CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

23ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Nova Era

Sinais Dos Tempos

Quando lemos a Bíblia, encontramos diversas citações, tanto no Antigo como no Novo Testamento, que fazem referência aos “Sinais dos Tempos”.

Jesus, especialmente no Sermão Profético, anunciou aos seus discípulos uma série de sinais extraordinários:

“Haveis de ouvir falar sobre guerras e rumores de guerra. Cuidado para não vos alarmardes. É preciso que essas coisas aconteçam, mas ainda não é fim. Pois se levantará nação contra nação e reino contra reino. E haverá fome e terremotos em todos os lugares. Tudo isso será o princípio das dores.
E surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos. E pelo crescimento da iniquidade, o amor de muitos esfriará.
Logo após a tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem e todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória”. (Mt 24:6-8, 11-12 e 29-30).

Neste sermão, vemos que, se tomadas ao pé da letra, certas predições seriam assustadoras. No entanto, Kardec, no livro “A Gênese”, cap. XVII, item, 54, tranquiliza-nos afirmando que o quadro do fim dos tempos é, evidentemente, alegórico.

“As imagens que ele contém, mediante a energia destas, são de natureza a impressionar inteligências ainda rudes. Para impressionar essas imaginações pouco sutis, eram necessárias pinturas vigorosas, de cores vivas. Jesus se dirigia, sobretudo ao povo, aos homens menos esclarecidos, incapazes de compreenderem as abstrações metafísicas, e de perceberem a delicadeza das formas. Para chegar ao coração, era necessário falar aos olhos com a ajuda de sinais materiais, e aos ouvidos mediante o vigor da linguagem”.

Era, pois, o próprio costume da época utilizar-se de linguagem forte e simbólica, como vemos em diversas ocasiões nas Escrituras.

Nesse sentido, a figura do Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com grande majestade, rodeado de seus anjos e com o barulho das trombetas, já havia sido empregada pelo profeta Daniel, no Antigo Testamento, e, dessa forma, era bem conhecida entre os judeus à época.

Imagem imponente atendia as perspectivas judaicas de poder, glória, majestade, esplendor... Muito mais do que alguém que não tivesse autoridade material, mas apenas ascendência moral.

Ainda no mesmo item acima citado de “A Gênese”, prossegue o codificador:

“Como consequência natural dessa disposição de espírito, o poder supremo não podia, segundo a crença de então, manifestar-se senão por atos extraordinários, sobrenaturais; quantos mais esses eram impossíveis, mais eram aceitos como prováveis.”

Com efeito, podemos constatar tal fato, por exemplo, na seguinte assertiva: “O sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados.” Ora, quem nos dias de hoje, utilizando a razão, poderia acreditar que as estrelas cairiam do céu?

Esta crença, diante de todos os conhecimentos e descobertas da astronomia, é, em essência, absolutamente pueril em nossos dias.

Porém, quando ainda não havia tais conhecimentos, os homens, em sua maioria, só conseguiam conceber a Divindade atuando através de fenômenos excepcionais e extraordinários como esses.

Por outro lado, além dessas figuras alegóricas e irreais, podemos observar que há outras predições, contidas no Sermão Profético, que estão dentro das ordens naturais das coisas, como veremos adiante.

Quando começarão a ocorrer os “Sinais dos Tempos”?

Quando proferiu o Sermão Profético, Jesus indicou os vários sinais que aconteceriam, mas, também afirmou:

“Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas só o Pai”. (Mt 2436).

Esta afirmação demonstra-nos, claramente, que não existem, em regra, fatalismos. Este é, reforcemos, um ponto capital da Doutrina Espírita: o livre arbítrio dos Homens é o que determina um maior ou menor avanço de uma dada sociedade, num espaço delimitado de tempo.

Mas embora os Seres possam caminhar mais ou menos rápido, certo é que todos estão fadados à perfeição relativa. Neste ponto temos, sim, que admitir um fatalismo. Então, embora possam, se assim o desejarem, atrasar a própria evolução, não podem fugir ao cumprimento da Lei Divina.

Lembremos, a propósito, o que disse o Mestre: “Passarão o céu e a terra. Minhas palavras, porém, não passarão”. (Mt 24:35)

Inquestionavelmente, as palavras de Jesus não passarão porque são eternas, representam a mais pura verdade. Passarão o céu e a terra, pois, pertencendo ao mundo material, estão sujeitos a leis físicas, mas as palavras de Jesus são o anúncio da vontade Divina.

Retomando as predições do Mestre, e fazendo abstração aos fatos extraordinários e impossíveis, ou seja, deixando de lado tais prodígios, e lançando nossa atenção apenas nos fatos que, como dissemos, estão dentro da ordem natural das coisas, notaremos que representam os acontecimentos históricos e atuais que temos visto.

Guerras, conflitos, fome, miséria, dores..., afinal, não fazem parte de nossa realidade atual? E não são eles sinais anunciados por Jesus?

Vemos também que, mesmo diante de todos esses fatos comoventes, muitos se mantêm insensíveis, alheios à dor do semelhante, consubstanciando, assim, a afirmação:

“E pelo crescimento da iniquidade, o amor de muitos esfriará”. (Mt 24:12).

Esclarecendo a questão dos “tempos chegados”, Kardec, em “A Gênese”, cap. XVIII, item 7, explica que nosso globo, como tudo quanto existe, está sujeito a Lei do Progresso; por isso progride fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e moralmente, pela purificação dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam.

Lembremos ainda que, por isso, disse o Mestre: “É preciso que essas coisas aconteçam...” (Mt 24:6).

OS SINAIS

No item 60, cap. XVII, de “A Gênese”, Kardec assevera: "Se, agora, considerando a forma alegórica de certos quadros, e analisando o sentido íntimo das palavras de Jesus, compararmos a situação atual com os tempos descritos por Ele, como devendo marcar a era da renovação, não se pode negar que várias de suas predições estão se realizando hoje; daí é necessário concluir que chegamos aos tempos anunciados, o que os Espíritos que se manifestam, confirmam em todos os pontos do globo”.

Quais são, então, outros sinais que podemos constatar?

De acordo com a apreciação de Kardec, expostas no mesmo capítulo acima citado, estes são alguns dos sinais:

• as tendências, as aspirações, os pressentimentos das massas, a decadência das velhas ideias que se debatem em vão há um século contra as ideias novas;

• o advento do Espiritismo, coincidindo com outras circunstâncias, realiza uma das mais importantes predições de Jesus, pela influência que ele deve exercer sobre as ideias;

• a disseminação das comunicações mediúnicas, concretizando a sentença: “Nos últimos tempos, disse o Senhor, espalharei meu Espírito sobre toda a carne: vossos filhos e vossas filhas profetizarão”.

São de fato - bem podemos ver - sinais inconfundíveis. E, é relevante notar, não representam cataclismos planetários, não representam estrondosas erupções vulcânicas, não são as entranhas da Terra que se abrem em colapso..., são “revoluções” de ordem intelectual e moral.

Em sendo desta natureza, mudança tão radical como a que se elabora, não poderia realizar-se sem lutas das ideias: “É, portanto da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos anunciados, e não de cataclismos, ou catástrofes meramente materiais. Os cataclismos gerais eram a consequência do estado de formação da Terra: hoje já não são as entranhas do globo que se agitam, são as da Humanidade”. (GE cap. XVIII, item 7).

Contemplando nossos dias...

Nos dias de hoje, temos exemplos concretos que os interesses estão renovando-se:

- preocupamo-nos com o planeta, e seus recursos naturais;

- há uma ênfase na proteção da fauna, da flora, com o superaquecimento global, com a camada de ozônio...;

- preocupamo-nos com os direitos humanos;

- a educação é cada vez mais reconhecida como um forte leme para alavancar o progresso;

- as organizações filantrópicas mobilizam-se em prol de causas nobres, preocupando-se com as nações mais necessitadas;

- ocorre o enfraquecimento do preconceito;

- a globalização e seu aspecto econômico-financeiro fizeram, e fazem com que povos aproximem-se, e;

- a tecnologia faz com que as distancias encurtem-se cada vez mais e aproxime as pessoas.

Todos esses exemplos são também sinais dos tempos, mas o mais importante que vemos no mundo contemporâneo aponta para um enorme anseio exclamado por várias pessoas notáveis, de diferentes partes do mundo, e ao mesmo tempo por populações inteiras: Que haja paz no mundo em que vivemos!

Anseiam por um mundo sem fronteiras, sem ódio, sem medo, sem guerras, sem intolerância. Falam em harmonia e união; em compreensão, tolerância e perdão, aspectos fundamentais a serem considerados para a nova perspectiva. E isto é valido não apenas para o sentimento religioso em si, como também para os aspectos científicos, filosóficos, políticos, sociais e tudo o que possa trazer avanços a Humanidade.

Não podemos deixar de notar que, também nessa direção, vemos o movimento que se opera referente às ideias espiritualistas e os princípios de repulsa contra as ideias materialistas.

Pressentem-se esses ventos vindos de diversas direções e não somente no Espiritismo. O que corrobora ainda mais para a ideia da maturidade da Humanidade, que faz dessa renovação uma necessidade.

As ideias espíritas constituem poderosa alavanca para o momento que passamos. Kardec em “A Gênese”, cap. XVIII, item 25, assevera que:

“Por seu poder moralizante, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abarca, o Espiritismo está, mais que qualquer outra doutrina, apto a auxiliar o movimento regenerador; é por isso que ele lhe é contemporâneo. Ele veio no momento em que podia ser mais útil, porque para ele também os tempos chegaram; mas cedo, teria encontrado obstáculos intransponíveis; teria inevitavelmente sucumbido, porque os homens, satisfeitos do que tinham, não experimentavam ainda a necessidade do que ele traz.”

Vemos, pois, que se trata de um momento especial que, nas palavras do Espírito Viana de Carvalho, no cap. 10 da obra “Espiritismo e vida”, psicografado por Divaldo P. Franco:

“A grandeza deste momento está na dicotomia da destruição do mal e da construção do bem, nas ocorrências calamitosas e edificantes, das quais resultará o amanhecer da Era de paz e de felicidade relativas que serão convites estimulantes para a conquista da plenitude sem jaça e de sabor eterno ao alcance de quem a desejar”.

QUESTÃO REFLEXIVA:

À luz da Doutrina Espírita, existe motivo para temermos os “Sinais dos Tempos” e as grandes mudanças que se aproximam?


Fonte da imagem: Internet Google.

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