Curas: O homem da Mão Ressequida, O
Paralítico da Piscina, Cego de Nascença, O Servo do Centurião, Outras Curas
Operadas por Jesus
O
homem da mão ressequida
“E entrou de
novo na sinagoga, e estava ali um homem com uma das mãos atrofiadas. E o
observavam para ver se o curaria no sábado, para o acusarem. Ele disse ao homem
da mão atrofiada: ‘Levanta-te e vem aqui para o meio ’. E perguntou-lhes: ‘É
permitido, no sábado, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matar? ’Eles,
porém, se calavam. Repassando então sobre eles um olhar de indignação, e
entristecido pela dureza do coração deles, disse ao homem: ‘Estende a mão ’.
Ele a estendeu, e sua mão estava curada. Ao se retirarem, os fariseus com o
herodianos imediatamente conspiraram contra ele sobre como o destruiriam.” (Mc
3:1-6).
O amor não
tem dia nem hora para ser praticado e o magnetismo de Jesus agiu serenamente
sobre a atrofia nervosa da mão daquele homem. Jesus já dizia: “Meu Pai não
cessa de agir e eu também ajo sem cessar” (Jo 5:17). Como o sábado é que foi
feito para o homem e pelo homem, a verdadeira caridade esta nos sentimentos
nobres, na doação de si mesmo e não têm dia, nem lugar para acontecer.
O
paralítico da piscina
“...Existe
em Jerusalém, junto a Porta das Ovelhas, uma piscina que, em hebraico, se chama
Betesda, com cinco pórticos. Sob esses pórticos, deitados pelo chão, numerosos
doentes, cegos, cochos e paralíticos, ficavam esperando o borbulhar da água.
Porque o anjo do Senhor descia, de vez em quando, à piscina e agitava a água; o
primeiro, então, que ai entrasse, depois que a água fora agitada, ficava
curado, qualquer que fosse a doença. Encontrava-se ai um homem, doente havia
trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado, e sabendo que já estava assim havia
muito tempo. Perguntou: ‘Queres ficar curado? ’ Respondeu-lhe o enfermo:
‘Senhor não tenho quem me jogue na piscina quando a água é agitada; ao chegar
outro já desceu antes de mim. ’Disse-lhe Jesus: levanta-te, toma o teu leito e
anda! ’ Imediatamente o homem ficou curado. Tomou seu leito e se pôs a andar..
Eis que estás curado; não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior!
(Jo 5:2-14).
Por essas
palavras, ele lhe faz entender que seu mal era uma decorrente dos compromissos
assumidos em vidas anteriores e que, se não melhorasse, poderia ser de novo
punido ainda mais rigorosamente. Essa doutrina esta inteiramente conforme
aquela que o Espiritismo ensina (GE, cap. XV item 22).
Esta cura
também se operou no sábado. Era uma forma de protestar contra o rigor dos
fariseus no tocante a observância desse dia. Ele queria mostrar-lhes que a
verdadeira piedade não consiste na observância de praticas exteriores e de
coisas formais, mas que ela esta nos sentimentos do coração.
Encarando a
narração do Evangelho pelo lado moral, Cairbar Schutel em “Parábolas e Ensino
de Jesus”, cap. “O paralitico da piscina” convida-nos a questionar por que só
um enfermo mereceu a graça da cura sem a agitação das águas, enquanto os outros
permanecem esperando o momento certo para entrar no tanque.
É o próprio
Cairbar que infere alertando que a maioria dos enfermos buscava a cura do
corpo, a cura dos males físicos, enquanto que o paralitico provavelmente não só
desejava a liberdade do corpo, como também a do Espírito. Somente ele, pela sua
crença, estava apto a receber a cura. O comentário é de significativo ensinamento
para nossos dias, onde nos preocuparmos muito mais com a questão da saúde do
corpo do que a do Espírito.
Cego
de nascença
“Ao passar
ele viu um homem, cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: ‘Rabi,
quem pecou, ele ou seus pais, para que nascesse cego?’ Jesus respondeu: ‘Nem
ele, nem seus pais pecaram, mas é para que nele seja manifestadas as obras de
Deus...’ Tendo dito isso, cuspiu na terra, fez lama com a saliva, aplicou-a
sobre os olhos do cego e lhe disse: ‘Vai lavar-te na piscina de Siloé - que
quer dizer ‘Enviado ’ - . o cego foi, lavou-se e voltou vendo. Os vizinhos,
então, e os que estavam acostumados a vê-lo antes, porque era mendigo, diziam: ‘Não
é esse que ficava sentado a mendigar?’. Perguntaram-lhe então: ‘Como se abriram
os seus olhos?’ Respondeu: ‘O homem chamado Jesus fez lama, aplicou-a nos meus
olhos e disse: ‘Vai a Siloé e lava-te’. Fui, lavei e recobrei as vistas.’ Os
fariseus perguntaram-lhe novamente como havia recobrado a vista. Respondeu-lhes:
‘Ele aplicou-me lama nos olhos, lavei-me e vejo... Se esse homem não veio de
Deus, nada poderia fazer’. ” (Jo 9:1-34).
A situação
constrangedora a que foi submetido o cego de nascença, colocado frente aos
fariseus que procuravam, a todo custo, distorcer a verdade personificada em
Jesus e patenteada em suas curas, serve como exemplo de simplicidade ante as
dificuldades e impedimentos colocados por aqueles que queriam, a todo custo,
comprometer Jesus e sua obra.
A pergunta
dos discípulos sobre quem pecara, o cego ou os seus pais, indica a intuição de
uma existência anterior, pois de outra maneira ela não teria sentido, pois o
pecado que seria a causa de uma enfermidade de nascença deveria ter sido
cometido antes do nascimento, logo, em uma existência anterior. Jesus lhes
revelou que o homem era cego não porque tinha pecado. Se não era uma expiação
do passado, era uma provação que serviria ao seu progresso, porque Deus é
justo, não poderia lhe impor um sofrimento sem compensação.
Quanto ao
meio empregado para curá-lo, é evidente que a fórmula saliva-terra fora um
veiculo de energia curativa empregada por Jesus, porque a lama feita não podia
ter virtude alguma senão pela ação do fluido curador do qual ela estava
impregnada (GE, cap. XV item 25).
O
servo do centurião de Cafarnaum
“Ao entrar
em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião que lhe implorava e dizia: ‘Senhor o
meu criado esta deitado em casa paralítico, sofrendo dores atrozes. Jesus lhes
disse: ‘Eu irei curá-lo.” Mas o centurião respondeu-lhe: ‘Senhor: não sou digno
de receber-te sob o meu teto, basta que digas uma palavra e o meu criado ficara
são.’ Com efeito, também estou debaixo de ordens, tenho soldado sob meu
comando, e quando digo a um ‘Vai’, ele vai e a outro ‘vem’, ele vem. E quando
digo ao meu servo ‘Faze isso!’ ele faz. Ouvindo isso, Jesus ficou admirado e
disse aos que o seguiam: ‘Em verdade vos digo, que em Israel não achei ninguém
que tivesse tal fé.’ Em seguida, disse ao centurião: ‘Vai! Como creste, assim
te seja feito’! “Naquela mesma hora o criado ficou são.” (Mt8:5-13).
Vemos aqui
um grande exemplo da potência curadora de Jesus que mesmo a distancia pode
exercê-la em função da fé sincera demonstrada pelo centurião. É de se admirar
também a frase: “Eu irei curá-lo”. Qual é o médico que, sem ver o doente, sem
perscrutar, sem examinar, pode dizer categoricamente a qualquer que o chama
para socorrer um sofredor: “Eu irei curá-lo”? “Eis porque sempre afirmamos que
Jesus foi o maior de todos os médicos e que ninguém foi, nem é tão sábio quanto
ele. A sua ação no mundo foi verdadeiramente estupenda, extraordinária,
maravilhosa. Só ele era capaz de fazer o que fez; só ele é capaz ainda hoje de
fazer o que de fato nós precisamos; e o fará se, como o centurião, soubermos implorar-lhe
assistência.” (Parábolas e Ensinos de Jesus, cap. “Jesus e o centurião”).
Outras
curas operadas por Jesus
Na obra “A
Gênese”, cap. XV item 26, Kardec cita que Jesus ia por toda Galiléia, ensinando
nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as fraquezas e
todas as moléstias entre o povo. Traziam-lhe os doentes e afligidos por males
diversos, os possessos, lunáticos, paralíticos..., e acompanhava-o grande multidão.
Diz Kardec
que de todos os fatos que atestam o poder de Jesus, os mais numerosos são as
curas. “...Ele queria provar por esse meio que o verdadeiro poder é o que faz o
bem...” (GE, cap. XV, item 27), que aliviando sofrimento, fazia prosélitos pelo
coração, fazendo-se entendido e amado.
Façamos a nossa parte
A doença é
uma terapêutica da alma, dentro do mecanismo da evolução humana. É a filtragem,
no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais. Funciona, também,
como processo que induz a reflexão e disciplina das atitudes. Enquanto não
produziu seus efeitos benéficos, não deve ser suprimida.
De todos os
enfermos que o procuravam, Jesus curou somente aqueles em quem os efeitos
purificadores da enfermidade já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou
aqueles que já apresentavam condições para receberem esse auxilio no corpo
físico.
“Curai os
enfermos”, mandou ele aos seus discípulos, mas completou: “anunciai-lhes: o
Reino de Deus está próximo de vós.” (Lc 10:9). Não queria que apenas curassem
corpos, mas que orientassem os enfermos para o entendimento e cumprimento das
leis de Deus, porque a verdadeira cura é a do espírito e esta não se da apenas
pela supressão dos sintomas da doença física, a qual é tão somente uma consequência.
Para evitar
as enfermidades, cuidemos não só do corpo, mas do espírito, cultivando bons
pensamentos e sentimentos, praticando o bem e não o mal. Ao sermos curados,
agradeçamos. “Mas, se apesar de nossos esforços, não pudermos fazê-lo, o
Espiritismo nos ensina a suportar com resignação os nossos males passageiros.”
(ESE, cap. XXVIII, V item 77).
Emmanuel, na
obra “Seara dos Médiuns”, cap. “Oração e Cura”, orienta que: “lesões e chagas,
frustrações e defeitos em nossa forma externa são remédios da alma que nós
mesmos pedimos à farmácia de Deus”.
QUESTÃO
REFLEXIVA:
Como podemos
evitar as enfermidades?
Bibliografia
- A Bíblia
de Jerusalém.
- Kardec, Allan – A Gênese - Ed. FEESP.
- Armond,
Edgard – O Redentor
- Kardec,
Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan – A Gênese - Ed. FEESP.
- Schutel,
Cairbar – Parábolas e Ensinos de Jesus
- Xavier,
Francisco C./ Emmanuel – Seara dos Médiuns
Fonte da imagem: Internet Google.
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