CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO ESPÍRITA: PACIÊNCIA, INDULGENCIA, FÉ, HUMILDADE, DIGNIDADE E CARIDADE.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

11ª AULA PARTE A CURSO PREPARATÓRIO DE ESPIRITISMO - FEESP

OBSESSÃO e DESOBSESSÃO

Na primeira linha das dificuldades práticas do Espiritismo deve-se colocar necessariamente a obsessão, que é o “domínio que alguns Espíritos podem adquirir sobre certas pessoas”, como bem o conceituou Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, Cap. XXIII, item 237.

Trata-se, portanto, de problema crucial no campo da fenomenologia espírita, no que diz respeito à influência oculta dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e as nossas ações, produzindo um conjunto de fenômenos designado genericamente por obsessão. Ela consiste na tenacidade de um Espírito do qual não se consegue desembaraçar (idem, n. 238).

Esse domínio parte sempre de Espíritos inferiores, já que os bons nunca exercem nenhum tipo de constrangimento sobre os demais: “Os bons aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os escutam, preferem retirar-se”. Os maus, pelo contrário, agarram-se aos que conseguem prender.

Se chegam a dominar alguém, identificam-se com o Espírito da vítima e a conduzem como se faz com uma criança. Não se trata de um problema novo, visto que a Bíblia, no Velho e no Novo Testamentos, registra casos dessa natureza em seus livros.

Em virtude do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que este produz, podemos classificar esse conjunto de fenômenos como: obsessão simples, fascinação e subjugação.

No primeiro caso, o Espírito malfazejo impõe-se a um encarnado ou a um médium, de forma desagradável, dificultando as comunicações com os Espíritos sérios ou com os de nossa afeição.

Na fascinação, as consequências são muito mais graves, levando a vítima a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas, como sendo as únicas expressões da verdade.

Além disso, pode arrastá-la a ações ridículas, comprometedoras e até mesmo bastante perigosas (L.M., Cap. XXIII, item 239).

Finalmente, na subjugação ocorre “um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir malgrado seu”. Está se encontra, numa palavra, sob um verdadeiro “jugo”, que pode ser moral ou corpóreo, levando a vítima a atitudes absurdas ou aos atos mais ridículos que se possa imaginar, bem como a movimentos involuntários.

Trata-se, portanto, de um dos maiores escolhos da mediunidade, e um dos mais frequentes, constituindo-se “um obstáculo absoluto à pureza e veracidade das comunicações”.
A obsessão, via de regra, tem como causas gerais: problemas reencarnatórios; tendências viciosas; egoísmo excessivo; ambições desmedidas; aversão a certas pessoas; ódio; sentimentos de vingança; discussões e irritações; futilidades; apego ao dinheiro, etc...

Apesar do perigo da obsessão, que pode ser reconhecida por várias características, Kardec observa que não há nenhum inconveniente em ser médium, de vez que o Espiritismo pode servir de controle e preservar o médium do risco incessante a que se expõe. É preciso, para tanto, estudo e observação de certos cuidados para evitá-la ou tratá-la convenientemente, conforme o caso.

Assim é que, uma vez verificado o problema, há diversos meios de combatê-lo, variando de acordo com as características de que se revista a obsessão.

Para a obsessão simples, que não passa de um fato desagradável para o médium, Kardec aponta duas medidas essenciais: provar ao Espírito que não foi enganado por ele e que será impossível deixar-se enganar.

Deve-se, além disso, “apelar fervorosamente ao seu bom anjo e aos bons Espíritos que lhes são simpáticos, suplicando-lhes assistência” (L.M., Cap. XXIII, item 249).

Na fascinação, há uma só coisa a fazer: convencer a vítima de que foi enganada e reverter a sua obsessão ao grau de obsessão simples, o que nem sempre é fácil, senão impossível, dada a própria postura do obsedado, refratário a qualquer conselho ou orientação.

Quanto à subjugação corpórea, não se trata senão mediante a intervenção de uma terceira pessoa, por meio de magnetismo ou pela força da sua própria vontade.

Em todos os casos, as imperfeições morais do obsedado é que são frequentemente um obstáculo à sua libertação. São elas que dão acesso aos Espíritos obsessores.

 “O meio mais seguro de livrar-se deles é atrair os bons espíritos pela prática do bem”. (L.M.,Cap. XXIII, item 252).

A cura da obsessão, assim revela-se uma auto cura, que implica: confiança em Deus e nas forças naturais; vigilância dos pensamentos, sentimentos e palavras; reformulação do conceito de si mesmo, mudança na maneira de encarar os semelhantes; manter a mente arejada e o pensamento sempre elevado; desenvolver a fé.

Jesus, no Evangelho, ao proceder a uma cura, advertia o beneficiado: “Vá e não peques mais, para que te não suceda coisa pior” (Lc 5:14).

Está aí a necessidade de cada um de reforma interior e de evangelização de suas atitudes. Nossas provas não podem ser suprimidas pelos Espíritos, mas, na medida das oportunidades, devemos invocar o auxílio da Espiritualidade Superior: “Buscai e achareis; pedi e obtereis; batei e abrir-vos-á”, enfatizava o Divino Mestre (Mt 7:7), sintetizando nossa absoluta necessidade de oração e de vigilância permanentes.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns

QUESTIONÁRIO:

1 - O que é obsessão?

2 - Quais os tipos de obsessão existentes?

3 - Como fazer para combatê-la convenientemente?

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