CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

19ª AULA PARTE A CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

A PORTA ESTREITA

Entre os extraordinários ensinamentos do Divino Mestre Jesus, delineados no Sublime Sermão do Monte, cap. 7 do Evangelho Segundo Mateus, vers. 13-14, encontramos a passagem das Duas Portas, em que o Cristo nos aponta o melhor caminho a seguir, nas sendas da evolução do Espírito.

A ideia das portas, porém, já era encontrada nas antigas tradições religiosas, como locais de passagem entre dois estados, entre dois mundos distintos um do outro (entre o conhecido e o desconhecido, entre a luz e as trevas), e levando a resultados inteiramente diversos. O iniciado era preparado, através de duras provas, para a travessia, cabendo-lhe, todavia escolher a forma como realizá-las.

Tratava-se dos rituais de passagem, em que a travessia era uma viagem rumo a uma situação diversa daquela em que o candidato vivera até aquele momento. Nas tradições judaicas e cristãs, essa passagem transformou-se num acesso à Revelação.

Ainda hoje essa tradição é mantida e pode ser sentida em diversos rituais modernos, como, por exemplo, nos “trotes” universitários, em que os calouros são submetidos, frequentemente, a humilhações e violências extremas.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos a lição da porta assim colocada por Allan Kardec: “A porta da perdição é larga, porque as más paixões são numerosas e o caminho do mal é o mais frequentado”.

A da salvação é estreita, porque o homem que deseja transpô-la deve fazer grandes esforços para vencer as suas más tendências, e poucos se resignam a isso. Completa-se a máxima: São muitos os chamados e poucos os escolhidos.

“Esse é o estado atual da Humanidade terrena, porque sendo a Terra um mundo de expiações, nela predomina o mal.” Quando estiver transformada; o caminho do bem será o mais frequentado.

Devemos entender estas palavras, portanto, em sentido relativo e não absoluto.

“Se esse tivesse de ser o estado normal da Humanidade, Deus teria voluntariamente condenado à perdição a imensa maioria das crianças, suposição inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e todo bondade”. (Cap. XVIII, item 5).

Ao analisar a questão posta por Jesus, Emmanuel situa as portas na “muralha do tempo”, delimitando as dimensões passado e presente, aquém e futuro, além da muralha, para mostrar-nos que podemos permanecer na comodidade dos desacertos do mundo ou optarmos pela renovação dos nossos valores.

De fato, a porta larga (a da perdição), aponta para as ilusões do mundo: as más paixões, os vícios, os maus hábitos, as frustrações, os desequilíbrios, as más tendências, as concepções errôneas. É o caminho mais trilhado, visto que a Humanidade ainda não se deu conta da importância da vida futura, preferindo permanecer nas cogitações do imediatismo e das sensações, degradando-se nos atrativos que essa porta oferece.

Entorpecido pelas vivências exteriores e periféricas, o Espírito mergulha cada vez mais nas diversões materialistas, acreditando que tem em mãos as rédeas do destino e que poderá a qualquer momento, num “passe de mágica”, alterar os resultados das suas ações. Equivocado, ignora os meandros da Lei de Causa e Efeito, que mais cedo ou mais tarde o chamará a complexos reajustes.

O que elegeu a porta estreita, ao contrário, é um Espírito amadurecido e consciente, enxergando com os olhos da alma, que alça voos mais seguros e reais. Já compreendeu que o caminho apertado exige conhecimento, critério, vigilância, prudência, humildade e renúncia, para nele permanecer. É o caminho da vida da felicidade, da luz.

O indivíduo desperto não se forra a esforços; cuida primeiramente do seu campo mental, educa os seus pensamentos, policia as suas palavras, fala menos e ouve mais; procura viver em sintonia com o Alto através da prece sincera, simples, constante; não mede forças para auxiliar o seu próximo, vivenciando a lei de solidariedade na sua verdadeira expressão; procura compreender e perdoar aqueles que lhe estão à volta, principalmente no ninho doméstico.

Enfim, sabe que a confiança em Deus, acima de tudo é a forma mais sublime de manutenção das forças anímicas para a travessia escolhida. Assim é que renuncia às facilidades do mundo, à opinião dos homens, para sentir a presença de Deus, no recôndito de sua alma, imunizando-se, assim, contra os acidentes de percurso (pois os obstáculos se apresentam mais palpáveis nesse caminho). Sobretudo, está consciente de que a vitória ao final da jornada será conquistada por seus méritos e com inenarrável alegria íntima.

Não podemos nos esquecer das lições imorredouras do nosso Mestre Jesus, que dizia: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á...” (Jô, 10:9), mostrando assim a importância de vivermos dentro dos padrões evangélicos, qualquer que seja a dimensão em que estamos situados. É necessário adquirir esse bom hábito!

No estágio atual da Humanidade terrena, predomina o mal, em diversos aspectos: o orgulho, o egoísmo, o materialismo, a sensualidade, a agressividade, a ambição desmedida, a mentira, a maldade. Porém, não estamos obrigados a aderir a esse estado de coisas: devemos orar permanentemente, para não cairmos em tentação, reformulando nossas concepções errôneas; e valorizar cada oportunidade de renovação, vendo no Cristo “o Caminho, a Verdade e a Vida”.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

QUESTIONÁRIO:

1 - Como Kardec caracteriza as duas portas?

2 - Qual é, para o Espírito, a porta larga?

3 - É fácil passar pela porta estreita? Como fazer?

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