CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

18ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Os Verdadeiros Discípulos

OS VERDADEIROS DISCÍPULOS

“Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que esta nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor; não foi em teu nome que profetizamos e em teu nome que expulsamos demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres? ’ Então eu lhes declararei: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vos que praticais a iniquidade’.” (Mt 7:21-23).

A mensagem inicia-se por essa Base de Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor; Senhor entrará no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai”.

Em muitos momentos de nossa vida, todos nós chamamos pelos amigos espirituais, por Jesus, por Deus, principalmente nos momentos em nos sentimos mais fragilizados e carentes de auxilio e consolo.

Quando oramos, sempre somos ouvidos, mas nem sempre somos atendidos naquilo que queremos, mas sim naquilo que verdadeiramente necessitamos.

Nossa verdadeira condição interior não pode ser escondida da Espiritualidade Superior, pois todas nossas intenções, nossos sentimentos podem ser percebidos, inclusive em relação a nossa vivência do Evangelho.

Essas palavras de Jesus nos levam desse modo, a meditar sobre duas posturas que podemos ter em relação a Deus, em relação ao exercício da religiosidade.

Uma é exterior, ritualística, fazendo as coisas mecanicamente, clamando o nome Deus e fazendo, repetidas vezes, uma grande quantidade de preces decoradas, sem buscar a reforma intima.

A outra postura é aquela que implica em interiorização verdadeira de todos os ensinamentos deixados por Jesus, implica assim em renovação de sentimentos, purificação do coração, elevação dos pensamentos, e atitudes... Sempre atitudes positivas diante de todas as situações da vida.

Na obra “Os Quatro Sermões de Jesus” Paulo A. Godoy ensina-nos: “Não basta bater no peito e proferir o nome do Senhor, não é o suficiente propagar o Seu nome, proferir belas palavras, enaltecer a Sua santidade. E imprescindível fazer a Sua vontade, que consiste em praticar boas obras e amar próximo com a si mesmo”.

Então, meditando sobre todos os exemplos de Jesus, entendemos o verdadeiro significado da palavra religião, ou melhor, de religiosidade. Religião, em sua acepção primitiva, original, significa religar, ou seja, a ligação do ser humano com Deus.

Mas através do tempo seu significado se distorceu e acabou por designar mais especificamente as religiões que possuem práticas externas, de forma ritualística, com um corpo de sacerdotes alocados hierarquicamente.

A religiosidade, o sentimento religioso, ao contrário, trata-se de uma disposição íntima, que implica em um modo de agir corretamente, de seguir a vida Segundo a lei de Deus, segundo os ensinamentos de Jesus.

Jesus nunca ensinou, em sentido distorcido, religião alguma, mas ensinou-nos, em todos os momentos, a buscarmos uma vida baseada na religiosidade.

A nossa religiosidade, ou seja, nossa espiritualização, deve manifestar-se em nosso dia a dia através de nossos bons pensamentos, bons sentimentos, boas ações, pois essas condutas permitem nosso crescimento espiritual e, portanto, que nos tomemos verdadeiros discípulos de Jesus.

Tiago, em sua epístola, disse: “Com efeito, a religião pura e sem macula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisto: visitar os órfãos e as viúvas em Suas tribulações e guardar-se livre da corrupção do mundo.” (Tia 1-27).

A CASA SOBRE A ROCHA

"Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras, e as põem em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu à chuva, vieram às enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha. Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua ruína!" (Mt7:24-27).

O verdadeiro sentimento religioso é forca motriz que nos impulsiona ao crescimento espiritual. Esse crescimento espiritual Jesus representa, figuradamente, como a edificação de uma casa. Assim, aquele que ouve as palavras de Jesus e as segue, pode ser comparado ao homem sábio que edificou sua casa sobre a rocha. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.

Por outro lado, aquele que ouve as palavras de Jesus, e não as segue, pode ser comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína.

Essa figura é bastante forte e ilustra plenamente os resultados de quando nós cultivamos ou não o caminho correto. Nessa imagem, o sentido da ventania, da chuva e da enchente são as dificuldades de nossa vida, que todos estão sujeitos. E se não tivermos onde nos segurar, caso não cultivemos os verdadeiros Valores, em qualquer dificuldade que apareça, nossa casa, que representa nossa estabilidade emocional, nosso equilíbrio psíquico, será levada pelo Vento, afundara na areia, pois não tinha alicerces.

Por outro lado, quando buscamos seguir as lições de Jesus, quando procuramos seguir as Leis de Deus, então, nesse momento, começamos a construir nossa casa na rocha.

Esse caminho é o da busca das virtudes, é da busca constante do aprimoramento pessoal, do aperfeiçoamento moral. Esses são os verdadeiros alicerces que nos permitem vivenciar todas as situações do mundo sem se abalar.

Pois se cultivarmos a paciência, a tolerância, a benevolência, a complacência, se quisermos, nada poderá nos perturbar. Porque nós seremos fortalezas inseridas na rocha. E quem não deseja atingir essa condição?

Ser uma fortaleza. Ser mais forte que todas as dificuldades da vida? Quem não deseja adquirir uma força tal, e ser capaz enfrentar todas as situações sem se perturbar?

Essa é a proposta das lições de Jesus: atingirmos as bem-aventuranças. E para as alcançarmos não depende de ninguém, a não ser de nos mesmos. E o motivo de depender só de nos mesmos é porque é uma condição íntima, pessoal, adquirida com esforço, intransferível, e que depois de adquirida não pode ser tirada por ninguém.

Eis a grande diferença dos Valores do Espírito, em relação às coisas externas, pois estas dependem de outras pessoas. Já para as aquisições, para as conquistas do Espírito não dependemos de mais ninguém, só de nos mesmos.

Assim, nós, seres humanos, temos o livre arbítrio, e podemos fazer tudo aquilo que quisermos. Mas de acordo com as nossas escolhas poderemos ser felizes, ou não.

Segundo a Lei de Deus, nós fomos criados para ser plenamente felizes apenas quando buscamos os verdadeiros Valores, quando fazemos a coisa certa, quando agimos harmoniosamente, quanto buscamos desenvolver essa religiosidade.

Sempre que nós nos afastarmos desse caminho encontraremos insatisfação.

Caminhemos, então, a largos passos em direção à felicidade, a satisfação, a prosperidade espiritual, a realização...

Nós podemos nos tomar verdadeiras fortalezas, podemos transitar pela vida com satisfação e aproveitando cada minuto para nos desenvolvermos e crescermos espiritualmente, e assim:

- Viver as pequenas alegrias, mas com pureza;

- Viver com nosso semelhante, sem melindrá-lo;-

- Ter seriedade de conduta, mas sorrir; '

- Praticar a caridade sem limites.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como podemos construir a nossa casa sobre a rocha?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Godoy, Paulo Alves – Os Quatro Sermões de Jesus – Ed. FEESP.
- Almeida, Jose de Souza – As Parábolas – Ed. FEESP.
- Rigonatti, Eliseu – O Evangelho dos Humildes.

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 27 de agosto de 2024

18ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Os Falsos Profetas e os Verdadeiros Discípulos

Conhece-se a Árvore Pelos Frutos

“Não há árvore boa que dê fruto mau, e nem árvore má que dê fruto bom; com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto, não se colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças. O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom, mas o mal tira o que é mau; porque a boca fala daquilo que está cheio o coração.” (Lc 6:43-45).

Nesta passagem ensina Jesus que não é boa a árvore que dá maus frutos; nem má a arvore que dá bons frutos.

Portanto, cada arvore é conhecida pelos seus frutos.

Nesta figura temos, principalmente, a imagem do que muitos fazem com suas faculdades humanas.

O ser humano, sabemos, tem um potencial imensurável para desenvolver seus dons, sua inteligência, suas habilidades; para fazer um número incontável de coisas.

E todo este potencial pode ser dirigido tanto para o bem como para o mal. É como, por exemplo, uma descoberta científica, que pode ser utilizada para benefício de uma coletividade ou da Humanidade, ou ser desvirtuada, visando interesses de alguns, com prejuízo para a maioria. Vemos que muitas pessoas usam toda sua inteligência e capacidade para fins egoístas, não compartilhando seus recursos, e, muitas vezes, prejudicando seu próximo.

Vemos, por exemplo, o que muitos fizeram com o Cristianismo, desvirtuando a mensagem de Jesus, adequando-a a seus interesses, monopolizando o conhecimento, distorcendo a Verdade e corrompendo muitas mentes.

À época de Jesus, vemos que muitos religiosos de então, apegados as suas práticas ritualísticas, consideravam o Cristo como um falso profeta, ou seja, eles não se preocupavam com o conteúdo, mas só com a forma.

Ora, como alguém em sã consciência poderia considerar Jesus como um falso profeta? Jesus, figuradamente falando, era a árvore boa em pessoa, e todos os seus frutos representam o mais puro bem, a mais pura caridade, a mais excelsa bondade e compaixão.

A propósito, pensando literalmente em frutos, poderemos ver que na natureza há árvores frutíferas que não são externamente belas, mas dão frutos doces e saborosos, e há, também, árvores que são muito belas externamente, com folhas bonitas e frondosas, mas que dão frutos amargos e rançosos.

O que importa, afinal, repitamos, não é a forma, mas o resultado. Ou seja, o que importa não é nosso procedimento mecânico, formalmente religioso, mas, realmente importa nossas boas intenções e nossas ações concretas fazendo o bem, sempre auxiliando, sempre construindo.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XVIII, item 16, diz: “Quais os frutos que a árvore do Cristianismo deve dar; árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com a sua sombra uma parte do mundo, mas ainda não abrigaram a todos os que devem reunir-se em seu redor? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, como o vem fazendo desde muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes, procurando distribuir os seus frutos. Mas quão poucos os colhem”.

A mensagem, então, convida-nos a cultivar a arvore da vida da forma que o Cristo a nos deixou, não a mutilando, mas cuidando com amor, pois então a veremos oferecer, com abundancia, os seus frutos divinos; veremos seus ramos crescerem e formarem uma sombra frondosa onde os viajantes encontrarão descanso; veremos como é bela e estará cheia de flores, apaziguando os corações, oferecendo alento àqueles que a procuram.

Nós podemos de certa forma, dizer que não caminhar nessa direção representa uma inatividade espiritual.

Podemos dizer que essa inatividade é o não emprego de uma possibilidade do Espírito, ou melhor, é a não concretização das faculdades plenas inerentes ao Espírito.

Resultados: entorpecimento da faculdade de pensar, obscurecimento da capacidade de compreender e endurecimento da capacidade de amar. Um pleno desperdício de faculdades tão preciosas. Mas, para algumas pessoas neste planeta todos esses dons estão, de certa forma, inativos, ou seja, estão próximos da natureza primitiva e longe da natureza espiritual. Nessa trilha não pode haver bons frutos.

O bom fruto é a propagação das palavras do Evangelho redivivo, esclarecedor, consolador. O bom fruto é ação caridosa de auxilio em quaisquer circunstâncias. O bom fruto é a postura e a conduta irrepreensível que devemos buscar para trilhar o caminho de Jesus.

Essa é uma Verdade que nunca podemos esquecer, para que sempre façamos o nosso melhor, façamos tudo aquilo que tiver de ser feito para alcançar o bem.

Na obra “Caminho, Verdade e Vida”, lição 122, Emmanuel, esclarece:
“O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência reclama fruto para examinar as sementes dos princípios. O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas...”.

Assim como a árvore boa gera bons frutos, o Homem que cultiva em si as boas virtudes e os bons sentimentos gera boas ações, pois utiliza do seu “bom tesouro”.

OS FALSOS PROFETAS

"Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os conhecereis...” (Mt 7-15-16).

Nessa passagem, somos convidados a ficarmos alertas, e desconfiarmos dos falsos profetas, especialmente neste momento de transição que vivemos, onde a Humanidade passa por grandes transformações.

E essas transformações podem ser percebidas na mudança de valores que ocorrem em todos os segmentos da sociedade.

Por exemplo, em relação ao acesso à informação, vemos uma verdadeira revolução do conhecimento; nunca se teve tanto acesso a informação como hoje; nunca ela esteve tão disponível como na atualidade.

Em relação a busca da Humanidade por um caminho religioso, um caminho de espiritualização, vemos que nunca houve tantas religiões, tantas seitas, tantas pessoas que se autodenominam como os “mensageiros da Verdade”, os “mensageiros de Deus” ou profetas.

Em quem acreditar?

Em sentido geral, chamam-se profetas aqueles que têm o dom de revelar o futuro, de fazer profecias. Nesse sentido profetizar e predizer o futuro tem o mesmo significado, ensina Kardec.

Mas - continua o codificador - ha um sentido evangélico para essa palavra. Profeta, assim, seriam todos aqueles enviados de Deus com a “missão de instruir os homens, de revelar as coisas ocultas, os mistérios da vida espiritual.” (ESE, cap. XXI, item 4)

Jesus advertiu-nos claramente que os falsos profetas viriam com o intuito de nos enganar. No Evangelho de Mateus, cap. 24:4-5 e 11-13, quando perguntaram ao Mestre sobre o “fim dos tempos”, Jesus responde: “Atenção para que ninguém vos engane. Pois muitas virão em meu nome, dizendo: ‘O Cristo sou eu’, e enganarão a muitos...”

“E surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos. E pelo crescimento da iniquidade, o amor de muitos esfriará. Aquele, porém, que perseverar ate o fim, este será salvo.”

Como então distinguir os falsos profetas?

Os falsos profetas são aqueles que prometem maravilhas, aqueles que prometem, muitas vezes, conduzir-nos a um caminho só de facilidades, de conquistas, sem trabalho, sem esforço.

Os falsos profetas são impostores que se apresentam como enviados de Deus, mas, na verdade, buscam uma vaidosa satisfação sobre a Terra; a eles falta a humildade e a caridade; e sobra a cobiça e o orgulho.

Os falsos profetas são exploradores da credulidade das pessoas e querem viver a custa daqueles que lhes dão ouvidos.

E por que esses enganadores conseguem tanta atenção das pessoas?

- porque encobrem a ignorância, a fragilidade ou a limitação dos homens, e assim agindo não ferem o orgulho das pessoas, mas, ao contrário, ressaltam qualidades que não existem;

- porque, como vemos, muitas pessoas querem conseguir, sem esforço, riqueza, poder, fama, e, exatamente por isso, são facilmente iludidas.

E há mesmo muitos falsos mensageiros que, em vez de despertar o verdadeiro sentimento religioso nas pessoas, ao contrário, incentivam a cobiça de seus seguidores e prometem grande riqueza, para que fiquem muito ricos materialmente, aqui mesmo na Terra, nesta vida.

Mas a grande verdade é uma só. É aquela trazida por todos os verdadeiros profetas, por todos os enviados de Deus, por todos os grandes Espíritos que vieram a Terra para esclarecer a Humanidade. A história bíblica cita vários deles.

Além de Israel, a história mostra que por todo o mundo sempre houve enviados de Deus que vinham anunciar as grandes verdades. Todos eles, a seu modo, disseram a mesma coisa: o caminho da realização exige esforço, empenho, dedicação, estudo, trabalho, caridade.

Sim, eis a primeira forma de se reconhecer o verdadeiro profeta. Ele não prometerá vitória fácil, não prometera sucesso imediato, não prometerá recompensa sem mérito, não prometerá felicidade sem buscarmos também levar felicidade ao nosso próximo.

E há uma segunda e principal forma de se reconhecer o verdadeiro profeta: mais do que falar, mais do que simplesmente anunciar as verdades sobre a vida espiritual, sobre o caminho para buscar a realização e a felicidade, mais do que palavras, o verdadeiro profeta é a pura exemplificação de todos os princípios que ele anuncia.

O verdadeiro profeta é a plena exemplificação das virtudes, a exemplificação da paciência, da devoção, da renúncia às coisas materiais, a exemplificação do sacrifício pessoal em beneficio do próximo, a exemplificação da caridade e do amor incondicional.

Ele traz a verdadeira orientação à Humanidade.

Dessa forma, aqueles que anunciam as grandes verdades, anunciam as mensagens do Evangelho, devem ser os primeiros a praticarem cada um dos preceitos que pronunciam. Afinal, qual é a credibilidade de alguém que fala uma coisa e faz outra?

Jesus, o justo por excelência, é especialmente lembrado por ter demonstrado na prática todos os seus ensinamentos.

E era por isso que Jesus atraia verdadeiras multidões, sedentas de conhecimento, ansiosas para ouvir as grandes verdades: as únicas que trazem a verdadeira paz interior, por que demonstram que existe a justiça Divina, mostram que nós somos os únicos responsáveis pela nossa situação feliz ou infeliz.

Precisamos, enfim, estar atentos, conforme exortação do apóstolo João, em sua primeira epistola cap. 4, vs. 1:

“Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois falsos profetas vieram ao mundo.”

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como devemos proceder para sermos “árvores que dão bons frutos”?

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

17ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

A Verdadeira Riqueza

“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está teu tesouro ai estará também teu coração”. (Mt 6:19-21).

“Ninguém pode servir a dois senhores”. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegara ao primeiro e desprezarás segundo. 

Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro. Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer; nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas?

(...) “Observai os lírios do Campo, como crescem, e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão em toda a sua glória, se vestiu como um deles...” (Mt 6:24-29).

Jesus encoraja-nos a “buscar primeiro o Reino dos Céus”. Este convite consiste na busca dos Valores espirituais que são eternos e alimentam nossa alma em detrimento das preocupações materiais. 

Estas preocupações devem residir em segundo plano. Até mesmo porque não possuímos como nosso senão aquilo que podemos levar deste mundo. O Espírito Pascal ESE, cap. XVI- “A verdadeira propriedade” cita que aquilo que o Homem encontra ao chegar e deixa ao partir, goza durante a sua permanência na Terra, mas, desde que é forçado a deixá-los, é claro que só tem o usufruto, e não a posse real. Donde se conclui que o Homem possui “... Nada do que se destina ao uso do corpo, e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais...”.

Neste mesmo capitulo, Pascal ilustra comentando que “...Quando um homem parte para um país longínquo, arruma a sua bagagem com objetos de uso nesse pais, e não se carrega de coisas que lhe seriam inúteis. Fazei, pois, o mesmo, em relação a vida futura, aprovisionando-vos de tudo o que nela vos poderá servir”. Quando se chega ao mundo dos Espíritos, a “posição a ser ocupada” dependerá das posses em termos de virtudes conquistadas e moral alcançada, nunca a conquista se dará em função de tesouros materiais. Não será computado o valor dos bens, mas sim, a prática do bem.

Corroborando com a ideia, o Espírito Lacordaire ESE, cap. XVI - “Desprendimento dos bens terrenos” alerta-nos que nosso apego aos bens terrenos é um dos mais fortes entraves ao adiantamento moral e espiritual.

Deixamos de lado as coisas afetivas e voltamo-nos inteiramente para as coisas materiais. Iludidos, acreditamos que alcançaremos a tão almejada felicidade e quando nos damos conta, estamos cegos e escravizados por bens totalmente passageiros. Alias, podemos constatar em inúmeras situações que o fato de estarmos com os cofres cheios não faculta a felicidade.

Infelizmente, empreendemos a maior parte do nosso tempo debruçado em questões materiais, deixando para Segundo plano nossa atenção para as coisas espirituais. Será que se soubéssemos que a morte inflexível estivesse a nos rodear para nos levar a qualquer momento, teríamos tanto apego a bens tão passageiros? É o que ilustra a parábola do rico avarento: “Insensato, nessa mesma noite ser-te-á reclamada à alma. E as coisas que acumulaste, de quem serão? Assim acontece aquele que ajunta tesouros para si mesmo, e não é rico para de Deus.” (Lc 12:20).

A parábola é uma síntese do trágico fim de todos aqueles que não veem a felicidade senão no dinheiro e se constituem em seus escravos incondicionais. “O que valem riquezas efêmeras, sombras de felicidade que se esvaem, fumo de grandezas que desaparecem à primeira visita de uma enfermidade mortal?”, é o que comenta Cairbar Schutel Parábolas e Ensinos de Jesus, cap. “Parábola do Avarento”.

A riqueza material

Não se trata de uma critica à riqueza, pois sabemos que esta é necessária. A riqueza tem sua utilidade como recurso para execuções de trabalhos com vistas ao progresso individual e coletivo, bem como prova e testemunho da reforma interior, num programa de altruísmo. É para ser usada como instrumento de progresso.

A fortuna que o Homem conquista de forma honrada é muito justa.

Vemos no capitulo V (Lei da Conservação) e capitulo VIII (Lei do Progresso) da terceira parte de “O Livro dos Espíritos” que não há condenação à riqueza, mas sim a seu uso indevido. Kardec comenta na questão 714a que: “O homem que procura, nos excessos de toda espécie, um refinamento dos gozos, coloca-se abaixo dos animais, porque estes sabem limitar-se à satisfação de suas necessidades...”. 

O que é condenado é o apego que absorve os demais sentimentos e paralisa os impulsos do coração, tomando o Homem escravo dos bens supérfluos. É Lacordaire que nos alerta, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XVI, item 14: “... tudo promana de Deu, tudo retorna a Deus”.

Nada vos pertence na Terra, nem sequer o vosso pobre corpo... Sois depositários e não proprietários...”.

No livro “Os quatro Sermões de Jesus” Cap. “Servir a dois senhores”, Paulo Godoy lembra que há muitos homens que tem conseguido servir a Deus com suas riquezas, pois tem feito com que elas sejam aplicadas no amparo aos menos favorecidos. Infelizmente, para a maioria, a posse de bens materiais representa enorme entrave para a libertação espiritual. Os seres humanos ao encarnarem que escolhem a posse de riquezas muito dificilmente conseguem fazer delas um instrumento para sua redenção espiritual. Por isso Jesus ensinava sobre a dificuldade de se “servir a dois senhores”. Se a pobreza é prova de resignação e paciência, a riqueza requer testemunhos de caridade e altruísmo.

E neste mesmo sentido que Caibar Schutel em Parábolas e Ensinos de Jesus, cap. “A Prova da Riqueza” comenta que o homem rico tem mais dificuldades a vencer que o pobre. Apesar de Deus não condenar a riqueza e ninguém ser condenado por isso, na luta do homem rico há temperos diferentes, pois “além de tratar de si e dos seus, além de procurar manter as exigências sociais, além de estudar e estudar muito porque dispõe de mais tempo que o pobre, ainda lhe cabe o dever restrito de exercer a caridade”.

A Avareza

A avareza, esta sim é preciso tirá-la fora de nossas vidas. A avareza não se refere a apenas ao dinheiro. A importância exagerada que damos aos nossos pertences, a ponto de nos desequilibrarmos na ansiedade, a mania de guardar indeterminadamente, mesmo sem usar, certas roupas ou pertences pessoais, sem justificativa para não doá-los, já caracteriza os primeiros degraus do avaro, podendo tomar-se uma verdadeira doença obsessiva, resultado do egoísmo e da ambição.

Uma vez identificada em nosso interior, deve-se partir para um verdadeiro processo de reforma, procurando de forma sensata e generosa exercitar o desapego, aprendendo a contentar-se com menos, considerando os bens que possuímos como empréstimos que nos foram constituídos para que pudéssemos nos aprimorar. Um bom exemplo a seguir temos na história de Jó (Livro de Jó, Antigo Testamento), considerada uma das mais belas histórias de prova e fé. De muito próspero que era, chegou a perder tudo, inclusive a família, e mesmo na mais profunda miséria, confirmava seu testemunho de fé: “Senhor vos me destes, vos me tirastes; que a Vossa vontade seja feita”. Eis o verdadeiro desprendimento. É necessário que sejamos submissos tendo fé naquele que, assim como nos deu, pode tirar-nos e também devolver-nos.

Não se trata de atirarmos fora o que possuímos, para nos tomarmos mendigos voluntários, trazendo, inclusive, mais problemas para a sociedade. “É um egoísmo de outra espécie, porque equivale a fugir da responsabilidade que a fortuna faz pesar sobre aquele que a possui”. (Lacordaire, ESE, XVI, item 14). A recomendação mais acertada consiste em administrá-la com sabedoria, sabendo passar sem ela quando não a temos, sabendo como empregá-la utilmente quando a recebemos, sabendo sacrificá-la quando necessário.

Esse desapego não deve ser confundido com desprezo, mas sim consciência de sua importância relativa. A aplicação da riqueza de forma justa constitui-se de um grande auxilio para a evolução do planeta. Quando o publicano Zaqueu prontificou-se a dar metade da sua fortuna para os pobres e a ressarcir quatro vezes mais aqueles a quem havia espoliado, Jesus disse-lhe: “Hoje a salvação entrou nesta casa...”. 

Sem duvida a riqueza pode ser muito bem aplicada em favor dos mais necessitados. A Condessa Paula, desencarnada em 1851, é um grande exemplo que Kardec apresenta em “O Céu e o Inferno” (Cap. “Espíritos Felizes”) que utilizou sua fortuna material para conquistar a fortuna imperecível que os ladrões não roubam, as traças não roem e a ferrugem não consome. Ela aconselha em sua comunicação: “E vós ricos, tendes sempre em mente que a verdadeira fortuna, a fortuna imorredoura, não existe na Terra; procurai antes saber o preço pelo qual podeis alcançar os benefícios do Todo Poderoso”.

Os ensinamentos de Jesus compõem um todo harmônico, que precisa sempre ser analisado no conjunto, para que haja coerência e integridade.

Fazendo essa analise, vemos que a lição: “olhai as aves do céu que não semeiam” e “olhai os lírios do Campo que não trabalham”, com certeza não é um convite a não termos cuidado, não termos cautela, não termos preocupação alguma com nossa vida, com nosso sustento material, pois a Lei do Trabalho é também uma Lei de Deus, e o ser humano recebeu a inteligência para, através do trabalho, buscar o seu sustento.

Mas o convite do Mestre é para que não nos preocupemos em demasia, e tenhamos fé na Previdência, fé em Deus, fé em nos mesmos.

Contemplando a natureza podemos constatar que ha uma harmonia reinante. O necessário basta, não precisamos do supérfluo!

A misericórdia do Pai concede-nos o tempo necessário para nosso aprimoramento. À medida que evoluímos moralmente, vamos nos desligando dos bens materiais, dando a eles o devido valor, estendendo os seus benefícios ao próximo.

“Apresentemos nosso trabalho ao Senhor diariamente, e peçamos a Ele que destrua as particularidades em desacordo com os seus propósitos soberanos e justos, rogando-lhe visão e entendimento... No desdobramento desse serviço, porém, jamais nos esqueçamos de que todos os patrimônios da vida pertencem a Deus” (Vinha de Luz, 71).

QUESTÃO REFLEXIVA:

Como podemos acumular “tesouros no Céu”?

Bibliografia

- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Godoy, Paulo Alves – Os Quatro Sermões de Jesus. São Paulo – Ed. FEESP
- Godoy, Paulo Alves – Casos controvertidos do Evangelho.
- Rigonatti, Eliseu – O Evangelho dos Humildes
- Schutel, Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.
- Godoy, Paulo Alves – Quando Jesus Teria Sido Maior.

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 20 de agosto de 2024

17ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

A Sinceridade do Jejum

O Jejum

A SINCERIDADE DO JEJUM

“Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio como fazem os hipócritas, pois eles desfiguram seu rosto para que seu jejum seja percebido pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge tua cabeça e lava teu rosto, para que os homens não percebam que estas jejuando, mas apenas teu Pai, que esta lá no segredo; e teu Pai, que vê no segredo, te recompensará.” (Mt 6: 16 a 18).

Ao consultarmos um dicionário veremos que o termo jejum significa abstinência ou redução de alimentos em certos dias por penitência ou por preceito referente a alguma igreja ou seita; abstenção, privação.

Esta prática é comum em diversas religiões. Porém, será tal ato aprazível a Deus? O fato de Jesus comentar na passagem do Evangelho não significa que ele recomendava tal prática. Entretanto, como era costume na época, Jesus aproveita o ensejo para orientar qual é a maneira correta respeitando o momento cultural do povo. Vemos o tema melhor esclarecido nas passagens a seguir.

Há algum mérito em jejuar?

As questões referentes ao jejum nos remetem a outra. Desde que Jesus disse: “Bem-aventurados os aflitos”, ha mérito em procurar as aflições, agravando as provas por meio de sofrimentos voluntários? A questão 721 de “O Livro dos Espíritos” esclarece-nos que a vida de mortificações dos devotos e dos místicos, praticada desde a antiguidade e entre diferentes povos, é meritória somente no sentido de renegar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, conforme a caridade Cristã.

Na questão 723, acrescenta que “A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde, para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização”.

Neste mesmo capitulo, na questão 726, os Benfeitores Espirituais explicam que “Os únicos sofrimentos que elevam são os naturais, porque vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários não servem para nada, quando nada valem para o bem dos outros”.

Analisando a questão por outra vertente, vemos que Paulo de Godoy (“Os quatro Sermões de Jesus”, cap. “O Jejum”) lembra a parábola do Fariseu e o Publicano onde vemos o orgulhoso fariseu firmar de forma solene: “Jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de tudo quanto possuo”. É o próprio Mestre que dá a sentença na parábola: “Eu vos digo que este último desceu para casa justificado (O Publicano), o outro não (o Fariseu). Pois todo que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Lc 18:14). Assim, vemos que tudo depende da intenção e de nada adianta as mortificações frente a uma vida de arrogância e de egoísmo.

Qual é o sacrifício mais valido?

Tendo como referência Isaias (58:6), Paulo de Godoy esclarece que o verdadeiro jejum consiste em “soltar as ligaduras da impiedade, desfazer as ataduras do jugo, libertar os quebrantados, despedaçar todo o jugo, repartir o pão com o faminto, acolher os pobres desabrigados, cobrir o nu”. O autor comenta ainda que o jejum “é algo mais do que deixar de ingerir determinados alimentos, em certos dias ou hora. O verdadeiro jejum consiste em procurar ser bom, abster-se da prática da imoralidade, despedaçar o jugo da vaidade, do ódio, do egoísmo e de muitos outros vícios que degradam o homem” (“Os quatro Sermões de Jesus”).

A observação do autor concorda com a recomendação das questões 726 e 727 de “O Livro dos Espíritos”: “Que visitem o indigente, consolem o que chora, trabalhem pelo que esta enfermo, sofram privações para o alivio dos infelizes e então sua vida será útil e agradável a Deus. Quando, nos sofrimentos voluntários a que se sujeita, o homem não tem em vista senão a si mesmo, trata-se do egoísmo; quando alguém sofre pelos outros, pratica a caridade: são estes os preceitos do Cristo.

”Fustigai o vosso Espírito e não vosso corpo, mortificai o vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo, que se assemelha a uma serpente a vos devorar o coração, e fareis mais pelo vosso adiantamento do que por meio de rigores que mão mais pertencem a este século.”

Segue na mesma linha o Espírito que se intitula “Um Anjo da Guarda”, no cap. V - “Bem Aventurados os aflitos”, item 26, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, recomendando que devemos nos contentar com as provas que Deus nos manda, aceitando-as sem queixa e com fé. Acrescenta ainda que não devemos enfraquecer o nosso corpo com privações inúteis e macerações sem propósito, porque “tendes necessidade de todas as vossas forças, para cumprir a vossa missão de trabalho na Terra”.

Vale lembrar que tudo depende da intenção. Vemos ainda nesse capitulo que se o objetivo for aliviar o próximo, como suportar o frio e a fome para agasalhar e alimentar aquele que necessita, apesar do sofrimento causado ao nosso corpo, é um sacrifício abençoado por Deus. Há sim um grande mérito, quando os sofrimentos e as privações têm por fim o bem do próximo, porque se trata da real caridade. Porém, quando eles só têm por fim o bem próprio, trata-se de egoísmo ou fanatismo.

O jejum apaga nossas faltas?

A prática do jejum ou qualquer tipo de mortificação aplicada no corpo, de forma alguma apaga as falhas cometidas. Estas somente poderão ser resgatadas em novas oportunidades que o Pai Misericordioso nos concede. As qualidades morais e espirituais somente são conquistadas no desenrolar das vidas múltiplas, em prolongado processo de aprimoramento, tendo como destinação a eternidade.

Além de não ser reconhecido pela Espiritualidade, muitos dos praticantes do jejum mostravam seus rostos desfigurados, para que todos vissem que eram autênticos seguidores das normas religiosas. “Já receberam sua recompensa” comenta o próprio Mestre. O jejum como autopunição ou promocional, como no caso dos judeus que se vestiam com panos grosseiros e atiravam cinzas as cabeças apenas chamam a atenção, mas nada acrescenta. Mesmo o jejum alimentar, condicionado a limpeza orgânica, deve ser discreto. Não há motivos para estar contristados como recomenda Jesus, e sim para serenidade e confiança nos nossos momentos reflexivos.

Em Mateus 15:11, Jesus ensina-nos que: “Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro mas o que sai da boca, isto sim o torna impuro. Do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias...”.

E no versículo 19: “Com efeito, é do coração que procedem más intenções, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações...”

O principal jejum para o cristão é o jejum do mal que praticamos. 

Concluindo este tema, no final do cap. V de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, vemos uma citação que agrega muito valor a aqueles que buscam no jejum e nos sacrifícios uma forma de se elevarem: “Se quiserdes um cilício, aplicai-o a vossa alma e razão ao vosso corpo; mortificai o vosso Espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho; recebei as humilhações sem vos queixardes; machucai o vosso amor próprio; insensibilizai-vos para a dor da injuria e da calúnia, mais pungente que a dor física. Eis ai o verdadeiro cilício, cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão a vontade de Deus”.

A PORTA ESTREITA

“Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz a vida. E poucos são os que o encontram.” (Mt 7: 12-14).

O tema é tratado no cap. XVIII “Muitos os chamados e poucos os escolhidos” de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e refere-se justamente à luta entre as facilidades que o mundo das ilusões nos proporciona e as dificuldades que encontramos no caminho da reforma interior. “A (porta) da salvação é estreita, porque o homem que deseja transpô-la deve fazer grandes esforços para vencer as suas más tendências e poucos se resignam a isto.” Dai a tão conhecida frase proferida por Jesus: “São muitos os chamados e poucos os escolhidos”.

Porta estreita é sinônimo de caminho da responsabilidade, do trabalho, do esforço interior, da maternidade, da paternidade, dos encargos. Ele é espinhoso, pedregoso, estreito e não oferece quase nenhum atrativo. Por isso são poucos os que o procuram (Paulo Godoy, “Os quatro sermões de Jesus”, cap. “A porta estreita”).

Acabam por preferir o caminho mais fácil ligado às comodidades e ilusões que a vida proporciona.

Sendo a Terra um mundo de expiações e provas, é de se compreender que a Humanidade se direcione mais à porta larga, influenciados pelas facilidades que a falta de compromisso com o bem comum acarreta. À medida que o planeta se elevar para um mundo de regeneração, 0 caminho do bem será o mais frequentado. Cairbar Schutel em Parábolas e Ensinos de Jesus, cap. “A vida na Terra e a vida eterna” comenta que o objetivo da vida na Terra é o aperfeiçoamento do Espírito: “Aquele que assim compreende eleva- se, dignifica-se, e livre dos entraves materiais, sobe as alturas inacessíveis ao sofrimento, alcançando a felicidade eterna.” Livrar-se desses entraves é justamente seguir pela porta de maior dificuldade.

Para Paulo Godoy “Quando Jesus teria sido maior”, cap. “Reforma intima, já!” devido a esses entraves “muitas pessoas demoram no caminho da vida sem cuidar do seu aprimoramento“. Por diversas razões afundam-se nas aberrações dos vícios e nos desvarios dos crimes e mesmo em face aos diversos bons exemplos, preferem continuar caminhando pela porta larga. Com isto, “levam para o túmulo toda uma gama de contravenções à lei de Deus e isso, obviamente, demandará uma série prolongada de dolorosos reajustes nos planos espirituais e nas vidas futuras”.

O Homem sensato procura sempre saber que caminho percorre, como conhecê-lo e vencer seus obstáculos. O sentido filosófico desse ensino é a continua luta entre o Bem e o Mal, na qual o Homem, incansavelmente, vai edificando o seu Espírito.

Maria Madalena é um bom exemplo da porta estreita. Rica, sem dificuldades, depois de conhecer o Mestre, deixou tudo para trás e optou pela porta estreita. Dedicou sua vida aos pobres, dedicou-se a cuidar de leprosos, vindo a morrer dessa mesma doença. Perdeu sua vida terrena, mas a ganhou em Espírito.

Jesus mostra-nos o caminho. A frase “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o a vós a eles." É semelhante ao ensinamento “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Colocando em prática tão simples, mas ao mesmo tempo tão profunda regra, certamente estaremos decidindo pelo caminho do sacrifício abraçando a causa do aperfeiçoamento espiritual, perseverando na observância dos ensinamentos evangélicos, trilhando o caminho estreito, abrindo o coração para que se aninhem nele os sentimentos do bem, permitindo que receba “pequenina semente que ali desabrochar e produzir coisas maravilhosas, ao ponto de sentirmos em íntimo contato com os Benfeitores Espirituais” Paulo Godoy, “O Evangelho pede licença”, cap. “O Reino dos Céus”, proporcionando assim a grande oportunidade de ver brotar o Reino dos Céus dentro de nós.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Reflita e comente sobre o “sacrifício mais agradável a Deus”.

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

16ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

O Modelo de Oração – A Confiança na Oração

O MODELO DE ORAÇÃO

“Portanto, orai desta maneira: Pai nosso que estas nos céus, santificado seja o teu Nome, venha o teu reino, seja feita a tua vontade na Terra, como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. E perdoa-nos as nossas dividas como também nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos submetas a tentação, mas livra-nos do Mal.” (Mt 6: 9-15).

E continua Jesus, aos seus discípulos: “Pois se perdoardes aos homens os seus delitos também vosso Pai Celeste vos perdoará; mas se não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará vossos delitos”.

Muitas vezes, não damos a essa prece de tão cristalina simplicidade o seu verdadeiro valor; ela é muito mais do que frases construídas por belas palavras ou uma ladainha que se repete sem pensar, sem que nossa consciência e nosso coração absorvam sua profunda harmonia e seu valor incalculável.

Jesus, conhecedor profundo da alma humana, sabia da nossa dificuldade em expressar uma prece vinda do coração, que pudesse nos ligar a Planos mais altos e então nos deixou um modelo de oração que é a síntese da integração do Pai com seus filhos muito amados.

Façamos uma pequena reflexão sobre a prece que Jesus nos ensinou.

Quando dizemos: “PAI NOSSO, QUE ESTAS NO CÉU”, analisemos dentro do nosso coração, como sentimos em nós esse Pai de bondade que nos deu a oportunidade da vida para que conheçamos o amor e cresçamos com ele rumo à perfeição.

Somos seres em evolução, que pertencemos à grande família universal e somos todos irmãos espirituais, filhos do mesmo Pai, pleno de bondade, justeza e amor e estamos aqui para sermos felizes.

Que valores são preciosos para nós, hoje, os da terra ou os do Espírito?

Estamos perdidos no egoísmo, no orgulho, no desejo do poder ou já estamos aprendendo a usar com desapego os bens da Terra, a usufruir deles apenas como instrumentos para nossa evolução e procurando entender que os Valores que nos acompanharão eternamente são os espirituais?

Quando dizemos: “SANTIFICADO SEJA O TEU NOME”, o que significa esta referência? Somos cristãos na alma ou nos intitulamos cristãos apenas por medo, superstição, hábito ou comodismo?

Muitas vezes, nos acomodamos nas nossas crenças e valores ultrapassados, sem procurar compreender outros e novos aspectos da vida.

Quanto maior o conhecimento, maior a nossa responsabilidade - “muito será pedido a quem muito foi dado”.

Às vezes mantemo-nos na ignorância por comodismo, responsabilizando Deus, os outros, os Espíritos e o destino por tudo o que nos acontece.

Quanto mais nos empenhamos em desenvolver a inteligência e o conhecimento, e principalmente, nos dedicarmo-nos ao conhecimento de nos mesmos, mais livre será o nosso Espírito e mais compreenderemos o que é respeitar e amar a Deus. (“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertara”, disse Jesus).

Quando dizemos: “VENHA O TEU REINO”, onde estamos procurando o nosso paraíso, se a vida terrena é tão sedutora e envolvente? 

Procuramos o nosso paraíso nas coisas materiais, quando o paraíso esta no crescimento moral, espiritual?

Todos nós ainda vivemos ligados as coisas materiais, mas em algum ponto da nossa vida, percebemos um vazio em nós que nada preenche - depressão, tristeza, insatisfação sem motivo... E nesse momento, começamos a busca do “Reino dos Céus” que, na verdade, já existe em nós, só é preciso deixar germinar e crescer a nossa potencialidade espiritual.

Quando dizemos: “SEJA FEITA A TUA VONTADE NA TERRA COMO NO CÉU”, qual o nosso real desejo e intenção? Estamos aceitando a vontade divina ou, dentro da nossa alma, o que desejamos mesmo é a realização dos nossos sonhos, não importa o preço que eles tenham nem as consequências que tragam?

Consideremos as nossas dificuldades não somente com problemas a superar, mas como oportunidades de agir e aprender.

Percebamos que a dor e a alegria fazem parte da nossa vida, não como castigo ou prêmio, mas como alavancas de crescimento e progresso.

Cultivemos pensamentos positivos e começaremos a enxergar positivamente mesmo nas situações de aflição e desânimo.

Quando dizemos: “O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE”, o que estamos realmente pedindo? O suficiente? O necessário? Ou o supérfluo, o luxo, o desperdício? Pensamos apenas em nós ou nos lembramos também dos irmãos que necessitam de amparo?

Será que já sentimos a satisfação que nos proporciona o repartir, o ter um pouco menos, e ver o outro mais feliz ou a caridade (material ou moral) ainda não tem significação para nós?

Pensemos no pão espiritual, na bênção e na necessidade de transformar o que ainda é trigo em nós (a semente do bem) no pão que alimenta a alma (nas qualidades morais).

Quando dizemos: “PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS COMO TAMBÉM NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES”, lembramo-nos de que queremos ser amados e perdoados, mas quase sempre não nos importamos em ferir, injustiçar, oprimir e magoar aos que se atravessam no nosso caminho?

Se não compreendemos ou perdoarmos a quem nos ofende hoje, será que acreditamos que amanhã não precisaremos do perdão de alguém? O verdadeiro perdão não guarda sentimentos de vingança, nem mágoa, nem ressentimento.

Quando dizemos: “E NÃO NOS SUBMETAS A TENTAÇÃO, MAS LIVRA-NOS DO MAL” (das escolhas erradas), lembramos da advertência de Jesus sobre a escolha da porta larga da perdição, da ilusão do mundo físico, que é fácil de transpor e a porta estreita da vida espiritual, que exige reflexão, discernimento, responsabilidade, esforço em transformar-se?

A escolha é sempre nossa. Deus e os nossos amigos espirituais não interferem na nossa vontade e no nosso livre arbítrio. Recordemo-nos de que só existe um mal a temer: aquele que ainda existe em nós (as nossas imperfeições).

Plantemos na nossa vida o amor, o bem, a tolerância, o perdão, a dignidade, o exemplo, a sabedoria, a autodisciplina, o desapego dos bens terrenos, a responsabilidade e estaremos vivendo o Pai Nosso, conforme Jesus nos ensinou e, sem duvida, os frutos do que plantarmos virão para nos em forma de paz e infinitas bênçãos.

Que a semente depositada em nosso coração germine, cresça e frutifique sempre.

O Pai Nosso não é para ser rezado, é para ser vivido.

A CONFIANÇA NA ORAÇÃO

“Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá. Quem dentre vos dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? Ou lhe dará uma cobra, se este lhe pedir peixe? Ora, se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que esta nos céus dará coisas boas aos que lhe pedem!” (Mt 7: 7-11).

O Espiritismo permite-nos compreender a ação da prece e a sua eficácia, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, pois quando dirigimos o nosso pensamento a outro ser, seja ele encarnado ou não, se estabelece uma corrente fluídica, uma sintonia de vibração de um a outro, transmitindo o pensamento (é o que sentimos), como o ar transmite o som.

O Espiritismo não impõe, não proíbe, nem condena nenhuma prece de qualquer religião, pois o que realmente importa são a intenção pura e a fé que a impulsiona, fluindo da alma e não dos lábios.

Na prece, mobilizamos a energia do nosso pensamento e a direcionamos através da nossa vontade, para atingir o nosso objetivo.

É, portanto, através da prece, no lar ou qualquer outro lugar, em qualquer situação, que atraímos a presença e a ajuda dos bons Espíritos, que vêm nos sustentar nas nossas boas resoluções e nos inspirar bons pensamentos, abrindo a nossa mente e o nosso coração para agir correta e amorosamente, aprender, compreender e atingir os objetivos da atividade que estamos nos propondo a fazer naquele momento.

A sintonia com os bons Espíritos também nos ajuda a manter o ambiente sereno, amistoso, cooperativo, diminuindo a ação das influências negativas, que podem vir de desencarnados, encarnados ou mesmo dos nossos próprios pensamentos e posturas, influências essas que tendem a tumultuar e prejudicar a nossa atividade seja ela qual for.

Numa Casa Espírita, essa harmonização é constantemente procurada.

Em cada trabalho espiritual, aula ou palestra, os trabalhadores, colaboradores, alunos, assistidos são convidados a mobilizar suas energias amorosas através do pensamento, iniciando as atividades com uma Prece de Abertura, cujo objetivo é promover essa sintonia, criando um clima harmonioso e mantendo as mentes e os corações abertos para aprender e transformar esse aprendizado em vivência.

Uma pessoa do grupo conduz a prece e as demais a acompanham mentalmente: deve ser sempre uma oração simples, feita com o coração, um momento em que conversamos com Jesus e os amigos espirituais, expondo os propósitos da nossa reunião e pedindo a eles que nos assistam durante esse tempo.

Ao final das atividades, fazemos as vibrações; assim como recebemos, a cada momento, oportunidades e bênçãos na nossa vida, este é o momento de deixar fluir de nós o nosso melhor sentimento, o Amor pelo nosso mundo, pelo nosso pais, pelo próximo, pelos trabalhadores do bem e por nós mesmos.

Não é preciso ser muito longa nem muito detalhada no seu direcionamento, mas é preciso aprender a doar de verdade, porque muito recebemos. Nas vibrações, não se agradece nada, só se doa amor.

E encerramos com a Prece Final, cujo objetivo é agradecer.

Uma pessoa conduz a prece, sempre acompanhada mentalmente pelo grupo. Nesta prece agradecemos a Jesus e aos amigos espirituais, a oportunidade do aprendizado ou do trabalho e a harmonia que vivemos nesse período e pedimos que essa harmonia nos acompanhe aos nossos lares e afazeres, de modo a exercitarmos o que aprendemos e que nos mantenhamos sob a proteção e orientação do Plano Maior durante o restante da semana, podendo retornar nos próximos encontros.

As colocações acima são um exemplo do significado do texto evangélico abordado neste tema: “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe; o que busca acha e ao que bate se lhe abrirá”.

A prece, para ser eficaz, não depende da quantidade de palavras, nem do tamanho, nem tampouco do lugar em que é realizada, mas sim do sentimento, da sinceridade, da sensibilidade com que é feita. Como ela é a expressão do pensamento, é necessário que seja inteligível (compreensível) para que possa chegar ao coração, jamais feita por dever ou imposição, nem por habito, mas pela fé que já tenhamos conquistado, mesmo que ela ainda seja muito menor que um grão de mostarda...

André Luiz, na obra “Os Mensageiros”, afirma: “[...] O trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no circulo dos encarnados. Não há prece sem resposta. E a oração, filha do Amor; não é apenas súplica. É a comunhão entre Criador e criatura, constituindo assim, o mais poderoso influxo magnético que conhecemos.”

QUESTÃO REFLEXIVA:

O que significam para você as palavras: “Seja feita a tua vontade na Terra, assim como no céu”?

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Xavier, Francisco C./Emmanuel – Emmanuel.
- Xavier, Francisco C./André Luiz – Os Mensageiros.
- O Espiritismo de A a Z
- Iniciação Espírita – Edgard Armond

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

16ª Aula Parte A – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Esmola e Oração

Esmola

“Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles. Do contrário, não recebereis recompensa junto ao vosso Pai que esta nos céus. Por isso, quando deres esmola, não te ponhas a trombetear em publico, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, com o propósito de ser glorificados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que tua esmola fique em segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará.” (Mt 6:1-4).

Neste trecho do Evangelho de Mateus, temos ainda a continuação dos amorosos conselhos de Jesus no Sermão da Montanha. Jesus ensina-nos a fazer simplesmente o bem pelo bem, sem desejar ser reconhecido ou aclamado por nossa ação, sem esperar receber alguma vantagem seja ela qual for, sem nenhuma ostentação, visando unicamente o alívio e o auxílio do necessitado, tomando o cuidado de poupá-lo em sua sensibilidade e dignidade humana, sem expô-lo a humilhações e cobranças de qualquer espécie. Essa atitude acrescenta a caridade material outra muito maior: a caridade moral.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XIII, item 3, diz Kardec: “Fazer o bem sem ostentação tem grande mérito. Esconder a mão que dá é ainda mais meritório, é o sinal incontestável de uma grande superioridade moral”. [...] “É necessário, numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar a satisfação do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus”.

E ainda no mesmo item: “Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita é uma figura que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta. Mas, se existe modéstia real, também existe falsa modéstia, o simulacro da modéstia, pois há pessoas que escondem a mão, tendo o cuidado de deixar perceber que o fazem”.

E, como disse Jesus, estes já receberam a sua recompensa, pois obtiveram o que desejavam: serem vistos, reconhecidos, elogiados; e é isso o que terão; somente a recompensa terrena.

Se assim é, o que dizer daqueles que além de exibirem o bem que fazem, exaltando a própria generosidade, cobram dolorosa e cruelmente daquele que recebeu a ajuda que lhe foi prestada? Para estes, não haverá, decerto, nem mesmo a recompensa do reconhecimento humano, pois sua vaidade e orgulho não serão alimentados pela satisfação de serem considerados benfeitores e não receberão as bênçãos de ninguém...

E continua Kardec “[...] há quem aceite um serviço, mas recusa a esmola”. Converter um serviço em esmola, pela maneira que é testado, é humilhar o que o recebe, e há sempre orgulho e maldade em humilhar a alguém.

A verdadeira caridade, ao contrario, é delicada e habilidosas para dissimular o benefício e evitar até as menores possibilidades de melindre, porque todo choque moral aumenta o sofrimento provocado pela necessidade. Ela sabe encontrar palavras doces e afáveis, que põem o beneficiado a vontade diante do benfeitor enquanto a caridade orgulhosa o humilha. O sublime da verdadeira generosidade está em saber o benfeitor inverter os papéis, encontrando um meio de parecer ele mesmo agradecido àquele a quem presta o serviço. Eis o que querem dizer estas palavras: “Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita”.

Muitas pessoas se eximem de fazer a caridade por se considerarem sem condições financeiras para tanto.

Outras, por estarem envolvidas em tantas atividades na vida que não tem tempo disponível para pensar no próximo.

Muitas vezes estas pessoas se limitam a dar esmolas de maneira esporádica e aleatória para alguém que lhes peça ou contribuir para alguma instituição, mais para aliviar sua consciência ou livrar-se do que já não lhes é útil, do que para praticar verdadeiramente a caridade.

É bom lembrar que não precisamos ter posses para fazer a caridade; podemos exercê-la distribuindo donativos, sim, mas também por inúmeras outras ações. Mais do que isso, podemos exercitá-la por gestos, olhares, palavras e pensamentos.

Não há lugar no Universo que não possa ser alcançado por um ato de amor: podemos deixar fluir do nosso coração o amor e o desejo do bem para toda a Humanidade; respeitar a nos mesmos, o próximo, a Natureza; orar pelos que sofrem e pelos doentes; saber ouvir, saber calar e também saber falar; acolher com palavras e abraços; distribuir sorrisos e bom humor. Podemos escrever e ensinar e humildemente, sempre aprender; podemos educar com firmeza e doçura, corrigir com carinho, estimular e apoiar, sustentar os que fraquejam, levantar os que caíram, suportar sem revolta o desequilíbrio do companheiro; usar de paciência e compreensão; esquecer as queixas; cooperar espontaneamente fazendo da solicitude uma rotina em nossa vida; podemos aprender a perdoar, e mais ainda, podemos exemplificar, com a nossa vida, o verdadeiro sentido da caridade ensinada por Jesus...

A esmola é a caridade mais fácil de praticar, exige pouco de nós... Mas, se bem direcionada ela é o prelúdio do sentimento de compaixão que nos envolve à medida que compreendemos que a caridade é a base da convivência social e o próximo é o instrumento que nos oferece a oportunidade de evoluir espiritualmente.

A caridade material é a que se traduz pela doação de algum valor como alimentos, roupas, remédios e outros objetos, muitas vezes desnecessários ou dispensáveis a quem os possui, mas de primeira necessidade para quem os recebe; portanto, deve ser praticada com amor e com equilíbrio, acompanhada, sempre que possível, de um olhar ou sorriso amigo e de alguma outra ajuda que permita ao necessitado ir abandonando essa condição, para que no futuro, possa caminhar por si mesmo e aprender, ele também, a dividir e auxiliar.

A caridade moral é a essencial, não depende de bens terrenos ou materiais para ser praticada, não custa nada, mas é mais difícil de exercer, pois pede sensibilidade e o esforço da conquista interior de Valores como a tolerância, a indulgência, a mansuetude, a simplicidade de coração, a empatia, o perdão; pede também a vontade de compartilhar e acolher e o desejo da prática do bem incondicionalmente.

No Novo Testamento, na Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, Cap. 13, está escrito o mais belo Hino a Caridade, nas palavras poéticas e amorosas de Paulo:

“Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse a caridade, seria como bronze que soa ou como címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse a caridade, nada seria. Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade, isso nada me adiantaria... Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará... Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, essas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade”.

A ORACAO

“E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondo-se de pé nas sinagogas e nas esquinas, afim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora a teu Pai que esta lá, no segredo; e teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. Nas vossas orações, não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes.” (Mt 6:5-8).

A leitura deste trecho do Novo Testamento nos remete à história do Fariseu e do Publicano, na qual o primeiro se colocava em evidência no templo, alardeando em altas vozes as suas preces enquanto o Segundo o fazia humildemente, silencioso, no fundo da sinagoga, falando com Deus no seu coração.

Jesus definiu claramente como devemos orar, sem orgulho, sem excesso de palavras ou palavras vazias de sentimento, recolhidos interiormente, conscientes de que não é preciso estar continuamente solicitando favores e “milagres” ao Pai, pois Ele esta na essência de cada um de nos e conhece bem as nossas necessidades e merecimentos.

Na obra “Emmanuel” encontramos que: “a prece deve ser cultivada, não para que sejam revogadas as disposições da Lei Divina, mas a fim de que a coragem e a paciência inundem o coração de fortaleza, nas lutas ásperas, porém necessárias”.

Deus nos oferecerá sempre os meios para vencermos as nossas tribulações e dificuldades, mas como Pai e educador justo e amoroso, receberemos Dele na exata proporção do nosso merecimento e necessidade; Ele jamais fará por nos aquilo que somos capazes de realizar.

No livro “Cartas do Coração”, psicografia de Chico Xavier, Isabel Campos nos diz: “A prece é como que uma escada invisível, por onde subimos aos mais altos campos da experiência humana. Por intermédio dela, nossa alma recebe forças multiplicadas e só mesma junta a essa fonte bendita, poderemos encontrar o suprimento de energias com que vamos vencendo as provas redentoras.”

Jesus convidou-nos não apenas a orar, mas também a vigiar; não vigiar os companheiros de caminhada, mas a nos mesmos, nossas atitudes e pensamentos. Quando vigiamos a nos mesmos, conseguimos perceber as nossas reais necessidades e também as possibilidades que surgem para auxiliar-nos sempre, a quem quer que seja, sem julgar ou condenar, sem cobranças, sem orgulho, sem vaidade...

Em “Agenda Crista”, André Luiz escreve: “Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras”.

MODO DE ORAR

Podemos orar para pedir, para louvar e para agradecer; por nós mesmos e pelos outros, os que estão caminhando conosco nesta jornada física e os que já partiram para o Plano Espiritual.

Oramos principalmente para pedir, sem nos lembrarmos de que os desígnios de Deus são perfeitos, mesmo que não os compreendamos naquele momento.

Dificilmente nos lembramos de agradecer. Podemos transformar o próprio viver numa oração, quando vivemos em harmonia com a lei natural, com os ensinamentos de Jesus, estando bem conosco e com os outros.

O jeito de orar, o lugar, a hora, a posição física, não têm nenhuma importância; o poder da prece está no nosso pensamento. O que isso significa?

A prece é uma forma de nos ligarmos ao Plano Espiritual: através dela nos colocamos em ligação mental com o Pai, Jesus ou outros seres a quem direcionamos o nosso pensamento.

Quer dizer que quando oramos com o nosso sentimento mais sincero, a nossa mensagem chega ao seu destino, onde quer que seja.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Comente com suas palavras: “É necessário, portanto, cultivar a prece, para que ela se torne um elemento natural da vida, como a respiração”. (do livro “Boa Nova”, Irmão X).

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

15ª Aula Parte B – CURSO APRENDIZES DO EVANGELHO 1º ANO – FEESP

Amor aos Inimigos – Julgamento

“Ouvistes que foi dito: Amareis o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos Céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair à chuva sobre justos e injustos. Com efeito, se amais aos que vos amam, que recompense: tendes? Não fazem também os publicanos a mesma coisa? E se saudais apenas os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem também os gentios a mesma coisa? Portanto, deveis ser perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito.” (Mt 5:43-48).

A citação acima nos faz refletir sobre o amor e a amizade que nutrimos pelos nossos amigos. O amigo que desenvolve o papel de companheiro de todas as horas, que suaviza as nossas dores, que embalsama as nossas feridas, sendo sempre indulgente e tolerante para com os nossos erros.

O Mestre indaga-nos dizendo: “Se amais os que vos amam que recompensa tereis?” Qual é a virtude de amar aqueles que nos amam? O mérito não esta em amarmos os nossos amigos e sim em amarmos os nossos inimigos; são estes que nos impulsionam ao progresso espiritual, quando nos apontam os nossos erros através da critica, e nos propiciam uma oportunidade de aprendizado.

Jesus deu-nos o exemplo manifestando o amor e o perdão aos seus perseguidores.

Entretanto, sabemos que não podemos amar aos nossos inimigos com a mesma intensidade que amamos aos nossos amigos. As leis físicas, por meio das forças de atração e repulsão, nos esclarecem quanto às sensações contrarias que sentimos a aproximação de um amigo, a alegria de um encontro e a uma certa aversão quando sentimos a presença de nossos desafetos.

O Companheiro Divino não quis ensinar-nos que devemos ter pelo inimigo a mesma ternura, a mesma confiança que temos pelo amigo, como também a mesma satisfação em estarmos juntos. Entretanto ele quis nos dizer que não devemos alimentar em relação a eles o sentimento de ódio, de rancor e o desejo de vingança.

Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capitulo XII, item 3, esclarece: Amar os inimigos não é pois, ter por eles uma afeição que não é natural... E perdoar-lhes sem segunda intenção e incondicionalmente, pelo mal que nos fizeram. É não opor nenhum obstáculo a reconciliação. E desejar-lhes o bem em vez do mal.

Nós, Espíritas, diante do inimigo, quando não encontrarmos as causas dos nossos sofrimentos e animosidades nesta vida, devemos lançar o nosso olhar para o passado, para outras existências. Façamos uma reflexão sobre a condição do planeta, qual a nossa finalidade na Terra e consequentemente concluiremos que devemos aproveitar a oportunidade que o Pai nos oferece, na presente existência, para a realização das nossas tarefas, para a quitação das nossas dívidas, para processarmos os resgates e conquistarmos a harmonia com os nossos irmãos.

A Doutrina Espírita ensina-nos que a maldade no coração do Homem é um estado transitório, que é uma decorrência do mal praticado, e que à medida que galgar estágios de crescimento aprenderá a corrigir os seus erros, operando uma mudança em si para o bem.

Em “O Evangelho dos Humildes”, no capitulo 5, item 44, Eliseu Rigonatti nos diz que “O ódio liga pelos laços do sofrimento, ao passo que o amor une pelos laços da felicidade. A morte não nos livra dos inimigos, como não nos separa dos amigos”.

Quando alimentamos o sentimento do amor em nós, conquistamos o sentimento de alegria, de felicidade e quando fortalecemos as correntes do ódio, caminhamos em direção do sofrimento, da dor.

Sabemos que com o desencarne não nos livramos dos nossos inimigos e que a lei de reencarnação diz que os Espíritos que se odeiam ou que são credores podem encamar no mesmo grupo, para que através da convivência do dia a dia, dos trabalhos realizados em conjunto, das alegrias e tristezas, tenham a oportunidade, a bênção, de transformar aqueles sentimentos em amizade fraterna. Assim procedendo, nos livramos de um pesado fardo, resgatando as nossas dívidas.

JULGAMENTO

À antiga lei Jesus acrescentou: “Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados”. (Mt 7;1-2),

Certa vez, um homem solicitou ao Mestre: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta comigo a herança”. Ele respondeu: “Homem, quem me estabeleceu juiz ou árbitro da vossa partilha”? (Lc 12:13- 14).

Jesus, o Espírito mais puro que já esteve na Terra, investido de autoridade para tal ação, não concordou em exercer o papel de juiz, diante de uma simples ocorrência. E nós, criaturas imperfeitas, egoístas, podemos julgar os atos dos nossos irmãos?

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capitulo X, item 13, lemos: “... que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros o que nos desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.”

O julgamento pertence a Deus.

Jesus acrescenta ainda no capitulo 7, item 2: “Com a medida com que medís sereis medido”. Esta sentença estabelece plena ligação com outra afirmação do Mestre: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, o que implica em dizer que de acordo com a lei de causa e efeito poderemos ser feridos pelos mesmos instrumentos com os quais ferimos os nossos irmãos, durante as nossas existências.

Portanto, quando realizamos um falso juízo, diante das atitudes e atos do nosso próximo, um julgamento parcial, prejudicando alguém, assumimos compromissos de reajustes com a nossa consciência e com as Leis Divinas, uma vez que não ha efeito sem causa.

Diante das nossas imperfeições julgamos sempre de forma unilateral, atendendo aos nossos interesses pessoais. Sendo assim, a justiça Divina se exercera sobre todos que desta forma procederem.

Portanto, com o exercício do maior mandamento: “Amai ao vosso próximo como a vós mesmos...”, jamais usaremos de juízos apressados, provocando dores e injustiças aos nossos irmãos.

Nós, Espíritas, sabemos as consequências dos maus julgamentos e dos atos maldosos. A lei de Reencarnação é bênção que permite que reparemos e tenhamos novas oportunidades de crescimento a cada momento de nossas existências.

O Mestre convida-nos a análise: “Porque reparas no cisco que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que estás no teu? Ou como poderás dizer ao teu irmão deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu mesmo tens uma trave no teu”.

A criatura humana, de um modo geral, de acordo com o seu estágio de evolução, busca sempre apontar os erros e as falhas do seu semelhante, não admitindo as suas próprias imperfeições.

Jesus, referindo-se a este trecho, recomendou-nos que procurássemos remover a trave, os obstáculos, que estão em nossos próprios olhos, e assim poderemos ver com o olho bom as qualidades boas que existem em nosso irmão.

Podemos citar como origem deste mal, o orgulho, o egoísmo e a inveja. Muitas pessoas observam qualidades nobres em seus semelhantes, e, não as possuindo, tentam denegri-las, atribuindo-lhes falhas que às vezes elas mesmas possuem.

Isso não quer dizer que devamos fechar os olhos a tudo que há de mal no mundo. Ha dois tipos de censura: uma positiva e uma negativa. A censura positiva é branda e construtiva. Visa apenas auxiliar alguém a encontrar melhores caminhos ou a desembaraçar-se dos próprios vícios. A censura negativa, porém, é maledicente e tem por fim apenas denegrir a imagem de quem é criticado.

Desta forma, o aprendiz, diante das tribulações do dia a dia, ao analisar a conduta alheia, deve usar o bom discernimento, o senso crítico caridoso, não assumir o papel de juiz ou de acusador. O bom proceder consiste em examinar a situação, não atribuir ao ofensor uma condenação ou castigo, mas tentar compreender o outro.

O Companheiro Divino, que sabia examinar sem julgar, muito menos punir, soube ser compreensivo e generoso com os necessitados. O ser humano atinge a maturidade quando aprende a ter uma postura saudável, uma atitude correta no convívio com o seu semelhante.

Logo, o Mestre, na sua sabedoria, aconselha-nos a busca de si mesmo, a autoanálise, o autodescobrimento, para não apontarmos falsamente defeitos e criticas aos outros. A partir do momento que passamos a nos conhecer, a nossa consciência se torna lúcida, facilitando o nosso aprimoramento em direção à evolução.

QUESTÃO REFLEXIVA:

Reflita e comente a afirmação: É comum enxergarmos um cisco no olho do vosso irmão e não percebermos a trave que está em vosso olho.

Bibliografia
- A Bíblia de Jerusalém.
- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Ed. FEESP.
- Godoy, Paulo Alves – Os Quatro Sermões de Jesus
- Rigonatti, Eliseu – O Evangelho dos Humildes
- Schutel, Cairbar - Parábolas e Ensinos de Jesus.

A imagem acima é meramente ilustrativa. Fonte: Internet Google.