RELAÇÕES MEDIÚNICAS
O fenômeno
mediúnico não é consequência de um instante solitário do médium. É ato
bilateral, de conjugação de duas inteligências que se envolvem em fusão
fluídica, simultaneamente alterando o psiquismo do médium encarnado e do ente
comunicante. Que se opera pela ligação dos centros de força, experimentando o
Espírito as sensações da vida na carne, enquanto a alma-médium, a leveza do
comunicante, se desenvolvido, ou a sua bruteza, se perturbado. É a “síntese
afetiva em que os dois planos da vida revelam o segredo da morte”, di-lo Herculano
Pires. Não se há esquecer a seu turno, que o mesmo ocorre nas comunicações de
Espíritos de diferentes esferas, no âmbito espiritual, ressalvadas
circunstâncias não reveladas.
Por sua vez,
lembrem-se, os médiuns não estão sós no mundo. O mundo é tudo quanto lhes
cerque, lhes circunde. É a sua circunstância. Quer física, visível, material,
quer extrafísica, invisível, espiritual. Não sem razão a isso alude o Apóstolo
Paulo. Como as demais pessoas, hão-de comunicar-se com as outras que estão no
mundo e vivem a vida de relação. Assim, o médium, por necessidade orgânica e
social deverá estar em relação constante com os outros, para não frustrar, ou
arrefecer o seu mediunato. Pois insulado se permite o desgosto de não se
acostumar com os embates que a existência proporciona, de radical importância
para o seu próprio desenvolvimento.
Do acervo de
relações do homem-médium com o seu mundo existencial, sobressaem as relações:
1) com as
instituições espíritas;
2) com os
médiuns; e,
3) com o
público em geral.
Não raro o
trato do médium com os centros espíritas, engendra decepções resultantes, ora
da má formação cultural dos dirigentes, dos seus despreparos doutrinais, ora do
seu envolvimento num clima de infalibilidade e de poder absoluto.
Uma e outros
inspiram a desconfiança e o ciúme, chagas que molestam a serenidade e o
equilíbrio individual bem como da comunidade. Quando deveria conduzi-lo a
confiança em si próprio, ampliando lhe o cabedal de serviço em proveito da
obra.
As de
médium-a-médium importam ao desenvolvimento educacional recíproco, por força da
troca de experiências, de informações sobre a leitura de livros da literatura
espírita e da literatura em geral. Que reforçam o conhecimento, enriquece e
burila o estilo e sedimenta a cultura. Que por sua vez cerceia os riscos da
desconfiança, auxiliando no combate íntimo de eventuais dúvidas.
Já as
relações do médium com o público exigem daquele um comportamento culto,
equilibrado e paciente, pelo que neste existe de incultura espírita-mediúnica.
Em geral, o público encara a mediunidade como um dom sobrenatural e o médium um
privilegiado. Em contrapartida, esse não compreende que tais tratamentos são
fatores prejudiciais à relação em si, e a irradiação correta da doutrina
espírita. Daí ser necessário que o médium, por inação, não estimule o engano em
que incorram, a respeito do que seja o Médium e a Mediunidade.
Para isso, e
de fundamental importância faça compreender que o “Médium é o ser, ou indivíduo
que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se
facilmente com os homens, Espíritos encarnados”. Tão só e exclusivamente. O
médium é simplesmente o agente do mediunato, “a missão providencial dos
médiuns”. É o portador desse ministério, ou o do dom de dizer por outro não
visível, na esfera em que a mediunidade se manifeste, quer em “comunicações
tangíveis, mentais, escritas, físicas” quer de qualquer outra espécie.
Bibliografia:
KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns: - Cap. XXII n° 236, XXXL XII e Cap. XXXII -
Vocabulário Espírita.
FRANCO,
Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Estudos Espíritas: Cap. XVIII
PIRES, José
Herculano. Mediunidade: Caps. V e X
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Obreiros da Vida Eterna: Cap. III e IX
XAVIER,
Francisco Candido (Espírito André Luiz). Nos Domínios da Mediunidade: Cap. 3
PERALVA,
Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 25
BÍBLIA
SAGRADA. Novo Testamento: Hebreus 12:1
Fonte da imagem: Internet Google.
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