CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 19 de março de 2019

1a Aula Parte A - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS

Não existe um processo de formação de médiuns e um diagnóstico para a mediunidade. O mais aconselhável é uma orientação, um esclarecimento positivo, a fim de que os médiuns possam desenvolver-se com equilíbrio e segurança.

Médium - do latim - médium, meio, intermediário - Pessoa que pode servir de intermediaria entre os Espíritos e os homens. É o traço de união aos Espíritos.

Os médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos; ou melhor, são os órgãos materiais de que se servem os Espíritos para se expressarem aos homens por maneira inteligível. Todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica, se mostra bem caracterizada e se traduz, por efeitos patentes, de certa intensidade.

Segundo Emmanuel em “O Consolador” questão 382 é “Luz que brilha na carne”, atributo do Espirito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontra ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo.

O desenvolvimento mediúnico é disciplina. Mas, acima de tudo é amor, que se divide em milhares de atitudes que deveremos tomar, como forma do bem em todas as direções. Uma vez afirmado, pelos meios adequados, que alguém é médium, deve este procurar desenvolver e educar a mediunidade. Desenvolver a mediunidade significa fazer os exercícios próprios para que a faculdade mediúnica passe da fase embrionária para a da maturidade, ou seja, dos primeiros passos, hesitantes e inseguros, para os desenvoltos. Educar a mediunidade é disciplinar o seu exercício, escoimá-lo dos vícios e maus hábitos. O desenvolvimento diz respeito à formação especifica do médium, a preparação para o exercício da mediunidade de modo seguro e satisfatório. Já a educação tem por objeto disciplinar o uso da faculdade, de modo a evitar os seus escolhos, o seu mau uso. O médium deseducado se torna joguete dos Espíritos inferiores.

No sentido Espirita, desenvolver mediunidade é aprimorar nossa capacidade de relacionamento com os Espíritos. É nossa educação psíquica. Entretanto, não há uma receita universal e infalível para a formação dos médiuns. Cada um traz em si o gérmen das qualidades necessárias para se tomar médium, tais qualidades existem em graus diferentes e o seu desenvolvimento depende das causas que não são controladas pela vontade. As regras de poesia, da pintura e da música não transformam as pessoas em poetas, pintores ou músicos. Apenas guiam os que as cultivam, no emprego de suas faculdades naturais. O mesmo acontece com o desenvolvimento e educação da mediunidade. O objetivo consiste em indicar os meios de desenvolvimento da faculdade mediúnica, tanto quanto permitam as disposições de cada um, e, sobretudo, dirigir a mediunidade para que seja usada de um modo útil, quando ela exista. Das múltiplas formas de comunicação mediúnica, a psicografia e certamente a mais segura, a mais completa e a mais fácil de fiscalizar. São eles, os médiuns escreventes ou psicógrafos. Foi pela psicografia que Allan Kardec deixou as obras da codificação.

As comunicações escritas de efeitos inteligentes podem ser:

1- Mecânicas > Médiuns mecânicos ou Autômatos

2- Semi-mecânicas > Médiuns Semi-mecânicos

3- Intuitivas > Médiuns Intuitivos

4- Inspiradas > Médiuns Inspirados

Os médiuns mecânicos não tem consciência do que escrevem. O Espírito expressa o seu pensamento agindo, diretamente sobre a mão do médium, de forma a não ocorrer influência por parte do pensamento do intermediário. O médium e um agente passivo, pois, ele toma conhecimento do pensamento do Espírito depois que escreveu. A escrita às vezes é legível e limpa, em outras, é ilegível, com muita dificuldade para ser lida. Os semimecânicos são os médiuns que sentem uma impulsão dada a sua mão, para escrever, mas, ao mesmo tempo tem consciência do que escrevem. O médium toma conhecimento do pensamento do Espírito, no mesmo instante que escreve.

No caso dos médiuns intuitivos, a escrita pode dar-se pela transmissão ao Espírito do médium, ou melhor, de sua alma. O Espírito em liberdade toma a mão e a guia. O papel da alma aqui não é de inteira passividade, pois recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite com plena consciência do que escreve embora muitas vezes fora dos limites do conhecimento do médium. O médium inspirado recebe pelo pensamento comunicações estranhas as suas ideias preconcebidas. A inspiração vem dos Espíritos que os influenciam para o bem ou para o mal, dependendo ai da elevada posição moral do médium ou não, suas intenções boas ou más.

Kardec nos alerta para que cada um invoque com fervor e confiança nosso anjo protetor, em caso de necessidade e frequentemente nos admiraremos das ideias que surgem como por encanto na mente.

As condições mais importantes no desenvolvimento da faculdade mediúnica são:

1 - A transformação interior à luz do Evangelho.

2 - A vontade firme de ser o intermediário entre o Mundo Espiritual e o Material.

Pode acontecer a mudança de caligrafia com médiuns mecânicos ou semi-mecânicos, porque neles é involuntário o movimento das mãos, o qual é dirigido unicamente pelo Espírito comunicante. Nos médiuns puramente intuitivos isto não ocorre porque o Espírito apenas atua sobre o pensamento, sendo a mão dirigida pela vontade do médium.

A mudança de caligrafia decorre de uma aptidão especial, de que os médiuns mais decisivamente mecânicos nem sempre são dotados. São os médiuns designados por médiuns polígrafos.

“A faculdade mediúnica está sujeita a intermitências e a suspensões momentâneas, tanto para as manifestações físicas, quanto para a escrita”.

Os médiuns não devem considerar-se melhor do que outros ou do que outras pessoas, nem sua mediunidade deve ser motivo de vaidade, de orgulho, mas sim uma tarefa de servir, uma missão a ser cumprida, com fraternidade e desinteresse. Existem médiuns que manifestam repugnância ao uso de suas faculdades. São os médiuns imperfeitos: desconhecem o valor da mediunidade.

A faculdade mediúnica pode ser interrompida, temporariamente, por diferentes motivos:

1. ADVERTÊNCIA: Prova para o médium que ele é um simples instrumento, que sem o concurso dos Espíritos nada faria. Se o médium se conduz mal, moral e doutrinariamente, fazendo mau uso ou abusando de sua faculdade, o Espírito comunicante afasta-se em busca de um médium mais digno. Neste caso, quase sempre, os maus Espíritos se apoderam do médium para obsidiar e enganar.

2. BENEVOLÊNCIA: É um benefício ao médium para evitar que ele se debilite por doença física. Quando as forças do médium se agitam, seu poder de defesa fica reduzido. Neste caso, a suspensão é temporária; O Espírito lhe proporciona um repouso físico necessário.

3- PROVAÇÃO: O objetivo é desenvolver a paciência, a perseverança, para dar tempo ao médium para reflexão sobre o conteúdo das mensagens recebidas, como também, fazer um exame interior, estudar, ponderar, pensar, analisar como está empregando a sua faculdade mediúnica.

É importante ainda esclarecer que a perda da mediunidade nem sempre significa uma punição pelo abuso ou mau uso da faculdade, pode acontecer que seja um encerramento de uma determinada tarefa, o início de uma outra tarefa ou até mesmo um trabalho específico na área da saúde, pesquisa, etc. que demanda um esforço maior, o que importa na realidade é servir com amor, humildade e fraternidade em qualquer setor que estivermos na Seara do Mestre Jesus.

Conforme esclarece-nos Joanna D’Angelis, através do médium Divaldo P. Franco, a verdade é que todos estamos interligados, em ministério mediúnico ativo, incessante, graças aos múltiplos dons de que nos achamos investidos. Aprimorar ou descuidar da nossa faculdade mediúnica, relegando-a a plano secundário, é responsabilidade que cada um exerce mediante o próprio livre arbítrio. Assim sendo, se faz necessário meditarmos nas possibilidades mediúnicas de que nos encontramos investidos e elevar-nos pelo exercício das ações nobilitantes, de modo a desenvolvermos os recursos positivos na realização do bem a que o Senhor a todos nos convoca.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, 2ª Parte - Cap. XVII

XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Seara dos Médiuns: item Formação Mediúnica

XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). Opinião Espirita: no 20

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos - introdução: item V e XII

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade: Cap. 7 - Médiuns

MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras: Cap. 2 - Os Médiuns

XAVIER, Francisco Cândido (Espírito André Luiz). Conduta Espirita: Cap. 27

FRANCO, Divaldo Pereira (Espírito Joana de Angelis). Convites da Vida: item 303

XAVIER, Francisco Cândido (Espírito Emmanuel). O Consolador: questão 382

Fonte da imagem: Internet Google.

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