CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

10ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

DAI A CESAR O QUE É DE CESAR

A passagem que estamos analisando refere-se a uma ocasião em que os sacerdotes da época de Jesus pretenderam colocá-lo em dificuldades, tentando comprometê-lo com o Estado ou com a crença popular. Dizem os apóstolo: “Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. - Mandaram então seus discípulos, em Companhia dos herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo? Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dá em pagamento do tributo. E, tendo-lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? - De César; responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram.” (S. MATEUS, cap. 22:15 a 22. - S. MARCOS, cap. 12:13 a 17).

Alguns povos da época de Jesus precisam ser definidos para entendermos o contexto em que se passou esta passagem: Publicanos: cavaleiros arrematantes das taxas públicas. Gente mal vista. Atualmente esta palavra é usada em sentido pejorativo, designando os financista e agentes de negócios pouco escrupulosos, os agiotas. Os publicanos eram os responsáveis pela arrecadação dos tributos. Por esse motivo eram muito malvistos pela sociedade do império romano. Até os nossos dias, quando se pretende usar uma expressão pejorativa a alguém que explore aos outros, financeiramente falando, usa-se a expressão publicano.

Os sacerdotes pretendiam colocar Jesus em má situação, pois, se ele dissesse que o povo não deveria pagar os impostos, estaria colocando-se contra as leis vigentes. Se ele dissesse que deveriam pagar, simplesmente, estaria se indispondo com os judeus. Mas, colocando sua sabedoria impar, responde que deveriam dar a César o que lhe era devido, mas a Deus o que lhe pertencia. Ou seja, dessa forma, deixou a critério da consciência de cada um dar o que é devido.

Os ensinamentos do Mestre Nazareno são muito próprios para os nossos dias também. É comum vermos as pessoas revoltando-se com os impostos a que são submetidas, optando, não menos frequentemente, pela sonegação, pela desonestidade, até mesmo gabando-se pela esperteza ou pelo “jeitinho” com que resolvem tudo.

Se os impostos pelos quais somos taxados não são cem por cento reais, necessários, ou bem aplicados, o fato de se lesar o poder publico acarretará mais e mais impostos, maiores taxas para cobrir os custos do Estado. A participação na sociedade é dever de todos, atuando, se expressando, reclamando seus direitos. Mas os tributos, enquanto existirem, devem ser devidamente pagos.

Fora do campo público, entrando mais especificamente no campo familiar, temos os relacionamentos do recinto doméstico, onde somos devedores e credores constantes, numa empreita de colaboração e prestação de contas mútua. Esse ensinamento de Jesus nos lembra das dividas contraídas, mesmo em existências anteriores, para com nossos familiares, amigos e colegas. No relacionamento doméstico ou profissional devemos sempre lembrar das lições de Jesus, dando a empresa o melhor de nós, proporcionando a família tudo o que ela merece, jamais se esquecendo de que se estivéssemos em situação contrária, ou seja, recebedor, certamente adoraríamos ser bem servidos, não sermos enganados, tão pouco menosprezados.

Não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam. Frase que regula nossa conduta social. Palavras sábias que servem para optarmos por esta ou aquela decisão, pois serve de teste áureo, evitando, assim, magoar, ferir, injustiçar. Nossas atitudes do dia-a-dia devem ser avaliadas e colocadas a prova pelas palavras do Messias, pois, dessa forma estaremos sendo honestos e caridosos. Respeitar as leis econômicas, sociais, morais, é nossa obrigação.

Nunca devemos nos esquecer que, invariavelmente, quando alguém é privilegiado é porque outro foi prejudicado. Não podemos nos esquecer do egoísmo, essa grande chaga da humanidade. Se aplicarmos esse teste ensinado por Jesus estaremos evitando ser egoístas, evitando dívidas e muitos outros problemas.

Portanto, é através dos ensinamentos de Jesus e das constatações do Espiritismo que temos ferramentas suficientes para eliminarmos, pouco a pouco, as injustiças sociais, as misérias, sejam econômicas ou sociais, dando-se de si aquilo que certamente gostaríamos de receber quando precisássemos.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XI, itens 5 a 7


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terça-feira, 26 de maio de 2015

10ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DO PROGRESSO

ESTADO NATURAL - MARCHA DO PROGRESSO - POVOS DEGENERADOS – PROGRESSO DA LEGISLAÇÃO HUMANA

ESTADO NATURAL E LEI NATURAL

Vamos refletir a respeito de algumas definições importantes para entendermos a “Lei do Progresso”. Ouve-se dizer muito sobre a Lei Natural, o que nos leva a assumir conceitos iguais para expressões diferentes (LE 776).

Temos de saber que Estado Natural refere-se ao estado primitivo da humanidade, seu ponto de partida, inicio do desenvolvimento. Já a Lei Natural é aquela que contribui para o progresso da humanidade, rege tudo e todos, independentemente de sua crença ou nível de evolução. Esta está ligada aos princípios e vontade de Deus, portanto, perfeita.

À medida que evoluímos, conhecemos mais e mais a respeito da vida, cada vez mais se distanciando do estado natural, primitivo, como se saíssemos da infância, passando pela adolescência, idade adulta, etc. Essa trajetória é um dos objetivos da nossa encarnação: a evolução.

Diferentemente do que muitos imaginam, quando centram seus esforços na felicidade a qualquer custo, o objetivo da evolução neste planeta é o aperfeiçoamento através das múltiplas experiências, existências, provações e missões.

Considerando-se aqui a Lei Natural, aprendemos pela espiritualidade que esta não depende da vontade do Homem, mas sim da vontade de Deus, seus desígnios e sua perfeição. O Homem se aperfeiçoa à medida que compreende e pratica essa Lei Natural. Chocar-se contra ela só nos trará prejuízos, dores e decepções, sem falar no retardamento da evolução.

Durante o período do estado natural, não temos certas necessidades que, depois de certa evolução passamos a ter. Dessa forma não sofremos tribulações pelas faltas dessas coisas, sentindo um conformismo, o qual nos deixa num estado de felicidade do bruto. Não podemos ter essa felicidade dos animais, que não raciocinam e não aspiram a coisas melhores. As crianças também são mais felizes que os adultos (LE 777).

Ao contrário do que podemos pensar quando vemos certas pessoas passarem problemas tão grandes, o Homem não retrograda, mas progride sempre, sem cessar, por mínimo que seja, mesmo que esse progresso seja imperceptível aos que o acompanham. Somos impulsionados para o progresso quando sentimos uma surda aspiração, uma íntima energia, misteriosa, mas sublime, que nos encaminha para as alturas, estágios mais evoluídos. É a Lei do Progresso, a evolução eterna, que guia a Humanidade através das idades e estimula cada um de nos, porque a Humanidade são as próprias almas que, de século em século, voltam para prosseguir com auxilio de novos corpos, preparando-se para mundos melhores em sua obra de aperfeiçoamento.

Também sabemos que essa Lei de Progresso não se aplica somente ao ser humano no planeta Terra, mas sim a todo o Universo, também se aplica aos outros seres da criação, tais como os vegetais e animais.

Especificamente falando dos seres humanos, temos uma das maiores provas da justiça divina, a reencarnação.

Uma necessidade indiscutível para nos dar condições desse progresso, essa Lei que tratamos nesse momento. À medida que passamos por novas experiências, sucessivas encarnações, alegrias e tristezas, vamos caminhando em direção a perfeição relativa. A morte representa, então, um repouso, uma etapa na longa rota da eternidade.

Depois, é a reencarnação novamente, a valer um como rejuvenescimento para o Espírito em marcha, trazendo-nos novas oportunidades para aprendizado e refazer o que não ficou de acordo com os desígnios de Deus.

No desencarne paixões antigas, ignomínias, remorsos desaparecem, o esquecimento cria um novo ser que se atira cheio de ardor e entusiasmo no percurso da nova estrada. Cada esforço redunda num progresso e cada progresso, num poder sempre maior. Essas aquisições sucessivas vão alteando a alma nos inumeráveis degraus da perfeição. Somos assim, o arbitro soberano de nossos destinos, cada encarnação condiciona a que lhe sucede e, apesar da lentidão da marcha ascendente, estamos aqui a gravitar incessantemente para as alturas radiosas, onde sentimos palpitar corações fraternais, e entramos em comunhão sempre mais e mais intima com a grande alma universal – A Potência Suprema.

MARCHA DO PROGRESSO

Para entendermos melhor o progresso, podemos compará-lo ao amanhecer do dia. Mesmo demorando, se faz lentamente, mas terminara por acontecer, cheio de êxito. Nossa ignorância, envolta pela força ou iludida pela falsa cultura, frequentemente tenta criar obstáculos e retardar o desenvolvimento da Humanidade. Esse progresso, inevitavelmente chegará, alterando a face e a constituição de tudo que encontrar pela frente, incentivando a beleza, tranquilidade, conforto, etc. Essa marcha inexoravelmente levara o Homem a patamares mais altos, tirando-o do solo das imperfeições, para sua gloriosa destinação: a perfeição relativa.

Vale reforçar aqui um conceito verificado na prática, o qual mostra que nem todos evoluem ao mesmo tempo e nem da mesma maneira. Os mais adiantados ajudam os outros a progredir através de várias formas, como o contato social.

O progresso abrange sempre as duas principais áreas: intelectual e material, além do progresso moral. O progresso relacionado a intelectualidade e materialidade nota-se pelos avanços da tecnologia, ciências, etc., porém, o progresso moral vem sempre por ultimo, uma vez que é uma faculdade superior do homem, aquela que atesta sua natureza divina e é resultado de um aprimoramento maior.

Recorrendo ao LE 78o, quando Allan Kardec pergunta se “progresso moral e intelectual sempre caminham lado a lado” recebemos a seguinte resposta: “O progresso moral é consequência do progresso intelectual, mas não o segue sempre imediatamente”. Há duas espécies de progresso que mutuamente se apoiam e, entretanto não marcham juntos. O progresso intelectual entre os povos civilizados recebe em nosso século todos os estímulos desejáveis, e por isso atingiu um grau até hoje desconhecido. Houve progresso moral, basta que comparemos os costumes sociais de alguns séculos atrás com os de hoje e perceberemos que ele ocorreu. Desenvolver o intelecto é usar as capacidades intelectuais superiores, como o raciocínio e a memória.

Alguns conceitos são importantes salientar e refletir: progresso intelectual fornece compreensão do bem e do mal. Como consequência desenvolve-se o livre-arbítrio, aumentando a responsabilidade do homem pelos seus atos. Desenvolver o intelecto é usar as capacidades intelectuais superiores, como o raciocínio e a memória.

Assim, todos podem aprender que é bom fazer o bem, que seremos beneficiados com isso, além de beneficiarmos o semelhante. Podemos aprender que o cigarro e a droga fazem mal para a saúde, que usá-los nos trará prejuízo e, com certeza, anteciparemos a própria morte. No entanto, uma coisa é saber disso; outra é agir nesse sentido. Se bastasse saber, os médicos não fumariam: no entanto, mesmo sabendo que o cigarro é nocivo a saúde, muitos médicos fumam, e comprometem sua saúde. Parece uma estupidez; mas o ser humano é contraditório. Por ai vemos como é difícil transferir para o campo moral aquilo que aprendemos no campo intelectual. Um exemplo simples, mas que nos faz pensar nas nossas atitudes.

O Homem, até atingir o senso moral, por ter desenvolvido a intelectualidade, pode usar dessa capacidade para o mal. Com o tempo, a moral e a inteligência vão se equilibrando (LE 780-b). O progresso sempre parte do imperfeito para o perfeito, do mal para o bem, do simples para o complexo. É uma realização ininterrupta e constante, é um caminhar longo e difícil, tortuoso e sofrido, porque exige aprendizagem, e não há aprendizagem sem desconforto e sofrimento.

Esse desenvolvimento implica em conflitos, toda a forma de divergência e desequilíbrio, que surge tanto na intimidade de cada indivíduo, como no seio das coletividades. O confronto de ideias, em geral, leva ao progresso. Se todos pensássemos da mesma forma nos acomodaríamos, satisfeitos, estacionaríamos. O desequilíbrio leva a procura do equilíbrio.

O desenvolvimento intelectual é necessário - imprescindível para o progresso moral, podendo ser considerado o alicerce para o restante das habilidades. Contudo, não basta apenas saber, é preciso ir além. “Conhecereis a verdade e à verdade vos libertará”. Não saber das coisas nos leva ao erro, dificulta nossa vida e a dos outros. O saber leva a competência, o aprimoramento. Podemos prejudicar a nós ou a alguém por não saber ajudar. Um exemplo simples é cair de uma arvore, levar um choque elétrico - causa e efeito - sofre-se por causa da ignorância.

Não fosse o progresso intelectual (a filosofia, a ciência e a tecnologia), não teríamos alcançado o tipo de vida que hoje levamos. O homem do final do século XX, em plena civilização, já pode desfrutar de grande conforto com o qual o homem primitivo jamais sonharia: a eletricidade, a energia nuclear, os transportes, os meios de comunicação, o cinema, o rádio, a televisão, o telefone, a informática, a alimentação, a medicina, a produção dos mais sofisticados aparelhos para todos os usos e fins, o conforto das cidades, etc. Não há termos de comparação - por exemplo - entre a vida do homem atual e a do homem da idade média. Materialmente a nossa vida é um paraíso em relação aquele tempo.

Analisando-se os aspectos morais da evolução temos de considerar que moral é regra de convivência. É impossível haver convivência sem regras. Mesmo entre as tribos primitivas existem regras - repartição de bens, divisão de funções e trabalho, modos de tratamento, relações entre as pessoas. Essas regras garantiram a vida em grupo e permitiram que todos se unissem para um objetivo comum, que é o bem estar da coletividade.

A moral depende da base que recebemos em casa, com os pais, a educação regular, etc., da sociedade (ideias, informações, conhecimentos), contudo, depende fundamentalmente de nosso sentimento, o que implica na evolução do Espírito.

Mesmo sabendo de tudo isso, o Homem pode entravar a marcha do progresso, através de leis erradas, atitudes contrárias as Leis da Natureza, etc., contudo, não poderá asfixiar o progresso indefinidamente.

Quando essas leis humanas se tomam de todo incompatíveis com o progresso, Deus, a inteligência suprema, as derruba com todos os que a querem manter, e assim será até que o homem harmonize as suas leis com a justiça divina, que deseja o bem para todos e não as leis feitas para o forte em prejuízo para o fraco.

A marcha do progresso depende de cada povo, região e época. Pode ser regular e lento, dependendo das circunstancias, mas, quando um povo não avança bastante rápido, Deus lhe provoca, de tempos em tempos, um abalo físico ou moral que o transforma. O homem não pode permanecer perpetuamente na ignorância, porque deve chegar ao fim determinado pela Providência: ele se esclarece pela própria força das circunstancias.

As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas ideias, germinam ao longo dos séculos e depois explodem subitamente, fazendo ruir o edifício carcomido do passado, que não se encontra mais de acordo com as necessidades novas e as novas aspirações. Não percebemos nas grandes comoções, mais do que a desordem e a confusão momentâneas que nos atingem nos interesses materiais. Mas aquele que eleva seu pensamento acima dos interesses pessoais admira os desígnios da Providência, que do mal faz surgir o bem.

São a tempestade e o furacão que saneiam a atmosfera, depois de a haverem revolvido.

Podemos contestar tudo isso com a pergunta: será que realmente estamos progredindo? A perversidade do homem é bastante intensa e parece estar recuando, em lugar de avançar, pelo menos do ponto de vista moral.

Se compararmos com centenas de anos atrás, veremos que há o progresso, indiscutivelmente. Caminhada se da em velocidade progressivamente acelerada. A humanidade progrediu muito mais nos últimos 50 anos do que em todos os milhares de anos de sua história anterior. Vamos avançando e compreendendo melhor o que é o mal e, dia-a-dia vamos corrigindo os abusos. Dizem os Espíritos que “É preciso que haja o excesso do mal, para fazer-nos compreender a necessidade do bem e das reformas”. (LE 784)

Mas uma pergunta sempre ronda os pensamentos, retratada na questão 785 de O Livro dos Espíritos: Qual o maior obstáculo ao progresso moral? Resposta: São o orgulho e o egoísmo!

O progresso intelectual avança sempre. Este parece, aliás, duplicar a intensidade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e o amor pelas riquezas, que por sua vez incitam o homem as pesquisas que lhe esclarecem o Espírito.

Uma questão importante: Por que é mais fácil se obter o aprendizado intelectual do que o moral? O aprendizado intelectual se da através de técnicas de aprendizagem, principalmente, enquanto que a moral se aprende através da vivência e da convivência, depende do exemplo, vem de dentro para fora. Para aprender o respeito, o homem precisa exercitar o respeito. Para ser caridoso, precisa começar fazendo caridade. Para ser paciente, precisa iniciar-se em exercícios diários de paciência.

POVOS DEGENERADOS

Notam-se povos que entraram em verdadeiros estados convulsivos e retrocederam a barbárie. Seria esse indicativo de que pode haver o retrocesso em alguns casos? Não é bem isso, mas podemos pensar num exemplo bem simples, o da casa que ameaça cair: para reconstruí-la precisamos primeiro derrubá-la. (LE 786). Até que seja reconstruída há confusão e perturbação. Da mesma forma, há raças por natureza rebeldes ao progresso; mas se aniquilam corporalmente falando, a cada dia. Atingirão a perfeição como todas as outras almas, passando por outras existências.

Todos nós já passamos por estágios muito deploráveis antes de atingirmos o nível atual. Já fomos selvagens, ate mesmo antropófagos, porém evoluímos para o estagio atual. (LE 787-b) Podemos também analisar o progresso considerando-se o conjunto de pessoas. Povos são individualidades coletivas; que como os indivíduos passam pela infância, idade madura e decrepitude; também sujeitas à evolução e percalços naturais (LE 788). Os povos que só vivem materialmente (muito adiantados tecnologicamente), cuja grandeza se fimda na força e na extensão territorial, crescem e morrem, porque a força de um povo se esgota como a de um homem; aqueles cujas leis egoístas atentam contra o progresso das luzes e da caridade, morrem porque a luz aniquila as trevas e a caridade mata o egoísmo. Mas há para os povos, como para os indivíduos, a vida da alma, e aqueles, cujas leis se harmonizam com as leis do Criador, viverão e será o farol para outros povos.

Seremos um dia uma só nação? Não, porque isso seria impossível, já que temos muitas diversidades climáticas, culturais e necessidades diferentes, que constituem as nacionalidades. “Contudo, a Caridade não conhece latitudes e não faz distinção dos homens pela cor”. (LE 789)

Quando a lei de Deus constituir por toda à parte a base da lei humana, os povos praticarão a Caridade de um para outro, como os indivíduos de homem para homem, vivendo felizes e em paz, porque ninguém tentara fazer mal ao vizinho ou viver as suas expensas. Pouco a pouco todos estarão no mesmo nível quanto ao sentimento do bem, a Terra só abrigara bons Espíritos, prevalecera um clima de união fraterna. Contudo, maus serão repelidos e deslocados para mundos inferiores até que se tornem dignos de voltar ao nosso meio transformados.

A Humanidade progride através dos indivíduos, que se melhoram pouco a pouco e se esclarecem; quando estes se tomam numerosos tomam à dianteira e arrastam os outros. De tempos em tempos surgem os homens de gênio, que lhes dão um impulso; e depois, homens investidos de autoridade, instrumentos de Deus, que em alguns anos a fazem avançar muitos séculos.

Mais uma vez a pluralidade das existências vem comprovar a justiça divina. Uma nação transformada será mais feliz neste mundo e no outro. Durante esta marcha secular, milhares de indivíduos perecem. Estarão privados da felicidade dos que chegam por ultimo? Todos têm direito a felicidade, porque ninguém é deserdado pelo progresso. Os que viveram no tempo da barbárie, podendo voltar no tempo da civilização, no mesmo povo ou em outro se beneficiam da marcha ascendente.

Ao contrário, na unicidade das existências, quando a alma é guiada no momento do nascimento, um homem pode ser mais adiantado que outro porque Deus assim o quis. Por que esse favor? Que mérito teria ele? Não viveu mais que o outro. Onde estaria a justiça divina? (LE 789 - comentários).

PROGRESSO DA LEGISLAÇÃO HUMANA

Se os homens compreendessem bem as leis naturais e as quisessem praticar elas seriam suficientes para reger toda a sociedade. Contudo, insistimos nas leis humanas com tendências aos interesses mesquinhos, o que gera a instabilidade dessas leis. Ao longo do tempo essas leis mudaram, como por exemplo, tempos de barbárie: mais fortes fazem as leis, que são a seu favor. Ao compreenderem melhor a justiça vão modificando essas leis, tomando-as mais estáveis à medida que se aproximam da verdadeira justiça. Feitas para todos e identificando se com a lei natural, à medida que são mais justas. A reforma das leis acontece naturalmente, pela força das circunstancias e pela influência das pessoas de bem, que conduzem o homem na senda do progresso. A civilização criou novas necessidades, relativas à posição social. Foi necessário regular os direitos e deveres dessas posições - leis humanas. Sob influência das paixões criou direitos e deveres imaginários, condenados pela lei natural - apagados de seus códigos à proporção que progridem.

Todavia, a Lei natural é imutável, servindo para tudo e para todos, pois tem sua origem em Deus. A lei humana é variável e progressiva, evolui à medida que aprendemos. Quando atingirmos um grau de civilização superior e completa, não composta apenas de grandes descobertas da Ciência ou invenções sofisticadas, mas com o devido avanço moral do povo, as Leis de Amor e Caridade serão praticadas espontaneamente e com naturalidade. O egoísmo e o orgulho não terão todo o espaço que hoje tem, serão rejeitados.

Haverá o predomínio da bondade, da boa fé e generosidade, permitindo que a inteligência se desenvolva com mais liberdade e facilidade de expressão. Não serão expressivos os preconceitos de raça ou de cor, nem de castas, nem de nascimentos. Haverá muito menos privilégios, pois os direitos e obrigações serão mais claros a todos.

Enquanto temos parte da sociedade depravada, haverá necessidade de leis penais severas. Essas leis destinam se a punir o mal praticado, ao invés de cortar o mal pela raiz, decorrência do estágio evolutivo que estamos atravessando.

Embora as leis humanas sejam necessárias, somente a educação, com o conhecimento das leis de Deus, pode reformar os homens, que assim não terão mais necessidade de leis tão rigorosas.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC. Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3°, cap. VIII, questões 776 a 789;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - questões 139 a 141, 142 e 143 e, 155 e 156;
KARDEC, Allan - Céu e Inferno - cap. III, itens 6, 9, 13, itens 1 e 2 e, 15;
KARDEC, Allan- A Gênese - cap. I, itens 56 e 57; cap. III, itens 5 e, 9; cap. XI, itens 31, 32 e 34; cap. XVII, item 18; cap. XVIII, itens 13 a 15;
KARDEC, Allan - Obras Póstumas;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. Xl, itens 5 e 6;
DENIS, Léon - O Progresso - toda a obra;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e Viva – nº 12, 15, 24, 37, 39 e 40
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - item 29;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
EMMANUEL, André Luiz - Opinião Espírita – nº 10;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier- O Livro da Esperança - item 82;
KARDEC, Allan - O Céu e o Inferno - cap. III, itens 6 a 13;


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quinta-feira, 21 de maio de 2015

9ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

QUEM É MINHA MÃE E QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?

“E estava sentado à roda de um crescido número de gente, e lhe disseram: olha que tua mãe e teus irmãos te buscam ali fora. E ele respondeu, dizendo: Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? E olhando para os que estavam sentados a roda de si, lhes disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porque o que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã e minha mãe.” (Mc, 3:2o-21 e 31-35 6 Mt., 12:46-50).

Jesus é nosso modelo de amor, caridade, dedicação ao semelhante, virtudes as quais aspira à humanidade. Ele falou e exemplificou os caminhos para chegar ao Pai, assim sendo, fica difícil entender esta passagem do evangelho. Com razão, pela superioridade moral de Jesus, não se pode conceber o Mestre com atitudes em desacordo com a caridade que sempre praticou.

O capitulo XIV do Evangelho tem como titulo “Honra a teu pai e a tua mãe” e o respeito aos pais e consequentemente a prática de caridade para com eles, esta e estava inserida nos ensinamentos de Jesus. Como entender aparente divergência?

Nesta passagem evangélica Jesus disse muito mais, contudo, a sociedade da época não entendeu. A mãe, os irmãos, não seriam somente os parentes consanguíneos, mas sim, a humanidade inteira.

Muitos a quem amamos, fazem parte de nosso núcleo familiar consanguíneo, mas quantos ao nosso redor na posição de amigos são como irmãos, pais, mães? Ou seja, são como se fossem da mesma família. No curso das diversas reencarnações, a oportunidade de amar e respeitar aqueles que temos ao nosso lado, no núcleo familiar.

É na primeira célula da sociedade que o homem se desenvolve, cresce, repara, ama, aprende. E é este o ensinamento maior de Jesus, onde demonstra que o amor que sentimos por aqueles que nos são caros, é o amor que devemos estender ao nosso semelhante.

Precisamos trabalhar e desenvolver o amor em nossos corações, pois esta em nós a semente que germina e que nos transformara em árvores frondosas para o viajante necessitado de sombra, que vêm ao nosso encontro como o irmão que precisa de um braço a ampará-lo no caminho. A fraternidade pura e simples, onde os homens se abraçam, auxiliando-se mutuamente, sem intenções egoísticas e sim com o desejo sincero de progredir, iniciando o aprendizado de amor que Jesus nos ensinou.

BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. IV, itens 18 a 23; cap. XIII, itens 18 a 20, cap. XIV, itens 5 a 9.


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terça-feira, 19 de maio de 2015

9ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE SOCIEDADE

NECESSIDADE DA VIDA SOCIAL - VIDA DE ISOLAMENTO – VOTO DE SILÊNCIO – LAÇOS DE FAMÍLIA - PARENTESCO E FILIAÇÃO - SEMELHANÇAS FÍSICAS E MORAIS

Necessidade da vida Social

Aristóteles, filósofo grego, há milênios já apregoava que “O homem é um animal social”. O homem foi feito para viver em sociedade, por isso, Deus lhe deu a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida social. (LE 766)

O isolamento absoluto é contrario a lei natural. O homem procura a vida em sociedade por instinto, pois dentro do principio de conservação da espécie há necessidade de suprir a alimentação, o abrigo, defesa da família, portanto, a sociabilidade é instintiva obedecendo ao progresso da Humanidade.

Neste convívio social há o desenvolvimento e burilamento de nossas faculdades intelectuais e morais, bem como, a permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, levando a regras de procedimento ditadas pela justiça e pela moral, abstendo-se de tudo que possa destruir.

Vida De Isolamento - Voto De Silêncio

O estado de uma pessoa que se abstêm; se priva ou se recusa a falar define-se como vida de isolamento - voto de silêncio.

A vida solitária por opção revela sempre uma fuga inconcebível, porque indica infração as leis divinas do trabalho e do amor.

O isolamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir nos corações humanos. Não sendo o homem dotado, inicialmente, de autossuficiência, condição conseguida pelo trabalho e progresso, ele é dependente do seu semelhante.

Os cultores da vida reclusa se estiolam pela improdutividade, pela estagnação quanto as aquisições dos tesouros da sabedoria e da experiência. Segundo os ensinamentos espíritas, isto revela egoísmo e só merece reprovação.

A reclusão absoluta para fugir ao contato do mundo simboliza duplo egoísmo, pois se isolar a pretexto de não fazer o mal, simboliza a perda da oportunidade de fazer o bem.

A fuga do mundo para se devotar ao alivio dos sofredores, eleva o homem, quando este se rebaixa, trazendo um duplo mérito, pois se colocam acima dos prazeres materiais, fazendo o bem em cumprimento da lei do trabalho.

Buscar no retiro a tranquilidade para realizar outros trabalhos, não é o retiro absoluto do egoísta, pois buscam se isolar para recarregar as energias para trabalhar por esta sociedade.

Deus condena o abuso e não o uso das faculdades, portanto o silêncio não é útil para a concentração – espírito toma-se mais livre - entra- se em comunicação com a vida espiritual.

O homem, inquestionavelmente, é um ser gregário, organizado pela emoção para a vida em sociedade. O seu insulamento, a pretexto de sentir a Deus, constitui uma violência a Lei Natural, caracterizando-se por uma fuga injustificável as responsabilidades do dia-a-dia.

Graças à dinâmica da atualidade, diminuem as antigas incursões ao isolamento, seja nas regiões desérticas para onde o homem fugia a buscar meditação, seja no silêncio das clausuras e monastérios onde pensava poder perder-se em contemplação.

O Cristianismo possui o extraordinário objetivo de criar uma sociedade equilibrada, na qual todos os seus membros sejam solidários entre si.

As relações sociais possibilitam ao homem a oportunidade de fazer o bem e cumprir a Lei de Progresso.

Laços de Família

Augusto Comte nasceu na França em 1798, sec. XVIII. Considerava a família como célula básica da sociedade. Em todo o processo de evolução da humanidade, como dito anteriormente percebe-se a veracidade desta sabia observação do filósofo francês. É na família que inicia-se o desenvolvimento dos sensos morais e os laços de amor que devem ser fortalecidos entre os homens, propiciando-lhes o progresso moral.

É necessário que se entenda que o homem (ser racional) tem a diferença dos animais (seres irracionais) exatamente pela necessidade da vida moral. Enquanto que o animal tem por principio o instinto de conservação, protegendo sua cria até sua independência para cumprir seu papel na natureza; o homem deve manter o vinculo familiar por toda a encarnação, tendo assim a oportunidade de reajustar-se com seus semelhantes por débitos passados ou auxiliar-se mutuamente promovendo a renovação moral de sua individualidade.

O relaxamento dos laços familiares é uma exaltação ao egoísmo, ou seja, a perda de oportunidades em uma existência.

Parentesco e Filiação

Os pais geram a vida corporal aos seus filhos, dando-lhes a oportunidade da reencarnação, tendo em vista que a alma é indivisível e criada por Deus. Contudo, a convivência em família deve-se a ligações pré-existentes entre aqueles Espíritos por necessidade de auxilio, aprendizado ou reparação.

O Espiritismo, através da reencarnação, exclui a ideia de castas e raças, que são muitas vezes exaltadas pelo homem, por sua vaidade e orgulho, tendo em vista que muitos podem reencarnar em condição adversa da anterior, ou seja, um homem pode pertencer a uma família abastada em uma encarnação e na outra poderá vir em uma família destituída de posses, ou vice-versa, dependendo de sua necessidade de evolução e aprendizado moral.

Semelhanças Físicas e Morais

As semelhanças morais que em algumas famílias são percebidas, dão-se pela afinidade de inclinações.

Os pais exercem influência moral, através da educação aos filhos e isto é uma tarefa assumida, sendo que a irresponsabilidade na sua execução gera compromissos futuros. Espíritos menos virtuosos podem pedir pais com boas qualidades para que possam ser direcionados a um caminho melhor, bem como, as vezes os pais necessitam conviver com Espíritos desta natureza para seu aprendizado.

Um povo ou uma nação é composto por famílias que são reunidas por Espíritos simpáticos. A similitude de inclinações boas ou más irá determinar o caráter daquela sociedade. O caráter moral da existência anterior pode ser conservado pelo Espírito, contudo, se houve melhoria, ele se modifica. Às vezes demora em reconhecê-las dependendo de sua condição socioeconômica reencarnante, que pode ser diferente da encarnação anterior.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 2°, cap. IV, questão 2o5; Livro 3º, cap. VII, questões 766 a 775 e 877;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. IV, itens 18 a 2o; ap. XIV itens 8 e; 9;
Bibliografia Complementar:
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e viva - n° 9;
CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais;
PIRES, José Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier- Pensamento e vida - item 18;
EMMANUEL, O Espírito da verdade - Diversos Espíritos - item 27;


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quinta-feira, 14 de maio de 2015

8ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

NÃO VIM TRAZER A PAZ

Jesus desperta o sentimento ao ensinar a lei de amor, contendo todas as leis de Deus. O uso de expressões fortes como “não vim trazer a paz, porém a divisão”, indica o grau evolutivo do povo hebreu, monoteísta, mas preso as leis humanas travestidas de divinas por Moisés, numa sociedade que iniciava o avanço da razão, do raciocínio abstrato.

A aparente destruição que uma divisão provocaria, seria justamente eliminar o orgulho do fariseu, a incredulidade do saduceu, sacerdotes que disputavam o poder religioso hebreu. A destruição do orgulho para a implantação do amor ao próximo, e com a ideia mais revolucionaria “amar o inimigo” provocou forte reação que culminou no drama do calvário e no circo dos romanos politeístas.

Toda ideia nova causa uma revolução, e quando esta fundada na verdade, nada impedira sua expansão, a morte de Jesus e seus seguidores não foram suficientes para impedir a forca modificadora dessa verdade trazida pelo Mestre. Sua forca modificou Roma, mas ao misturar poder político e religioso, novamente o homem volta a colocar seus interesses acima da verdade evangélica. Começa a luta interna dos cristãos pelo poder religioso.

Mesmo após a Idade Média, quando o plano superior da espiritualidade envia Espíritos missionários para promover a reforma do pensamento religioso e intelectual, surge o jesuitismo com suas torturas e fogueiras tentando resistir a implantação da lei de amor.

O avanço da ciência, nos séculos seguintes, promove a destruição dos dogmas e do poder absoluto da igreja e reinados. Na luta entre a verdade e o fanatismo, surge o incrédulo e seu materialismo. O plano superior da espiritualidade programa a vinda do consolador prometido por Jesus. A doutrina espírita retoma a lei de amor e restaura a necessidade de uma mudança interior, (1) “evangelizado o indivíduo, evangeliza-se a família; regenerada esta, a sociedade estará a caminho de sua purificação, reabilitando-se simultaneamente a vida do mundo”.

A destruição agora está concentrada no indivíduo, modificando seu modo de ver o mundo, tornando-se fraterno, bondoso, solidário para com seus irmãos espirituais, compreendendo que sua família é a humanidade, que as dificuldades de hoje mostram a necessidade dessa renovação interior, semeando um futuro feliz.

BIBLIOGRAFIA

KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XXIII, itens 9 a 18;
Espírito EMMANUEL, “EMMANUEL” - psicografado por Francisco Cândido Xavier.


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terça-feira, 12 de maio de 2015

8ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

LEI DE DESTRUIÇÃO

DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA E ABUSIVA – FLAGELOS DESTRUIDORES - GUERRAS - ASSASSÍNIO - CRUELDADE - PENA DE MORTE

DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA E ABUSIVA

A lei de destruição é uma lei da natureza. O mundo material sempre estará em transformação para cumprir os desígnios de Deus. A transformação tem por objetivo a revolução e evolução dos seres vivos.

Do ponto de vista do Espírito imortal, fica fácil compreender a justiça perfeita de Deus, uma justiça amorosa, diferente da justiça humana que necessita transformar-se para acompanhar a evolução moral da humanidade.

O instinto de destruição dos seres vivos é maior quanto mais próximo estiver da sua criação Divina, a destruição entre os animais visa somente à alimentação e defesa, o equilíbrio entre os seres vivos da natureza. A cadeia alimentar é uma sequência natural de conservação que preserva esse equilíbrio. Equilíbrio da necessidade de viver e reproduzir. Equilíbrio entre dois instintos: de conservação e destruição.

A destruição vai sendo menos necessária à medida que a evolução do Espírito vai sobrepondo-se a matéria. Nos mundos espalhados pelo universo, mais evoluídos que a Terra, a destruição é abrandada.

No universo, em qualquer lugar a destruição tem seus limites. O abuso, a destruição desnecessária, é uma violação da lei de Deus, e acionará os mecanismos de ajuste da lei de ação e reação.

FLAGELOS DESTRUIDORES

Os flagelos podem ser naturais, como terremotos, vulcões, tsunamis, ou provocados pelo abuso do uso que a humanidade faz do seu ambiente físico, como as inundações provocadas pelo aquecimento global. Os flagelos destruidores são assustadores, terríveis no momento, mas quando observados espiritualmente, percebemos que a perfeita sabedoria Divina acelera a transformação e promove o equilíbrio perdido, A natureza possui os seus próprios meios de atingir esse equilíbrio, revelando novamente as leis perfeitas de Deus para o mundo material.

Essa destruição também tem seu valor moral, provocando a solidariedade, assim a caridade vai sendo instalada, porque é um sentimento inato dos humanos, a ajuda recíproca entre irmãos espirituais da família universal.

Estimula a inteligência levando os humanos a encontrarem novas soluções: o combustível verde para seus carros, a irrigação de desertos, tirando alimentos de onde só existia areia.

GUERRAS

A guerra é uma destruição desnecessária e revela a predominância dos instintos, ignorando que a morte não existe. A morte do corpo físico, causada pela guerra, revela o direito do mais forte, característico de humanos que vivem num horizonte tribal. Sob o horizonte espiritual de Jesus, a guerra iria desaparecer, mas na fase de transição é um mal necessário para libertar um povo ou sua defesa. A liberdade e igualdade é um direito fundamental que a humanidade luta para ver implantado no planeta.

O avanço do conhecimento colocou a guerra, entre as nações mais desenvolvidas, num impasse: o uso da energia atômica, além de destruir o inimigo, também destruirá o agressor. O desenvolvimento da violência não pode ser ignorado, a guerra passa a assumir outras faces: o terrorismo e o crime organizado, o fanatismo religioso como forma de destruição suicida. Somente quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus, os povos serão irmãos.

ASSASSÍNIO

O assassínio é um abuso da lei de destruição e do ponto de vista espiritual, interrompe uma vida de expiação ou de missão. (LE 746)

A intensidade da reação dependerá da intenção, atenuada diante da defesa e louvável quando preservamos nossa vida e do agressor. No dia a dia da vida urbana, percebemos que muitos acidentes, que terminam de forma trágica, poderiam ser evitados se soubéssemos ceder diante do desequilíbrio emocional nosso e do agressor.

Devemos respeitar o direito de o outro ter uma opinião diferente da nossa.

CRUELDADE

A crueldade é mais um abuso da lei de destruição, sentir prazer pelo sofrimento do outro revela quase ausência de senso moral, quase porque o senso moral existe em todos humanos por principio. Esse gérmen de moralidade irá desenvolver-se nas reencarnações futuras.

O humano primitivo tem mais possibilidades de ser cruel por viver de instintos; renascendo numa sociedade mais organizada, e se a prova for pesada, pode sucumbir e provocar tragédias, muitas vezes incentivadas por Espíritos inferiores e perversos.

Impossível eternizar-se na crueldade, pois o senso moral esta presente em todos os homens, a principio não desenvolvido para pouco a pouco os transformar em seres bons e humanos.

PENA DE MORTE

A pena de morte é o assassinato legalizado pela sociedade. Uma forma de punição radical nascida entre os povos ignorantes e primitivos. O mais antigo documento escrito em pedra, o código Hamurabi, rei babilônico de 1792 a.C a 1750 a.C, procura disciplinar o direito de equivalência da punição com a Lei de Talião, confirmado depois por Moisés, tomando divino o olho por olho e dente por dente.

Jesus revela essa verdade de forma mais cristalina lembrando a lei de ação e reação “quem com espada fere, com espada será ferido” e recomenda “amar o' inimigo”, o amor raciocinado: não ter nenhum sentimento de rancor, de ódio, ou desejo de vingança.

Jesus, com sua espada da paz, promove a justiça divina na sua perfeição amorosa, eliminando a pena de morte, a destruição desnecessária, porque a morte não existe.

Destruído o corpo físico do malfeitor, ele continuará vivo, ignorando sua morte física e livre para unir-se com Espíritos afins.

O criminoso é um doente social, arredio do convívio civilizado, necessitado de ajuda, remédio espiritual para que promova o arrependimento; somente as Leis de Deus são perfeitas. Julgar equivale a tomar o lugar de Deus. A justiça humana não escapara da justiça divina que dará oportunidade de reencarnar entre aqueles que ele prejudicou e reparar o mal que tenha feito.

BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3º, cap. VI, questões 728 a 765 e, 786 a 789; conclusão, item 4;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. v, item 6; cap. VII, itens 11 a 13; cap. XII, itens 8, 9, e 11 a 16;
KARDEC, Allan - A Gênese - cap. III, nºs 4 e 6; cap. XI, n"s 31, 32, 34 e 36; cap. XVIII, itens 33 a 35;
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno - cap. III, itens 7, 10 e 13; 2ª Parte cap. VI, n°s 1 a 18;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - n°s 142 e 143; cap. I, n° 140; cap. III, n° 160;
Revista Espírita, de dezembro de 1859; de março de 1861; de julho de 1862; de novembro de 1862; de maio, outubro e novembro de
1868;
AMORIM, Deolindo - Espiritismo e Criminologia - cap. 7;
DENIS, Leon - O Mundo Invisível e a Guerra - cap. I, II, III e V;
LUIZ, André - Francisco Cândido Xavier - Agenda Cristã - item 2;
PIRES, José Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires;
CAMPOS, Humberto - Carta e Crônica - cap. 21;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos - cap. 101 e 125;

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quinta-feira, 7 de maio de 2015

7ª Aula Parte B – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

O EGOÍSMO

“Pois qual é o maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós sou aquele que serve.” (Lucas 22:27).

“E então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e fazendo-lhe um pedido. E Ele diz-lhe: que queres? E ela respondeu: dize que estes meus dois filhos se assentem, um a tua direita e outro a tua esquerda, no teu reino.” (Mateus, 20:20 e 21).

Diversos ensinamentos pode-se extrair dos versículos que constam no Novo Testamento. No primeiro deles, Jesus nos dá o exemplo da humildade. Sendo Ele o Espírito escolhido pelo Pai para trazer revelações sobre o mundo espiritual, sobre o reino de amor e bondade; tendo Ele a condição suprema de apresentar-se como o maior, dá o exemplo da humildade.

Aquele que está sentado à mesa e é servido por alguém, julga-se importante. Na visão de Jesus não é assim. Já no outro, o desejo materno de proporcionar aos filhos o melhor, a mãe dos filhos de Zebedeu, num ato que ela julgava de extremado amor, pede que seus filhos sejam elevados a condição espiritual de Jesus, já que pedia ao Rabi que seus filhos pudessem ser colocados numa posição de destaque ao seu lado.

O pano de fundo em ambos é o desejo do melhor para si. Que outro nome tem senão egoísmo?

É no egoísmo que está à raiz de todos os males que assolam a humanidade desde os mais remotos tempos. É nele que se encontra o motivo das guerras; das dissensões; das fraudes; do roubo, do sequestro, e de tudo o que de pior existe no mundo.

O egoísmo é o alvo para onde deve mirar a criatura que deseja a sua renovação interior; que busca um sentido maior e profundo em sua vida; enfim, o verdadeiro cristão.

É um sentimento que muito embora esteja presente nos primeiros anos da vida da criança para a descoberta da sua identidade, no correr dos anos deve ser orientado pelos pais a olhar além de si e ver o outro como igual, como um filho de Deus que todos somos.

É no lar cristão; na leitura semanal do Evangelho; na participação da comunidade espírita que se sedimenta o aprendizado.

O egoísmo é a negação da caridade. E preciso destruir a couraça que reveste o sentimento do ser para que se sensibilize com a dor do outro.

O Mestre nos diz que o primeiro mandamento é Amar a Deus de todo o coração de todo o entendimento, e o segundo semelhante é Amar ao próximo como a si mesmo.

É na solidariedade e na fraternidade que se encontra a verdadeira alegria da alma; quando a criatura se abre ao amor, todo o universo conspira para a sua felicidade.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. VII, itens 11e12, cap. XI, itens 11e12, cap. XIII, itens 1 a 3, 11 a 17;
Bibliografia complementar
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e viva – nº 7;
CALLIGARIS, Rodolfo - Leis Morais - Lei de Conservação;
PIRES, José Herculano - O Homem no Mundo - Heloisa Pires;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos - Cap. 19, 31, 37 e 63;


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terça-feira, 5 de maio de 2015

7ª Aula Parte A – CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO 2º ANO – FEESP

INSTINTO DE CONSERVAÇÃO - MEIOS DE CONSERVAÇÃO - GOZOS DOS BENS TERRENOS - NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO - PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS – MORTIFICAÇÕES – PROVAS VOLUNTÁRIAS - VERDADEIRO CILÍCIO

INSTINTO DE CONSERVAÇÃO

Dentre as sábias Leis de Deus que regem toda a criação, a LEI DE CONSERVAÇÃO se destaca, pois é ela que impulsiona o homem e os seres no rumo da evolução, do aprimoramento, através do trabalho contínuo.

“Todos os seres vivos possuem o instinto de conservação qualquer que seja o grau de inteligência; em uns é puramente mecânico em outros é racional.” (LE 7o2)

Em tudo o que vive, seja de natureza simples ou complexa, o instinto de conservação é inerente a espécie, pois sem ele pereceriam.

MEIOS DE CONSERVAÇÃO

A necessidade de viver e defender a vida é essencial ao aperfeiçoamento dos seres, para isso, Deus deu meios de o homem prover através do uso dos bens da Natureza (LE 705).

O homem movido pelo instinto de conservação, aliado a inteligência, adquire meios de cultivar a terra, transformar a matéria e até mesmo sofisticá-la, a fim de suprir aquilo que julga ser-lhe necessário (LE 706).

A LEI DE CONSERVAÇÃO não se aplica somente ao homem, senão também a tudo que o cerca. Pais zelosos dizem que devem preservar a natureza para seus filhos e netos. Ora, diante da lei imperiosa da reencarnação quem serão aqueles que virão habitar esta mesma Terra num futuro próximo ou distante? Portanto, é de fundamental importância o despertar de consciência desde a mais tenra idade, fazer dos filhos os multiplicadores do bem em todas as suas manifestações e agentes no bom uso da INTELIGÊNCIA. O homem por possuir livre arbítrio, traz consigo a responsabilidade de seus atos. Muitas vezes não tão satisfatórios perante a natureza.

GOZOS DOS BENS TERRENOS

No mais das vezes, o homem é movido por um desejo insofreável de possuir bens. Observa o que o semelhante tem e deseja para si. A ambição, a inveja, a cupidez, fazem com que seja tentado a possuir de maneira além do que lhe seja necessário.

Deus, dotando o homem com o instinto de conservação, oferece-lhe os bens da Terra para que aprenda a usufruir com equilíbrio. E para que cresça moralmente, faz com que desenvolva o sentido de limites do que lhe possa ser realmente necessário e do que seja supérfluo (LE 712-A).

NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO

Conhecer e discernir o necessário do supérfluo é o resultado da aprendizagem exercida através da vivência.

Quando o homem passa por experiências marcantes como a da miséria; da extrema necessidade; do desgaste da saúde; das limitações físicas que impõem determinada condição para obter meios de garantir sua sobrevivência; quando se vê no limite das forças, essas experiências ficam gravadas na sua memória espiritual.

Será de fato necessário passar por essas experiências para que o homem se condoa da necessidade de seu irmão de caminhada? Que aprenda a dividir com ele, não o que sobra, mas o que tem! Na maioria dos lares o vazio esta presente; caminhos tortuosos levam as pessoas em busca de necessidades que não existem, vacilam diante dos apelos de consumo, da necessidade social de ter sempre mais, e não o de “ser”.

PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS - MORTIFICAÇÕES

“A lei de conservação obriga-nos a prover as necessidades do corpo? Os Espíritos respondem sim, sem energia e a saúde, o trabalho é impossível.” (LE 718).

O bem estar é um desejo natural, portanto não é proibido. Deus proíbe o abuso por ser contrario a lei de conservação.

A procura do bem estar é valida desde que não seja conquistado em prejuízo de outrem e se não enfraquecer as forças morais e físicas (LE 719).

As privações voluntárias com vistas a uma expiação tem algum mérito aos olhos de Deus?

- Sempre que fizer bem aos outros terá o maior mérito. (LE 720)

As privações meritórias é a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma.

O meritório é resistir às tentações e aos excessos de coisas que nada tem de proveito.

A vida de mortificações dos ascetas segue apenas aquele que a pratica e por conseguinte o impede de fazer o bem.

Submeter-se a privações no trabalho pelos outros esta é a verdadeira mortificação de acordo com a caridade cristã. (LE 721).

Alimentação animal não é contrária a lei natural, tendo em vista que este tipo de alimentação ainda é necessária a constituição física, pois ao contrário o homem perece.

As mutilações praticadas no corpo do homem ou dos animais, não são agradáveis aos olhos de Deus. Não devemos criar sofrimentos voluntários sem nenhuma utilidade para os outros.

PROVAS VOLUNTÁRIAS - VERDADEIRO CILÍCIO

“O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e sofrimentos. Fustigai o vosso Espírito e não o vosso corpo, mortificai o vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo que se assemelha a uma serpente a vos devorar o coração e farei mais pelo vosso adiantamento do que por meio dos rigores que não mais pertencem a este século.” (LE 727).

Essa questão nos conduz naturalmente a outra. Desde que Jesus disse: “Bem-aventurados os aflitos”, há mérito em procurar as aflições, agravando as provas por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito claramente: Sim, é um grande mérito, quando os sofrimentos e as privações têm por fim o bem do próximo, porque se trata da caridade pelo sacrifício; não, quando eles só têm por fim o bem próprio, porque se trata de egoísmo pelo fanatismo.

Há uma grande distinção a fazer. Quanto a vós, pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda, não aumenteis a carga já por vezes bem pesada; aceitai-as sem queixas e com fé, eis tudo o que Ele vos pede. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem propósito, porque tendes necessidades de todas as vossas forças, para cumprir vossa missão de trabalho na Terra.

Torturar voluntariamente, martirizar o vosso corpo, é infligir à lei de Deus, que vos dá os meios de sustentá-lo e de fortalecê-lo. Debilitá-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis: tal é a lei. O abuso das melhores coisas traz as suas punições, pelas consequências inevitáveis. (ESE V item 26).

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos - questões 71 a 87, 702 a 710 e 715 a 727;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. V item 26;

Fonte da imagem: Internet Google.