CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 26 de março de 2019

1a Aula Parte B - CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA 2º ANO FEESP


PARÁBOLA DOS TALENTOS

Alguns dias antes de ser crucificado, Jesus subiu ao Monte das Oliveiras e com seus discípulos e contou-lhes a Parábola dos Talentos. Talento era o peso e moeda da Antiguidade grega e romana, que servia para uso corrente no comércio e também para avaliar metais preciosos, porém de vários padrões de acordo com a espécie de metal.

Jesus Cristo, valendo-se da circunstancia e da importância que davam ao dinheiro, deixou essa maravilhosa parábola:

“Porque isto é também como um homem que, partindo para outro país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um; a cada qual segundo a sua capacidade; e seguiu viagem. O que recebera cinco talentos, foi imediatamente negociar com eles e ganhou outros cinco; do mesmo modo o que recebera dois, ganhou outros dois. Mas o que tinha recebido um só, foi se, fez uma cova no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhes outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que ganhei. Disse-lhe o seu Senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entra no gozo do teu Senhor. Chegou também o que recebera dois talentos, e disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que ganhei. Disse-lhe o seu Senhor: Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entra no gozo do teu Senhor. E chegou por fim o que havia recebido um só talento, dizendo: Senhor, eu sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e recolhes onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder o teu talento na terra; aqui tens o que é teu. Porém o seu Senhor respondeu: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e que recolho onde não joeirei? Devias, então, ter entregado o meu dinheiro aos banqueiros, e, vindo eu, teria recebido o que é meu com juros! Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos; porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundancia; mas ao que não tem, até o que tem ser-lhe-á tirado. Ao servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus, XXV 14-30)

A Parábola dos Talentos tem a mesma significação que a Parábola das Minas, narrada por Lucas, XIX: 11-27, porque exprimem os deveres que nos assistem, material e moral. Somos todos filhos de Deus; o Criador reparte com todos igualmente os seus dons; a uns dá mais, a outros dá menos, sempre de acordo com a capacidade de cada um. A uns dá o dinheiro, a outros a sabedoria, a outros dons espirituais, e, a outros concede todas essas dadivas reunidas. De modo que um tem cinco talentos, outro dois, outro um; ou então um tem dez minas, outro cinco, outro duas. Não há privilégios nem exclusões para o Senhor; e se cada qual, cônscio do que possui e compenetrado de seus deveres agisse de acordo com os preceitos da Lei Divina, ninguém teria razão de reclamar da sorte.

De forma que, o Senhor a que se refere a parábola é Deus, os servos somos todos nós, é a humanidade; os talentos são os bens e recursos que a Providência nos outorga para serem empregados em benefício próprio e de nossos semelhantes; o tempo concedido para a sua movimentação é a existência terrena.

Não existe um só individuo no mundo que não seja depositário de um talento ou de duas minas. A distribuição de talentos em quantidades desiguais, ao contrário do que possa parecer, nada tem de arbitrária nem de injusta, pois, baseia-se na capacidade de cada um, adquirida antes da presente encarnação, em outras jornadas evolutivas. Toda criatura ao reencarnar, traz consigo o compromisso de realizar tarefas ao seu favor e também a favor de seus semelhantes. Assim, a parábola trata-se de uma advertência aos que não fazem bom uso das oportunidades que Deus lhes concede, quando do desempenho do aprendizado terreno. Existem pessoas que guardam os talentos recebidos egoisticamente, tudo para si, enterrando os talentos, não beneficiando nem a si e nem ao seu próximo. Deixam passar a oportunidade de servir.

Os servos que fizeram que os talentos se multiplicassem representam os homens que sabem cumprir a vontade de Deus, empregando bem a inteligência, a sabedoria, a autoridade, a saúde ou os dons com os quais foram aquinhoados. É o homem diligente. O servo que deixou improdutivo o talento, falhando na incumbência que lhe fora confiada, simboliza os homens que perdem as oportunidades oferecidas pela Providência para a evolução espiritual. É o homem negligente. As oportunidades chegam através de uma enfermidade a ser sofrida com paciência, de um grande dissabor a ser recebido sem desespero, de um filho rebelde a ser tratado com especial atenção e carinho, de uma injustiça a ser tolerada sem revolta, de um inimigo gratuito a ser conquistado com amor, etc. retardando assim, o seu progresso.

No campo da mediunidade esta parábola tem aplicação integral.

Quantos indivíduos são providos desta faculdade e, por tantas razões particulares, deixam de exercê-la, deixando de praticar o bem para si e para o próximo. Um por ignorância, outro por crença religiosa; este por preguiça, aquele por negligência, outro ainda por falta de tempo, enfim, enterram os seus talentos ao invés de se tomarem diletos discípulos de Jesus. Como exemplo podemos citar Paulo de Tarso que soube aplicar e multiplicar os talentos recebidos. Enquanto religioso apegado as tradições farisaicas e distanciando da verdade era perseguidor implacável dos cristãos, havia então enterrado os seus talentos, mas, quando recebeu na estrada de Damasco, o convite para seguir Jesus, não hesitou e transformou-se no maior defensor da divulgação Cristã.

Mas, a quem muito foi dado, muito será pedido. Teremos que prestar constas de tudo aquilo que nos foi confiado, na mesma proporção que tenhamos recebido. Não há privilégios nem exclusões, pois, cada um recebe de acordo com a sua capacidade e com o seu merecimento adquirido em existências anteriores.

Existem pessoas que guardam egoisticamente para si tudo aquilo que recebem, “enterram os seus talentos”, não beneficiando nem a si, nem ao seu próximo. Tanto elas quanto os talentos ficam improdutivos.

Quais são esses talentos? São as nossas virtudes e conquistas espirituais que repartimos com os nossos próximos. A palavra usada para consolar e dar ânimo ao desalentado, a roupa confeccionada para aquecer o que passa frio, o enxoval ofertado a criança carente de recursos materiais, a capacidade de participar de trabalhos voluntários, renunciando muitas vezes ao descanso, etc..

São as aptidões intelectuais, manuais e artísticas que nos permitem temos uma profissão e provermos a nossa subsistência e a de nossos familiares e amigos.

São os talentos morais que nos levam a ter uma convivência fraterna com os nossos semelhantes.

São os talentos espirituais que, através da mediunidade manifestada em formas diversas: intuição, psicofonia, psicografia, vidência, nos permitem trabalhar na Assistência Espiritual em Casas Espiritas.

Devemos aplicar os talentos e outros bens que recebemos para aumentar o nosso cabedal de conhecimentos para, quando voltarmos ao mundo espiritual, fazermos jus a recompensa, traduzida nas palavras: “Servo bom e fiel, foste fiel no pouco, muito te será confiado”.

O Espiritismo é a grande luz de libertação das consciências ainda embotadas na materialidade, e o médium esclarecido e evangelizado será, sempre, ele mesmo o portador da mensagem cristã, exemplificando o amor, levando a luz e a esperança onde quer que esteja.

Bibliografia:

KARDEC, Allan. Livro dos Médiuns

ALMEIDA, José de Sousa. As Parábolas

GODOY, Paulo Alves de. As Maravilhosas Parábolas de Jesus

XAVIER, Francisco Candido (Espírito Emmanuel). Opinião Espírita: Lição 14

RIGONATTI, Elizeu. Evangelho dos Humildes - Cap. 25

BIBLIA SAGRADA. 1° Livro de Crônicas: Cap. 22:14

CALLIGARIS, Rodolfo. Parábolas Evangélicas

SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e Ensinos de Jesus

RIGONATTI, Eliseu. Evangelho dos Humildes: Cap. 25

Questões para reflexão:

1. Explique como os médiuns sentem a presença dos Espíritos.

2. Descreva os sintomas iniciais dos médiuns de psicografia

3. Descreva a importância dos ensinamentos de Paulo de Tarso na nossa transformação comportamental.

4. Comente a aplicação da Parábola dos Talentos no campo da Mediunidade.

Fonte da imagem: Internet Google.

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