CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

20ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

AJUDA-TE QUE O CÉU TE AJUDARÁ

Pedi, e dar-se-vos-a; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-á. Ou qual de vós, por ventura, é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Pois se vos outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem? (Mateus, 7:7-1 1.)

“Segundo o modo de ver terreno, a máxima - Buscai e achareis, é semelhante a esta outra: Ajuda-te, e o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho, e, por conseguinte, da lei do progresso. Porque o progresso é produto do trabalho, desde que é este que põe em ação as forças da inteligência”. (ESE, Cap 25, itens 1 a 5)
É a esperança no meio das dificuldades pelas quais a alma passa neste planeta... É o consolo de uma vida melhor ante a decrepitude de nosso corpo físico. É a realização da justiça de Deus ante as injustiças humanas.

Na infância da humanidade, o homem não aplica sua inteligência senão a procura de alimentos, dos meios de se preservar das intempéries e de se defender dos seus predadores. Além do instinto meramente animal de sobrevivência, porém, Deus deu ao homem o desejo incessante de progredir. É isso que o conduz as descobertas, as invenções e ao aperfeiçoamento da ciência porque é a ciência que lhe proporciona o que lhe falta. Através das pesquisas, o homem expande sua inteligência e depura sua moral. As necessidades do corpo sucedem as necessidades do espírito; e assim o homem passa da selvageria à civilização.

A humanidade progride em virtude da preexistência da alma e suas sucessivas reencarnações. Ao voltar à vida material, cada Espírito vem com o progresso que realizou em existências anteriores; ao partir dela, leva o progresso que nela adquiriu. Em consequência, a humanidade passa gradualmente da barbárie à civilização material e desta à civilização moral.

Se Deus tivesse isentado o homem do trabalho do corpo, seus membros estariam atrofiados; se o tivesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Ao fazer do trabalho uma necessidade, Deus quer que o homem seja filho de suas obras, delas tenha o mérito e seja recompensado segundo o que tiver feito.

Por essa razão, os Espíritos não poupam os homens do trabalho das pesquisas, do esforço das descobertas e do desafio das invenções. Eles mostram, sim, o fim que o homem deve atingir e o caminho que a ele conduz, oferecendo-lhe a força necessária se ele se dispuser a empregá-la como empenho pessoal.

Sob o ponto de vista moral, buscai e achareis significa: pedir a luz para clarear o caminho, a força para resistir ao mal e assistência e aconselhamento dos bons Espíritos. Se nos deixarmos dominar pela arrogância e pelo inconformismo, seremos abandonados às nossas próprias forças, como punição pelo nosso orgulho. Se, ao contrário, pedirmos com fé e humildade, isto é, confiantes em que a misericórdia divina nunca falta e reconhecendo que as dificuldades que enfrentamos são o resultado de nossas escolhas e decisões, certamente acharemos o que procuramos, obteremos o que pedimos e as portas nos serão abertas. (Fonte: Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXV. Itens 1 a 5)

Narra-se que um sábio caminhava com os discípulos por uma estrada tortuosa, quando encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus que o auxiliasse a tirar o carro do atoleiro.

Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram.

Alguns quilômetros à frente, havia um outro homem que tinha, igualmente, o carro atolado num lodaçal. Esse, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo o empenho liberar o veículo.

Comovido, o sábio propôs aos discípulos ajudá-lo.

Reuniram todas as forças e conseguiram retirar o transporte do atoleiro. Após os agradecimentos, o viajante se foi feliz.

Os aprendizes surpresos, indagaram ao mestre: Senhor, o primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até praguejava, recebeu o nosso apoio. Por quê?

Sem perturbar-se, o nobre professor respondeu: Aquele que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.

Muitos de nós costumamos agir como o primeiro viajante. Diante das dificuldades, que nos parecem insolúveis, acomodando-nos, esperando que Deus faça a parte que nos cabe para a solução do problema.

Nós podemos e devemos empregar esforços para melhorar a situação em que nos encontramos.

Há pessoas que desejam ver os obstáculos retirados do caminho por mãos invisíveis, esquecidas de que esses obstáculos, em sua maioria foram ali colocados por nós mesmos, cabendo-nos agora, a responsabilidade de retirá-los.

Alguns se deixam cair no amolentamento, alegando que a situação está difícil e que não adianta lutar.

Outros não dispõem de perseverança, abandonando a luta após ligeiros esforços.

Com propriedade afirma a sabedoria popular que a pedra que rola não cria limo, sugerindo alteração de rota, movimento, dinamismo, realização.

Não basta pedir ajuda a Deus, é preciso buscar, conforme o ensino de Jesus: Buscai e achareis, batei e abrir-sevos- a.

Devemos, portanto, fazer a nossa parte que Deus nos ajudará no que não estiver ao nosso alcance resolver.

Seria ideal que, sem reclamar e pensando corretamente, fizéssemos esforços para retirar do atoleiro o carro da nossa existência, a fim de seguirmos adiante felizes, com coragem e disposição. Confiantes de que Deus sustentará as nossas forças para que possamos triunfar.

BIBLIOGRAFIA
Kardec, Allan, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XXV, itens 1 a 5)


Fonte da imagem: Internet Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário