez mais, vos fazer conhecer a sua onipotência e a sua bondade. Que suas bênçãos se derramem sobre vós e sobre esse médium feliz entre mil”!

Nota. Perguntar-se-á, talvez, que convicção pode resultar para essa jovem daquilo que ouviu, se disso não se lembra mais. Se, no estado de vigília, os detalhes se apagaram de sua memória, o Espírito se lembra; resta nele uma intuição que modifica os seus pensamentos; em lugar de fazer oposição, aceitara sem dificuldade às explicações que lhe serão dadas porque as compreendera, e, intuitivamente, as achara de acordo com o seu sentimento íntimo.

O que se passou aqui, por um fato isolado, no espaço de alguns minutos, durante a curta excursão que o Espírito da jovem fez no mundo espiritual, e análogo ao que ocorre de uma existência a outra quando o Espírito, que se encarna, possui luzes sobre um assunto qualquer; ele se apropria, sem dificuldade, de todas as ideias que se relacionam com esse assunto, se bem que não se lembre, como homem, da maneira pela qual as adquiriu. As ideias, ao contrario, para as quais não está maduro, entram com dificuldade em seu cérebro.

Assim se explica a facilidade com que certas pessoas assimilam as ideias espíritas. Essas ideias não fazem senão despertar nelas as que já possuíam; são espíritas de nascimento como outras são poetas, músicos ou matemáticos. Elas compreendem da primeira palavra, e não tem necessidade de fatos materiais para se convencerem. Incontestavelmente, é um sinal de adiantamento moral e do principio espiritual.

Na comunicação acima está dito: “Agradecei a Deus pelos favores com os quais cumula essa criança; que suas bênçãos se derramem sobre este médium, feliz entre mil.” Estas palavras pareceriam indicar um favor, uma preferência, um privilegio, ao passo que o Espiritismo nos ensina que Deus, sendo soberanamente justo, nenhuma de suas criaturas é privilegiada, e que não facilita mais o caminho a uns do que aos outros. Sem nenhuma dúvida, o mesmo caminho esta aberto a todo mundo, mas nem todos o percorrem com a mesma rapidez: e com o mesmo fruto; nem todos aproveitarão igualmente as instruções que recebem. O Espírito dessa criança, embora jovem como encarnada, sem dúvida, já viveu muito, e certamente progrediu.

Os bons Espíritos, encontrando-a então dócil aos seus ensinos, se alegram em instruí-la, como faz o professor com o aluno em que encontra felizes disposições; é a esse título que é médium feliz entre muitos outros que, por seu adiantamento moral, não tiram nenhum fruto de sua mediunidade. Não há, pois, neste caso, nem favor, nem privilegio, mas sim uma recompensa; se o Espírito cessasse de ser digno dela, logo seria abandonada por seus bons guias, para ver acorrer, ao seu redor, uma multidão de maus Espíritos.

O êxito do Livro dos Espíritos ultrapassara todas as expectativas. Allan Kardec recebia de todos os lados relatórios de extraordinários fatos espíritas, cartas interrogando sobre esse e aquele ponto de doutrina, visitas inesperadas de pessoas com dúvidas e pedindo esclarecimentos maiores, ao mesmo passo que recortes de jornais contra o Espiritismo.

Nesta época só existiam duas revistas em francês que atendiam ao público espírita, o “Journal de l’âme” de Genebra e nos Estados Unidos o jornal francês “Le Spiritualiste de La Nouvelle-Orléans” e dezessete jornais na língua inglesa, consagrados a esses assuntos.

Apesar de faltar tempo ao codificador da Doutrina Espírita, ele percebeu a necessidade de um periódico mais abrangente que pudesse atender ao público interessado sobre o assunto. Nasce em 1 de Janeiro de 1858 a Revista Espírita e superando todas as expectativas com as suas 36 páginas toma-se uma das revistas mais procuradas do Velho Continente.

Kardec frequentemente aproveitava as noticias da imprensa diária, mesmo as que não tivessem relação alguma com o Espiritismo, para comentá-las sob o angulo espírita, e, quando necessário, realizava a evocação de Espíritos que lançassem luz sobre diferentes aspectos dos fatos apresentados. Os jornais, dizia ele, estão cheios de casos de todos os gêneros, louváveis ou censuráveis, que podem oferecer assunto para estudos morais sérios, são para os espíritas uma mina inesgotável de observações e instruções.

Inúmeras manifestações físicas espontâneas, ruídos, pancadas, arremesso de projéteis de natureza diversa, deslocamento e quebra de objetos, estrondos, etc., etc., tudo devidamente comprovado, sem que ninguém descobrisse o autor ou os autores visíveis, nem mesmo com a vigilância ativa da policia, narradas pela imprensa francesa e de outros países, foram transcritas por Allan Kardec na Revista Espírita, dele recebendo explicações e esclarecimentos que lhes tiravam todo o caráter de sobrenaturais.

Embora lhe fosse pesada a tarefa, Allan Kardec dirigiu a Revista Espírita durante onze anos e pouco, por ela se responsabilizando sozinho, sem entraves de nenhuma vontade estranha. Enfrentou incessantemente as mais ásperas lutas, as mais violentas tempestades, a fim de deixar aos continuadores de sua querida revista um campo de trabalho menos árduo e de horizontes mais bem definidos.

De certa forma, pode-se dizer, com o próprio Kardec, que a “Revue Spirite” é, nos seus primeiros dez anos, ‘o complemento e o desenvolvimento’ da obra doutrinária por ele encetada em 1857, e tanto isso é verdade que nos livros da Codificação se deparam trechos inteiros e até mesmo capítulos anteriormente publicados na revista, que a partir de 1913 tomaria o nome de “La Revue Spirite”.

Centenas de colaboradores, de varias nações, entre encarnados e desencarnados, entre sábios e eruditos, entre criaturas do povo e de elevada posição social, entre cientistas, filósofos e literatos, entre espíritas e não espíritas, levantaram, com Kardec e apos Kardec, a admirável pirâmide de mais de cem volumes da “Revue Spirite”, pirâmide que encerra a força e a beleza indescritíveis do Espiritismo, nos seus três aspectos: ciência, filosofia e religião.

Um exemplo prático da Revista Espírita de outubro de 1867 explica os médicos médiuns: A Sra. Condessa de Clérambert, da qual falamos no artigo anterior, oferecia uma das variedades da faculdade de curar, que se apresenta sob uma infinidade de aspectos e de nuanças, apropriadas às aptidões especiais de cada indivíduo. Em nossa opinião, era o tipo do que poderia ser entre muitos médicos, de que muitos poderão ser, sem dúvida, quando entrarem na via da espiritualidade, que lhes abre o Espiritismo, porque muitos verão
desenvolver-se em si faculdades intuitivas, que lhes serão um precioso auxílio na prática.

Dissemos, e repetimo-lo, seria um erro crer que a mediunidade curadora venha destronar a medicina e os médicos. Ela vem lhes abrir uma nova via; mostrar-lhes na natureza, recursos e forças que ignoravam e com as quais podem beneficiar a ciência e os doentes, numa palavra, provar-lhes que não sabem tudo, desde que há pessoas que, fora da ciência oficial, conseguem o que eles mesmos não conseguem. Assim, não temos a menor dúvida de que um dia haverá médicos-médiuns, como há médiuns-médicos que, a ciência adquirida, juntarão o dom de faculdades mediúnicas especiais.

Apenas como essas faculdades só tem valor efetivo pela assistência dos Espíritos, que podem paralisar os seus efeitos pela retirada de seu concurso, que frustram à sua vontade os cálculos do orgulho e da cupidez, é evidente que não prestarão sua assistência aos que os renegarem e entenderem servir-se deles secretamente, em proveito de sua própria reputação e de sua fortuna. Como Espíritos trabalham para a humanidade e não vêm para servir a interesses egoístas individuais; como, em tudo o que fazem, agem em vista da propagação das doutrinas novas, são-lhes necessários soldados corajosos e devotados, e nada tem que fazer com poltrões, que tem medo da sombra da verdade. Assim, secundarão os que, sem resistência e sem premeditação, colocarem suas aptidões ao serviço da causa que se esforçam por fazer prevalecer.

O desinteresse material, que é um dos atributos essenciais da mediunidade curadora, será, também, uma das condições da medicina mediúnica? Então, como conciliar as exigências da profissão com uma abnegação absoluta? Isto requer algumas explicações, porque a posição não e a mesma.

A faculdade do médium curador nada lhe custou. Não lhe exigiu estudo, nem trabalho, nem despesas. Recebeu-a gratuitamente, para o bem dos outros, e deve usá-la gratuitamente. Como antes de tudo e preciso viver, se, por si mesmo, não tem recursos que o tomem independente, deve achar os seus meios no seu trabalho ordinário, como o teria feito antes de conhecer a mediunidade. Não dá ao exercício de sua faculdade senão o tempo que lhe pode consagrar materialmente. Se tira esse tempo de seu repouso e se emprega em tomar-se útil aos seus semelhantes o que teria consagrado a distrações mundanas, e o verdadeiro devotamento, e nisto só tem mais mérito. Os Espíritos não pedem mais e não exigem nenhum sacrifício desarrazoado.

Não se poderia considerar devotamento e abnegação o abandono de seu trabalho para entregar-se a um trabalho menos penoso e mais lucrativo. Na proteção que eles concedem, os Espíritos, aos quais a gente não se pode impor, sabem perfeitamente distinguir os devotamentos reais dos devotamentos fictícios.

Muito outra seria a posição dos médicos-médiuns. A medicina é uma das carreiras sociais que se abraça para dela fazer uma profissão, e a ciência medica só se adquire a titulo oneroso, por um trabalho assíduo, por vezes penoso. O saber do médico é, pois, uma conquista pessoal, o que não é o caso da mediunidade. Se, ao saber humano, os Espíritos juntam seu concurso pelo dom de uma aptidão mediúnica, é para o médico um meio a mais para se esclarecer, para agir mais segura e eficazmente, pelo que deve ser reconhecido, mas não deixa de ser sempre medico; é a sua profissão, que não deixa para fazer-se médium. Nada há, pois, de repreensível em que continue a dela viver, e isto com tanto mais razão quanto a assistência dos Espíritos por vezes é inconsciente, intuitiva, e sua intervenção se confunde, às vezes, com o emprego dos meios ordinários de cura.

Porque um médico tomou-se médium e é assistido por Espíritos no tratamento de seus doentes, não se segue que deva renunciar a toda remuneração, o que o obrigaria a procurar os meios de subsistência fora da medicina e, assim, renunciar sua profissão. Mas se for animado do sentimento das obrigações que lhe impõe o favor que lhe é concedido, saberá conciliar seus interesses com os deveres de humanidade.

Não se dá o mesmo com o desinteresse moral que, em todos os casos, pode e deve ser absoluto. Aquele que, em vez de ver na faculdade mediúnica um meio a mais de tomar-se útil aos seus semelhantes, nela se procurasse uma satisfação ao amor-próprio; que considerasse um mérito pessoal os sucessos obtidos por esse meio, dissimulando a causa verdadeira, faltaria ao seu primeiro dever. Aquele que, sem renegar os Espíritos, não visse em seu concurso, direto ou indireto, senão um meio de suplementar a deficiência de sua clientela produtiva, com alguma aparência filantrópica que se cobre aos olhos dos homens, faria, por isso mesmo, ato de exploração. Num caso, como no outro, tristes decepções seria a sua consequência inevitável, porque os simulacros e as saídas falsas não podem enganar os Espíritos, que leem no fundo do pensamento.

Dissemos que a mediunidade curadora não matará a medicina nem os médicos, mas não pode deixar de modificar profundamente a ciência médica. Sem dúvida haverá sempre médiuns curadores, porque sempre os houve, e esta faculdade esta na natureza, mas serão menos numerosos e menos à medida que aumentar o número de médicos-médiuns, e quando a ciência e a mediunidade se prestarem mútuo apoio. Ter-se-á mais confiança nos médicos quando forem médiuns, e mais confiança nos médiuns quando forem médicos.

Não podem ser contestadas as virtudes curativas de certas plantas e de outras substâncias que a Providência pôs ao alcance do homem, colocando o remédio ao lado do mal. O estudo dessas propriedades é do campo da medicina. Ora, como os médiuns curadores só agem por influência fluídica, sem o emprego de medicamentos, se um dia devessem suplantar a medicina, resultaria que, dotando as plantas de propriedades curativas, Deus teria feito uma coisa inútil, o que é inadmissível. Há, pois, que considerar a mediunidade curadora como um modo especial e não como meio absoluto de cura. O fluido, como um novo agente terapêutico aplicável em certos casos e vindo juntar um novo recurso à medicina. Por consequência, a mediunidade curadora e a medicina como devendo de agora em diante marchar concomitantemente, destinadas a se auxiliarem mutuamente, a se suplementar e a se completar uma a outra. Eis porque se pode ser médico sem ser médium curador, e médium curador sem ser médico.

Então porque esta faculdade hoje se desenvolve quase que exclusivamente nos ignorantes, em vez de nos homens de ciência? Pela razão muito simples que, ate agora, os homens de ciência a repelem. Quando a aceitarem, vê-la-ão desenvolver-se entre si, como entre os outros. Aquele que hoje a possuísse iria proclamá-la?

Não: ocultá-la- ia com o maior cuidado. Desde que ela é inútil em suas mãos, porque lha dar? Seria o mesmo que dar um violão a um homem que não sabe e não quer tocar.

A este estado de coisas junta-se outro motivo capital. Dando aos ignorantes o dom de curar males que os sábios não podem curar, é para provar a estes que nem tudo sabem, e que ha leis naturais além das que a ciência reconhece. Quando maior a distancia entre a ignorância e o saber, mais evidente é o fato. Quando se produz naquele que nada sabe, é uma prova certa de que ali em nada participou o saber humano.

Mas como a ciência não pode ser um atributo da matéria, o conhecimento do mal e dos remédios por intuição, como a faculdade de vidência, só podem ser atribuídos ao Espírito. Elas provam no homem a existência do ser espiritual, dotado de percepções independentes dos órgãos corporais e, muitas vezes, de conhecimentos adquiridos anteriormente, numa precedente existência. Esses fenômenos têm, pois, ao mesmo tempo, a consequência de serem a humanidade, e de provar a existência do principio espiritual.

BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - Obras Póstumas;
Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos - Índice Geral Remissivo;
Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos - I Ano - 1858 - “Apresentação”.

Fonte da imagem: internet Google.

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