CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

23ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 2º ANO – FEESP

Regeneração Da Humanidade

Em “O Livro dos Espíritos”, terceira parte, cap. VIII, encontramos detalhadamente, a explicação da Lei do Progresso que, inexoravelmente, impulsiona a Humanidade e todas as coisas do universo no caminho da evolução.

O progresso da Humanidade, portanto, efetua-se em virtude de leis naturais e, como todas as leis da natureza, estas também são obras de Deus. Logo, podemos dizer que quando a Humanidade está madura para transpor um degrau, os “tempos marcados” por Deus chegaram.

Chegado o momento certo, a transição efetuar-se-á.

As mudanças, no entanto, são paulatinas, sem grandes convulsões.

Nesse sentido, em “Obras Póstumas”, no item “Regeneração da Humanidade” encontramos a seguinte comunicação:

“Não percebeis que sopra um vento pela superfície da Terra, o qual agita os Espíritos? O mundo espera alguma coisa e sente-se dominado de um vago pressentimento da próxima tempestade.
Não acrediteis, entretanto que o mundo acabe materialmente. Ele progrediu desde o primeiro dia e deve progredir indefinidamente.
A humanidade é que atingiu um dos seus períodos de transformação e a terra vai elevar-se na hierarquia dos mundos”.

Esses períodos de transformações são caracterizados por instabilidades, em que os valores, no tumulto dos acontecimentos, são renovados, culminando em profundas modificações na vida, nos costumes e na própria natureza humana.

Não há, no entanto, sobressaltos. Tudo transcorre como um longo processo e, gradativamente, a Humanidade vai renovando seus valores.

Temos, então, que não há nada de místico ou sobrenatural em dizer que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra deve se elevar na hierarquia dos mundos. Trata-se do cumprimento de uma das grandes leis inevitáveis do Universo.

A HIERARQUIA DOS MUNDOS

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. III, item 3, Kardec, compilando as diversas comunicações dos Espíritos Superiores, explica que os diversos mundos possuem condições muito diferentes uns dos outros em relação ao atraso ou adiantamento de seus habitantes. Há desse modo, alguns que são ainda inferiores à Terra, física e moralmente, outros estão no mesmo grau, e há outros que lhe são superiores.

Em seguida, apresenta a classificação dos mundos em cinco categorias, vejamos:

- Mundos Primitivos - onde se verificam as primeiras encarnações da alma humana;

- Mundos de Expiações e de Provas - onde o mal predomina;

- Mundos Regeneradores - onde as almas que ainda têm o que expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas da luta;

- Mundos Felizes - onde o bem supera o mal, e;

- Mundos Celestes ou Divinos - morada dos Espíritos purificados, onde o bem reina sem mistura.

Esta classificação - ensina Kardec - é antes relativa que absoluta, então, é apenas uma divisão geral.

Conclui o codificador que: “A Terra pertence à categoria dos mundos de expiações e de provas, e é por isso que nela o homem está exposto a tantas misérias”.

No item 13, do mesmo capítulo acima citado, encontramos uma mensagem de Santo Agostinho, com a seguinte síntese sobre os mundos de expiação e de provas, e especialmente sobre a Terra:

“A superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos ainda mal saídos das mãos do Criador. Suas qualidades inatas são prova de que já viveram e realizaram um certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral. Eis porque Deus os colocou num mundo ingrato, para expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das misérias da vida...”

E, mais adiante, discorrendo sobre a progressão dos mundos, no item 19, anuncia que a Terra:

“... chegou a um de seus períodos de transformação, e vai passar de mundo expiatório a mundo regenerador. Então os homens encontrarão a felicidade, porque a lei de Deus governará”.

Como ocorrerá a regeneração?

No item 31, do cap. XVIII, de “A Gênese”, Kardec ilustra, através de um exemplo claro como podemos entender a transição. A maneira pela qual se opera a transformação pode ser compreendida por uma comparação comum; e, como poderemos notar, ela é toda moral e não se afasta em absoluto, das leis da natureza:

“Suponhamos um regimento composto na grande maioria de homens turbulentos e indisciplinados; estes contribuindo sem cessar para a desordem, que a severidade da lei penal terá, frequentemente, dificuldade para reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque são os mais numerosos; eles se apoiam, encorajam-se e se estimulam por meio do exemplo. Os poucos bons são sem influência; seus conselhos são desprezados; eles são ridicularizados, maltratados pelos outros, e sofrem com este contato. Não está ai a imagem da sociedade atual?”

“Suponhamos que se retirem esses homens do regimento, um por um, dez a dez, cem a cem; e sejam substituídos pouco a pouco por um numero igual de bons soldados, até por aqueles que foram expulsos, mas que se hajam seriamente corrigido: no fim de algum tempo teremos sempre o mesmo regimento, mas transformado; a boa ordem terá sucedido a desordem. Assim será a Humanidade regenerada.”

Apesar de todo conforto que o progresso tecnológico trouxe-nos, somente o progresso moral pode assegurar a felicidade colocando um freio às más paixões, rompendo as barreiras dos povos, derrubando os preconceitos de casta, calando o antagonismo das seitas, ensinando os homens a se olharem como irmãos convidados a se ajudarem mutuamente. (A Gênese, cap. XVIII, item 19).

A NOVA GERAÇÃO

Conforme vimos, Kardec explica que a geração atual desaparecerá gradualmente, e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que nada seja mudado na ordem natural das coisas.

Temos, então, que a época atual é de transição; os elementos das duas gerações mesclam-se. Colocados no ponto intermediário, assistimos à partida de uma e a chegada da outra, e cada uma já se assinala no mundo por caracteres que lhes são próprios, uma mais materialista, outra mais espiritualizada.

A nova Terra devera ser um lugar onde os Homens sejam mais felizes. Por conseguinte, é necessário que ela seja povoada em sua maioria por bons Espíritos encarnados e desencarnados. Kardec esclarece em “A Gênese”, no item 27 do mesmo capítulo acima citado, que:

“Esse tempo tendo chegado, uma grande emigração se realiza neste momento entre os que a habitam; aqueles que fazem o mal pelo mal, e que o sentimento do bem não toca, não sendo mais dignos da Terra transformada, dela serão excluídos...”

Renovado o panorama do mundo pela presença de Espíritos mais elevados, o clima de equilíbrio será estabelecido, e tanto os planos espirituais próximos à crosta quanto à própria superfície planetária refletirão a integridade moral de seus habitantes.

E quanto ao “Julgamento Final”?

Conforme podemos encontrar em “A Gênese”, cap. IX, não faz sentido pensar num julgamento final, único e universal, que coloque fim a toda a Humanidade. Não há lógica nessa linha de raciocínio, pois isso implicaria na inatividade de Deus durante a eternidade que precedeu a criação da Terra e a eternidade que seguirá à sua destruição.

Além disso, tal julgamento é inconciliável com a Bondade Infinita do Criador, que Jesus apresentou-nos sempre como Pai Amoroso e Misericordioso. A própria expressão ‘julgamento final’ não faz sentido.

Há, sim, julgamentos gerais que ocorrem em todas as épocas de renovação dos mundos e, em consequência delas operam-se as grandes emigrações e imigrações dos Espíritos.

“Os mansos herdarão a Terra”, como disse Jesus. Porém, sabemos muito bem que Jesus não abandona nenhuma de suas ovelhas. No momento adequado, aqueles Espíritos que, apesar da sua inteligência e de seu saber, perseverarem no mal, passando a ser entrave ao progresso moral da Terra, serão enviados a mundos mais atrasados, onde terão oportunidade de aplicar sua inteligência e a intuição dos conhecimentos adquiridos, auxiliando no progresso daquele mundo a que forem chamados a viver, como vemos em “A Gênese”, cap. XI, item 43 :

“... ao mesmo tempo que expiarão, numa serie de existências penosas e por um duro trabalho, as suas faltas passadas e seu endurecimento voluntário. ”

Emmanuel, em “A Caminho da Luz”, recorda-nos acontecimento semelhante em um dos orbes chamado Capela, onde muitos Espíritos rebeldes foram exilados a Terra.

No nosso planeta começa a ocorrer esse mesmo processo.

Na obra “Espiritismo e vida”, psicografado por Divaldo Pereira Franco, o Espírito Vianna de Carvalho anuncia, no cap. 10, “A Nova Sociedade do Futuro”:

“Já se encontram, pois, na Terra, incontáveis preparadores da nova sociedade do futuro, envergando a vestimenta carnal, despertando o interesse e a atenção dos mais renitentes negadores do Espírito, de modo que, de imediato, haja lugar para a instalação do Reino de Deus nas mentes e nos corações afervorados a verdade.”

Como será a vida na Terra?

Quando as mudanças sedimentarem-se, tudo estará diferente: os costumes, o caráter das pessoas, os anseios, os objetivos, as preocupações..., a fraternidade devera ser a pedra angular tendo por base inquebrantável a fé nos “princípios fundamentais que todo o mundo pode aceitar: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinido, a perpetuidade das relações entre os seres.” (GE, cap. XVIII, item 17).

É preciso um novo homem para a nova era!

No item 3, do cap. XVII, “Sede Perfeitos”, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” quando é indicado como se comporta o Homem de Bem, encontramos:

“... faz o bem pelo bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse a justiça. Encontra sua satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar; nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros, antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus.
... O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados”.

Todo espírita verdadeiro é, por definição, um Homem novo e percebe a plenitude da paz e será um candidato natural a residir na “nova morada”.

Enquanto o “leme da embarcação planetária” estiver nas mãos de Jesus, o mundo prosseguirá lenta e seguramente rumo ao fim para o qual foi criado: habitação feliz de almas em evolução, escola e oficina de trabalho para os filhos de Deus.

A Doutrina Espírita apresenta a proposta renovadora do Cristianismo redivivo, do despertar das potências adormecidas de cada Espírito, da busca da plenitude, que se dá pela prática incondicional do Bem, para com isto vir a compor o perfil desejado do Homem da Nova Era e auxiliar a Humanidade em momento tão importante de sua jornada.

Kardec indica-nos que o reino do Bem será o da paz e da fraternidade universal e será derivado do código de moral evangélica posto em prática por todos os povos (GE cap. XVII). Esse será verdadeiramente o reino de Jesus onde os homens viverão sob a sua lei.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no cap. III, encontramos este cântico de Santo Agostinho, sobre os mundos regeneradores:

“Entre essas estrelas que cintilam na abóboda azulada, quantas delas são mundos,
... Comparados à Terra, esses mundos são mais felizes, e muitos de vós gostariam de habitá-los, porque representam a calma após a tempestade, a convalescença após uma doença cruel,
... Contemplai, pois, durante a noite, na hora do repouso e da prece, essa abóboda azulada, e entre as inumeráveis esferas que brilham sobre as vossas cabeças, procurai as que levam a Deus, e pedi que um mundo regenerador vos abra o seu seio, após a expiação na Terra”.

Confiantes em Jesus..., seguindo os passos do Mestre, trabalhemos para implantar a Nova Era na Terra!

QUESTÃO REFLEXIVA:

Neste período de renovação da Terra, como podemos contribuir para a regeneração planetária?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan -A Gênese - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - Obras Póstumas.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel -A Caminho da Luz.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel - Vinha de Luz - Lição 120.
- Divaldo P. Franco/Vianna de Carvalho - Espiritismo e vida.


Fonte da imagem: Internet Google.

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